–Então Finn, você e Rachel não estão mais juntos? - perguntou Burt, enquanto comia um pedaço de frango que estava pálido e provavelmente mal temperado, fruto dos novos cuidados que ele tinha que ter com a sua saúde.

O quarterback engoliu a comida com dificuldade e, fez uma careta por, infelizmente, ter que relembrar aquilo. Mas ele sabia que aquele era apenas Burt tendo ouvido a novidade de Kurt e tentando ser um pai que ele jamais tivera, mas aquele era um assunto incômodo e recente.

–Podemos não falar disso nesse momento? 

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Rachel gostaria de falar mais, mas ela não conseguia, não com Quinn sentada ao seu lado e não ao saber o quanto todos a achavam irritante, mas ainda assim a garota mais bonita da escola estava ali na casa dela, estudando com ela. Então, Rachel só se dispunha a falar o necessário. E Quinn? Ela mal falava, um túmulo, que se punha vez ou outra a divagar sobre a sua leitura da semana e Rachel só podia imaginar, que ela possuía uma biblioteca dentro da sua casa para ler tantos livros.

Quinn tinha os cabelos longos delicadamente caídos sobre os seus ombros enquanto mordiscava a caneta e se concentrava no livro de física que estava na sua frente. Elas estavam no quarto de Rachel e quando elas marcaram timidamente no corredor da escola de estudar "Física", os hormônios recém adquiridos aos seus quinze anos de idade, imaginaram que algo diferente ia acontecer no seu quarto.

-Você está fazendo teste para cheerleader. - murmurou Rachel, comentando os burburinhos que havia ouvido essa semana nos corredores, ela e Quinn não se falavam muito na escola porque Quinn tinha um primo incômodo que estava cursando o seu último ano lá e preferia evitar que a família a visse com a “Menina que tinha dois pais”.

-Na verdade, eu entrei. - respondeu Quinn, desviando os olhos do caderno e dando um sorriso, ainda com a caneta em sua boca.

Rachel sorriu tímida, demonstrando a sua felicidade pela realização de Quinn. Ela era linda, inteligente, tímida, doce e agora, cheerleader, sem esquecer, 'dona de um físico incrível', existia algum defeito em Quinn? Talvez o fato de que ela estava na casa de Rachel, falando com ela.

-Isso é ótimo! - falou, enquanto Quinn baixava novamente os olhos até o seu livro.

Ela mordeu a caneta e Rachel não pôde deixar de reparar nos lábios rosados tocando suavemente o plástico da caneta enquanto Quinn mordiscava e não pôde evitar desejá-los. Quinn levantou uma sobrancelha, tentando obter uma resposta de Rachel, que pigarreou e desviou seu olhar, envergonhada, após ter sido pega completamente hipnotizada pelos lábios da loira.

-Se você quer, apenas me beije, Rach. - falou a cheerleader, com um tom provocante em sua voz e fazendo a morena abaixar a cabeça, tímida e envergonhada após a realização ser dita pela boca da loira.

Rachel balançou a cabeça, tentando jogar fora as ideias que passavam pela sua mente e voltou a prestar atenção no seu livro. Até sentir a mão gélida, branca e delicada de Quinn no seu queixo, puxando seus lábios para um tímido beijo ela sorriu, perdida nos olhos esverdeados da loira que também esboçou um sorriso brincalhão.

 Elas continuaram estudando por mais meia hora, e a morena estava com dificuldade para acompanhar o raciocínio que estava escrito nas páginas do livro e do caderno da sua namorada.

A loira finalmente riu e largou a caneta sobre o livro, parecendo exausta.

-Eu acho que preciso de respiração boca a boca. - brincou, levantando uma sobrancelha e olhando para Rachel, ela se divertia no fato de que ela e Rachel ainda não conseguiam se sentir totalmente à vontade como namoradas, talvez, simplesmente não fosse destinado a ser, talvez, fosse cedo demais, para ser, porque aquela menina fazia seu coração doer em apenas sorrir para outra pessoa, mas ela não sabia disso e Quinn jamais iria ser menos orgulhosa e falar para Rachel todas essas coisas.

-Eu achava que estava morrendo sufocada desde que as contas passaram a não ter nenhum número nelas e não estou reclamando. - brincou Rachel e Quinn riu. A morena realmente estava hiperventilando à cerca de meia hora.

A loira sorriu e dirigiu sua mão até uma mecha de cabelo da morena, tirando ela do seu rosto, pousando seu dedão na bochecha de Rachel e acariciando o local levemente. Esta fechou os olhos e deitou seu rosto na palma da mão da loira, que estava completamente hipnotizada com a beleza da morena.

Estava queimando, mas ela gostava da sensação, não era quente e ruim, era quente e agradável. Quinn se aproximou, com o olhar preso nos olhos negros que estavam abertos na sua frente agora, a fitando intensamente, ela sentiu o ar quente da morena na sua boca, antes que seus lábios se tocassem levemente e choques fossem transcorridos por todo seu corpo.

Seus lábios tocaram os lábios macios da morena com veemência e pressa, ela sugou o lábio inferior da morena que soltou um gemido baixo por entre os lábios, e de repente ela estava muito longe, sentada com aquela cadeira quase na sua frente e, parecendo entender o que havia passado pela cabeça dela Rachel rapidamente se moveu para o colo da loira, pressionados os lábios ainda cerrados dela com a sua língua e pedindo passagem, sua língua tocou a da loira que instintivamente apertou a camisa sobre suas costas e permitiu a entrada a deixando explorar a sua boca, Rachel e Quinn riram entre os lábios uma da outra com a pressa e o desejo envolvido no beijo e Quinn assumiu o controle da situação, empurrando a língua da morena de volta para sua boca, passando uma de suas mãos delicadamente na perna da morena e diminuindo a velocidade do beijo, ela queria ficar assim com ela por pelo menos mais algumas horas, ou até precisar recuperar o folego e beijar ela daquela forma, não ia ajudar a cumprir a sua promessa para o clube do Celibato que ela havia acabado de iniciar. Ter ela sentada no seu colo, já não ajudava em nada a cumprir a sua promessa.

-Você prometeu, lembra? - disse a loira interrompendo o beijo, com uma Rachel ofegante, depositando beijos no seu pescoço agora, enquanto arranhava e puxava a sua camiseta nas suas costas, fazendo-a soltar suspiros audíveis e indesejáveis, a morena se conteve por alguns segundos e subiu até o ouvido da loira que a sustentava e apertava sua saia entre os dedos.

-Sim, Quinn, eu prometo ser virgem até o nosso casamento. - sussurrou provocante e Quinn a puxou de volta para os seus lábios com a mesma pressa de antes. Ela, definitivamente, seria mandada logo para o inferno se ela continuasse com aquela garota.

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Quinn levantou a cabeça da sua mesa e limpou um pouco da baba que havia escorrido da sua boca. Ela devia ter adormecido estudando e sonhou, com uma lembrança, bem, até onde ela lembrava era ela quem costumava deixar marcas espalhadas estrategicamente no pescoço de Rachel, mas o sonho se parecia muito com algo que costumava acontecer entre elas no primeiro ano.

Ela respirou fundo sentindo o incômodo que o sonho havia causado nas suas partes íntimas, ainda mais agora que ela já havia quebrado a promessa do celibato e seu corpo implorava com mais frequência que ela desse fim ao desejo que estava nele, por Rachel. Quinn relembrou que Rachel também havia quebrado a promessa, e como ainda doía como o inferno vê-la dirigir seu sorriso para alguém que não era ela. Contudo, agora, Quinn sabia melhor que Rachel que ao dirigir seu amor, seus beijos, seu corpo e suas lágrimas para outra pessoa, machucava muito mais. Agora, não era mais o nosso casamento, era apenas o dela, de Rachel.

Talvez, ela e Rachel não estivessem destinadas a acontecer, talvez, elas só haviam se encontrado antes do tempo. E doía como o inferno, saber que o que ela sentia, só parecia crescer enquanto no peito de Rachel ela podia ver que sumira.