Distopia escrita por StrawK


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Yo!
Sim, começarei mais um fanfic e não tenho ideia se será longa ou curta.
Tenho tudo programado na minha cabeça, mas dependerá da recepção que terá, pois é um pouco diferente do que estou acostumada a escrever.
Como poderão perceber, a história se passa no universo ninja, mas não segue os mesmos acontecimentos.
Foi um insight que tive tempos atrás; a princípio, inspirado nas histórias dos Três Mosqueteiros, de Alexandre Dumas, mas acabou tomando um rumo diferente.
E esse prólogo foi escrito há uns dois meses.
Resolvi postar agora, aproveitando a oportunidade de dedica-la à luh-chan.
Não betada. Me avisem se encontrarem algum erro e não se esqueçam de ler as notas finais. =)



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“Acima de nosso sentimento,

Acima do sonho,

Acima dos dias.

Suando,

Segurando as lágrimas,

Agitando o sangue”.*


Sakura contemplou mais uma vez sua imagem no antigo espelho oval de seu quarto e quase riu ao imaginar a expressão da visita de seu pai se a visse em sua atual situação.


Obviamente, em uma sociedade em que o valor da mulher se restringia a ser uma boa esposa e progenitora, seria inaceitável que uma jovem aparecesse usando vestes de treino masculinas e enlameadas. Os longos cabelos róseos também não estavam em melhor estado; a trança praticamente desfeita lhe dava um ar selvagem, ainda mais pelas pequenas folhas e pedaços de galhos que se prenderam neles, quando rolou por entre os arbustos, na tentativa de não ser atingida por um dos poderosos socos de sua mestra Tsunade.


Obviamente também, quando lhe perguntassem o motivo de seu desalinho, não poderia dizer que era só mais uma sessão de aulas clandestinas de controle de chakra¹; os shinobis² perderam seus dias de glória, e freqüentemente, mesmo os homens mais fortes, eram lembrados apenas com escárnio, de modo que ela não conseguia sequer idealizar o que fariam com uma garota e sua estúpida pretensão de instruir-se nessa atividade exclusivamente masculina.


Talvez fosse levada à capital do País do Fogo, e punida fisicamente em praça pública por ousar desrespeitar as leis, ou mesmo banida, assim como Tsunade fora — embora a mulher ainda vivesse no anonimato pelas redondezas do pequeno Distrito Haruno e continuasse com a prática shinobi, tornando Sakura sua pupila.


— Sakura-chan! Por favor, venha servir o chá! — A voz de seu pai, vinda do pavimento inferior da casa, soou rude, o que a fez ter certeza de que a visita não devia ser tão agradável.


Ponderou, em súbita rebeldia, se deveria dirigir-se à sala com aquela aparência, mas concluiu que seu velho pai já estava muito cansado para ter que lidar com mais um de seus confrontos sociais. Para todos os efeitos, apresentar-se-ia como uma tímida e submissa donzela do campo.


Vestiu desajeitadamente um simples e velho yukata³, tentou dar aos cabelos uma aparência menos relaxada e inspirou profundamente antes de descer os degraus de madeira da modesta casa — o último sempre rangia, e foi isso que fez com que os dois homens sentados no tatame da sala voltassem sua atenção à ela, que se manteve apreciando os próprios pés, numa postura ligeiramente encurvada.


O olfato treinado e perceptivo fez seu nariz enrugar-se levemente; o visitante trouxera consigo o aroma da floresta que percorrera em sua viagem até ali. Conseguiu identificar o cheiro da terra molhada pelas chuvas de verão, misturado à cinzas — talvez de alguma fogueira que tenha feito — e um odor metalino que ela conhecia bem.


Sangue.


Talvez o homem precisasse apenas de cuidados para algum ferimento; talvez ele próprio fosse o autor dos ferimentos de alguém. Nos tempos difíceis em que viviam, não havia cautela ou suposições em demasia, pois agora sobrevivendo apenas da agropecuária e agricultura, sem a grande quantia que as missões shinobis proporcionavam, Konoha entrou em crise financeira, despertando o lado ambicioso e deturpado de muitos.


Seu pai pigarreou ao mesmo tempo em que um cavalo relinchou do lado de fora.


Perguntou-se o motivo de terem um cavalo amarrado em um dos pilares de sua varanda. Somente homens de alguma importância social tinham o direito de possuir cavalos naqueles tempos, e Sakura estranhou que um nobre viajasse sozinho, sem criado algum para lhe preparar o alimento ou um guarda para defendê-lo de possíveis ataques de saqueadores.


Mesmo compelida a analisar abertamente o indistinto homem sentado defronte a seu pai, limitou-se a fazer uma pequena reverência sem encará-los e retirou-se para a cozinha, ainda sentindo os olhares sobre si.


Sakura aguçou os ouvidos, mas os dois continuaram a trocar palavras num tom contido; aparentemente falavam sobre amenidades, como um preparo de terreno para o assunto principal.


Enquanto a água fervia e ela tamborilava os dedos sobre a bancada, uma quase imperceptível assinatura de chakra se fez sentir — rápida, aguda, elétrica — e arrepiou-lhe os pelos da nuca.


A última vez que sentiu essa assinatura, fora há sete anos, quando tinha apenas doze, e ainda podia frequentar a — agora extinta — Academia Ninja. Entretanto, imediatamente soube quem era aquele homem que exalava cinzas e sangue.


Escolheu a faca mais afiada da cozinha, segurando-a na mão esquerda, de modo que ficasse oculta pela manga de sua roupa, e se preparou para o que quer que fosse que Uchiha Sasuke planejara ao aparecer em sua casa.


.

.

CONTINUA

.

.

*Trecho da música Rocks, de Hound Dog. Primeira abertura de Naruto Clássico. Tradução muito mais que livre. XD

Chakra¹: Energia vital do corpo que pode ser usada para executar técnicas especiais.

Shinobi²: Termo sinônimo de ninja. Kunoichi é um termo usado para ninja do sexo feminino.

Yukata³: Tipo de Kimono casual.




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Notas finais do capítulo

Se estiver confuso, sejam pacientes. Os detalhes serão revelados ao longo dos capítulos.
Bem, realmente apreciaria receber um review de quem leu, seja para elogiar ou criticar.
Estou tentando melhorar e preciso saber se valerá a pena investir nessa fic. =)
Besitows,
StrawK