Nobody [Em remake] escrita por Bruno Tavares Pacheco, Teud


Capítulo 1
Arquivo 1 - The reality is a farce


Notas iniciais do capítulo

CAPITULO ACABADO!!!!!!!!!!!!
Leiam as fics:
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— Quem é você? - perguntei encarando a figurada encapuzada
— ... - a figura olhou em minha direção, sentia algo familiar nele, porém não soube o que era.
— Ei! Eu est- – minhas palavras foram interrompidas enquanto uma gélida forma de ferro atravessa minha pela, uma bala, cuja havia saído de uma pistola dourada destacando-se em sua figura desbotada.

"Sua Realidade é uma farsa...
O Mundo não existe
Sua Vida não existe...
Você não existe."


Tais palavras ressoavam em minha mente...
"Afinal, o que nós somos?" Perguntei-me caindo em uma poça rubra e quente.
"Já sentiu vontade de não existir ou que o quê você sempre acreditou é uma mentira? Se sim, cuidado ou poderá ser deletado."

Acordei e tomei o caminho para a aula, tudo estava normal. Alguns dos garotos falavam de Another e outros animes famosos da temporada e as garotas falavam dos "lindos" (e gays) astros do momento, os quais provavelmente seriam esquecidos na semana seguinte.

Meu nome é Shibara Ryosuke, eu tenho 17 anos e estou terminando o 2° ano do ensino médio; não tenho nada em especial, tenho uma altura mediana, notas medianas, razoável nos esportes, cabelos castanhos arrepiados e olhos cor-de-caramelo. E não me entendam mal, simplesmente sou assim pois não me importo com isso tudo, afinal por um longo tempo vivemos a vida de outras pessoas, não temos escolhas, apenas obedecemos, coisas bobas como ir a escola e entre outras. Concordo que precisamos de um ambiente para maturar as nossas mentes mas nossas escolhas são tão controladas ao ponto de não sabermos mais o que queremos e o que querem que nós sejamos.

Sempre vivi com essa rotina (se é que ir pra escola, rezar para acabar as aulas, voltar para casa e passar o dia inteiro jogando e na internet for normal...). Sem dúvidas, nesse dia algo parecia estar vazio, algo estava faltando, não sei o que, mas sentia que podia estar delirando, no fim das contas estava nevando esses dias e muita coisa estava perdida entre as camadas neve.

— Ei, você ouviu falar de uma aluna nova, Ryo-senpai? - perguntou-me Mikari Eri, uma amiga de infância, ela é um ano mais nova que eu. Uma garota meiga e um pouco mais baixa do que eu, cabelos ruivos e curto e olhos castanhos profundos, um pouco elétrica quando se trata de novidades e possessiva quanto a seus pertences, inclusive amigos.

Vocês precisavam ver quando dei uma surra num ex-valentão do terceiro ano, isso ainda no ano passado... Como esperado as pessoas começaram a me bajular, alguns até tinham medo. Ela vivia graduda em mim e afastava o nosso grupo de toda essa confusão, só pra constar eu aprendi um pouco de kendo e estava com meu guarda chuva no dia, o que gerou um pequena polêmica. Apesar de toda essa história não sou de confusões, simplesmente fico no meu canto e me misturo ao ambiente, o que realmente perturba algumas pessoas, assim como o garoto que me atacou.

— Não, por que a pergunta? - respondi com sinceridade, afinal meus ouvidos quase nunca ficam sem fones, com exceção de conversas com conhecidos/professores/autoridades.
— Eh, não foi por nada mas...
Subimos a escadaria e seguimos em direção a nossa sala e entramos na mesma, sentamos juntos, como todos os dias desde que nos conhecemos.

— Praticamente todos tem falado ela. Até mesmo há boatos que ela vem de uma família rica, não sei como você ficou por fora. - disse Eri animada pegando os seus materiais.
— Você sabe melhor que eu a minha opinião dessas coisas, você fez o dever de literatura e de matemática? - perguntei meio encabulado
— Ah~ – Eri soltou um suspiro – Pensei que você não teria feito, até porque houve um evento de jogos... É melhor parar de depender de mim, eu não tenho tanto tempo e já estamos praticamente no fim da escola sabe
— Você realmente me conhece bem mesmo, mas eu não podia faltar ao evento, era dobrado os pontos. - disse rindo

Eri corou por um segundo mas a responsabilidade venho a tona, assim como seu discurso:

— Não fique feliz por isso, se você não fizer os deveres de casa por si mesmo nunca ira aprender! E você também deveria parar de jogar até tarde, você tem dormido em todas as aulas... - Eri parecia ser uma aluna de primeira, apesar que suas notas só estavam um "pouco" acima das minhas (De 100 eu tirava 75, e ela de 100 tirava 90 não sei porque tanta preocupação assim comigo).
— Tá, entendi. Foi mal mas eu posso terminar essa música? - disse eu a ignorando-a com o meu PGS (PGS = PSP).
— De qualq-
— Todos sentados! - disse Ichiro-sensei. Ele era um professor alto, tinha cabelos grisalhos, usava óculos, e por de baixo dos óculos possuía olhos grafites.

Todos obedeceram ao professor, e enquanto eu me sentava não pude deixar de reparar carteira vazia logo na minha frente. Quanto mais eu olhava pra ela, mais imagens e símbolos estranhos surgiam em minha mente. Um vazio tomou conta do meu peito, assim como por um segundo parecia me faltar ar. Afinal, o que estava acontecendo?
Quando voltei a si, percebo que quem sentava naquela carteira era Takezo Iori, outro amigo de infância meu. Ele era muito popular, diferente de mim atualmente, mas estranhamente ninguém notou sua falta.

—Entre, Sora Yue... - pediu Ichiro

Uma garota desconhecida entrou, talvez a tão falada novata. Ela tinha aproximadamente a minha altura, longos cabelos negros e profundos olhos azuis como o leito de um rio.

— Você pode se sentar na frente do Shibara - disse o professor sorridente, apontando para o lugar vago ao qual deveria pertencer à Iori.
— Espere um pouco! Este lugar não era do Iori?! - exclamei em protesto, todos me olharam. Ao notar já estava de pé num confronto de olhares com a garota nova.
— Heim? De quem está falando, Shibara? - perguntou o sensei, confuso.
—Estou falando de Takezo Iori! Ele estava aqui até ontem, como vocês...!
—Ryo-senpai, do que está falando? Este lugar estava vazio desde o começo do ano. – interrompeu-me Eri

Sentei encabulado pela situação. E todos começaram a falar de mim, então pensei: "Será que estou imaginando coisas?".

Foquei a frente da sala novamente, e ao lado do professor estava a aluna nova, seguindo para o lugar vazio. Ela esboçava um sorriso pequeno, e eu por um momento achei que ele teria sido para mim, não sei porquê. Talvez simplesmente estivesse com vontade de rir do maluco do pedaço.
***
Após inúmeras aulas chatas, chegou o fim do dia começamos a sair da sala. Fui ao meu armário buscar meus calçados e lá encontrei uma carta em um envelope rosa "selado" com um selo em formato de um Delta, a letra grega para dê ( D ), ou para indicar expressões matemáticas. Assim que eu pego o envelope, Eri chega e pergunta:

—Ryo-senpai! Vamos embora juntos?
—N-não vai dar. Tenho algo a fazer. - respondi, virando-me. Eu nem sabia o conteúdo da carta, porém sabia que não dava pra ir embora com ela por algum motivo...
—Espera! - grita Eri, me segurando pelos ombros. - De quem é essa carta na sua mão? É de uma admiradora secreta?
—Não sei. - disse enrubescido
—Mesmo? Deixa eu ver! - ela então arranca a carta da minha mão e rompe o selo Delta - Espera, é da novata!
—O QUÊ???? ME DÁ ISSO!!! - peguei a carta de volta o mais rápido que pudia e li a mensagem da carta mentalmente:

"Caro Ryosuke,
Eu o achei bem interessante. Venha me encontrar no terraço do colégio após a aula.
Sora Yue."

—Causou uma bela primeira impressão, hein? - disse Eri ironicamente, após ler a carta discretamente
—Tenho que ir! - disse eu, correndo para laje do colégio. Precisava tirar essa história a limpo.

Alcancei a porta da laje, abri-a e apenas havia um homem vestindo um longo casaco preto de capuz, virado de costas e com a mão nos bolsos do casaco. Sua figura se destacava com clareza em meio a brancura deixada pelos rastros de neve. No momento em que puz os olhos na estranha figura, minha volta começou a "chuviscar" e "distorcer-se", como uma interferência na TV. De longe aquilo era o mais estranho acontecimento, isso realmente era real ou a baixa oxigenação me fazia ver coisas, quando o meu arredor se estabilizou atrevi-me a perguntar:

—Quem é você?

O homem virou-se, podia ver um brilho dourado em seus olhos. Meu corpo estremeceu como se cada célula do meu corpo fosse destruída uma a uma. Ainda que com dores por todo o corpo tornei a questionar:

—Ei! Eu perguntei QUEM É VOCÊ!!!!

O estranho tirou a mão direita do bolso e ergueu o braço em minha direção, meu corpo paralisou-se. Em sua mão matearilizou-se uma arma dourada, com a qual atirou em meu peito com uma pontaria certeira, caí gélido. Apenas meu peitoral estava quente, onde havia transpassado a bala. Meu corpo estava repleto de dores, começando a desaparecer, assim como dados estraçalhados. Finquei meu olhar para frente com as energias restantes e o homem misterioso havia sumido. Minha cabeça despencou no chão com força. Minhas forças se esgotavam e eu prestes a fechar os meus olhos...

—Desculpe o atraso! Eu tive que... - disse uma voz, pausando abruptamente - O que é isso?! - ouvi seus passos se aproximando de mim, se ajoelhando ao meu lado. A reconheci, era Sora Yue. – Droga! Mais um Administrador! Tch! Eles estão cada vez mais rápidos no gatilho! - ela parecia séria e irritada.
Não me lembro o que aconteceu após isso apenas sei que cai em um sono profundo, um sono que temia que fosse eterno.
Todavia acordei. Não sabia como reagir, estava em uma espécie de maca (ou cama, não sei). Havia alguns equipamentos eletrônicos os quais eu nunca vira. Levantei minhas mãos e comecei a apalpar meu peito. Estava totalmente regenerado, nenhum furo. Respirei fundo e fiquei um pouco mais calmo. Logo, reparei um garoto que estava usando um PC, digitando coisas que para mim não havia significado.

—Onde estou? - perguntei a ele, levantando-me da maca e aproximando-me.
—Parece que você acordou. - disse-me o garoto de óculos - Teve muita sorte da chefe o achar tão rápido.
—Chefe?
—Ah! Esqueci que você não é daqui. E então, está melhor?
—Sim... Mas quem é "a chefe"?
—Bem, você deve conhecê-la como Sora Yue...
—Então é ela... - respondi, como se já soubesse - Mas estou aonde, afinal?
—Você está na Delta Base! Aqui é onde nós...
—Deixe o resto comigo, Yuuto... - disse Sora com uma voz sombria, entrando no cômodo com autoridade.
—Ah, chefe! Claro! Vou voltar ao trabalho! - disse Yuuto, meio que nervoso, e se virou para o PC, voltando a digitar coisas sem sentido.
—Venha comigo, Shibara. - completou Sora

Quando saímos do cômodo, notei que estávamos no térreo de uma mansão gigantesca. Devia ser a casa de Yue-san. Ela me levou até um quarto vazio, e por algum motivo meu nome estava gravado na porta.

— Este será seu quarto a partir de hoje por tempo indeterminado. - determinou Sora.
— O quê???!! - gritei, surpreso
— Não pense errado. O único fato que ocorreu para que você tenha que se mudar para cá é que descobrimos que você é um de nós, querendo ou não, terá que morar aqui.
— Do que esttá falando?
— Você, assim como nós, possui uma habilidade especial "neste mundo" chamada Seishin, que nos permite controlar dados.
— Mas isso aqui não é Matrix! Coisas assim não existem! Que história é essa?
— Errado, elas existem. O mundo que você conhece é uma mentira. Tudo a sua volta são a penas dados. Até mesmo eu e você somos apenas dados desse grande "Mundo Virtual".
— Como assim? Mas eu tenho todos os cinco sentidos, sinto dor, tristeza, alegria, rio e preciso me alimentar! Então como essas coisas podem ser dados?
— Não sei te responder... Só sei que você não tem volta: se não aprender a se defender, mais daqueles NPC's irão aparecer atrás de você.
— "NPC's"?
— São administradores do "Mundo Virtual", e não permitem que pessoas como nós sobrevivam por muito tempo. Por isso nos juntamos. Um deles quase te matou... Vai me dizer que é mentira agora tudo o que eu disse?
— Não... - estava com a cabeça lotada de dúvidas. Mesmo assim, achei que ela estivesse falando a verdade. Depois desse dia cheio de coisas estranhas, essa foi a melhor a melhor tese desses fatos terem ocorrido até agora.
— E então? Quer ser juntar a nós, os Delta Hackers?
— É... é muita coisa para pensar... primeiro levo um tiro e agora simplesmente tudo ao meu redor não é real? Eu preciso de tempo para pensar...
— Tudo bem. Eu entendo, mas já temos tudo preparado para sua proteção. Lhe darei um tempo, mas não será permitido deixar essa casa, a não ser que seja para a rotina. Eu dei um jeito para seus pais não se preocuparem.
— Tudo bem. Eles estão ocupados com os projetos deles, como a mundaça.
— Sim, nós já investigamos tudo ao redor para podermos criar uma situação em que você poderia se juntar a nós sem causar suspeitas.
— Ei... como eu faço para reconhecer esses tais NPC's?

Ela ficou em silêncio por alguns segundos. Depois respondeu:

— Agora que o bicho pega. Afinal, eles se infiltram, roubando a identidade e memórias de outras pessoas. Eu acho que só quando ele tentar te matar. E outro detalhe: Geralmente eles assumem a identidade de uma das pessoas mais chegadas ao Hacker, ou seja alguém que esteja próximo de se tornar um de nós.

Fiquei sem resposta. Qualquer um poderia ser um NPC. Até mesmo Eri? Não! Não podia aceitar isso! Jamais! Mesmo com essas explicações, milhões de dúvidas ainda zuniam na minha cabeça e isso me dava raiva. Mas de duas coisas eu tinha certeza: de que toda a realidade era uma farsa e de que eu corria perigo.
Não sei mais o que fazer. Preciso voltar a minha casa o quanto antes e pensar em tudo com mais calma, ela pode simplesmente ser louca. Afinal o que é esse mundo? Ou melhor... o que sou eu?

 


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Notas finais do capítulo

Glossário do Teba-chan!
—PC: "Personal Computer" = Computador Pessoal.
—NPC: "Non-personal Character" = "Personagens" não-pessoais. Administradores do sistema gigante, que é a própria "realidade" da estória.
—PGS = PSP moderno. Invenção do autor. Melhor que o PFP do Kami Nomi zo Shiru Sekai.
—...-sensei: Professor ...
—...-san: Senhor, senhora ou senhorita. Também indica alguém
importante em que se não tem muita intimidade ou indica hierarquia.
—Seishin ou Tamashi: "Alma". No livro, habilidade dos Delta
Hackers, capaz de modificar os dados do mundo virtual.