- Aquele nerd safado! - Gritei pela milésima vez e encarei Carly na minha frente.

Estamos no meu esconderijo na escola, uma sala pequena, com poucos movéis e pintura gasta. Eu a arrastei para lá com um único objetivo: me confessar. Durante as últimas duas semanas eu tenho tentado evitar a Carly o máximo possível, para assim não dar explicação sobre meu relacionamento amoroso com Fredward Benson.

Mas era impossível as pessoas não reparassem em nós e também não comentassem. Ouvi na quinta, uma menina esguia e sardenta dizer para as amigas que Fred estava sendo chifrado. O que é na realidade uma grande mentira! É claro que eu gritei com a menina e tentei acertá-la com os livros que eu segurava, porém não podia evitar de pensar que fazia sentido toda essa desconfiança. 

Nas últimas duas semanas aconteceram muitas coisas entre mim e o nerd. Uma delas foi o assunto mais constrangedor para um casal como a gente: sexo. Isso tudo porque eu tive que reclamar o quanto ele me deixava arfante com seus beijos e toques que despertam em mim os piores pensamentos impuros. Eu não tenho controle algum sobre mim. Eu grito com minha mente e meu coração todas as vezes que vejo os olhos castanhos me fitarem profundamente. Quem diria que o olhar do nerd poderia me tirar o chão? Bom, eu não sabia até me encontrar sozinha em casa e ser pressionada na parede por ele, fitá-lo e perder o equilibrio, perder o bom senso e perceber o quanto sou perversa quando estou a sós com Fredward Benson. 

Como eu desejo urgentemente ele! Não me aguento em pensar como morreria de amor nos braços firmes dele, com sorte em uma cama. Eu própria já provei o quanto sou fraca quando Fred me toca. Seja um simples toque no braço ou o toque das suas mãos em minha cintura. Nunca pensei que diria isso, mas Samantha Puckett é completamente fraca pelo garoto que prometeu odiar a vida inteira. 

O fato é que nas últimas duas semanas eu quis de todas as formas perder a virgindade com o nerd, porém ele se comportou com total controle. Maldito seja o Benson! Onde dele encontra esse controle sobre si?! Obviamente isso me irritou bastante e fui tão insana em pensar que o motivo seria um único: ele não me desejava assim. 

Eu o afrontei e quando não obtive a resposta que esperava, simplesmente parti para o plano dois: causar ciúmes. Hugo fora o escolhido. O atleta do colégio, disputado pelas meninas e detestado por qualquer garoto, se interessou por mim. Almoçamos juntos duas vezes, ele passou a me ligar quase todos os dias e ainda me dava carona para casa. Esse foi meu maldito protesto contra o Benson. 

Eu o magoei tanto nos últimos dias que ele simplesmente explodiu ontem, domingo, e como se não fosse suficiente eu mesma fiquei fora de mim. Gritei palavras grossas e maldosas. Mas a coisa que me arrependi de imediato pela manhã foi ter terminado com ele! 

Eu perdi o meu nerd e o pior o atirei para a garota mais fácil do colégio, piranha ou vulgamente chamada de Mishelle. Eu sei, eu sei. Eu disse ontem para ele ir para a cama com ela, já que eu não servia como a primeira vez dele e ainda falei que eu mesma dormiria com Hugo! 

O pior que tudo foi levado a sério por ele. Encontrei-o na entrada do colégio aos beijos com a Mishelle e quando o puxei para o advertir, ele simplesmente falou "estou fazendo o que você mandou fazer e que você ainda vai fazer com outra pessoa." 

Maldito seja o Benson! 

- Por que você fez isso?- Carly perguntou perplexa e limpei as lágrimas que teimavam cair dos meus olhos.

- Porque sim! Eu estava fora de mim... Shay... - Suspirei nervosa e bati as mãos nas minhas coxas, impaciente.

Depois de meia hora de conversa, eu olhei para cima e depois encarei a minha melhor amiga com um sorriso no rosto. Na minha expressão poderia ser possível ler: decisão. 

- Sam... O que pretende?! - Carly perguntou ao perceber meu olhar expressivo.

- Fazer o que eu disse que faria. - Falei e saí da sala, secando as lágrimas. 

Tirei do bolso o meu celular um tanto gasto e digitei o número de Hugo. No mesmo instante no corredor a Mishelle apareceu, com um decote profundo, saia média, seus longos cabelos no tom de cobre soltos e grudada em Fredward Benson. Eu vi os lábios finos dela se fixarem nos lábios dele e meu ódio cresceu bruscamente. 

Hugo atendeu. 

- O que vai fazer na sexta? - Perguntei tentando ser doce e fiquei atenta a sua resposta, que me agradou muito pouco. 

- Eu aceito ser sua companhia, é claro. - Fiz uma pausa. - Claro, contando que eu termine a noite com você. Como o combinado... 

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Desde de cedo que estou em um dia de beleza excessivo. Desde uma hidratação nos cabelos até uma esfoliação nos pés. Tudo isso para provar que eu posso ficar intimamente com qualquer um que eu quiser e ainda surpreendê-lo. O escolhido fora Hugo, que apesar de aparentar ser legal e galinho, era bem mais que isso. Ele se demonstrou romântico nesses dias e todos ficaram sabendo da nossa nova intimidade. Apesar que quando estamos a sós não é tão intenso quanto o que as pessoas impuras pensam. 

Passei o olhar pelas minhas opções de vestidos, claro que todos roubados do guarda-roupa de Melanie! Certamente ela não se importaria, pois vive dizendo para que eu venha andar mais feminina. Isso me faz lembrar que não sei me maquiar tão bem e que as minhas duas opções de maquiadoras estariam bem ocupadas. Carly e Melanie, certamente estavam juntas em algum lugar as escondidas, isso porque a Shay jurou de pé junto que nunca mais ficaria com Melanie. 

Peguei rapidamente um vestido rosa, de babados e decidi que iria com ele. Afinal, era para parecer bem feminina para Hugo. Além de linda, teria que estar um pouco provocante. Eu sei que ainda hoje o nerd ficara com a Mishelle de uma vez e me perguntei o porquê de escolher o mesmo dia que eu para perder a virgindade. 

Isso se deve a nossa briga na quarta, onde eu saí mais ferida.

As palavras de Fred foram cortantes a meu respeito e isso me fez questionar se o que farei daqui a algumas horas é realmente o correto. Não. Deve ter sido estratégia do nerd para me fazer desistir, enquanto ele vai para a cama da Mishelle no andar acima do apartamento da Carly.

Grunhi e terminei de me arrumar impaciente, apesar da ansiedade me vencer. Não importa as circunstâncias, hoje mesmo deixarei de ser virgem. Será com o hugo e talvez seja romântico como toda garota gostaria! Talvez o hugo me beije de uma forma similar do nerd. 

Coloco os sapatos altos da Melanie e respiro fundo ao pensar o que farei com a maquiagem. Acho que o básico é necessário! Blush, batom nude e máscara de cílios. Optei deixar meus cabelos soltos da forma mais natural.

- Você está linda! Para onde vai? 

Eu me virei e encontro o olhar brilhante de Melanie. Ela está radiante, com os olhos brilhando mais do que o normal, os lábios rosados, blush evidente e com os cabelos lisos soltos, emaranhados e com o que parece, a raiz úmida. Melanie nunca é realmente normal com os cabelos soltos, uma de suas marcas registradas são os cabelos presos, seguidos de uma boa roupa na moda em tons patéis, candy ou vintage, e sempre com um bom par de brincos. 

- Meu encontro com o Hugo...

- AAAH. - Ela fez uma expressão engraçada. - Huuuu gostoso! 

Gargalhei com seu comentário, mas manti o foco. 

- Onde você estava? 

- Biblioteca da escola. - Ela sorriu e entrou dentro do quarto, jogando os saltos no pé da cama de solteiro. 

- Huuuu gostosa. - Repeti mudando propositalmente o gênero e ela riu baixinho. 

- Não conte. - Melanie me olhou. - Foi a última vez mas sinto que ela ainda vai me procurar...

- Sem detalhes, por favor. - Resmunguei. Realmente não precisava saber do romance da minha irmã com a minha melhor amiga. Não mais.

Olhei o horário no relógio e me apressei, peguei uma pequena bolsa de mão. 

- Nem vai se despedir?

- Talvez eu volte de madrugada. - Me despedi a minha maneira da minha irmã e bati com certa força a porta da frente. 

O carro de hugo estava a minha espera, sorri ao tentar me convencer que será a melhor coisa a fazer e segui andando. Abri a porta do carro, entrei e me arrumei no banco, em seguida fechei a porta. 

- Está pronta? - Hugo perguntou e eu fiz sinal que sim. 

- Preparou lasanha? 

- O cardápio é surpresa. - Hugo me disse e começou a dirigir. 

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O vestido rosa está no chão frio, porém dúvido que o chão esteja mais frio do que a minha barriga. Hugo é rápido com o andamento das coisas, pois mal nos beijamos e já estamos de roupa íntima na cama dele. Observei os olhos escuros de hugo e não senti tremor nas pernas, pois seu olhar não é tão profundo. Quero dizer, ele parece não me querer da mesma forma que o benson. Os beijos de hugo são diferentes, completamente urgentes e ao mesmo tempo gélidos. Não me causam as sensações inexplicaveis. 

Não é a mesma coisa. As mãos de hugo são firmes, provocativas e rápidas demais. As mãos dele passam pela minha coxa com muita suavidade e a trajetória de seus beijos no meu pescoço são lentas, frias e parecem ser sem vontade alguma.  

Me fiz tão bela e pareço tão feia nesse momento. 

Respiro fundo e de imediato o empurro de cima de mim. Mordo meu lábio com força e ele me observa confuso. Novamente, respiro fundo. 

- Isso não está certo... - Falei ao me levantar e vestir minhas roupas com pressa desnecessário. Falta-me ar. O que eu estava fazendo?! 

- O que tem de errado? - Tudo, pensei ao escutar a pergunta rouca dele.

- Nada. Só que não posso fazer isso agora...

- Amanhã?

- Não. - Exclamei rápido.

- Quero dizer... - Falei pausadamente. - Hugo, eu não posso fazer isso. Eu não estou pronta. Me entende, né?!

Hugo riu de mim e se deitou na cama, colocando os braços por trás da cabeça. 

- Eu vou dizer que aconteceu se alguém perguntar. - Ele confessou e eu corei.

- Pode falar. - Concordei. 

Afinal, eu sei que nessas horas o Fred estara na segunda rodada com aquela piranha. Eu simplesmente não posso deixar o braço a torcer! Mostrarei ao Fred que não tenho mais treze anos e que cresci. Que se dane! Não me importo que todos saibam que sou "mulher" agora... O nerd também fez! E com alguém que não o ama!

Eu o amo e mesmo assim ele deve ter feito o ato sexual com a Mishelle. 

Me pergunto até agora como foi que isso virou uma bola de neve?! Eu nem me lembro mais dos acontecimentos. Só sei que eu e o nerd prometemos que faríamos sexo com outras pessoas. Só sei que fui estúpida e ainda sei que ele agora foi de outra. Ele não foi meu. Ele não é mais meu. Simplesmente isso. 

Segui para o apartamento da Shay, com os sapatos nas mãos e os olhos inchados. Chorei durante o caminho. São três horas da manhã e tive extrema sorte do prédio do Hugo ser próximo ao Bushwell Plaza. Parei na porta da minha melhor amiga e grunhi. Olhei para a porta da frente e meu coração maldito se apertou. 

Será que o Benson estaria aí?! 

Cansei. Mirei novamente as portas e desisti. Eu não preciso falar tudo para a Carly e nem esperar que meu recente amor estivesse em casa dormindo. 

Ele beijou outra boca, tocou em outro corpo e fez outra garota ser dele. Ele não me beijou essa noite, nem me tocou sem medo e sem pressa, muito menos mordeu minha pele alva e certamente não fui eu quem ele fez mulher nessa noite. Maldito seja o Benson por ser tão teimoso, chato, certinho, tecnólogo, forte, bonito e irresistível. Porém tem algo mais maldito do que o Benson... A verdade seja dita! Meu corpo é mais maldito que ele, pois é meu corpo quem aceita e deseja mais e mais ser somente do nerd. 

Eu estou surtando por amá-lo e desejá-lo incansavelmente.

Como um impulso andei até a escada de incêndio, onde eu tive o meu primeiro beijo com o Benson. Não deixei de sorrir quando encontrei uma silhueta de costas, aparentemente atento a paisagem noturna de Seatle. Lógico que eu reconheci quem era, se aqui estivesse cheio de garotos ainda assim eu o reconheceria. Eu sei que o reconheceria, pois eu sei o que é meu a distância. 

Me sentei na escada e joguei com força os sapatos no chão. Fred se virou rapidamente e me fitou sem nada dizer. É tão bom encontrar o olhar dele. O mesmo olhar de ontem, conclui e sorri satisfeita. Talvez ele não tenha feito nada com a Mishelle e eu ainda tivesse a oportunidade de ser única pra mim. 

Analisei ele e encontrei fortes marcas roxas em seu pescoço. Desviei o olhar e sorri tristemente.

- O que você está fazendo aqui? - Ele perguntou suavemente.

- Não sei. Aqui é um ótimo lugar pra pensar... 

Ele me analisou por longos minutos e encontrei seu olhar que me transmitiram dor. 

- Você fez com ele?

- Claro. Eu disse que faria. - Respondi secamente mas desviando o olhar. Podia sentir minhas bochechas queimarem de vergonha. Mas não pude deixar de observar a reação dele. Somente identifiquei tristeza e decepção. Apesar de vê-lo fechar a mão direita com força.

- Você?

- Não. - Ele respondeu rapidamente e se sentou do meu lado. Ficou apertado. 

Meu coração pulou. Literalmente. Fred não fez amor com a Mishelle e isso significava algo. Talvez ele não a quisesse. Talvez ele tenha a rejeitado por minha causa. Não pude evitar sorrir.

- Tive medo que ela o tivesse. - Confessei e senti o olhar dele sobre mim. 

- Teve medo atoa. - Ele falou calmo. - Você esqueceu de me dar o meu coração de volta. 

Eu ri baixinho.

- Eu perdi a chave do lugar que o guardei. - Falei tão clichê quanto ele. 

Levantei o olhar e o fitei. 

- E onde você o guardou? 

Sorri ao ouvir a pergunta.

- Eu guardei seu coração junto do meu. - Falei baixinho e ouvi ele rir. 

- Lógico. Debaixo de um alçapão e trancafiado com vários cadeados. - Ele brincou. 

O Fred é um idiota mesmo! Como se ele não tivesse tomado meu coração tão facilmente...

- A prova de tudo. - Conclui o assunto e ele passou a mão pelas minhas costas, me aproximei mais dele. Inalei o cheiro gostoso dele e apoiei a minha cabeça nos ombros dele.

Briguei, emburrei, cometi erros e quase fui de outro, para finalmente perceber que sou do Fred. Aliás, no tempo certo será com ele a minha primeira vez e claro, todas as outras vezes. 

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Avisos sem fofuras

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1. Estou de luto. Dia 09.09.12 recebi uma notícia de quebrar meu coração e pela primeira vez na vida senti a dor da perca tão nitidamente. Minha avó, Isabel, morreu ás nove horas do domingo. 

Hoje é o terceiro dia desde a sua morte e eu ainda me sinto triste por motivos claros... E ao mesmo tempo feliz, porque eu sei que a minha avó foi salva. Apenas. 

2. Isso vai refletir na fic porque a fic é fruto de coisas que passam em minha mente. É claro que não vou abandonar a fic, porém não sinto vontade alguma de escrever nessa semana. 

Eu peço com muito carinho que me compreendão e respeitem a dor que estou sentindo. Eu só preciso de um tempo... Até domingo... Ou até a próxima quarta. 

Creio eu que quando voltar a escrever vai ser bom e vai ocupar a minha mente, mas nesse momento a dor ainda está fresca e tudo que eu quero é chorar ao me lembrar dela. 

Vocês me dariam esse pequeno tempo para me recuperar? Por favor...

3. Não sei se sou capaz - pelo menos no momento - de editar os agradecimentos. Não agora. Não nessa semana. Vocês me entendem?! Eu perdi a minha avó e dói tanto saber que eu não a verei mais... 

Isso me bloqueia para poder agradecer a alguém daqui porque eu me esqueci das coisas, por enquanto. 

Tudo que se passa na minha mente é relacionado à ela. Minha vó isabel. 

4. Não estou com pique NENHUM de responder os reviews, apesar que desde segunda eles me distraíram e eu reli cada review com carinho. Me faz sentir feliz. 

Se tem algo que eu tenho que agradecer são pelos os últimos reviews, obrigado à todos, porque mesmo vocês sem saberem fizeram algo que amenizaram minha dor e me fizeram sorrir por momentos. 

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É isso.