Uma Segunda Chance escrita por KelBumBi


Capítulo 6
Orgulho e Preconceito


Notas iniciais do capítulo

Hey Galerinha, postei mais cedo dessa vez, né? Então, o semestre está acabando junto com os trabalhos e estresse, dai mais tempo para minhas fic´s. Vou está postando agora semanalmente. Sei que é chato esperar uma semana, mas é o que posso fazer... Infelizmente!
Enfim, espero que curtem o cap. e se gostarem Compartilhem, hehehe!



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Mudar não é fácil. Requer tempo e perseverança, tempo para refletir e procurar as respostas certas, e perseverança para seguir o que foi apontado. O medo, a traição, a angústia e a ansiedade uniam-se afogando em sentimentos passageiros. Tomar a decisão foi em processo lento. Desculpas não era um evento rotineiro no meu cotidiano, geralmente eu infligia às regras e o período desfazia o ressentimento e se consentia em desenvolver o perdão. Spencer tentou me persuadir do que era o sensato, eu prometi que pediria desculpas ao Freddie, mas meu orgulho foi maior que minha pretensão. Não era de mim, e por isso, me esqueci do tempo e da promessa.

O emprego de garçonete no Vitamina da Hora mantinha minhas contas pagas e me tornava mais gentil com as pessoas. Eu me esforçava para isso. Certa noite, Spencer questionou por que eu conseguia alcançar todos esses alvos e com Freddie empacava, eu não pude responder a ele. Com Freddie era diferente, pedir desculpas ao Nerd parecia desgastar minha vitalidade, me derrubar, eu não poderia perder para ele. Eu já tinha feito isso varias vezes, mas e ele? Durante minha reflexão, notei que Freddie nunca se desculpou comigo. Jamais!

 Por que eu que teria que tomar a iniciativa de novo?

Tudo bem, eu peguei o carro dele. No entanto, minha arte pareceria pequena a atitude dele.

–Meu ultimo cliente, Costeleta. Tenho o jantar com Spencer hoje- disse para o moreno com rastafáris a minha frente.

Costeleta enfiou os pepinos presos na vara na minha cara, solicitando que falasse menos e agisse mais.

Regressei da mesa que atendia e retirei o avental que prendia na cintura. Costeleta tentou me convencer de acatar mais alguns fregueses, porém despontei meu relógio de pulso que apontava para 8:30 da noite, estava atrasadíssima para o encontro. Adotei a jaqueta pesada no corpo, e prendi os cachos em um rabo-de-cavalo frouxo. Peguei minha bolsa no armário e busquei minha lata velha que havia voltado da oficina. Estacionei na vaga da Sra. Benson, subindo para o 8º andar do Bushwell. Lewbert tirava um cochilo, então foi desnecessário ouvir seus gritos irritantes. O elevador parou, e, automaticamente, atravessei o corredor abrindo a porta a minha direita. Spencer me esperava com visita.

–Sam...!- ouvi o grunhido de surpresa do Sean a me ver. Ele brincava de cavalinho no chão da sala com Spencer, ambos pareciam bem próximos.

–O que esta acontecendo aqui?- perguntei sem entender.

–Ué, não te avisei que tínhamos companhia?- disse Spencer indolente, soando um falso esquecimento.

–Não!- respondi o obvio.

Sean complicou-se para colocar o pé no chão enquanto descia do Spencer, atrasando seu alcance até a mim. Depois de concluída a mediação, ele apressou os passos e conseguiu chegar a segundos, entrelaçando os braços na minha perna.

–Estávamos te esperando- disse simbólico, ignorando o fato de que só havíamos nos visto uma vez- Tio Spencer me contou muitas historias sobre você! São hilárias!

Eu encarei Spencer pelo balcão da cozinha, o mesmo já se escondia na panela de molho.

–E o que foi que o Tio Spencer falou de mim?- perguntei, ajoelhando para ficar a altura de Sean.

–Coisas básicas- confirmou Spencer cauteloso.

–Você era muito levada. Agredia as crianças e os adultos, comia toda a comida da geladeira dele, e vivia no sofá brigando com o papai- ainda me impressionava o modo como ele se expressava.

Olhei de novo para o fofoqueiro, dando sua sentença de morte. Ele encolheu os ombros, não de medo, mas insignificância.

–Você tem ficado muito tempo com ele, não é?- minha voz saiu acusatória.

–Papai me deixa aqui todas as tardes- explicou ele- Agora só falta ele chegar... Ah, papai!- gritou Sean, largando-se nos braços de Freddie.

Virei para trás, deparando com os olhos insatisfeitos de Freddie em mim.

–Viu papai, a Tia Sam vai jantar aqui também!- disse ele apontando para mim.

–É o que parece, mas Sean- retornou ele a olhar para o rosto do filho- ela não é sua tia. E hoje vamos jantar em casa, que tal?

–Mas a gente sempre janta aqui... – contrapôs Sean, suplico.

–Freddieman que é isso? Rejeitando meus tacos de macarrão?

–Sean por que não vai buscar suas coisas? Papai que ir para casa- disse Freddie, tirando Sean do colo- Vai, Sean! Quero pressa.

Mesmo de má vontade o garoto obedeceu Freddie, subindo as escadas.

–Freddie, você e Sean estão sempre jantando aqui, por que não querem ficar...

–Você disse que ela não viria jantar aqui!

–Ela tem nome, e sim, eu vou jantar aqui essa noite. Afinal, eu e Spencer fazemos isso a 8 anos, mesma época em que você e Carly foram embora- retruquei, colando minha bunda no sofá, demostrando que não tinha vontade de sair dali tão cedo.

–Qual é? Vocês não têm mais 16 anos. Eu pensei que poderíamos aproveitar o momento e jantar todos juntos, como antigamente.

–Você não entendeu não é Spencer? Eu não vou ficar perto dessa coisa e nem quero que meu filho se contagie. Desculpe-me, mas eu não fico para jantar.

–Essa coisa não faz questão de estar perto de você também! E nem precisa se desculpar, pois como diz o ditado “Os incomodados que se retirem!”- eu disse, cruzando meus braços- E se eu fosse você me preocuparia é com o que Spencer diz a Sean, e não comigo!

Pela primeira vez nessa noite, Freddie olhou abertamente para mim.

–Do que esta falando?

–Que Sean já está contagiado. Ele me acha divertida!

–Como ele pode te achar divertida? Eu nunca falo de você!- encarei Freddie, que segurou meu olhar. Tinha superestimado Freddie, ele não jazia tão maduro assim.

 Eu compreendi o que era aquilo em seus olhos. Foram tantas as vezes que decodifiquei aquele duelo que não me restavam duvidas. Freddie começava a jogar outra vez!

–Há-há-ha, é bom saber que meu nome não sai da boca de qualquer um!

–Aviso que essa é a boca que você roubou um beijo.

–Passado, Freddie!

–Um passado que você deseja ter de volta, admite.

–Não tanto quanto você!

–Eu não sinto falta nenhuma! Aliás, já experimentei beijos melhores.

Engoli o choro que desencadeou e me concentrei na raiva crescente.

Como eu ainda amava esse idiota? Por quê? Ele era o meu purgatório? Seu desprezo era o pagamento dos meus pecados?

–Desde quando me enfrenta, Fredalupe? Esqueceu quem eu sou? Ou quer uma degustação livre para lembrar?- perguntei levantando do sofá de uma vez, as mãos fechadas para um belo soco. Freddie se aproximou, e por um minuto seu perfume me distraiu. Spencer, que até então só observava como mero espectador decidiu que era hora das palmas.

–Ok... Ninguém vai bater em ninguém. Será que preciso advertir que há uma criança de 5 anos lá em cima?

Freddie se envergonhou da atitude e se afastou levando junto o perfume que me drogou por décadas, a abstinência se abateu rápido e forte, me consumindo fisicamente para manter a distancia.

–Tem razão. Vou ajudar Sean com a bagunça- disse Freddie, subindo as escadas.

Spencer me repreendeu e eu institivamente me defendi.

–Você não ouviu o que ele disse? Ele me chamou de coisa!

–Eu pensei que estava se esforçando para mudanças- ironizou ele, juntando a almofada que caiu com meu súbito movimento.

–Mudanças Spencer- repeti categórica- Não saco de pancadas! Ele me ofendeu!

–Você o ofendeu a adolescência toda. É justo ele querer descontar.

–Está do lado de quem?- perguntei ofendida.

–De ninguém! Só quero que voltem a serem todos amigos. Eu tenho saudades da turma toda junta!- voltou Spencer a ser o escandaloso e egocêntrico de sempre, exigindo que eu me redimisse.

–Eu vou embora!- anunciei pegando minha bolsa do sofá.

–E os tacos? Você nunca recusa comida.

–Você tem muitos convidados por hoje, não vai precisar da minha companhia.

–Quer parar de ser cabeça dura? É só uma palavra, e tenho certeza que ele te perdoa.

–Não dá! Viu como ele me tratou? Ele não merece aquelas palavras.

–Sua... Orgulhosa!- Spencer pareceu escolher as palavras antes de pronuncia-las.

Ele não compreendia. Não sabia o tanto que Freddie me magoou recentemente. Eu preferia levar um soco todos os dias dele a ouvir aquelas palavras. Que beijos eram esses melhores que os meus? Carly? Mãe do Sean? Quantas mulheres Freddie conheceu depois que foi embora? Invadia os temas.

–Até Spencer!- despedi-me teimosa.

–Você vai embora?- a voz doce do Sean acariciou meus ouvidos, ele estava no topo da escada, segurando a mão do pai.

–Sim, Sean. A gente se topa por ai- respondi sem emoção.

–Eu não ligo para o que o papai falou. Tia Carly também não é minha tia de verdade e vive dizendo que ama o papai como se fosse um irmão, e há você também. Então vocês são as minhas tias, por que eu considero vocês as irmãs do meu pai.

Sorri meio constrangida com a declaração. Minha vontade era de ir até Sean e abraça-lo intensamente, mas com Freddie ao lado nem iria tentar. Ele poderia me ferir mais do que tinha conseguido.

–Obrigada!- respondi me retirando do apartamento.

–Sam... – Spencer arriscou me convencer ao contrario.

Fui até ele e beijei seu rosto, ele me abraçou calorosamente. Depois de tantos anos, eram frequentes cenas carinhosas entre mim e Spencer, algumas pessoas até confundiam nosso sentimento fraterno com paixão.

–Eu te dou um toque- disse, e sai com um discreto “tchau” para Sean.

O elevador subiu com um barulho ao abrir, entrei calada e meditativa. Apertei no circulo que marcava “T” e ele se avermelhou nas dobras, a porta metálica se fechou com alguém interrompendo a operação.



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Notas finais do capítulo

Então Karmen? Antes de você comentar já havia começado o cap. Quando li eu ri muito, até parecia que leu minha mente. Acho que deva ocorrer algumas mudanças sim, mas não de personalidade. Principalmente se for a Sam.
Bjus, galerinha. E agradeço a todos que favoritaram a historia.