Ela Em: Revelações escrita por yasha-hime


Capítulo 4
"Yon"


Notas iniciais do capítulo

Nossa! Como YunHo e Sousuke são ciumentos...
=O



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Mayumi permanecia a olhar para o coreano totalmente encantada, pasma e surpresa. Voltou a se sentir uma idiota por estar sem nenhuma reação, mas o que não podia ver era o brilho cintilante em seus olhos ao olhar para Kim e seu sorriso abobalhado, mas bonito, que de certa forma também encantava o rapaz.

Quem estava mais que insatisfeito, obviamente, era Sousuke. Ele desejava do fundo de sua alma que a amada o olhasse daquela maneira, que sorrisse daquele jeito ao vê-lo. Sentiu uma intensa inveja por não ser o motivo de tanta admiração. A achava uma idiota, como sempre por tudo aquilo. Mas... Oh Deus! Como ele desejava ser Jaejoong naquele momento só para poder contemplar e ser o alvo daquele olhar brilhante e daquele sorriso encantador... Mas não era... E isso o deixava irado e possesso. Uma chama furiosa queimava seu coração. Como ele queria ir até lá e arrancá-la da frente daquele “imbecil” (pensamento dele). Estava prestes a fazer aquilo. Deu poucos passos furiosos em direção aos dois, mas foi detido pelo Sargento Kojima, que não falou nada, apenas o olhou com olhar de desaprovação e o jovem ficou parado onde estava, bufante, mas parado.

O Sargento dava sorrisos abertos ao ver a neta tão “alienada”... Ela não costumava ser daquele jeito, pelo menos ele nunca tinha visto. Aquilo tudo era novidade, uma novidade cômica, mas uma novidade.

 

Depois de quase “babar” em cima do moreno a agente finalmente recobrou sua consciência, ou, pelo menos, parte dela. Sem deixar de sorrir, mas com um olhar mais atento a realidade ela coçou a cabeça enquanto a abaixava e disse meio envergonhada:

 

- Kim, isso sim que eu chamo de uma ótima surpresa.

 

Com um toque delicado,e gentil ele segurou o queixo da menina com um dos dedos e ergueu a cabeça da mesma fazendo com que ela voltasse a olhá-lo diretamente. Continuando a sorrir ele disse:

 

-- Eu precisava te ver... novamente...

 

Antes de o cantor concluir sua frase Sou elevou sua voz demonstrando todo seu descontentamento:

 

- Hey! Mayumi! Se avô e eu estamos aqui. Vê se não esquece de nós...

 

Naquela hora May se sentiu furiosa com seu superior. Como ele podia interferir num momento tão... perfeito como aquele? Então ela se virou para ele e disse num tom calmo, mas bem sério:

 

- O meu avô até que eu queria aqui, mas você... Há... – deu uma risadinha de extremo desdém. Aquilo deixou o tenente envergonhado e mais irado ao mesmo tempo, só que ele também ficou mudo naquela hora, não sabia o que dizer... Ela o tinha “humilhado” na frente daquela...coisa. “Como ela foi capaz de fazer isso?”. Pensou ele com um olhar fulminante pra cima dos dois, mas logo depois abaixou a cabeça e permaneceu calado, pelo menos naquele momento.

 

Hero olhava para todo o apartamento de Mayumi e viu a caixa de pizza sobre a mesa e logo comentou mais sorridente ainda:

 

- Pizza?! – sentiu seu estômago roncar. – Isso me lembrou que estou com fome.

 

May sem titubear partiu em direção à mesa, mas logo Sou percebeu seu pensamento e foi bem mais rápido que ela, correu até a mesa e pegou a caixa de pizza segurando contra seu peito. Dirigiu seu olhar à Jae e disse ainda com sua expressão severa:

 

- Como se não bastasse, ainda quer tomar a MINHA pizza? Não, não! – balançou a cabeça. – Isso não. Vai filar uma bóia em outra freguesia seu... babaca!

 

Ichiro Kojima estava achando tudo aquilo mais que divertido. Tinha até se sentado na cama de sua neta para apreciar aquela cena besta. Dava baixas risadas, só pra ninguém perceber.

Enquanto isso Mayumi estava indignada com tamanha grosseria do tenente, que permanecia agarrado a pizza e olhava para Hero cheio de ódio, e ao contrário dele o rapaz apenas coçava a sobrancelha, meio encabulado, mas também achando aquilo tudo bem engraçado. Sousuke estava mais parecendo uma criança egoísta que não queria dividir nada... May então partiu pra cima de Sousuke tentando lhe tirar a caixa de pizza, ele relutou bravamente, os dois discutiram:

 

- Pára de ser babaca e egoísta! Tem pizza pra todo mundo. – ela puxava por uma ponta.

 

- Pra QUASE todo mundo. Pra esse ai não tem não. – Sou ainda olhava pra Hero cheio de raiva e ao mesmo tempo puxava a outra ponta da pizza.

 

Kojima naquele instante não controlava a gargalhada e o coreano também se deixava sorrir sem medo. Ao ver que ele ria na mesma hora o tenente soltou a caixa, fazendo com que a menina quase caísse, mas ela acabou se equilibrando. Então ele partiu parecendo disposto a tudo pra cima do cantor. Chegou bem próximo a ele e começou a empurrá-lo com a ponta dos dedos e a dizer:

 

- Tá rindo do que hein seu estúpido? Tá me achando com cara de palhaço?

 

Retrucando aquele comentário Hero respondeu ainda rindo:

 

- Não só a cara, mas suas atitudes também.

 

A fúria de Sou aumentou ainda mais naquele momento, imediatamente ele fechou o punho direito, estava pronto para dar um murro no outro quando May se colocou no meio dos dois.

 

- Hey, Hey! Vamos parar com isso? Estão parecendo dois adolescentes delinqüentes, dois galinhos de briga. Vamos todo mundo respirar fundo e se tranqüilizar?

 

Hero parecia que queria mesmo enfurecer o tenente. Só esperou a menina terminar de concluir sua frase e já foi abraçando-a pela cintura, trazendo-a bem próxima a si. Ele ainda disse olhando para Sou:

 

- Que isso May-hime?! Eu estou tranqüilo. Eu acho que você tem é que dar uma vacina pra esse... Hm...esse cão raivoso ai... – apontou para Sousuke que agora sem pena nem hesitação lhe deu um soco certeiro no nariz. Jae ao receber o soco imediatamente levou a mão ao rosto e se inclinou um pouco para frente.

 

- SOUSUUUKEEEE! – gritou ela sem saber o que fazer, não sabia se ajudava Jae, que estava passando a mão sobre o nariz acertado, mas que não tinha perdido o sorriso irônico, ou se partia pra cima do tenente para lhe dá inúmeros chutes e socos. Só que não precisou fazer nada. Quando se deu conta seu avô já estava pondo o homem para fora pela gola da camisa. O velho dizia enquanto o empurrava para o lado de fora:

 

- Anda logo seu moleque. Vai refrescar a cabeça. Minha neta não precisa de estressadinhos como você aqui não. – o jogou para de fora do apartamento e bem rápido fechou a porta.

 

Sou quando se deu conta já estava do lado de fora do apartamento. Sentia-se meio confuso, não sabia como tinha ido parar lá tão facilmente, foi tudo tão rápido. “Ah... O velho me pegou desprevenido”. Pensou ele prestes a bater na porta, mas logo desistiu. Na mesma hora sentiu um profundo arrependimento. Nunca tinha agido daquela maneira tão impensada. Tudo tinha sido tão vergonhoso. “Como pude fazer tanta besteira?”. Perguntava-se ele enquanto apoiava a cabeça na porta.

 

- Droga! – esmurrou a mesma. – Eu estou fazendo tudo errado. – olhou para o relógio que marcava onze e meia e disse numa voz meio baixa:

 

- Ainda tem um bar qualquer aberto... To precisando de uma bebida. – e saiu do edifício.

 

No apartamento da jovem policial ela estava dando uma examinada no rosto de Kim. Os dois permaneciam de pé ainda perto da porta. Ele ria enquanto comentava:

 

- Aquele otário bate como uma mulherzinha.

 

- Você está dizendo isso porque não está vendo como está roxo seu nariz. Sorte que não sangrou ou quebrou... – respondeu ela enquanto colocava uma pedra de gelo qualquer envolvida num pano sobre o rosto do “ferido”. Ele tomou o pano em suas mãos e disse:

 

- Ah... Pára! Não exagera...

 

O Senhor Kojima naquela hora se pronunciou, estava deitado no sofá, nenhum dos dois tinham percebido que ele tinha se deitado e pretendia dormir. Então ele disse meio... enraivecido.

 

- Garotos... – ajeitou seu travesseiro e logo depois olhou para o relógio: - Já passa da meia noite e eu to querendo dormir. Se não fosse muito incômodo, poderiam conversar lá fora?

 

A menina olhou para seu avô, que agora ajeitava suas cobertas e logo depois para Hero e perguntou:

 

- Não acha que está muito tarde? Você com certeza amanhã terá muito que fazer...

 

Ele apenas sorriu e sem saber o que fazer com o pano que já estava mais que molhado e sem gelo algum entregou para a menina e disse:

 

- Que nada! Isso pra mim já ainda é muito cedo. Mas eu tive uma idéia. Que tal a gente dar uma volta pra conversar e deixar o seu avô dormir em paz?

 

Do outro lado do quarto/sala o velho gritou ainda deitado:

 

- É isso ai garoto! Finalmente alguém que pensa. Casa com ele filha!

 

A pobre Mayumi se sentiu mortalmente envergonhado pelo comentário mais que inconveniente do avô, logo agora que ela já estava se acostumando com a presença de Hero ele precisava fazer aquilo? Enquanto isso o coreano parecia não se abalar e ainda por cima disse para o velho:

 

- Sargento! Sargento! Não fica dando essas idéias...

 

- Eu tenho certeza de que é isso que ela quer moleque. – Ichiro se ajeitava no sofá.

 

-Vô... – disse a menina mais que envergonhada, com voz baixa e tímida.

 

- Ah, Mayumi... Pára de enrolação e sai logo com o rapaz, só assim vou dormir. – e colocou a coberta por cima do rosto.

 

A agente olhou para o cantor tentando não se deixar levar pela timidez e disse com um sorriso amarelo:

 

- Vamos pra algum lugar?

 

- Opa! É claro! Mas olha só... Eu não posso me esquecer de te dar isso. – tirou a blusa toda amarrotada de Mayumi que estava em um dos gigantescos bolsos de sua calça e a entregou.

 

- Nossa! Eu não acredito!  - disse ela surpresa, mas visivelmente feliz. Por impulso deu um estalado beijo no rosto do rapaz que sorriu. Logo depois ouviu mais uma vez seu avô reclamar:

 

- Vocês ainda estão ai? 

 

- Ah! A gente já tá saindo vô e olha o que o Hero trouxe... – jogou a peça que acertou o avô bem no rosto e ainda disse:

 

- Eu não ia conseguir viver sem esse seu presente... – pegou Jae pela mão, jogou o pano que antes estava com gelo no chão e saiu em disparada do apartamento, estava com medo do que o avô pudesse fazer caso levantasse, mas o homem parecia só querer dormir mesmo. Abraçou-se agora a blusa que deu de presente a neta e finalmente conseguiu dormir seu sono tão esperado.

 

May e Hero saíram sorridentes e ainda correndo do edifício.

Ele parou por um tempo e começou a respirar fundo enquanto colocava a mão sobre o peito.

Enquanto isso ela o olhava de frente e ria dizendo:

 

- Tá fraquinho hein? Não agüenta nem uma corridinha...

 

- Ufa! – ele respirou fundo mais uma vez e a olhou, parecia mais que cansado:

 

- Faz um tempo que não corro tanto. E você me fez descer seis andares pó! Eu ainda estou me recuperando...

 

- Há há há!É muito frouxo mesmo!Eu que mal sai do hospital to aqui inteirinha, agora você... Tá quase tendo um piripaque...

 

- Não exagera... Mas um dia quando eu retomar minha rotina você vai me acompanhar numa corrida de...hm... 50 km.

 

- Isso é pouco!

 

Ele a olhou meio assustado:

 

- Garota! Tu é louca? Você existe mesmo? – se aproximou dela e beliscou seu braço.

 

Ai! – reclamou ela pondo-se a estapeá-lo rindo. – Isso machuca!

 

- Mas só foi um beliscão, só um assim... – e a beliscou mais uma vez, agora sorrindo.

 

- Hero! – segurou ambas as mãos dele e o olhou diretamente nos olhos. – Você quando quer sabe ser chato, hein? – sorriu.

 

Ele então soltou suas mãos e de repente, sem ela nem sequer imaginar, envolveu seus braços no pescoço dela dando um abraço carinhoso.

 

- Eu sei! Sou assim com quem eu gosto.

 

A menina ficou muda, não sabia o que fazer com os braços, por isso os deixou estendidos, só deixou que ele a abraçasse. A confusa May permanecia de olhar arregalado, muito surpresa.  O que a acalmava de certa forma era poder sentir contra seu corpo as batidas calmas e serenas do coração de Kim, aquilo a fez fechar os olhos para poder apreciar mais o momento e quando se deu conta também o estava abraçando de uma forma terna e gentil como ele a abraçava.

 

Enquanto isso no apartamento dos meninos da banda Yunho estava aflito, não dormia e não deixava ninguém dormir porque ficava andando de um lado para o outro, abrindo e fechando todas as portas do apartamento enquanto não desistia de ligar para Hero. Max se levantou já meio irritado e foi para a sala onde estava o líder:

 

- Assim não dá Yun. Você não dorme e não deixa ninguém dormir aqui.

 

- É que estou preocupado. – com o telefone na mão, e pra lá de ansioso. Ao ouvir mais uma vez dar em caixa postal ele rediscou o número e continuou a falar olhando para o mais novo:

 

- O Hero não atende. Eu não sei se aconteceu alguma coisa.

 

Agora foi Junsu que apareceu sonolento. Também foi até a sala onde estavam os dois e reclamou enquanto passava as mãos sobre o rosto:

 

- Vem cá. Vocês não vão dormir não? Já passa das uma...

 

- O Yunho não quer deixar. – disse Max se esparramando no sofá e ligando a televisão.

 

- Xiii! Silêncio! Acho que agora ele vai atender... – pediu Yun, esperou alguns segundos e mais uma vez... caixa postal: - Droga! Assim não dá. – Estava a ponto de jogar o celular contra a parede quando Micky chegou e logo arregalou os olhos e pos suas mãos na frente de seu rosto a fim de se proteger:

 

- Calma ai que estou chegando.

 

O líder controlou sua ira, abaixou seu celular e foi se sentar lado de Max.

 

- Droga! Eu to preocupado gente... – se jogou no sofá.

 

 

 

Já o tenente afogava toda sua preocupação em seu 5º copo de cerveja sentado no banco de um bar qualquer e bem podre. Ele tinha tomado uma vez com um companheiro de trabalho e acabou se “apaixonando” pela bebida, só que não tinha o costume de beber muito, não mais que dois copos. Enquanto ele tomava mais um gole e abraçava um homem que nunca tinha visto sequer mais gordo dizia com palavras meio atropeladas:

 

- Pois é cara! Eu faria tudo por aquela mulher. Mas parece que ela prefere ficar com aquele... Aquele... Blerght. – faz careta e tomou mais um gole. -... Kim JaeJoong.

 

O homem, que também não estava muito sóbrio e o acompanhava na “cerveja” lhe respondeu enquanto dava tapinhas camaradas em suas costas:

 

- Mas é sempre assim cara! Elas não sabem dar valor quando tem alguém que realmente às ama. Eu vivi um caso parecido com minha mulher... Ela se arrastava toda por um bonitão qualquer, mas eu consegui.

 

Agora cheio de esperança no olhar o tenente olhou para o desconhecido e perguntou:

 

- É? E como você conseguiu? O que você fez?

 

- Ah! – o outro tomou mais um gole da bebida e tirou um cigarro que estava no maço por cima do balcão do bar:, era de um outro alguém que ele nem tinha visto, mas estava ali então ele decidiu pegar “só” um.  - Eu não desisti. Fui até o fim. Até que ela percebeu que eu era o melhor pra ela. E eu acho que é isso que você deve fazer.

 

O agora mais que bêbado Sousuke olhou para seu relógio, pareciam que os ponteiros estavam a dançar, mas ele ainda conseguia ver a hora, ou pelo menos achou que via:

 

- Ainda é cedo... Quer saber de uma coisa? – se levantou meio cambaleando: - Eu vou agora mesmo até o apartamento dela e falar tudo o que eu devia ter dito.  – deu alguns passos involuntários para trás e foi amparado por dois homens.

 

-          To legal! To legal! – disse ele se forçando a manter o equilíbrio. Depois tirou varias notas de ienes que nem ele sabia quanto era e deixou no balcão como pagamento e saiu do bar ainda trocando as pernas.

 

Hero e May estavam no pequeno playground do edifício. Um lugar bem pequeno mesmo, mas tranqüilo e bom para se estar. Tinha poucos brinquedos, muitas árvores e dava pra ter uma visão privilegiada do céu, da lua e das estrelas. Ela estava sentada em um balanço olhando para a lua enquanto ele a empurrava lentamente. Os dois conversavam:

 

- Sim! O Sousuke é maluco. – disse ela meio sem jeito, mas acabou se concentrando na sensação gostosa do vai e vem do brinquedo e no brilho intenso que a lua ganhava quando pouca iluminação se tinha.

 

- Mas você quer saber de uma coisa? Desde que você sentou nesse balanço não pára de ficar falando nesse ai... Estou ficando com ciúmes. – ele riu e continuou seu movimento.

 

A menina parou de falar por alguns instantes. Mais uma vez Kim a tinha deixado sem reação, ela nem tinha percebido que realmente só falava do tenente, mas como assim “ciúme”? O que Hero tinha pretendido dizer com aquilo?  Ela então abaixou a cabeça.

 

De repente o rapaz parou de balançá-la e colocou a mão em um de seus bolsos tirando um celular e dizendo:

 

- Droga! Eu tenho que avisar os garotos. Com certeza eles estão preocupados. –logo ao ligar seu aparelho a primeira coisa que o mesmo fez foi tocar. No identificador logo apareceu: “Yun”. Hero atendeu e sem nem ter a chance de falar o líder já disparou várias perguntas:

 

- Onde você está? Você está bem? O que aconteceu? Por que não volta pra casa? Não sabe que é muito difícil andar pelas ruas nessa hora? ...

 

- Calma Yunho... - pediu o mais velho se afastando de May que agora estava a se balançar sozinha....

 

 

 

Bem próximo a aquele lugar, especificamente na porta do apartamento da jovem o sono tranqüilo do velho Sargento Kojima fora interrompido por insistentes, altas e desesperadas batidas na sua porta. O velho acordou furioso e resmungando:

 

- Droga! Esse lugar aqui é um caos. Não podemos dormir em paz. – ele olhou a sua volta e percebeu a ausência da neta. – Será que é ela querendo entrar? Bom... Acho que ela não é tão babaca pra esquecer as chaves. – o velho calçou seus sapatos de qualquer maneira e foi até à porta. A abriu e se deparou com Sousuke visivelmente bêbado. O tenente entrou sem pedir licença e já perguntando:

 

- Cadê ela? – a procurava pelo pequeno apartamento sob o olhar meio assustado e surpreso do senhor que estava estático com aquela cena, nunca tinha imaginado a possibilidade de um jovem como Sousuke Hashimoto ser um... alcoólatra.

 

O tenente se voltou para o sargento:

 

- Cadê a Mayumi?

 

-Ela saiu com aquele cara que você deu um murro e ainda não voltou.

 

Naquela hora a chama do ódio de Sou voltou a brilhar em seus olhos, ele foi em direção ao senhor enraivecido, o outro só aguardava sua aproximação, mas antes disso acontecer o rapaz se enrolou com um tapete que estava no chão, não chegou a cair, mas para se soltar foi bem difícil. Precisou Ichiro pisar no tapete pra só assim Sousuke se ver livre da peça. Notando o estado lastimável do jovem o sargento foi até o bolso de sua farda e tirou um comprimido, logo depois o entregou para o rapaz:

 

- Toma moleque. Você vai precisar disso pra curar a ressaca. Agora senta ai no sofá e vamos conversar...

 

 

 

Hero e Yunho ainda conversavam, ou melhor, discutiam. O primeiro já tinha se afastado bem da jovem Mayumi, que continuava meio desligada nos movimentos do balanço e no brilho intenso da lua e das estrelas.

 

- Que droga Yun! Por que você insiste em pegar no meu pé? – perguntou Kim meio escondido atrás de uma das arvores.

 

- Será que me preocupar com você é pegação no pé? Você se esqueceu o que aconteceu um tempo atrás? – também perguntou o líder que estava sendo observado pelos meninos da banda que só fingiam que viam televisão.

 

- Não esqueci, mas é passado. – respondeu o mais velho enquanto tirava uma folha da árvore.

 

- Mas você devia se cuidar mais. Todos aqui estávamos preocupados, pelo menos você poderia deixar o telefone ligado pra gente não ter que arrancar os cabelos de preocupação.

 

- Tá... Eu sei! Isso eu assumo que foi um erro. Mas eu desliguei e esqueci de ligar... – e arrancou mais uma folha, estava meio tenso.

 

- E posso saber qual foi o motivo pra esse esquecimento?

 

No apartamento de May, Sou e Ichiro conversavam sentados no sofá, o rapaz parecia mais sóbrio e dizia:

 

- Eu já estou cansado de falar isso, mas é inevitável. Eu amo sua neta Sargento e não é pouco.

 

O senhor deu um suspiro e abaixou a cabeça, o outro continuou:

 

- Eu não sou a pessoa mais romântica do mundo. Eu vivo metendo os pés pelas mãos, fico bancando o imbecil e só fazendo coisas estúpidas, mas é inevitável. Só de pensar na possibilidade de perdê-la pra alguém eu já me desespero, uma angustia toma conta de mim e eu não sei como agir. Eu nunca fui bom nessas coisas, na verdade essa é a primeira vez que eu amo alguém de verdade por isso faço asneira atrás de asneira. Esse é um território novo e ainda falta muito para eu me habituar a ele, se é que algum dia ainda conseguirei isso. Mas na minha vida atualmente eu só tenho uma certeza. Eu quero e eu amo a May... – as palavras do rapaz transpareciam uma imensa sinceridade.

 

- Calma, calma garoto! – disse o senhor dando tapinhas no ombro do outro: - Você erra muito ao ficar pensando e dizendo esse “Eu quero”. Querer é uma coisa e poder é outra. Antes de qualquer coisa você tem que controlar essas suas emoções. Da maneira catastrófica como você age não conseguirá nada. Antes de qualquer coisa você tem que pensar e medir suas ações. Atitudes bruscas só vão fazer minha neta se afastar de você. Quando sentir o desespero tomar conta de você se tranqüilize. E se lembre que não é preciso você ficar falando um monte de besteira pra minha neta, eu a conheço. Ela se importa mais com ações do que com palavras. Só tome cuidado pra não fazer o que você fez hoje, assim você perde toda a moral com ela e não diga pra ela que eu te falei, mas... ela guarda uma admiração e um grande afeto por você. É só você saber aproveitar isso... – o senhor tinha um ar sábio e parecia saber muito bem o que estava falando.

 

Sousuke ouvia atentamente e nas últimas frases um aberto sorriso brotou em seu rosto.

 

Kojima pegou o telefone fixo do apartamento da menina e entregou para Sou dizendo:

 

- Não pense que estou do seu lado, eu também fui com a cara do outro lá. Mas eu sei que a minha neta é apta a fazer ótimas escolhas e todos na vida têm que ter uma chance. Agora liga pra ela, se demonstre preocupado e diga que está me tranqüilizando por que estou à beira de um ataque de nervos por ela não chegar. Peça pra ela vir pra casa agora.

 

Imediatamente o jovem pegou o telefone e ligou para a menina, que atendeu, olhou no visor e falou:

 

- Oi vô! Acordou foi?

 

- Não é o sargento, Mayumi. Sou eu, Sousuke.

 

Na mesma hora May se levantou do balanço muito preocupada:

 

- O que foi Sou? Por que está ligando do meu telefone? Aconteceu algo com meu avô?

 

Kojima permanecia ao lado de Sousuke ouvindo tudo e incentivou menino a falar com gestos, ele continuou:

 

- Não. Seu avô está bem. Ele só me ligou meio apavorado perguntando se eu sabia onde você poderia estar. Eu também me preocupei e vim pra cá, eu não sabia o que fazer e essa foi a primeira coisa que eu pensei. Você está bem May? – ele dizia em um tom manso e gentil, nem parecia o Sousuke Hashimoto normal.

 

A menina deu um discreto sorriso e logo respondeu mais aliviada:

 

- Estou sim. Mas não precisa ficar preocupado não, nem você nem ele. Eu já estou voltando, só vou me despedir do Hero.

 

Ao ouvir “Hero” mais uma vez Sou sentiu seu ciúme consumi-lo, olhou para Ichiro como se procurasse um conselho para àquela hora, o velho apenas pediu calma com as mãos e numa voz muda. O tenente respirou fundo e respondeu conseguindo finalmente se controlar:

 

- Tudo bem May. Mas vem logo. Eu só vou sair daqui quando você chegar. Por favor, não demore.

 

- Tá Sou! Já to indo, estou bem perto. Chego bem rápido. Beijos.

 

- Beijos e TE AMO! – ele desligou logo depois de dizer a frase. O Sargento o olhava. O menino estava meio pálido, com certeza de nervosismo, até que o senhor decidiu dar mais confiança:

 

- Você foi bem garoto! Além de demonstrar preocupação com ela também se demonstrou prestativo a mim. O “te amo” no final foi bem... inesperado e isso foi bom. A tomou de surpresa, com certeza ela não vai conseguir esquecer por um bom tempo. Você está indo bem garoto. – Kojima sorria para o rapaz que parecia orgulhoso.

 

 

 

Enquanto isso Hero e Yunho discutiam:

 

- Droga! Você esquece o celular desligado por causa dessa... policial? – gritava o líder do outro lado da linha.

 

- Não fale assim dela. Eu não permito. – o mais velho com uma voz não muito baixa.

 

- Eu vou falar do jeito que quiser. Você está se tornando um irresponsável. Mas não quero mais discutir por aqui. Volta pra casa agora que a gente conversa. – Yunho desligou o telefone sem deixar Jae dar mais nenhuma palavra, este, por sua vez, também desligou o celular furioso.

 

Mayumi chegou perto dele cheia de receios, percebia que o clima estava bem tenso. Então ela perguntou timidamente enquanto se aproximava do coreano que ainda estava de costas e detrás da árvore:

 

- Problemas Jae?

 

Ele tratou de se virar pra ela tentando disfarçar que estava meio chateado, colocou o celular de volta no bolso e respondeu com um sorriso meio falso:

 

- - Não! Só tenho que ir pra casa. Está tarde e os meninos estão preocupados.

 

- É! Eu entendo. Meu avô também está. Temos que confessar que nos atrasamos e muito. Devem ser umas duas da manhã.

 

Hero olhou para o relógio e disse:

 

- Duas e meia. – ele então a olhou de uma forma doce e foi se aproximando lentamente. A menina permanecia parada, apenas esperando ele dar cada passo. Quando estavam bem próximos ele lhe acariciou os cabelos e deu um suave beijo em sua testa, uma beijo que acabou por faze-la suspirar. Então a abraçou em mais um abraço carinhoso e disse:

 

- Vou te levar até a portaria de novo e depois eu vou embora. – a beijou agora na bochecha. A menina permanecia muda. O rapaz então a pegou pela mão e a guiou até a portaria. Foi um caminho bem curto, quando se viu ela já estava entrando em seu prédio e “despertando” de um sonho. Olhou para o cantor que já estava em seu carro e acenando para ela, que fez o mesmo. Logo ele deu partida e ela o viu sumir no horizonte só para depois entrar.

 

No caminho de volta para casa ele pensava no sermão que ainda teria que ouvir do líder. Enquanto ela suspirava com as lembranças daquela madrugada e também... Do “te amo’’ de Sousuke.


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Notas finais do capítulo

e ai?
td bem?
vem sempre aqui?

/baka

*apanha*



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