OTAMV 2: A Prima escrita por Azzula


Capítulo 27
Testa Ralada


Notas iniciais do capítulo

TADÃÃÃ cá estou eu com um novo cap, espero MESMO que vocês gostem, e espero que não tenha demorado muito, também (: Peço desculpas quanquer coisa, estou fazendo de tudo pra escrever um pouco por dia, mas com o ENEM chegando, não é sempre que posso fazer muito, enfim BOA LEITURA MEUS AMORES ♥



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KISEOP’S POV



_ Estou dizendo cara, ela era o supra sumo da perfeição!

_ Tsc... O que? Supra sumo? O que você está dizendo... Pelo menos está consciente das suas ações? – perguntei.

_ Digamos que sim. Na verdade, estou aberto ao que vier, você precisa vê-la Kiseop, tenho certeza que assim que puser os olhos nela vai entender o que estou dizendo! Ela é sexy, inteligente... Não é como as meninas de nossa idade!

_ Ya... Minha namorada é tudo isso e tem nossa idade, o que está dizendo Eli? Quer morrer... – brinquei.

_ Você teve sorte! Vou te contar, não agüento! Terei que contar! Eu a levei para um restaurante em um hotel, e ficamos lá cerca de três horas, apenas conversando sem nenhuma indireta...

_ No hotel? Ah... você é realmente o gênio das boas intenções! – brinquei.

_ Ya, eu só quis poupar tempo! – socou meu braço – Mas então... Quando estávamos indo embora, eu já havia desistido pois ela não dava nenhum sinal e eu realmente não a forçaria a nada, mas antes de irmos ela avisou que usaria o banheiro e quando voltou estava ainda mais linda! Cara você não tem noção, acho que meu coração pulou pelo nariz...

_ Você é idiota!

_ É sério! Quando estávamos indo ela disse “Wow, sempre fui a lugares bonitos, mas aqui é realmente incrível, me pergunto como deve ser nos andares a cima”. E olhou pra mim com aquele olhar...

_ Que olhar?

_ Como assim que olhar? O olhar, o sinal que eu precisava!

_ Aish... Mas Eli, isso não foi vulgar demais?

_ QUEM SE IMPORTA? – levantou entusiasmado. – Ela já é bem mais velha, está acostumada com homens e eu não podia ser diferente! Daí em diante meu amigo, eu a levei para o melhor quarto e nós já não conseguíamos nos conter dentro do elevador, não encostei um dedo nela, pois sabia que se o fizesse, não conseguiria parar...

_ Você não vale nada! – ri. Eli parecia satisfeito, e toda sua tagarelice me deixava menos ansioso pela apresentação de Ana. Ela insistia em manter segredo sobre o que estaria aprontando, e logo as vésperas da apresentação, eu já estava ainda mais curioso.

_ Depois, quando chegamos no quarto, ela ficou mais desinibida, de modo que gemia apenas com o simples toque dos meus dedos, e não digo lá em baixo...

_ Aish... Me poupe disso, por favor!

_ Qual é, somos homens! Ya, você é meu melhor amigo, preciso contar a você! Estou dizendo, mulheres mais experiente são outra coisa, totalmente diferente, pra melhor! Elas gemem na altura certa, na quantidade certa e rebolam da maneira certa e cara... preciso vê-la de novo!

_ Está apaixonado? – perguntei.

_ Lógico que não! Você por acaso já me viu apaixonado?! – disse com ar de zombaria.

_ Teve a

_ Não ouse falar o nome dela! – rimos. – Mas diga, e quanto a você?

_ O que tem eu? – arregalei os olhos, encarando Eli tentando descobrir sobre o que ele se referia.

_ Você e Ana, estão bem? Como ela...

_ AISH! Não quer que eu conte sobre minhas intimidades, quer?

_ O que tem? Você não é meu amigo? O que eu acabei de fazer aqui... Vamos, conte cara, eu sei que não tem com quem falar sobre isso!

_ Ah... – ri envergonhado – O que quer saber? Ela é ótima... – ri.

_ Ótima? Ya, Kiseop, se ela ouvisse você dizendo isso dela, aposto que levaria um soco, acha que ficaria satisfeito em ouvir um ‘Ótimo’ saindo da boca dela?

_ Ya seu idiota, o que é melhor que ótimo?

_ Me diz você... – e nos tornamos quietos, era um silêncio incomodo, mas eu precisava dele para pensar e dar a resposta certa. Eli não me deixaria sair dali sem ouvir pelo menos um pouco sobre mim, ou então me procuraria em outra ocasião para isso. Então era melhor acabar com tudo ali mesmo, e dar a ele o que ele queria.

_ Ana é incrível! Honestamente, nunca pensei que uma pessoa pudesse ser compatível comigo em tantos pontos. O jeito que as mãos dela tocam minha pele, a freqüência com que ela respira, o cheiro da pele e dos cabelos, os olhos, o sorriso, o corpo...

_ É, o corpo...

_ YA!

_ Com todo respeito! Eu não sou cego, Kiseop...

_ Enfim... – suspirei – Acho que ela foi feita pra mim, não sinto necessidade de mais ninguém. Preciso cuidar dela, e que ela permaneça ao meu lado sempre... É como se eu tivesse uma dívida, por ela me fazer tão bem! Acho que você não entende... – ri baixo. – Só de olhar pra ela, poder tocar em seu corpo e senti-la... Parece que é só o que importa... Tê-la sempre ao meu lado...

_ E... Ela é boa de cama? – perguntou baixo.

_ Aish... realmente, é só o que quer saber? – encarei seu rosto, sendo respondido com um olhar sem vergonha – Lógico que ela é boa de cama, otário! Ela é perfeita, em tudo! Eu já fico aceso só de olhar praquele corpo com roupa, imagina sem... Ou melhor, não imagine nada! – rimos – Na hora ‘H’ ela é charmosa, romântica, carinhosa e sexy ao mesmo tempo... Não importa o quanto eu diga, você nunca vai entender! As vezes chego a pensar que ela é demais pra mim...

_ Concordo! Não me leve a mal, mas não importa onde, todos os homens irão reparar por onde ela passar... O corpo dela é monumental, e você sabe que é isso o que mais chama atenção... Lógico que ela ser carismática e engraçada conta muito, mas a maioria não se importa com isso de primeira... Você tem sorte por tê-la, tem sorte por ela te amar... Não seja um idiota e cuide bem dela!

_ Olha só, o pegador de noonas me aconselhando! – zombei.

_ Estou falando sério! – passou seu braço por meus ombros. – Vocês merecem ser felizes, quero ver você feliz...

_ Eu tam... – fui interrompido pelo toque do celular. – “Ya... Omma, aconteceu algo?”

“Filho, Hyori teve um desmaio e estamos levando-a para o hospital... Ana está sozinha em casa, estou ligando pois fiquei um pouco preocupada com ela, ela parecia abatida por isso ter acontecido as vésperas de sua apresentação... Não a deixe sozinha, ok?

“Sim... estou indo pra casa, Hyori está bem agora?”

“Não sei ao certo, filho... Ela acordou mas continua pálida e sem dizer qualquer coisa, vou esperar o médico se pronunciar...”

“Bem, nos vemos daqui a pouco então, ok?” – desligamos o telefone em conjunto, e senti um aperto em meu coração.

_ O que foi? – Eli perguntou levantando-se junto comigo.

_ Hyori teve um desmaio e foi para o hospital, Ana está sozinha em casa... Acho que vou indo...

_ Ok, vá lá... Qualquer coisa não deixe de ligar, só porque estamos de folga dos treinos e só nos vemos da escola não quer dizer que você não precisa dar notícias...

_ Eu ligo, Pigeon... – nos abraçamos e eu deixei a lanchonete primeiro, ele continuou lá, encarando uma garçonete noona como se não tivesse mais o que fazer.

Estava indo para casa, já havia anoitecido e minha princesa não precisava ficar sozinha. “Minha princesa”... Tsc, desde quando me tornei tão idiota?!



___



ANA’S POV




Como se não bastasse toda a tensão sobre meus ombros por causa do show de talentos, ainda me restava preocupação com Hyori que estava no hospital. Não que a prima fosse uma pessoa de minha grande estima, mas eu tinha um fio de esperança de que ela fosse uma pessoa boa por dentro, apesar de todo o veneno e amargura.

O relógio marcava 03h15min e eu não conseguia pregar os olhos, talvez fosse aquele misto de preocupação e ansiedade pelo que me esperava assim que o dia clareasse. Devido ao show de talentos, nós não teríamos aula, mas eu precisaria estar lá mais cedo para acertar os ajustes de minha apresentação. Apresentação da qual todos estavam ansiosos para ver, uma vez que decidi guardar segredo sobre o que faria.

Kiseop chegava a babar ao meu lado, e eu não conseguia sair daquela posição; sentada sobre a cama, abraçando as pernas contra o peito e com a cabeça enterrada sobre os joelhos. Sentia um aperto insuportável no coração, como se estivesse prestes a explodir a qualquer momento.

_ Kiseop... – encostei em seu ombro, acariciando ali. – Kiseop, acorde! – cochichei.

_ Hm... – resmungou ainda de olhos fechados.

Não havia razão para acordá-lo, mas eu queria dividir minha aflição com ele. Queria que ele me confortasse, me fizesse dormir com seus carinhos ou que passasse a madrugada toda conversando comigo. Me irritava um pouco o fato de Hyori ter ido para o hospital e ele sequer ter se importado, mas talvez, Kiseop tivesse seus motivos – além dos óbvios – para não suportar Hyori de jeito nenhum.

_ Meu amor... – chamei mais uma vez.

_ Hm... O que? – abriu apenas um dos olhos, fazendo-me rir. – Já é hora de acordar? – disse confuso, notando tudo escuro ao seu redor.

_ Ainda não... – disse, e logo ele sentou-se de frente para mim, um pouco lento, aninhando meu rosto com uma de suas mãos. – Não consigo dormir... – murmurei.

_ Está muito ansiosa, não é? – ameaçou rir, sua voz rouca soando charmosa em demasia aos meus ouvidos.

_ Isso também, mas estou preocupada com Hyori...

_ Tsc... Ela vai ficar bem, acredite. Seja lá o que ela tenha, não há de ser tão grave, vaso ruim não quebra assim tão fácil! – riu.

_ É que me preocupa toda essa história de seus pais terem que sair correndo com ela pro hospital as pressas... Ela teve um desmaio e não se alimenta direito, isso tudo veio tão de repente... Estou aflita.

_ Não fique! – bagunçou meus cabelos, ainda mais. – Você precisa dormir, porque hoje será um grande dia e tem que estar linda... – sorriu.

_ Podemos conversar só um pouquinho, até eu dormir? – perguntei insegura.

_ Podemos... Sobre o que quer falar? – respirou fundo.

_ Não sei... – suspirei – Pode ser qualquer coisa, pra me distrair... Como foi seu dia hoje?

_ Foi bom até... Eli me azucrinou por um bom tempo na lanchonete e arrancou de mim todas as novidades que queria, e depois ficou flertando com uma noona, quando fui embora...

_ Quando foi embora? Você não o ajudou? – perguntei apenas.

_ Ya... O que é isso agora? Foi uma pontinha de ciúmes?

_ Lógico que não! – e não era mesmo.

_ Hm... Bem, apesar de ser uma linda noona,Eli ficaria com ciúmes se eu fizesse qualquer comentário, e se eu a encarasse também é lógico que ela teria olhos só pra mim, então preferi fingir que o interesse era só do Eli... – sorriu.

_ Diga isso mais uma vez e quebro seus dentes! – ameacei rindo – Não funcionou, ainda não estou com ciúmes... Kiseop, poucas coisas me deixam enciumada...

_ Isso é porque você não me ama de verdade... – disse em tom de decepção.

_ É... – concordei enquanto ele fitava os lençóis.

_ Acho então que vou dormir com Nori, debaixo da cama...

_ Fique a vontade! – ri da idéia. É óbvio que ele sabia que eu o amava mais que tudo.

E, quando menos esperei, Kiseop levantou-se da cama e sentou-se no chão, encarando-me com olhos piedosos.

_ Como eu sou um cachorrinho apaixonado, vou me juntar a Nori e dormir nesse chão frio, boa noite pra você, senhora Lee não ciumenta! – deitou-se, indo cada vez mais para debaixo da cama.

Isso fez com que eu risse alto, àquela hora da noite, estava gargalhando como uma idiota pela atitude do bobão que ao invés de me ajudar a dormir, me despertava cada vez mais.

_ Ya... saia daí! – bati no colchão. – Kiseop, se você ficar resfriado e não ver minha apresentação amanhã, jamais vou te perdoar! – ameacei.

_ Não – sua voz saindo abafada debaixo da cama – Venha Nori, me abrace... Me de um beijo também... NÃO, lamber meu rosto não, eca... Isso, assim... Carinho. – completamente ignorada por dois cachorros.

_ YA! KISEOP! – ainda nada – Amor... Venha, venha pra cama... – ouvi apenas um suspiro vindo de Nori. – Se você vier, te dou uma recompensa...

_ Está mentindo!

_ Estou! – ri – Estou com sono demais pra isso, mas simplesmente não vou conseguir dormir sem você... Se amanhã eu estiver ainda mais feia, a culpa é sua!

Ele simplesmente continuava ignorando-me como se o que eu dissesse não fizesse a mínima diferença. Então tive uma idéia tão idiota quanto a dele. Aos poucos me dirigi ao lado contrario da cama e me sentei no chão, enfiando-me cada vez mais embaixo da cama, do lado oposto ao dele.

_ Ya, o que está fazendo aqui? – perguntou irritado.

_ Vim buscar Nori... – disse.

_ De jeito nenhum! Nori vai ficar aqui comigo porque

_ Porque nada, você mesmo disse que ele é meu, e já que não consigo dormir sozinha, Nori vai ocupar o seu lugar...

_ Um cachorro ocupa facilmente o meu lugar?

_ Um cachorro por outro – ri.

_ Aish... Não! Você não vai tirar Nori daqui... Eu vim primeiro, então apenas nos deixe...

_ Então dormiremos os três aqui!

_ Você vai se resfriar... – ele disse com um tom diferente, preocupado.

_ Não tem problema! – aninhei minha cabeça com uma das mãos e pousei a outra em Nori. Ali era realmente apertado e frio, mas logo se tornaria abafado, com nós três ali.

_ Se por acaso você sentir um cheiro ruim, foi o Nori... – ao ouvir isso, não pude conter uma risada que fez com que eu batesse a cabeça no estrado da cama.

_ AI!

_ Se machucou? – perguntou preocupado, rindo logo em seguida.

_ Acho que sim... – direcionei a mão à testa, sentindo uma pequena área úmida. – Acho que está sangrando... – disse com dor.

_ Me deixe ver isso... – saiu debaixo da cama, indo ao lado onde eu estava e ajudou-me a sair de lá. – Machucou mesmo, idiota! Não sabe rir sem se mexer?

_ Isso não teria acontecido se não estivéssemos debaixo da cama... – retruquei.

_ Você é ridícula, lógico que não! Eu chamei você, por acaso? – ergueu-me em seus braços e me levou até o banheiro.

_ Ya! Eu sei muito bem andar, foi só um machucado de nada...

_ Não posso carregar você?

_ É que.. Não tem necessidade, me põe no chão. – pedi.

E talvez, porque lá no fundo ele estivesse desejando que eu precisasse dele, acabei por chutar a cômoda com o dedinho do pé e cairia se ele não tivesse me segurado em seus braços. A dor era tanta que minha vontade era mastigá-lo de raiva.

_ Agora você precisa de mim... – disse satisfeito. Precisar, precisar eu não precisava... Mas aquilo faria com que ele parasse de me encher, sem contar que ele tomou-me em seus braços no tempo em que eu me calei para não xingá-lo.

Mas eu não podia negar que aquele colo era delicioso. Até mesmo o perfume que ele exalava fazia com que eu ficasse mais tranqüila e apaixonada.

Entramos no banheiro e ele acendeu a luz fluorescente, que acabou queimando nossos olhos de início. Colocou-me sentada sobre o mármore da pia e iniciou sua busca afoita pelo kit de primeiros socorros em um dos armários. Eu apenas o observei calada, admirando como ele se preocupava com coisas pequenas com as quais eu estivesse envolvida. Por menor que fosse o problema, ele sempre estaria ali.

Encarei o espelho por alguns segundos, tirando o cabelo da frente para que eu pudesse ver o estrago. Não era tão grave, na verdade, mas deixaria uma manchinha chata por algumas semanas.

_ Legal... Outra cicatriz. – murmurei pensativa, acabando por reparar mais do que devia na outra cicatriz, na mais antiga.

Nori entrou no banheiro, arranhando o armário embaixo da pia onde eu estava sentada.

_ Você quer subir, seu danado? – disse em um tom idiota.

Mas ele logo afastou-se, assim que Kiseop se aproximou com uma pequena bolsa em mãos. Ele estava mais calado que o normal, deixou a bolsa sobre a pia e livrou minha testa dos fios de cabelo, encarando o ferimento.

_ É muito grave, doutor? – brinquei. E ao contrario do que imaginei que seria sua reação, ele continuou calado. Era estranho estar sentada ali, com ele sem dizer uma palavra sequer, encarando-me com olhos desconhecidos. – Tudo bem? – perguntei.

_ Me desculpe... – disse, suspirando em seguida e apanhando um remédio na bolsinha. – As vezes tudo o que eu faço acaba virando uma seqüência de desastres... No fundo a culpa disso foi minha...

_ Ei, não se preocupe! – disse pousando a mão em seu ombro. – Isso logo vai desaparecer... – sorri. – Se culpar agora não vai adiantar de nada, pelo contrário! Só vai fazer com que eu me culpe também... Vamos ver isso como uma brincadeira, ok?

_ É que amanhã será um dia importante pra você, e ter essa cicatriz não ajuda em nada! – disse mais para si mesmo, limpando o ferimento com um algodão.

_ Não é como se eu já não estivesse acostumada... Fique tranqüilo amor, por favor! – sorri.

_ Ok... – suspirou – Mas se quer saber, você continua linda! Eu particularmente sempre gostei mais de mulheres com testas raladas... – rimos.

_ Claro que sim, porque não gostaria?

Tornei-me silenciosa enquanto ele terminava o curativo, suas mãos eram delicadas para isso, de modo que não senti dor alguma. Exceto quando ele passou um remédio ardido, que me fez segurar sua mão livre com um pouco mais de força, mas ganhei um beijo como recompensa. Ah, o quão infantil eu era?

Ao fenecer de tudo, Kiseop agarrou em minhas pernas e as envolveu por seu tronco, segurando-me em seus braços e ameaçando me levantar dali. Eu poderia muito bem ir andando, mas para não contrariar, ou talvez porque eu simplesmente não queria, deixei que ele me conduzisse até a cama. E honestamente, foi até bom, pois o caminho foi recheado de beijos calmos e mordidas carinhosas.

_ Eu preciso dormir. – disse assim que nos sentamos sobre o acolchoado.

_ Sei disso, testa ralada... – rimos. Ele passou a me encarar por alguns segundos, e aquilo começou a tornar-se constrangedor. Seus dedos seguiram até algumas mechas de meu cabelo, onde ele escondeu os mesmos atrás da orelha e acariciou-me a bochecha, constrangendo-me mais ainda. – Você vai se sair bem amanhã... – disse.

_ Como tem tanta certeza?

_ Eu apenas sei... Tenho fé em você! E se qualquer coisa acontecer, estarei lá...

_ Obrigada! – sorri, sentindo meus olhos pesando. – Acho que se não dormir agora, vou desmaiar... – disse tomada pela exaustão.

_ Vamos dormir então... – puxou-me um pouco mais para o centro da cama, envolvendo seus braços a minha volta e selando vários beijos em meus lábios.

_ Amo você. – disse rindo. Kiseop não disse nada, apenas continuou brincando com meus lábios enquanto meus olhos recusavam-se a ficar abertos. – Ya... – disse tentando me livrar de seus beijos. – Preciso dormir... – ri. Ele nunca me levaria a sério daquele jeito.

_ Mas eu quero beijar você. Quero dormir te beijando... – abriu um sorriso tão lindo que fez meu coração derreter, mordendo meu inferior labial em seguida.

Abri os olhos um pouco, encarando-o com o máximo de cautela enquanto conseguia mantê-los abertos. Ele continuava distribuindo beijos delicados sobre meus lábios, intercalando com algumas leves mordidas que me causavam arrepios. Acabei dormindo assim, em seus lábios. Ele parecia não se cansar dessa brincadeira de morder, beijar e chupá-los. Mas o mais engraçado é que dormi com uma sensação tão boa, que não me incomodaria de brincar assim mais uma vez.



_______




Desliguei o despertador assustada na segunda chamada, o relógio apontando sete horas da manhã indicava que eu havia dormido menos de quatro horas, o que explicava minha exaustão. Me livrei cuidadosamente dos braços de Kiseop, saindo da cama sem causar barulho algum, exceto por Nori, que já estava acordado e veio direto aos meus pés, clamando por atenção.

_ Oi nenê, venha! – cochichei, estalando os dedos para que ele entrasse no banheiro comigo, trancando a porta em seguida.

Minhas olheiras estavam horríveis, e minha cara de morta nem se fala. Prendi a franja com um elástico e lavei o rosto, tirando o curativo para ver o estado do ferimento. Estava melhor, mas ainda feio para um dia de apresentação, de modo que decidi cortar a franja no comprimento da testa. Apanhei uma tesoura na gaveta e comecei por pentear a franja pra frente, comando o máximo de cuidado ao cortar reto. Pronto, burrada feita, banho!

Nori estava lindo, deitado sobre o tapete à me observar com aqueles olhinhos pidonchos. Lavei os cabelos e desliguei o chuveiro depois de um tempo. Enrolei-me em uma das toalhas, estranhando por um segundo, até me lembrar que aquele era o quarto de Kiseop.

_ Porque raios estou dormindo aqui com ele? – bufei. Aquilo era totalmente contra meus princípios, por mais que eu amasse dormir de conchinha com ele, sua família estava lá e era desrespeitoso. – Pelo menos não tem ninguém aqui, hoje... – sai do banheiro sem causar muito barulho.

_ Hm... Você está ai, Nori... Pensei que tivesse saído em algum momento, que história é essa de ver minha mulher tomando banho, carinha? – Kiseop disse aida envolto nos cobertores, com a voz mais rouca que o normal, os olhos mal se abrindo.

_ Tsc... Sua mulher – imitei-o, zombando. – Quem vê pensa que ele é dono de alguma coisa, não é Nori...

_ Ya... O que você fez no seu cabelo? – perguntou assustado.

_ O que? – cobri a franja com as mãos, por impulso. – Ficou feio?

_ N-não... só quero ver... – levantou-se, seguindo em minha direção.

E quando aproximou-se o suficiente, com os olhos inchados em demasia, bagunçou ainda mais meu cabelo, rindo.

_ Até que você arrumou um bom jeito de disfarçar... – disse voltando para cama.

_ Idiota. – disse, segurando a toalha na direção do colo, para que a mesma não caísse.

_ Hm... – encarou-me estranho, sentado sobre o acolchoado. – Por acaso, você vai me agradar agora... Dançando pra mim? – ergueu uma sobrancelha.

_ Kiseop... volta a dormir! – abri a porta do quarto, seguindo pelo corredor até o meu.

_ Ya... Onde vai? – gritou.

_ ME ARRUMAR...

Entrei em meu quarto, fechando a porta que foi rapidamente aberta em seguida, pelo chato inconveniente que decidira tirar minha paciência logo pela manhã.

_ Aish... O que foi? – perguntei respirando fundo.

_ Não seria uma má idéia você dan

_ Você não veio aqui pra isso, né? – interrompi-o.

_ Não... Só quero ver que roupa vai usar.

_ E não da pra ver quando eu acabar de me vestir? Kiseop você é um tarado...

_ Aish... O menina chata, eu acordei assim nessa manhã! – apontou para seu sexo, que causava um volume notável por dentro do pijama. – E como se não bastasse, você ainda me aparece de toalha na minha frente... Qual é, você é minha namorada! Não vou fazer nada que não queira, mas custa me deixar ver você se trocando?

_ É que é constrangedor... Kiseop, porque você não vai pro seu quarto, pega aquela sua revista na terceira gaveta e

_ Como sabe dela? – perguntou chocado.

_ Um dia sua mãe pediu para

_ Não precisa explicar... Isso também é constrangedor demais! – sentou-se na cama, escondendo o rosto no travesseiro, enquanto isso eu me arrepiava por lembrar da ultima vez que vira Kiseop fazendo algo do tipo.

_ Saia... – abri a porta para ele, que encarou-me com olhos piedosos, negando com a cabeça. – Ah quer saber, foda-se! – soltei a toalha, segurando-me para não rir com sua reação surpresa.

_ Wow... – piscou algumas dúzias em poucos segundos, deixando-me constrangida.

_ Fala como se nunca tivesse visto... – disse indiferente. – Só pra efeito de registro, você me irrita quando faz essas coisas, não é só sua vontade que conta...

_ Mas você ia preferir que eu fosse pro quarto, fantasiar com outra mulher enquanto posso admirar você, inocentemente?

_ Não tem nada de inocente nisso! – disse vasculhando a gaveta de calcinha, optando por usar uma preta. – De mais a mais, você fantasiou com outra mulher sua vida inteira, não vou morrer agora... Você diz como se não pensasse em mim enquanto faz suas nojeiras... – encarei-o desafiadora, vasculhando o guarda roupas, desta vez.

_ Quem te deu essa doce ilusão? – disse ambíguo.

_ Eu apenas sei...

_ Mas Ana – limpou a garganta – não há nada de errado nisso, isso se chama intimidade, e não é pecado!

_ Dê o nome que quiser, eu acho errado esse tipo de comportamento na casa dos seus pais, é um desrespeito!

_ Você é muito chata, velha, cricri, irritante e careta... – jogou-me um dos travesseiros. – Somos adolescentes, implicância... Ninguém vai nos julgar por isso!

_ É ai que você se engana! No mundo não muito longe daqui, na verdade, por trás dos portões da sua casa, existem pessoas que estão loucas pra me devorar viva! Por começar pelo fato de

_ Ai cala a boca, está acabando com toda a minha visão maravilhosa enquanto fala sem parar!

Encarei-o severa, vestindo um sutiã top e uma roupa básica, calça jeans, camiseta, tênis, blusas de frio e gorro; fazendo uma malinha com minha roupa de apresentação, maquiagem e acessórios de cabelo etc.

_ Não vai mesmo me contar o que vai fazer na apresentação? – perguntou, levantando-se da cama.

_ Não mesmo... Calma, você esperou até agora, não vai me azucrinar enquanto pode esperar só mais algumas horas, vai?

_ Foi só... a ultima tentativa. – disse baixo, envolvendo seus braços por minha cintura. – Acho que serei o primeiro a chegar.

_ O importante é você estar lá... – sorri. – Bem, eu preciso ir... – beijei seu queixo. – Qualquer coisa sobre a Hyori, por favor me avise! Não fique tentando evitar com que eu me preocupe, pois já estou preocupada e ficarei ainda mais se não me avisar de nada! Ok?

_ Que seja... – bufou, ainda me abraçando. – Não vai tomar café da manhã?

_ Ah... Não sei se é por causa do nervosismo, estou sem fome... provavelmente teremos o que comer lá na escola, então não se preocupe, é mais fácil eu morrer de nervoso do que de fome! – ri.

_ Ta. Boa sorte! – selou meus lábios – Eu te amo! – novamente – Não vai me contar mesmo? – outro beijo – Hm... Por favor... Me deixe pelo menos te levar até lá... – não me dava abertura pra falar, agindo daquele jeito.

_ Ya! Calma... um de nós dois tem que estar calmo, vou me apoiar em você, ok? – encarei seus lábios vermelhos. – Volte a dormir, suas olheiras estão horríveis! Eu ficarei bem, ligo pra você na hora do almoço ou quando puder... Te amo também! – sorri, empurrando-o sutilmente e passando pela porta, seguindo até a sala em direção a grande multidão que me esperava.



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Notas finais do capítulo

Tadãããã *confete* o que acharam? Ansiosos pelo próximo? :3