Ela ficou olhando pro Edward, esperando que ele falasse alguma coisa.

– Mãe, essa é Eva. Ela é minha... amiga. E ela não pode ficar porque está atrasada pra um almoço com os pais dela. Não é?

Eu olhei pra ela, sem dizer nada, só concordando com a cabeça. Depois de alguns segundos de silêncio constrangedor, me despedi e saí da casa. É claro que a conversa entre eles não acabaria ali. Subi em um vaso e estiquei o pescoço, para escutar eles pela janela.

– Amiga, né? - ela disse.

– Bem...

– Ela estuda no colégio com você?

– Ahn... Não. Ela acabou de se mudar pra cidade, ainda não se matriculou em nenhuma escola.

– Então como vocês se conheceram?

– É meio complicado.

– Olha, eu duvido que eu permita que você continue vendo ela, a não ser que você me explique tudo que eu preciso saber. Por que você não convida ela pra um jantar aqui amanhã à noite?

Jantar? Com a mãe dele? Tropecei pra fora do vaso e caí no chão. Fiquei aliviada pelo vaso não ter quebrado, não seria uma primeira impressão muito boa se ela me visse espionando a casa dela. Resolvi esperar atrás da cerca, na frente da casa, até ele aparecer e fazer um sinal indicando que é seguro entrar.

Um jantar. Pra responder toda e qualquer pergunta que ela quiser. Ela com certeza vai perguntar de onde eu vim. O que eu vou falar? "Aqui, o seu filho mentiu quando disse que eu mudei de cidade, é que eu morei em uma fábrica por quase quinze anos, mas eu fugi de lá, e já que eu sou órfã e não tenho nenhum parente ou amigo além dele, eu estive morando escondida na sua casa pelos últimos dois meses!"

Socorro.