- Ele é gay?

- Ele é obviamente gay. Sério, Dougie! - Revirou os olhos. Tentei conter um sorriso, falhando. Alice cruzou os braços e fez uma cara de poucos amigos. - O que você quer comigo agora? Tem três meses que você mal olha na minha cara! - Alice e essas mudanças repentinas de humor. - Você disse que estava tudo bem nós conversarmos.

- Ai você trancou a gente em um quarto e perguntou sobre meu suposto namorado!

- Antes disso eu disse que não ia te atacar! - Levantei as mãos, como quem diz ser inocente. - Alice. - Tentei faze-la olhar para mim novamente. - Por que você parou de falar comigo? Por causa de Charlie?

- Você sugeriu que eu me afastasse e, é, eu tinha bastante ciúmes do ruivo agu...Do seu amigo. 

- Eu não achei que você levaria isso tão a sério. Quer dizer, nós não podíamos ser amigos?! - Ela parecia um pouco frustrada.

- Sinceramente? - Falei, depois de alguns segundos de silêncio. - Nós não podemos ser amigos. - Ela me encarou, meio chateada. - Por que? - Avancei em sua direção, a puxando pela cintura e roubando um beijo. Sentia falta de estar tão perto de Alice, a ponto de ter seu perfume nas roupas, era... estranho. Tudo. Principalmente o jeito que ela me fazia sentir. Eu era um tolo por Alice.  

- Por isso. - Eu disse, assim que nós nos separamos. 

- Você disse que não ia me atacar - Falou, escondendo o rosto no meu pescoço. Eu ri de leve. 

Era tão bom te-la em meus braços, como naquela primeira vez, na cozinha. As vezes um abraço era suficiente. - Não faz mais isso. - Alice se soltou, sentando-se na cama. 

- Isso o que?  

- Não me ignora. - Sorri. Pela primeira vez ela não tinha me mandado parar de beija-la ou algo do tipo. - Eu não estava te ignorando.

- Não me evita, então, otário. - Ri.  - Você me chamou de otário, ô projeto de gente? 

- Chamei, otário.  - Provocou. Ergui uma sobrancelha. - Se eu fosse você, não faria isso!

- Por que? - Me encarou, desafiadora. Deus, como alguém podia ficar tão bem usando aquele vestidinho amarelo?

- Porque eu posso te matar - Tentei meu melhor para fazer uma cara de psicopata, mas só consegui faze-la rir. Aí eu parti para as cócegas, fazendo-a deitar na cama implorando para que eu parasse, entre risos. Cansei e parei, deitando ao seu lado, ainda rindo. - Odeio cócegas. - Alice concluiu, se virando para mim, quando recuperou o folêgo. - Sério? - Ameacei recomeçar, ao que ela respondeu prendendo meus braços na cama. Sentada, com uma perna de cada lado da minha cintura. 

- Alice,  assim fica dificil não te atacar. - Disse e ela corou. - Tem uma festa acontecendo lá embaixo, então, é melhor nós descermos e... -- Ela continuava no mesmo lugar, um pouco nervosa, gesticulando. Acho gay falar fofo, mas foda-se, Alice estava fofa.

Estava pensando em como seus olhos são verdes quando foi surpreendido por um beijo.

Alice. me. beijou.

Não que eu vá sair gritando por aí (apesar de ter vontade), mas ela não me mandou embora e tomou a iniciativa de me beijar! 

Frankie tem que ir.

- Não é tão legal quando você é pego de surpresa, né? - Riu, se levantando. A puxei de volta.

- É sim. Você pode fazer isso quantas vezes quiser. 

- Dougie, a festa. 

- É impossível esquecer, com todo esse barulho.

- E o que estamos fazendo aqui? 

- Nós podiamos nos divertir aqui. - Resmunguei, fazendo-a corar novamente.  - Vai, levanta.