Everytime I Look For You escrita por LunacyFringe


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Oiii gente *-*
Bom, pra quem quase me matou por ter parado onde eu parei: aqui está o novo capitulo! Demorei? :3
Aah, e bem vindos leitores novos *---*
Boa leitura (:



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Frank POV

Eu não podia acreditar que aquele monstro havia batido na minha mãe. Meu pai realmente fez aquilo. De novo. Eu acho que a vida pegou todos os jeitos que ela podia de ser mais cruel, e usou-os todos comigo. Ela apunhalou toda a crueldade em um único homem; aquele que eu poderia chamar de pai. Meu dia poderia ser mais desgastante do que isso? Eu já nem ligava mais para o fora que acabei levando do Senhor Gerard Way, para mim não tinha a mínima importância. Não quando a pessoa que mais se ama está no lugar em que você mais teme; o hospital.

Meus olhos fitavam somente o asfalto, enquanto eu estava sentado na sarjeta da minha casa, abraçando meu corpo em uma tentativa de me aliviar de tantas preocupações.

Ray se sentou ao meu lado direito, assim como Jared, que se sentou ao meu lado esquerdo. O silêncio que se instalava entre nós não era algo incômodo, pelo contrário, era completamente reconfortante. Tomado pelo exausto, acabei escorando minha cabeça no ombro de Leto, que não renunciou ao meu ato, somente passou o braço pelo meu ombro me envolvendo em um abraço.

– Com licença, o senhor é o Frank Iero, estou certo? – Um dos policiais em que enchi de perguntas e grudei na gola do uniforme, se aproximou perguntando. – O senhor que falou conosco há alguns minutos? – continuou.

– Sim, sou eu mesmo. – levantei meio tonto, apalpando minha calça para retirar a sujeira da mesma.

– Entrei em contato com o hospital, para obter respostas para você. Sua mãe está bem, não foi nada de grave. Ela ficará em repouso e receberá um atestado que vai mantê-la afastada do trabalho por alguns dias. Porém, seu pai...

– Você quer saber? O senhor Iero que se foda. Eu quero que ele fique preso e de preferência morra lá dentro. Ele não merece nada, além disso. – falei cabisbaixo, recebendo olhares curiosos da vizinhança.

– Ele foi pego em flagrante, não há escapatória, com certeza ele pegará um bom tempo dentro da cela; não há saída. Bater em mulher é algo muito sério. – deu pausa no que falava, para respirar fundo e enterrar as mãos nos bolsos de sua calça jeans. – Meu nome é Corey Taylor. Sempre que precisar de algo pode entrar em contato comigo. – retirou as mãos do bolso me entregando um cartão, no qual observei e guardei-o logo em seguida. – Muitos adolescentes passam por uma situação parecida com a sua, garoto. Nós damos suporte para eles, então se precisar de um psicólogo, alguém para desabafar e ajudá-lo, nós conseguimos um para você sem custo algum, ok?

– Eu não vou precisar. Pode ter certeza. – encarei-o diretamente nos olhos, fuzilando seus orbes intensamente azuis, de alguma maneira. – Eu só quero ver minha mãe.

– Claro. Tudo bem. Caso você queira que eu o leve, eu...

– Não, obrigado. Meu amigo vai me levar até lá. – Olhei para Jared, fazendo um gesto para que se levantasse. – Obrigado por sua preocupação, mas a única coisa que eu quero é nunca mais ver a cara daquele... Daquele homem. – Falei com certo desgosto, sorrindo falso. – Agora se você me der licença, eu vou ver como minha mãe está. Ray. – olhei para ele, que já se encontrava em pé ao meu lado – Nos vemos amanhã na escola. Adeus, Taylor. E obrigado novamente.

Andei em direção ao carro, sem saber o que pensar naquele exato momento. Eram tantas coisas misturadas em minha mente, que eu simplesmente não sabia nem ao menos o que fazer. Na verdade, eu me sentia... Vazio. É, era assim mesmo que eu me sentia, eu não tinha outro sentimento, outra sensação.

Entrei no carro me mantendo em silêncio, sentei no banco de passageiro colocando o cinto de segurança. Pelo retrovisor eu pude ver como meu rosto se mantinha sem expressão. Mas eu não poderia esvaziar minha cabeça em um estralar de dedos. Eu não poderia esquecer o mundo em um mero segundo. Não enquanto tantas coisas aconteciam em minha vida.

– Você sabe qual é o hospital? – Jared perguntou baixo, fazendo com que eu me desvencilhasse de tais pensamentos por um breve instante.

– O tal do Corey anotou no verso do cartão. – tirei o pequeno pedaço de papel do bolso de minha jaqueta e o entreguei a Jared.

Leto observou o endereço por um tempo, como se tentasse assimilar o local, mas logo deu partida.

Escorei a cabeça no vidro da janela, cerrando os olhos, e logo pensando em coisas que me fariam esquecer o que estava acontecendo, como carneirinhos comendo maçã.

– Frank, chegamos. – Senti que Jared me chacoalhava. Abri os olhos lentamente, encarando-o. – O trajeto não demorou nem dez minutos e você já dormiu? – perguntou indignado, mas logo sorrindo doce. – Vamos lá, assim você verá que tudo esta bem, e então poderá dormir melhor à noite.

– Quem garante que tudo está bem? – desci do carro, esfregando meus olhos para espantar o sono.

– Se eu te garantir será o suficiente?

– Você disse o mesmo há algumas horas atrás, e tudo o que aconteceu foi algo a mais para fuder com a minha vida. Eu realmente não sei de mais nada, Jared. – funguei, tentando conter o choro.

– Frank, tudo vai ficar bem. – Me abraçou de lado, enquanto entrávamos no hospital.

Fui até a recepção, pedindo para que Jared ficasse do lado de fora, porque assim seria melhor. Dei o nome de minha mãe junto ao meu, e assim me autorizaram a vê-la. Segui a enfermeira até o quarto de número 13. Agradeci a moça que me acompanhou no caminho, e então entrei na pequena sala, vendo minha mãe deitada e coberta até a cabeça, mas assim que ela me viu, se sentou segurando uma revista em mãos. Seus braços estavam cheios de hematomas, assim como seu lábio que estava com um corte na parte superior.

– Filho. – Sorriu, deixando a revista de lado.

– Você está bem? – Me aproximei, preocupado. – Tipo, você levou uma surra, ai ‘tá no hospital, sentada na cama e lendo uma revista? Como assim?!

– Parece que você não conhece a mãe que tem, não é? – Riu fraco. – Eu só estou com algumas dores, mas eu acho que já posso voltar a trabalhar amanhã mesmo.

– Você é louca! – Balancei as mãos de maneira exagerada. – Aquele merda te bateu, olha pra você! E... E você está ai? Agindo como se fosse normal?! Amanhã o seu corpo vai estar tão dolorido que você vai se perguntar se te colocaram no liquidificador enquanto você dormia! – Ela riu. – Eu não ‘tô brincando, Linda!

– Não me chame de Linda, Frank. – Me encarou séria. – Eu sou a sua mãe, e não aja como se fosse ao contrario. O que você quer? Que eu fique me lamentando? Aconteceu Frank! Aconteceu e acabou! Não podemos dar um replay, voltar para trás e simplesmente pausar a cena até você chegar e me salvar. – Ótimo, ela realmente é  9minha mãe!

Me mantive em silêncio por um tempo, ela não pode tratar isso como se não fosse nada. Olhei para cima fazendo com que nenhuma lágrima caísse.

– Vem cá, senta aqui do meu lado. – Minha mãe falou, batendo no espaço vazio de sua cama. Sentei, jogando a cabeça para trás.

– Desculpa. – Falei cabisbaixo. – Eu deveria ter voltado direto para casa, eu prometi que passaria o resto da tarde com você, se eu tivesse feito isso nada disso teria acontecido. Mas não, eu te deixei sozinha. Sozinha, mãe!

– A culpa não é sua, querido, não se culpe por isso, por favor. Eu quero escute o que eu vou dizer e não me desobedeça. – Ela disse, e então meus olhos que encaravam meus dedos passaram a olhá-la. – Vá para casa, certo? E não faça nenhuma besteira. Ou então, durma na casa de um amigo, ou leve um amigo com você. Não precisa ir à aula amanhã se não quiser, e me espere em casa amanhã de tarde, porque eu não vou ficar aqui. Eu não aguento hospitais.

– Que tipo de besteiras você quis dizer?

– Hum, vejamos. Não coloque fogo em nada, não corte nada, não mate ninguém, não quebre espelhos, na verdade não quebre nada, não fique triste, não chore e não desista. Nada mudou, agora somos eu e você, assim como antes. Amanhã eu quero chegar em casa e vê-lo sorrindo. Se você for à escola e alguém falar alguma coisa, conte ao diretor, ou então desconte sua raiva na pessoa. Certo?

– Você quer que eu bata em alguém pra descontar a minha raiva, mas não quer que eu mate ninguém? – Ri fraco.

– Meu Deus, como é raivoso esse menino! – Gargalhou. – Com esse corpinho aí, você não mata ninguém com uma surra filho, sinto muito!

– Rá, rá, rá! – Ironizei, mas depois ri junto. – Eu te amo mãe.

–Eu também te amo, meu anjo. – Sorriu doce.

– Mãe? – Chamei-a. – Como aconteceu?

– Ah filho, é complicado. Quando ele chegou em casa ele estava bebado,c omo sempre. Ele começou a gritar e a me xingar, então eu revidei. Ele mandou que eu ficasse no meu devido lugar. Eu me calei, não tinha como não ficar quieta. Ele estava pior do que antes, ele estava como um cão raivoso. – Começou a fazer gestos que simulavam uma briga. – Eu não ia deixar por menos, ele estava me humilhando. Dizia que eu era uma vadia e que eu não prestava pra nada, foi aí que aconteceu. Eu me levantei e dei um belo de um bofetão em sua cara. Naquele momento ele resolveu fazer o que você já sabe, e infelizmente viu um vez. – Suspirou. – Mas o bofetão valeu a pena. – Riu e eu a acompanhei.

– Sinto muito. – Peguei em sua mão. Ela apenas me sorriu doce.

Ficamos conversando durante um tempo. Ela realmente estava bem, o que me acalmou um pouco. Lembrei que vim de carona e me despedi de minha mãe, dizendo que ia visitá-la durante a tarde, e ela respondeu que à tarde já estaria em casa. Eu apenas ri e resolvi concordar.

Saí do quarto, seguindo pelo mesmo corredor de paredes brancas e rachadas. Parei em frente ao balcão e dei meus dados para a “recepcionista”, pedindo a ela para que me avisasse caso minha mãe ganhasse alta, porque eu viria buscá-la.

Enterrei as mãos no bolso e sai do hospital de cabeça baixa. Por mais que eu estivesse feliz por ela estar bem, o fato do meu pai ser um desgraçado não me deixava em paz. Suspirei, levantando a cabeça, encontrando Jared escorado no carro.

– Hey cara, ‘tá tudo bem com ela? – Pôs a mão sobre meu ombro.

– Sim, melhor que nós. – Ri. – Ela só tem alguns hematomas. Acho que ela se esquivou bem.

– Linda usa esquivar. It's super effective! – Fez uma piada, e eu acabei encarando-o com a maior cara de “aff”. – Eu fiquei muito tempo sem fazer piadas, não consegui segurar.

– Babaca. – Ri baixo. – Hey, Jay... – Chamei-o, dando a volta para entrar em seu carro. – Posso dormir na sua casa, ou você na minha? Minha mãe pediu para que eu não passasse à noite sozinho. – Encolhi os ombros num gesto que dizia “fazer o quê?”.

– Eu durmo lá com você. – Falou já dentro do carro. – Mas e você? Você está bem agora? – Deu partida, seguindo para a minha casa.

– Estou sim. – Sorri fraco. – Ninguém ligou para saber, você sabe, como eu estou?

– Oh Frank... – Suspirou pesado e me olhou rápido. – Sinto muito, mas ele não ligou.

– Ah, tudo bem. – Sorri fraco.

Seguimos o trajeto em silêncio, e assim que eu cheguei em casa, vi a bagunça que se instalava ali. Larguei minha mochila – que eu ainda carregava – no sofá e subi as escadas, sem ao menos falar uma única palavra para Jared.

Entrei no quarto retirando a jaqueta, jogando-a em qualquer canto. Sentei na cama e tirei a calça junto da camiseta, ficando apenas com minha boxer preta. Segui para o banheiro e me livrei do que ainda restava de roupas e liguei o chuveiro, seguindo para baixo do mesmo. Nada como um banho quente.

Fiquei alguns minutos e saí dali, logo me enrolando na toalha. Voltei para o quarto, encontrando Jared já deitado na minha cama, em baixo das cobertas e com a televisão ligada. Sorri para ele e fui para o meu armário, pegando uma boxer e uma calça de moletom. Fiz malabarismo para não deixar a toalha cair e ficar nu na frente de Leto, e me vesti, já sentando ao seu lado.

– Posso deitar na minha cama? – Ri.

– À vontade. – Bateu ao seu lado.

Deitei e me cobri até o pescoço, procurando um jeito de ficar confortável para ver Sexta-Feira 13. Jared passou um de seus braços por debaixo da cabeça, praticamente me abraçando por ali enquanto afagava meus cabelos.

– Eu vou dormir se você continuar fazendo isso. – Sorri de leve, fechando os olhos.

– Essa é a intenção. – Riu pelo nariz.

– Obrigado por ser... Tão amigo assim. – Olhei-o. – Se eu não tivesse alguém agora, eu não sei o que faria.

– Eu sempre vou estar aqui quando você precisar okay? – Bateu em minha testa de leve. – Boa noite.

– Boa noite... – Fechei os olhos novamente.


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Notas finais do capítulo

Nada de shippar Frank/Jared hein galera! Aqui é Frerard UAUAHSUAHS
Bom, gostaram do capitulo? *--*
Vejo vocês nos reviews ;)
BJO BJO BJO