Chasing Cars escrita por JuhChagas


Capítulo 13
Flu... ?


Notas iniciais do capítulo

Peopleee, como vão?! Queria agradecer à RaaquelSouza pela recomendação linda, obrigada amor! E também queria agradecer por todos os reviews divônicos que vocês deixaraam,e dar as boas vindas aos novos leitores! Welcome! Eu notei ontem que tenho 43 leitores, mas então porque não recebo 43 reviews por capitulo? Nem metade deste número comenta! Cadê vocês fantasminhas?! Aparecem pleasee, nem se for pra falar "Gostei, continua.". Anyway, espero que gostem do capitulo!



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                                    POV Nico Di Ângelo

       Revirei-me novamente na cama, desta vez encarando a parede escura. Apertei os olhos com força tentando me livrar da visão daqueles malditos olhos azuis eletrizantes. Todos os lugares que eu fitava, jurava ver eles, ansiava ver eles. Ver ela.

       Descobri-me, deixando o edredom cair ao chão, e vire-me de bruços, enterrando meu rosto entre os braços. Amaldiçoei com a voz abafada por ter criado coragem naquela tarde e ir falar com ela. Porque, ao mesmo tempo em que havia sido maravilhoso ter passado aquele tempo com ela, também tinha sido ruim, pois, agora eu não conseguia parar de pensar nela.

       Eu, definitivamente, não sabia se me sentia feliz ou não. Porque essa coisa no meu peito estava gritando pelo nome dela. Uma coisa estranha e forte, que antes eu não tinha, e a sensação de tê-la agora era completamente inovadora e estranha.

       Eu sabia exatamente o que estava sentindo, só não conseguia explicar em palavras. Todos aqueles contos de fadas, e histórias contadas e relatos apaixonados confirmaram meus sintomas. E eu odiava tudo isso. Odiava ter só uma pessoa em minha mente, odiava vê-la em todos os cantos, odiava esse aperto no coração. Argh, esbravejei, bagunçando os cabelos lisos e negros. Dando-me por vencido sentei na cama e peguei o celular vendo as horas. 5hrs30m. As aulas só começam 7hrs.

        - Fantástico. –murmurei finalmente me levantando.

        Sai do meu quarto e desci as escadas me apoiando na parede. Não é porque eu não tinha sono,  que eu não tinha preguiça também! Meu pai, Hades Di Ângelo, estava organizando umas papeladas na mesa, e colocava-as cautelosamente em sua maleta de couro preta. Ouvindo meus passos arrastados ele levantou o olhar dirigindo-me um sorriso cansado. Suas olheiras eram profundas e escuras no seu rosto, fazendo-o parecer mais velho do que era.

        -Bom dia filho. – ele se pronunciou primeiro fechando a maleta e depositando-a sobre uma poltrona na sala.

        -Bom dia pai. –respondi educado.

        - O que aconteceu? Geralmente você acorda 5 minutos antes da aula começar. – ele brincou rindo, sendo acompanhado por mim. Meu pai era o melhor. Ele podia ser fechado e frio para quem não o conhecia, ou para quem havia perdido sua confiança, mas não comigo. Desde que minha irmã morrera há 10 anos, ele havia se aproximado muito de mim, já que éramos só nós dois. Mamãe morrera no meu parto, e eu meio que me sentia culpado por isso, e depois sem minha irmã... Eu estive em um período meio depressivo e solitário naquela época, mas meu pai foi meu herói. E ainda é até hoje, sempre será. E apesar de não gostar de me lembrar de tudo e me sentir culpado pela morte de minha mãe, sentir a falta de Bianca, eu não podia ignorar como meu pai tinha sido importante para mim.

        - Eu perdi o sono hoje. Estou me sentindo estranho. – dei de ombros abrindo a geladeira e fitando seu interior sem muito interesse.

        -Estranho do tipo doente? –ele indagou se aproximando.

       - Ahm ... Talvez. –fiz uma careta em seguida e peguei iogurte e morangos.

       - E essa doença tem nome? – ele já se encaminhava ao ponto central da conversa.

       - Gripe? –dei uma tentativa com um sorriso irônico encarando-o. Ele retribuiu ainda brincalhão.

       -Thalia Grace? – palpitou também.

       Lancei-lhe um olhar reprovador e ele levantou as mãos como se mostrasse que não  estava armado. O silêncio se instalou em confirmação à sua pergunta.

       - Finalmente. Pensei que nunca fosse falar com ela. Sabe Nico, na sua idade eu tinha muito mais iniciativa do que...

        - Como você sabe que eu falei com ela? – estava surpreso. Será que ele instalou câmeras no carro?

        - Você não ficou todo bravinho e revoltado quando eu falei o nome dela. Geralmente você vem com aquele discurso de “Pai, eu não tenho, nem quero nada com ela! Que droga, eu já disse...”. – ele fazia uma imitação horrível da minha voz irritadiça. Essa situação fazia parecer que ele era o filho e eu, o pai. – Mesmo que ambos saibamos que é mentira. – ele soltou com o ar de ingenuidade.

        - Primeiro de tudo pai: você é um dissimulado. – ele socou de leve meu ombro, rindo abertamente. – Segundo: sim, eu falei com ela. –ele abriu a boca, mas eu o impedi continuando. – E terceiro: não me encha de perguntas.

        Ele continuava a rir com vontade absurda para 5hr30m. de uma manhã de quarta feira. Eu o invejava, apesar de também estar rindo fracamente. Ele murmurou um “Ok” entrecortado enquanto eu batia todo o conteúdo no liquidificador. Quando ficamos sozinhos, sem mamãe, nem Bianca, acabamos aprendendo a nos virarmos na cozinha, e eu na verdade me considerava um bom cozinheiro. Sorri com a lembrança positiva.

       O papo prosseguiu animadamente, logo me fazendo livrar do mau humor matinal. Meu pai era o melhor, repeti enquanto ele contava como pretendia fechar alguns negócios importantes hoje.

        Meu pai se despediu com um abraço, mas não antes de sussurrar “Depois você vai me contar essa história aí sobre a Thalia, hein. E não a deixe escapar!”. Ele soltou dirigindo-se para a sala e retornou com a maleta em uma das mãos.

       - Não vou, pai. – respondi sorrindo para ele.

      - Meu garoto. – ele bateu levemente em meu peito e saiu repetindo divertidamente “meu garoto, esse é o meu garoto...”.

                                                     xxxxxx

                                                        POV Narrador

       Nico chegou adiantado no colégio, provavelmente a primeira vez no ano letivo todo.  Não demorou a avistar Percy e Luke no estacionamento, encostados no capô do carro esportivo do moreno enquanto conversavam animadamente. Nico se aproximou sorrateiramente por trás dos amigos, assustando-os. Ficou finalmente de frente para eles, não sem antes ser nomeado por carinhosos apelidos.

        A conversa fluía facilmente entre o trio que esboçavam grandes sorrisos nos rostos. Depois de alguma piada idiota contada por Luke, e depois do grupo se recuperar das risadas estrondosas (que, aliás, chamou a atenção de várias pessoas) um silêncio agradável se instalou, sendo interrompido apenas pelas pesadas arfadas restantes. Percy sentia o sol da manha esquentando seu rosto, e tombou a cabeça para trás. Nico se pronunciou quebrando o silêncio:

        - Eu sei que não é muito adequado perguntar isso, mas... Vocês sabem onde o Ethan está?

        - Ele não vem desde segunda-feira, e na verdade, não deu noticias desde sexta. Vocês sabem: quando... – o loiro gesticulou as mãos relembrando à tarde de sexta.

        - Já estamos na quarta-feira e nada... Estranho pra dizer o mínimo. – Nico completou arrumando a única alça da mochila que realmente estava em suas costas. Velho costume.

        - Bom pra dizer o mínimo. – Percy corrigiu dando de ombros. Ethan Nakamura era a ultima pessoa que ele queria ver na sua frente. Não sabia se conteria os pulsos desta vez. Negou com a cabeça, reprovador. – Ainda não acredito que ele teve a coragem de fazer aquilo.

        - Nem eu. Quero dizer, nós sabemos que ele não é o que anda nos trilhos aqui, mas aquilo foi demais, até pra ele. – Luke assumiu uma carranca.

        - Eu não sei do que sou capaz de fazer se ele tentar... – Percy começou cerrando os dentes, mas sendo interrompido.

        - Ah cara, é melhor nem pensar nisso agora. Quando ele aparecer, digo, se ele aparecer, nós vemos como ficam as coisas. – Nico proferiu, ouvindo um murmúrio de Percy que dizia “Nada bem pra ele, te garanto...”, mas ignorou continuando. – Eu preciso contar uma coisa pra vocês!

         Nico estava mais animado que o normal naquela manhã, seu sorriso quase rasgando as bochechas, e isso seus amigos já tinham notado.

        - Espero que seja coisa boa, porque explicaria esse sorriso, Coringa. – Percy riu fazendo piada do moreno á sua frente, logo ouvindo a risada gostosa de Luke.

       - Piadinhas à parte... – Nico rolou os olhos, mas resolveu parar de enrolar e ir direto ao ponto. – Eu conversei com a Thalia.

       Os dois encostados no capô endireitaram as colunas rapidamente e Nico jurou que mais um pouco e os olhos deles saltariam em sua direção. Luke finalmente abriu a boca para dizer algo com o olhar divertido, mas Nico não permitiu.

       - Piadinhas à parte, já disse! –avisou apontando o dedo indicador para os garotos.

       Ambos levantaram as mãos como Hades havia feito mais cedo e trocaram uma breve conversa por olhares.

       - Então, Nico... Você quer conversar sobre isso? – Percy perguntou assumido o papel de psicólogo, apoiando o queixo em seu punho fechado. Quem passava por ali realmente diria que aqueles três levavam uma conversa séria.

      - Deixa de ser idiota Perseu. Mas de qualquer forma, eu vou falar. – começou respirando fundo dramaticamente. – Bem, no domingo... Domingo? Bem, eu não lembro.

      - De fato, um dia marcante, nunca se esquecerá da data, amigão. – Luke soltou irônico, mas se calou ao receber o olhar irritado de Nico.

     - De qualquer forma, não importa. Nós ficamos conversando a tarde toda. A tarde inteirinha! E depois eu dei uma carona pra ela até a sua casa, e...  Eu acho que somos oficialmente amigos agora. Ela é tão... Cativante, eu não sei se essa é a palavra certa. Nós temos os mesmos gostos e pensamos da mesma forma, tudo combina, sabe?! – o Di Ângelo falava rápido demais, atropelando as palavras. E suas mãos desenhavam coisas incompreensíveis no ar. – E agora eu não consigo parar de pensar nela, todo momento eu vejo aqueles olhos e ouço a sua risada, e sinto um aperto estranho no peito. Mas não tenho certeza se é aquilo... Mas é estranho, sem dúvida.

     - “Aquilo”? – alfinetou Luke com o sorriso maroto que sempre tinha nos lábios. Era tão divertido se fazer de ingênuo, pensou o mesmo.

    - Você sabe! Aquilo. – Nico respondeu esperando que o outro entendesse.

    Percy que já segurava o riso forte em seu interior, também cutucou o amigo:

    - “Aquilo”? Vamos Nico, você é tão inteligente. Procure o termo correto no seu vasto e rico vocabulário... – o de olhos verdes retomou o papel de psicólogo.

    - Vocês estão de brincadeira com a minha cara! AQUILO! – Nico se exaltou levando as mãos aos céus. Era engraçada a cena daquela pequena discussão entre amigos, ou irmãos...

     - Amor, Nico. Amor, meu querido amigo! Porque não admite logo que está apaixonado pela Grace?! – Luke repetia dando ênfase as vogais de “amor”, como se explicasse para uma criança.

      - É fácil falar isso, pra você, Castellan. Você nunca realmente disse isso com o verdadeiro significado. Na prática é mais difícil, meu querido amigo! – Nico repetiu as palavras do loiro enquanto todos caiam na gargalhada.

      - Hey! Eu ainda posso não ter dito, mas quando eu sentir “aquilo” – Luke fez aspas, com os longos dedos no ar- pode ter certeza que não vai ser tão difícil de admitir isso pra mim mesmo. Muito menos para chegar à pessoa e dizer o que sinto.

     Isso era verdade, os dois morenos fizeram a nota mental. Os dois sabiam que Luke, entre os três ali, era o que tinha mais facilidade em se expressar, colocar tudo em palavras... Ele não era tão tímido e retraído como os outros. Era uma pena o fato de que Luke ainda não tivera a oportunidade de usar sua “facilidade” ainda. Nenhuma das várias garotas com que Castellan se envolvera, realmente, o fizeram sentir algo mais que prazer. Mas ele não era um caso perdido. Era certo que quando Luke se apaixonasse, não haveria volta, ele seria o perfeito “Romeu” de sua amada. “Que os deuses do Olimpio sagrado protejam meus coitados ouvidos.”, pensaram quase que o mesmo os morenos, “Luke não parará de falar sobre a abençoada!”.

       - Ou vocês realmente acharam que eu seria como Nico e esperar séculos para falar com ela?! – Luke não pode deixar de tirar um pouco mais de sarro do Di Ângelo.

        Nico avançou em direção ao loiro iniciando uma daquelas briguinhas entre garotos. Ambos riam deferindo socos e pontapés de leve, porém certeiros. Se realmente quisessem, já estariam se machucando de verdade há muito tempo com os vários anos de aulas de artes marciais que os três tiveram juntos quando mais novos.

         Ouviram o barulho de rodas se skate se aproximando com velocidade e logo duas figuras altas com os cabelos puxados ao vermelho se jogam sobre Luke e Nico, derrubando todos no chão. As duas figuras eram Connor e Travis Stoll, os irmãos gêmeos mais divertidos e encrenqueiros de todo o colégio, de todo o bairro, cidade... Eles eram os piores pesadelos que Sra. Doods já tinha visto. E apesar do gênio bagunceiro e hiperativo que ambos herdaram, eram ótimos amigos. Não tão íntimos como o trio ali, assim como Charles Beckendorf, mas quando todos reunidos, ninguém se comparava. Eles eram esbeltos, com a pele alva. Na verdade, lembravam muito aos gêmeos Weasley de Harry Potter.

      - Hey lindinhas, como vão?! – Connor brincou se levantando e ajudando o resto á ficar de pé também.

       O papo se arrastou um pouco mais até que Nico saiu com Connor em uma conversa animada e risonha, pois tinham a mesmo primeiro período. Luke se virou para os dois restantes depois de bagunçar os cabelos dourados no reflexo do vidro de Percy e lançar um sorriso malicioso parecendo gostar do que via.

      - Que aula vocês tem agora?

     - Física. – o Jackson e Stoll responderam em uníssono.

     - Perfeito, eu também! Vamos, o sono nos espera. – Luke juntos as mãos imitando um travesseiro e apoiando a cabeça nelas.

     - Querido, eu não entendo absolutamente nada acordado, quem dirá dormindo! – Percy disse arrumando a mochila nas costas.

     - Ok Percy, então fique acordado. Porém, eu, Luke, terei grande honra em lhe acompanhar. – Travis fez uma pequena reverência, como na Idade Medieval.

    - Idiotas. – Percy murmurou com um sorriso torto, porém divertido pela cena ridícula à sua frente. – Vamos logo. – Ele se desencostou do próprio carro e se preparou para rumar á aula, mas uma voz um tanto estridente e falsamente doce ao extremo o parou.

    - Não tão rápido, Percy.

    Percy virou-se de olhos fechados, apenas ouvindo o irritante barulho dos saltos de sua namorada se aproximando. Abriu os olhos e deparou-se com a ruiva rebolando em sua direção. Os cabelos alisados deixando os cachos um pouco mais leves, como os cachos de Annabeth, pensou o moreno, logo se advertindo. Os lábios grossos e com um batom vibrante se abrindo em um sorriso enorme. Percy retribuiu enlaçando sua cintura, enquanto Rachel jogava os braços nos pescoços de seu namorado.

     - Olá amor. – ela juntos seus lábios nos deles em um selinho demorado. E perguntou: – Tudo bem?

     - Uhum. – Percy assentiu olhando em seus olhos, procurando algo que o prendesse, mas não aconteceu. – Onde você esteve Rach? Não apareceu na escola esses dias.

     - A mamãe tinha voltado de Paris no domingo, e quis passar um tempinho comigo. Então resolvi não vir pra escola. Sabe como é...

     Luke e Travis rolaram os olhos com tédio nas costas da garota e fizeram o sinal que estavam indo para a aula, Percy assentiu levemente para os amigos e estes saíram trocando cotoveladas e empurrões, enquanto falavam alguma besteira.

     - Sei sim. – Percy sorriu e apenas encarou a ruiva em seus braços, sem saber exatamente o que dizer. Nem sabia no que estava pensando, ao certo. – Senti sua falta.

     Percy mentiu, logo sentindo o peso da culpa em seu peito. Doía ter que mentir para aquela que estava sendo sua namorada há um bom tempo. Se tivesse sido uma mentira boba, estaria tudo bem, mas aquela mentira estava martelando em sua cabeça. Afinal, ele não sentira sua falta nem por um segundo sequer, havia até chegado a esquecer dela, mas manteve o sorriso firmemente.

     - Eu também amor. – ela respondeu selando seus lábios deles novamente, desta vez, de uma forma muito mais voraz.

     Percy trouxe o corpo da namorada para mais perto do seu, e durante o beijo inalou o perfume de Rachel. Ele sabia que o seu perfume não era como o de Annabeth, e os cabelos não tão graciosos, e a pele não tão quente e macia, os olhos sem intensidade, e apesar de nunca ter tomado os lábios da loira, sabia que não eram como estes. E apesar de todas as diferenças, deixou seu subconsciente pregar-lhe uma peça, e fazê-lo imaginar Annabeth em seus braços agora.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Deixem bastante reviews meus amores pra JuhChagas aqui ficar inspiradona! kkkkkk E fantasminhas apareçam, hein?! Até o proximo capitulo e obrigada novamente por todo o apoio dos meus lindos leitores *--*
Love Always,
JuhChagas.