Point of view: Dougie 

- Eu já sei porque você me chamou para conversar, - Frankie disse. Estava sorrindo então senti um alívio percorrer meu corpo. - e a resposta é sim!

- Sim? - O que sim significava? Que eu podia sair por ai como um homem solteiro até encontrar Alice? 

- Sim, eu aceito me casar com você! - Quase cuspi meu café. De onde ela tinha tirado essa idéia louca de que eu a pediria em casamento? Daqueles rumores do The Sun?

- Casar?! - Estava visivelmente surpreso. - Não, eu... eu... Somos jovens. - Disse qualquer coisa que veio á mente. 

- Então o que você queria conversar? - Frankie cruzou os braços e se encostou na cadeira. Seu sorriso havia se desmanchado e agora ela portava uma expressão séria. Respirei fundo; mal sabia por onde começar. 

O sino que indicava que alguém estava entrando na cafeteira tocou, fazendo com que eu olhasse para porta. 

Alice estava entrando acompanhada de um cara alto e ruivo. 

Quem era ele e por que ela estava sorrindo daquele jeito?

- Dougie! - Frankie chamou. - O que você queria conversar?

- Eu só estava com saudades, queria um tempo a sós. - Menti. Eu tinha planejado contar sobre Alice, mas parece que ela já estava se ocupando com outro cara.

Ela pediu seu café no balcão, o pegou e depois se dirigiu até nossa mesa.

 - Oi! - Frankie cumprimentou a irmã e o acompanhante inconveniente. Tinha, novamente, um sorriso estampado no rosto. - Oi. - Os dois responderam, em unissono. - Dougie, esse é Charlie, Charlie esse é Dougie. - Alice nos apresentou.

- Olá Charlie - O fuzilei com o olhar, certo de que Frankie não tinha percebido que estava com ciúmes.  - Prazer em te conhecer, Dougie. 

- Bom, nós vamos ao cinema, vocês não querem ir?

- Ah, não, fica para a próxima! - Frankie recusou e eu agradeci aos céus por isso. 

Point of view: Alice 

- Ele estava me matando com os olhos! - Charlie exclamou, rindo, assim que saímos da cafeteria. Revirei os olhos e continuei andando, meio mal-humorada. - Gata, fica triste não! - Charlie me acompanhou e meio que me abraçou de lado. - Ele pode estar com ela, mas era de você que ele estava morrendo de ciúmes. 

- Não era pra isso acontecer. - Murmurei. Charlie parou, me segurou e me virou para ele. - Alô, querida, acorda! - Não pude deixar de sorrir. Ele era tão afetado.

Tinha conhecido Charlie em 2008, por um chat na internet. Aí ruivo gay de Bournemouth tinha virado um dos meus melhores amigos. 

Eu achei que o veria sempre quando me mudasse para Londres, mas, três meses antes de eu vir para cá, ele foi para a Australia fazer um curso. 

- Chaz, vamos ou perderemos o filme. - Apressei. - Quem liga pra MIB quando tem um bofe desses?

- Eu ligo. 

- Tá bom, tá bom, a gente assiste MIB, mas só porque o Will Smith é perdição. Depois a gente conversa sobre seu bofe.

- Teremos tempo para isso.  - Sorri. Charlie ficaria em Londres dessa vez.