Pelo sol, Max julgou que era quase meio-dia quando voltou para o cemitério.

Os carros haviam partido, exceto por um. E esperando próximo a ele estava Scorpius Malfoy. Ele havia tirado o paletó e dobrado as mangas da camisa. Quando viu o mais novo se aproximando, cruzou os braços e esperou. Estava tão ansioso para contar a verdade a seu filho, mas ali? Logo depois de enterrar uma pessoa importante em sua vida? Não era a intenção dele. Quando Max encostou no carro ao seu lado, imaginou que fosse vomitar tamanha era sua ansiedade.

Os minutos se passaram e nenhum deles disse nada. Talvez Maximillian não soubesse o que dizer, talvez não quisesse falar nada. Scorpius estava completamente perdido, não sabia o que fazer ou o que dizer, então contou como conheceu Rose. Ele disse ao filho como se apaixonou perdidamente por ela, como a amava, mas teve medo de dizer ao pai assim como Rose temia dizer a Ronald. Meses se passaram e o relacionamento ficava cada vez mais sério, até que em uma noite Scorpius recebeu um telefonema de Rose dizendo que iria se casar, que o que tiveram não mudava o que ela sentia pelo noivo. E ele não pode fazer nada além de aceitar.

— Eu amei Rose Weasley durante todos os momentos em que estivemos juntos e ela me deixou para se casar com outro. Eu fiquei deprimido por meses, talvez alguns anos. Eu bebia demais e então sofri o acidente. Ela tinha uma família linda, um filho, uma carreira e eu? Nada, mas porque escolhi isso. Então eu tomei a decisão de fazer o impossível para tirá-la da minha cabeça e consegui. Até você aparecer na minha porta. Eu te odiei tanto por alguns minutos, tanto. Você era tudo o que eu queria, mas também tudo o que eu odiava. Era o filho dele, do homem que me tirou a única mulher que amei. Você era o lembrete de que eu jamais teria as duas coisas que mais desejava: Rose Weasley e um filho dela.

“Mas eu comecei a te amar no instante em que você entrou pela minha porta. Você não tinha culpa pelo passado conturbado que sua mãe e eu tivemos. Eu quis estar com você. Leva-lo para conhecer a cidade, para todo e qualquer lugar onde eu fosse. Pensei em te dar uma chave do apartamento... Mas eu sempre me lembrava que você tinha um pai que te amava e eu não tinha um filho para amar. Eu estava prestes a entrar em depressão de novo quando sua mãe foi até minha casa e pediu perdão por tudo o que fez comigo. Eu não entendi nada do que ela estava falando, ela parecia angustiada. Então ela disse que você era meu filho. Que ficou desesperada quando soube que estava grávida e fugiu da ira de nossos pais para te proteger.

“Há anos os Weasley e os Malfoy são inimigos declarados, isso já vem de gerações. Rose ter um filho meu? Seu avô teria mandado ela embora e por mais que eu amasse sua mãe com toda a minha vida, meu pai nunca aceitaria. O que poderíamos ter feito? Ficado com você morando na rua? Sem emprego, sem trabalho... Rose pensou em tudo isso e se casou com Thomas. Ninguém nunca duvidou que ele era seu pai, nem mesmo eu. E de certa forma ele é. Mas eu também sou. Desde que descobri que você também era meu, eu tive um motivo para levantar da cama, para viver.

“Você tem o direito de duvidar de mim, de pensar que abandonei vocês, que nunca te procurei por não me importar... Mas você sabe, lá no fundo, que eu amo você, Maximillian. E que eu nunca abandonaria sua mãe. Não antes e nem agora. Eu quero vocês dois de volta na minha vida e eu vou lutar por isso, não importa quantos Malfoy ou Weasley apareçam na minha frente.”