Ordem Dos Bruxos escrita por Ryduzaki


Capítulo 1
Capítulo 1 - Nascer Das Trevas


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!



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 Hoje não me levanto da cama, de jeito nenhum. Mas com o despertador no armário, eu tinha de levantar e desligar, afinal eu não quero acordar os outros.

Me levanto, olho a janela, a cidade ainda adormece, o céu está praticamente escuro e as estrelas, inundando o céu pela manhã.

Vou ao banheiro e tomo um banho. Limpo o vidro embasado e encaro meu reflexo.‘’Hoje o dia vai ser longo, mas com sorte, não vou para a direção’’, falei sozinho.

Voltei ao meu quarto, peguei uma camiseta do Avenged Sevenfold, minha jaqueta gótica, calça jeans e um tênis. Meu celular e meus fones também são indispensáveis!

Já estava na porta de casa quando em lembro, se vou pra escola, tenho que pegar minha mochila. Saio do apartamento e chamo o elevador. Nesse tempinho, coloco meus fones e uma música aleatória. O elevador chega e desço até o térreo e saio de casa.

As ruas sempre vazias pela manha, um ar frio, obscuro... é incrível.

Continuo no meu caminho para a escola, é uma monotonia. A escola, casa, computador, dormir... não gosto de rotina, e ainda ser forçado a adotá-la? Ninguém merece.

Atravesso uma rua meio sem prestar atenção e um carro freia bruscamente. O motorista me xinga e faz cara feia, ignoro.

7:05, 7:10,7:15... estou parado na frente do colégio. Entro, sempre com uma frieza de não olhar na cara das pessoas. Alguns tratam como grosseria, mas pra que cumprimentar? O sorriso falso na cara das pessoas... é, prefiro ser chamado de grosso.

Subo as escadas e chego no 2° andar e vou até a sala do 1° Ano Ensino Médio. Na porta da sala, umas 3 meninas estão sentadas, fofocando com toda certeza. Quando eu passo, ouço uma sussurrar a outra ‘’Meu deus! Esses olhos verdes!’’, a outra responde ‘’Pena que é tão anti-social’’. Elogio seguido de critica, era melhor ter ficado quieto.

Na sala, alguns alunos já conversavam e riam. Chego na minha carteira e me sento, deito minha cabeça sobre meus braços. Estou ali olhando, outros humanos, rindo, fingindo, todos dizendo serem amigos, mas depois não se vê eles juntos.

‘’Sozinho na verdade do que junto numa mentira’’, penso. Mas o que é verdade? O que é mentira? Perguntas sem respostas é quase tão ruim quanto silencio entre dois apaixonados... mas que comparação foi essa? Ok, mais uma pergunta.

Levanto minha cabeça e olho pela janela, na casa do outro lado da rua, um gato anda pelo telhado. Ele anda com agilidade e velocidade e depois, pula e cai no pátio da casa, como se a queda não tivesse existido, caiu em pé e saiu andando tranquilamente. Uma casa de 3 andares e o gato preto pula, não se machuca. Quem não gostaria de ter essa habilidade? Um sem humano normal teria como ter essa agilidade? É tão difícil evitar as perguntas, o problema é as respostas.

-Rafael... – uma voz feminina me chama, me tirando dos meus pensamentos – Oi!

-Oi... – falo e me viro para a garota.

-Eu queria só lhe dar o convite da minha festa – ela me estende um envelope preto.

-Ah, tudo bem, obrigado – pego o convite.

Ela da um sorriso e vai falar com outras amigas. Eu com todo esse meu ‘’espírito de festa’’, tenho tempo pra pensar... o sinal toca, nossa, tinha esquecido que estava no colégio.

Aula de química para começar bem a semana. Puxo meu caderno e começo a desenhar, no começo algumas linhas simples, depois vai tomando forma, um gato, olhos grandes e inquisidores, uma postura de poder. E assim vou, melhorando o desenho, até o recreio.

3 aulas e eu desenhando, foi produtivo para mim. Saímos da sala para o pátio, lá o pessoal se reúne, conversa. Eu me sento em um banco e ligo novamente minha música. Na árvore do pátio, observo uma forma andando pelos galhos e começa a ficar mais nítido, é o gato preto. Ele para em um galho alto, e se senta. Fica lá me olhando, como se demonstra se superioridade. O sinal toca novamente, me levanto e começo a voltar para o prédio, olho novamente para o galho, ele está parado, mas ainda me encarando. O animal parece sacudir a cabeça e depois recua, sumindo novamente nos galhos.

Nas últimas aulas, desenho e mais desenho. Sem querer me gabar, mas ficou perfeito, vou pendurar no mural de aço do meu quarto.

No caminho de casa, o gato preto não sai da minha mente, seja o estranho comportamento na árvore ou esse meu estranho interesse neles.

Chego no prédio, o porteiro abre e pego o elevador. Na porta do apartamento, reparo que está aberta. Abro-a lentamente... e me deparo com uma cena... meus pais jaziam mortos no chão da sala. Sangue por todo lado. Na parede estava escrito com sangue: ‘’Você será o próximo’’.

Isso me deixa tão perplexo, raiva, tristeza, tudo junto, eu não sabia o que sentir.

O que aconteceu nas próximas horas do dia não me lembro. Agora estou do lado de fora do prédio a noite, a policia por todos os cantos.

-Acalme-se, Rafael – diz a detetive, sentando-se ao meu lado – Daqui alguns minutos sua vó virá lhe buscar, ficara um tempo com ela, até as coisas entrarem nos eixos...

Eu continuava sem reação, vazio. A imagem da morte de meus pais... está grafado em minha mente para sempre.

Vejo um carro cinza parando em frente ao prédio. Uma mulher na casa dos 65 anos sai e vem me buscar. Essa é minha vó.

-Vamos, filho – diz ela se aproximando, mostrando estar sentindo tanta dor quanto eu.

Eu em levanto e vou até o carro. Entro e começamos a andar.

A cidade vai se afastando, minha vó mora em uma propriedade rural, florestas e bosques cercam o lugar. Há açudes e cachoeiras onde se pode nadar. Longos campos para caminhadas. A casa central do lugar tem uns 3 andares, sendo o último um sótão trancado. Chegamos e entramos na casa, vou direto ao quarto que sempre fico. Dormir é o que preciso e espero que tudo suma.

Acordo lá pelo meio-dia do outro dia, me visto com algumas roupas do armário. Vou até a cozinha e vejo se há algo para comer. Não há nada.

Estou com uma sensação, há algo no sótão para mim. Seria só minha curiosidade ou intuição? Eu teria de subir para ver.

Subi as escadas e cheguei no corredor, no fim, uma porta. Engoli o seco e fui andando. Só o corredor já me assusta. Segurei na maçaneta da porta e girei. Trancada. Não seguro minha raiva e arrombo a porto com violência. Como era velha, foi fácil.

O sótão era uma longa sala, cheia de badulaques e coisas velhas, pó, lençóis cobriam uma boa parte das coisas. No fundo da sala, havia uma janela de telhado, a luz do meio dia iluminava um baú negro.

Fui lentamente até a caixa, era grande e de um preto puro. Na tampa, um brasão. Um gato que parecia adormecido. Por mais preta que fosse a caixa, dava para distinguir, era a imagem de um gato estampado.

Abri lentamente o baú e seu conteúdo era um tanto quanto ‘’excêntrico’’.

Havia uma camisa sem manga, uma calça, uma bota que não sei dizer de que tipo é. Mas o mais legal era a longa capa com um capuz, e uma máscara meio preta, meio branca, um lado sorridente e outro triste. A roupa era toda preta. Tudo estava dobrado e por baixo, um livro. Um livro muito antigo. Seu titulo era ‘’Ordem dos Bruxos’’.

Isso tudo me deu uma sensação, um poder, um sentimento.

Vingança.


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Notas finais do capítulo

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