– Uma festa?! Tipo, com pessoas?

– O que você esperava?

– Como eu vou saber? Eu nunca fui em uma! Eu não sei se isso é uma boa ideia, eu não vou conhecer ninguém lá.

– Você vai me conhecer. - ele disse, segurando minhas mãos.

– Mas eu não quero que você deixe de se divertir porque tem que levar um peso morto com você.

– Eu também não. Mas eu não vou levar um peso morto, vou levar você.

– Se eu decidir ir.

– Por favor, vai. Todo mundo vai adorar você!

– Eu duvido muito! "Então, Eva, onde você estuda?" "Ah, eu não vou pra escola, eu nasci numa fábrica de material de construção, mas eu fugi de lá e agora moro de penetra em um quarto de hóspedes porque eu sou uma sem-teto que não tem um centavo no bolso!"

– A gente pode tentar! Você pode ter vindo de outro estado, se mudado pra cidade recentemente e ainda não se matriculou em nenhuma escola!

– Não! - me opus, começando a levantar a voz. - Não tem jeito de mentir pras pessoas sobre a sua vida inteira e esperar que nada dê errado! Não... Não tem jeito. Eu acho que vai ser melhor se as coisas continuarem assim. Quem garante que todo mundo vai ser tão compreensivo quanto você foi comigo?

Esperei uma resposta, mas acho que ele viu que eu estava certa. Ou simplesmente decidiu respeitar minha opinião.

– Tudo bem. - ele respondeu, depois de um tempo. - Mas se você não vai, eu não vou.

– Não. Eu não vou deixar você fazer isso com você mesmo. Você vai. Você se diverte. Você traz um doce escondido no seu bolso pra mim. Combinado?

– Combinado. Mas só pra você saber, a festa é só sexta feira. Daqui a três dias. Eu ainda tenho muito tempo pra convencer você a ir.