Eu realmente esperava organizar minha vida em Paris mas não estava dando muito certo, então decidi vender tudo lá e voltar para aonde antes eu era mais feliz, eu e Emma ficamos um ano morando em Paris, ela era extremamente feliz, havia arrumado um namorado e tudo, mas a questão é eu não era feliz, costumava ser mais aonde antes eu morava com Jake, meu verdadeiro e único amor. Emma estava completamente infeliz voltando para Califórnia, mas la estava tudo, estava a alma de Jake, eu não podia deixá-lo ali sozinho. Ela queria ficar em Paris com o namorado dela, mas era tão nova pra viver sozinha, tão longe.

– Mãe! Já te provei milhares de vezes que sou responsável, não vou fazer nada de errado! – ela disse segurando-me pelo braço e olhando nos meus olhos. – Por favor, mãe. Confie em mim.

– Emma! Por favor! Prometa que vai se cuidar, que não vai fazer nada errado? - perguntei-a com lagrimas nos olhos.

– Eu prometo mãe! – ela disse enquanto anunciavam meu vôo. – Eu te amo – disse me abraçando forte.

Parti, deixando minha única filha para trás, meu coração estava completamente destroçado, como no dia da morte de Jake. Eu não acredito que estava deixando a minha filha, como se ela fosse sozinha no mundo, não tivesse pai, nem mãe, bem o pai nunca esteve presente.

Quando cheguei, Anne me esperava no aeroporto, para minha surpresa, fazia mais de um ano que não falava com ela, como ela sabia que eu estava voltando? bem isso não importa, havia pelo menos minha melhor amiga desde sempre estava ali me esperando. Andei o mais rápido que pude na direção dela, abracei-a forte.

– Anne, quanto tempo! Estava com saudades.

– Katy! Você está ótima. – me abraçava forte. – quase morri sem você, todos esses anos. Naquele dia conversamos muito pouco.

– Eu lamento, por aquele dia, eu estava muito ocupada. – íamos caminhando para o carro de Anne. – Me desculpe de verdade, eu queria muito ter conversado direito com você, queria poder te contar tudo, e saber tudo o que ouve com você, eu realmente queria!

– Sem problemas Katy! Podemos fazer isso hoje! Para onde quer ir?

– Hoje é um bom dia Anne! Para onde eu morava com Jake! – disse sorrindo, ela me olhava séria, percebi nos olhos dela que não gostava que eu ficasse morando lá ainda, mas sozinha.

– Katheryn! Por favor, sério que você quer ir pra lá?

– Sim, eu nunca quis sair de lá Anne, lá foi aonde eu vivi os melhores momentos da minha vida, todo o meu amor continua lá dentro, nunca saiu! – respondi sorrindo, tentando mudar um pouco a idéia dela em relação a casa.

– Tudo bem Katy vou levar você lá! – disse sem vontade alguma. – Eu só não quero ver você sofrer garota! Cara, se você estiver sofrendo te tiro de lá nem que seja arrancada. – deu uma forte gargalhada e me deu um soco fraco no braço. – Hey, espera cadê sua filha Katy? - parou rapido de rir e me olhou muito séria, chegou a dar medo.

– Bem Emma ficou em Paris com o namorado! É foi uma grande maluquice minha ter a deixado ficar, mas não podia prender ela aqui, ela sempre detestou esse lugar! Fiz a coisa certa, ou a maior burrada de todas? - indaguei

– Fez a coisa certa! Eu acho, ela iria sair uma hora ou outra daqui, iria ser independente e esse é o momento. – ela respondeu olhando para o transito, que agora havia ficado completamente parado.

Estava bem mais aliviada com a resposta de Anne em relação a Emma, achava que tinha feito a coisa errada.

– Não quero nem que Shannon descubra que voltei, principalmente que voltei sem Emma. Acredita que ela foi até Paris? só pra perguntar por que não falei que estava me mudando e pra jogar na minha cara que eu não dava valor na tudo o que Jake tinha me deixado. – disse ficando nervosa ao lembrar os detalhes.

– Ah, não acredito que ela fez isso! Que desgraçada, depois de 15 anos ela resolve fazer isso? Ela queria o dinheiro dele? - perguntou olhando pra mim, já que o transito estava completamente parado.

– Eu ofereci tudo exceto os quadros e a casa, mas ela podia ficar com o dinheiro todo, mas ela disse que não queria! Ela apenas foi lá me dizer que eu nunca amei ele! – senti meus olhos arderem e escorrerem lagrimas pelo meu rosto, Anne rapidamente veio me abraçar. – Anne, você acha que eu nunca amei ele? Seja sincera! – indaguei soltando-a.

– Claro, que amou, ama até hoje, se você não tivesse amado ele, não estaria desse jeito agora Katy. – disse segurando uma das minhas mãos e apertando-a muito forte.

– Mas eu fui a culpada pela morte dele! Fui eu quem jogou aquela tinta vermelha no quadro e fez ele sair daquele jeito! – mais lagrimas escorriam e me faziam soluçar, parecia ser uma criança, mas falando do meu único e verdadeiro amor, destroçava meu coração.

– Katheryn Elizabeth! – ela me olhou séria enquanto secava minha lagrimas. – pare de se culpar, ele não morreu por sua culpa, e sim por culpa dele, quem saiu em alta velocidade foi ele! – essas palavras me confortaram um pouco, ele via a imagem dele morto e a culpa voltava cada vez mais forte.

Depois de umas duas horas dentro do carro por conta do congestionamento chegamos até a minha casa, Anne iria dormir aqui, para não ter que pegar a enorme fila de volta para casa. Preparei uma pizza para nós duas e depois fomos ver TV, aquele reality show idiota que as pessoas ficam se comendo dentro de uma casa, e até mesmo no jardim. Perguntava-me o que levava as pessoas a se escreverem em um programa daqueles? com certeza eram pessoas de baixo calão. Já era de madrugada a hora que fomos dormir, eu estava extremamente cansada, estava com saudades de Emma e aquele quarto onde eu estava me lembrava noites de amor com Jake, rolei durante muito tempo na cama até que adormeci abraçada com uma boneca que Emma tinha quando criança.

Na semana seguinte abri meu e-mail e lá tinha um de Emma. Abri. Certamente ela tinha escrito em francês a primeira frase, o que ela mais adorava fazer, amava simplesmente o sotaque que eles falam. Ela tinha até mudado a fonte da letra, pra ficar mais real, parecer uma carta era isso que ela queria.

Bonjuour maman

Esta tudo incrível aqui, sinto falta sua, preciso do colo da minha mãe. A mãe do Henry tem me ajudado muito, ela me convidou para morar com eles, será que você deixa? Não se preocupe comigo estou ótima, afinal, coloquei aquela boneca na sua mala para lembrar-se de mim sempre, não me esqueça! Henry tem planejado de irmos todos ai visitar você! O que acha? Bom eu achei a idéia incrível, mas acho que vai levar algum tempo ainda, quando poder mãe venha nos visitar sentimos muito sua falta. Nunca mais andei de bicicleta, quero fazer isso novamente, mas sozinha não tem graça. Espero respostas suas mãe!

Je t’aime, tu me manques!! ♥

O e-mail de Emma havia me deixado muito feliz, eles queriam vir me visitar, Emma queria andar de bicicleta comigo, isso era incrível. Envie outro e-mail para ela respondendo as perguntas, e dizendo como as coisas estavam por aqui.

Olá minha filha,

Foi ótimo receber noticias suas, estava a espera de um e-mail, adorei a idéia da visita, podem vir quando quiserem, mas avisem antes posso ter reuniões fora! Quando for visitar-lhes andamos de bicicleta Em. Que bom que eles tem te ajudado, quando precisar de dinheiro só entrar em contado, lamento não poder te ligar sempre filha, nunca vou te esquecer.

Eu te amo, e sinto saudades.

Beijos mamãe. :D

Depois de responder ao e-mail, sai para trabalhar. Encontrei com Anne no caminho e lhe dei carona já que o carro estava na revisão, contei-lhe sobre o que Em havia mandado ela ficou feliz, mas havia algum problema com ela.

– O que aconteceu Anne? Você está estranha. – perguntei e ela mudou rápido a expressão de felicidade, para tristeza, e Anne não era assim. – Vamos Anne conte-me.

– Vou contar a você por que é a pessoa em que mais confio Katy! – disse aos prantos. – é meu filho Austin, ele tem usado umas drogas! Eu não sei o que fazer Katy, ele está completamente agressivo, olha o que ele fez em meu braço – mostrou o braço havia uma marca roxa – eu preciso da sua ajuda Katy, por favor.

– Claro que vou te ajudar Anne, falo com ele hoje mesmo. – abracei-a forte como fazia comigo quando estava com problemas, Anne sempre foi uma pessoa forte, e chorar definitivamente era o que ela não fazia, pelo menos não na frente de outras pessoas. Peguei o numero do garoto e anotei em um papel qualquer que estava dentro do carro.

Saimos do carro lago após Anne retocar a maquiagem e respirar fundo algumas vezes. Logo na entrada fomos para lados diferentes. Acenei para ela e disse:

– Irei resolver isso o mais breve possível Anne, não se preocupe! – Ela sorriu e acenou de volta.

Subi os cinco andares que havia pela frente, cumprimentei Ashley, Susi havia mudado o seu andar e me deixado ali, com aquela nova secretaria, super menos eficiente.

– Acho que você deveria largar esse celular e começar seu trabalho mocinha!! – disse fitando-a com os olhos enquanto entrava na minha sala.

Tratei logo de pegar o telefone e ligar de uma vez para o filho de Anne, tinha que resolver isso o mais depressa possível.

– Alô! – disse uma vos grossa do outro lado.

– Olá, é o Bryan? - perguntei logo.

– Sim sou eu quem é?

– Sou Katheryn uma grande amiga de sua mãe, preciso falar com você ainda hoje! Pode vir aqui? - perguntei sem dar tempo para ele responder qualquer coisa.

– Ai aonde tia? - me perguntou, parecendo um pouco fora de si e engraçadinho! – mas tem que ser rápido hein!

– Aqui onde sua mãe trabalha, quando chegar pede para chamarem Katheryn Elizabeth! Vou te esperar garoto! – disse. – não traga nenhum dos seus amiguinhos, aqui não é lugar para guri pequeno! – prossegui sendo dura o suficiente para ele estremecer do outro lado da linha. – não demore!

Desliguei e fui assinar uma papelada, havia uma pilha enorme sobre minha mesa. Já havia assinado mais da metade quando pediram pra descer que Bryan estava me esperando lá em baixo. Encontrei-o jogado em um dos sofás que haviam lá, pedi que me acompanhasse e ele num pulo estava logo atrás de mim.

– Sobre o que tu que fala comigo? - perguntou enquanto esperamos o elevador chegar.

– Sobre você Bryan, sobre você – respondi calma.

Entramos na minha sala e pedi para que Ashley não deixasse ninguém atrapalhar a não ser que fosse Anne.

– Bem Bryan, você apenas me escuta, okay? - perguntei

– Beleza. – Ele respondeu.

– Você não deve saber sobre o que quero conversar com você, mas vou lhe adiantar, quero falar sobre você e suas drogas Bryan! Você não imagina o quão isso ta destruindo sua mãe! Você já a viu chorar alguma vez? - perguntei enquanto ele ficava de cabeça baixa apenas escutando.

– Nunca senhora, nunca. – responde com uma lagrima nos olhos.

– Pois eu já a vi chorar, duas vezes apenas, e uma delas foi hoje, e sabe por que? - perguntei novamente.

– Não sei não! – respondeu levantando a cabeça e me olhando nos olhos.

– Por sua culpa garoto, por você estar envolvido no que está! Você está matando sua mãe por dentro, e você quer isso¿ Eu tenho uma filha deve ter a sua idade, ela nunca fez isso, nunca se quer bebeu, e você? Ah garoto, procure ajuda, peça ajuda a sua mãe, ela vai adorar ouvir que você quer sair disso, ela quer ter de volta o filhinho dela, o filho que estuda e que trabalha. Você tem que ser um exemplo para os seus irmão! – disse sentindo-me aliviada por estar falando aquilo para ele e podendo ajudar minha amiga. – Ashley ligue para o departamento de arquitetura do quarto andar da esquerda e peça para a senhora Morley compareça aqui, por favor. – pedi gentilmente a Ashley, enquanto olhava o garoto aos prantos em minha sala.

Não demorou muito para que Anne aparecesse e abraçasse o filho! Ela não chorou.

– Muito obrigada Katy! Muito obrigada mesmo. –sussurrou olhando para mim ainda abraçada com o filho.

– De nada Anne, conte sempre comigo! – sussurrei de volta.

– Mãe! – disse o garoto segurando as mãos dela. – eu preciso de ajuda, eu quero sair disso. – olhava nos olhos dela e chorava mais! – me perdoe mãe, me perdoe.

Anne saiu com filho da minha sala e provavelmente estava indo para a sua, onde teriam mais privacidade e poderiam ficar sozinhos.

Todos ficaram olhando os dois saírem.

– O que você fez com o garoto Katheryn? - perguntou-me Jessey olhando assustada.

– Não fiz nada! – afirmei.

– E por que saiu desse jeito?

– Ele precisava sair assim, precisava liberar energias ruins! – respondi com tranqüilidade.

Jessey tinha ido para sua mesa de trabalho, entrei peguei as chaves do carro e encontrei Anne na saída. Ela me abraçou mais forte do que de costume, muito mais forte.

– Ele já foi? - perguntei

– Sim foi de taxi, não ia deixar ele ir a pé! – respondeu

– Ele ficou muito emocionado, não é? - perguntei com felicidade!

– Muito! – ela respondeu. – Vai onde Katy?

– Ao shopping, quer vir?

– Claro, vou aproveito e compro uns presentinhos. – disse sorrindo. – só vou buscar minha bolsa.

– Te espero no carro logo ali na frente.

Demorei a achar as chaves do carro e quando cheguei a frente do enorme prédio, Anne já estava lá me esperando, embarcou no carro e fomos as comprar merecidas. Fomos escutando e cantando as musicas que tocando no CD que Emma havia gravado e colocado ali antes da mudança, provavelmente o único que havia ficado esquecido!