Edward E A Lâmpada Mágica escrita por Evellyn e Clarissa


Capítulo 2
Encrencado


Notas iniciais do capítulo

OOOI PESSOAS :)
que lindo, amei todos os reviews *O*
e como prometido, reviews recebidos cap postado rapidim ^^
Gasparzinhas, vamos ser camaradas e dar oi?
Que lindo, uma das minhas autoras favoritas tá lendo a fic *O* bem vinda Lily :)
Ah, achei lindo as minhas leitoras das outras fics me acompanharem em mais uma, obrigada meninas :D
Bem, sem mais delongas, vamos ao capitulo!
Aproveitem o/



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Jacob Black. Cara estranho. Fomos o caminho todo em silêncio, ele mal me respondia quando eu fazia uma pergunta. Uma coisa que eu notei era o seu olhar de cobiça e expectativa que aumentava a cada Km avançado. Ele tinha um anel dourado, com um rubi grande em seu dedo anelar da mão direita. Ele não parava de rodar esse anel em seu dedo, um sinal claro de nervosismo ou ansiedade. Esse cara era muito estranho. Começo a desconfiar que Jacob Black não é o seu nome verdadeiro. Jacob Black é um nome americano, bem ocidental, e esse cara tinha um sotaque indiano bem acentuado e não parecia nem de longe fazer parte do ocidente. Estou começando a desconfiar que entrei numa fria.

Estávamos em um deserto desconhecido até então por mim. Jacob olhava o relógio a todo instante e falava algo para o motorista. Eu entendia um pouco da língua indiana, consegui entender que ele mandava o motorista acelerar. Acabávamos de passar por uma cidade abandonada e em ruínas, seguindo em direção a um indiano gordo que nos esperava com dois cavalos. Eu queria ter parado na cidade, parece um bom lugar para se escavar.

– A partir daqui iremos a cavalo. As dunas aqui são traiçoeiras e estão em constante movimento por conta do vento.  Cavalos são mais confiáveis do que Jeeps. – Jacob Black falou descendo do Jeep e pegando um cavalo negro como sua montaria.

Eu fui logo atrás pegando o cavalo marrom, pendurando meu equipamento na sela e seguindo Jacob.

– Não vamos de camelos? Sabe, estamos em um deserto. É quase uma tradição andar de camelo no deserto. – falei tentando descontrair um pouco.

– Não, detesto aquelas coisas. – Jacob falou com um desdém exagerado e frustrando a minha tentativa.

Avançamos rapidamente, logo o Jeep, o motorista e o homem com os cavalos foram deixados para trás.

A areia que vinha com o vento cortava o meu rosto e me forçava a ficar com os olhos semicerrados. Me amaldiçoei por não estar com um óculos de sol como Jacob. O céu começava a atingir vários tons alaranjados anunciando o pôr-do-sol, mas ainda sim o calor estava quase insuportável. O interessante é que parecia que nada incomodava Jacob, como se ele estivesse acostumado com aquele calor que queimava, aquela areia que corta a pele do nosso rosto e racha os nossos lábios e o vento quente vindo direto do inferno. Sabia, de ocidente ele não tem nada, esse cara é daqui mesmo e duvido que se chama Jacob Black. Cara estranho.

Eu queria ter continuado no ar condicionado do Jeep. Tá que eu estava acostumado a ficar ao ar livre no deserto, torrando no sol enquanto procurava o indício de algo milenar ha muito esquecido, mas assim já era ridículo. Minha pele estava atingindo vários tons de vermelho e minha camisa surrada começava a grudar em meu corpo por causa do suor.

Será que eu tô fazendo isso certo? Sem nenhum contrato, nenhuma garantia de que eu iria ganhar o que me fora prometido? Como eu sou burro! Devia ter pensado nisso antes, agora é encarar a burrice e ir até o fim, não tenho nada a perder mesmo. Acho bom esse Jacob Black, se é que esse é o nome dele, ser um homem de palavra.

Já era noite quando chegamos à caverna e a temperatura começava a cair consideravelmente. Achava até interessante essa mudança brusca de temperatura do deserto. De dia um calor brutal e à noite um frio extremo. Descemos dos cavalos e me aproximei da curiosa caverna. Um brilho dourado vinha de lá de dentro e curiosamente ela não estava presa a nenhum muro de pedra ou algo parecido. Simplesmente ficava em meio às dunas de areia. Logo na entrada havia uma escada, aparentemente o interior da caverna era alguns metros abaixo da terra. Ouvi barulho de água, havia água correndo lá embaixo.

– Devo alertá-lo, foque apenas na lâmpada, esqueça as outras maravilhas lá embaixo. O que irá ganhar vale mais do que está ai. E eu falo sério, não ligue para o que vê lá embaixo, pode ser sua perdição. – Jacob falou se aproximando e me entregando uma lanterna.

– Você não vem? – perguntei curiosamente.

– Digamos que não sou bem vindo ai. – ele disse rindo de forma irônica.

– Se eu perguntar o que você quis dizer, irá me responder? – perguntei por curiosidade.

– Não.

– Imaginei.

– Você tem até o amanhecer.

– Até o amanhecer, certo.

– Estou falando sério. Antes que o sol nasça é bom estar aqui, não vai querer descobrir o que acontece quando se passa do tempo. – ele disse me olhando ameaçadoramente.

– Ok, se você diz. Vou pegar meu equipamento. – falei fazendo pouco caso de seu aviso sem sentido.

– Não vai precisar. Aliás, duvido que precise da lanterna.

– Ok, espera um pouco. Você me chama aqui, me dá prazo mínimo e impossível para realizar uma escavação, e ainda quer que eu faça tudo sem meu equipamento? Precisa de mim pra que hein? Você daria conta de fazer isso sem mim. – falei não aquentando mais a esquisitice desse homem.

– Como eu já disse, não sou bem vindo ali. Com dois milhões e uma carreira garantida, você está fazendo perguntas de mais não acha? – ele perguntou debochado.

– Quem me garante que vai cumprir com a sua parte?

– Oh, agora está pensando nisso? – ele riu.

– Pois é, antes tarde do que nunca. – ele riu mais ainda.

– Pois bem, eu esperava por isso. – Jacob se afastou, foi até o seu cavalo e tirou uma grande maleta preta dali.

Ele abriu a maleta e lá dentro havia várias notas de cem dólares. Ele carregava essa maleta esse tempo todo e não percebi?

– Um milhão de dólares, para começar. Quer entrar com ela ou posso pendurar na sua montaria? – ele falou debochado fechando a maleta. – Prometo não sair correndo daqui com a maleta e te deixar para trás. – eu bufei da sua brincadeira sem graça e peguei a maleta.

– Tá bom, vou pendurar a maleta na sela do meu cavalo. Acho bom o dinheiro estar aqui quando eu voltar. – falei prendendo a minha grana na cela.

– Juro que não vou te roubar. – ele riu. – Ande, vá logo, está perdendo tempo aqui comigo.

– Certo. – falei ligando a lanterna e começando a descer as escadas. Estava louco para acabar com isso logo e me livrar desse cara.

– Acione o alarme do seu celular para não perder o horário! – Jacob gritou lá de cima.

– Certo! – gritei de volta já ajustando o alarme para cinco da manhã e colocando meu celular de volta no bolso. Ao amanhecer eu estaria de volta como ele pediu.

Que história mais estranha essa viu? Aposto que era alguma superstição ou algo bobo do tipo, porque duvido que ao amanhecer algo terrível e tenebroso aconteceria. A cada passo dado o brilho dourado que vinha do fundo da caverna aumentava, até chegar a um ponto em que a lanterna não era necessária. O Jacob estava certo, a lanterna era inútil aqui. Desliguei ela e a coloquei no bolso. Comecei a prestar mais atenção no lugar para ver se descobria de onde vinha esse brilho. Ele vinha de todo lado, das paredes, do chão e do teto. Havia algo incrustado ali que estava refletindo esse brilho tão intenso e dourado.

O barulho de água corrente estava mais alto e, quando eu estava me aproximando dos últimos degraus, comecei a vislumbrar um pouco do que me aguardava lá em baixo. Aquilo ali, era ouro? Apressei meu passo e cheguei até o final estacando embasbacado logo em seguida. PUTA QUE PARIU!

O lugar estava abarrotado de vasos, estátuas, baús, lanças e vários outros tipos de objetos de ouro. Peguei um pequeno vaso próximo a mim e constatei que ele era feito de ouro maciço. Como isso era possível? Como isso aqui existia? Ninguém ainda havia descoberto essa caverna incrível? DEUS! Só com a metade desse tesouro eu tava feito pelo resto da vida. Aliás, meus netos estariam feitos pelo resto da vida. O lugar era imenso e muito bem iluminado por tochas. Havia um rio que cortava o lugar pelo meio e eu quase me contorci de curiosidade para saber como havia um rio aqui em baixo. Havia pontes de ouro ligando um lado ao outro e a água parecia reluzir. Me aproximei dela para beber um pouco da água, afinal tinha acabado de andar pelo deserto, e vi que havia vários tesouros ao fundo do rio. Puta merda! Era muita coisa. Bebi rapidamente a água e comecei a olhar melhor os objetos que me cercavam.

Havia objetos ali que pareciam pertencer a outras civilizações. Objetos maias, incas, egípcios, sumérios e muitos outros. Havia também muitas joias e pedras preciosas. Gemas imensas, algumas maiores do que o meu punho, e devo dizer que meu punho não é nem um pouco pequeno. Achei alguns tapetes persas também, tecidos com fios de ouro.  A caverna inteira era repleta dos tesouros mais incríveis e alguns eu apostava que eram milenares. Como essas coisas vieram parar aqui? Eu não acreditava que estava tendo a oportunidade de vislumbrar algo tão maravilhoso e incrível.

Curioso, porque Jacob não tentou pegar nada daqui? Talvez ele seja rico o bastante para achar tudo insignificante. Ele seria um baita de um ignorante se pensasse assim. Sorte a minha então. Ou talvez ele só seja um daqueles milionários excêntricos, que se interessam apenas por alguns objetos específicos. É, talvez seja por isso que ele me pediu apenas a lâmpada. Então porque ele mesmo não veio aqui pegá-la? Eu ainda achava curioso o fato de ninguém ter descoberto essa caverna ou, se descobriram, de ainda não terem levado tudo embora.

Cara, te falar uma coisa, qualquer dono de museu venderia a alma para ter essas relíquias. Tudo maravilhoso, rico em detalhe, bastante polido, mas ainda sim dava-se para ver o quão antigo era cada objeto que estava ali. Eu estava no céu!  Achei várias placas de ouro na linguagem indiana, outras com hieróglifos e códigos maias. A maioria contava um tipo de história, mas eu ainda estava “cru” de mais na minha profissão para saber todos aqueles símbolos. Percebi que o brilho dourado refletido nas paredes eram grandes pedaços de ouro e pedras preciosas que reluziam por conta da luz das tochas.

Não sei quanto tempo fiquei ali, admirando os tesouros que encontrei e tentando bolar um plano de levar boa parte daquele tesouro comigo. Não ficaria com tudo, claro, afinal como arqueólogo eu quero que o mundo veja essas maravilhas. Eu ficaria com alguns itens, como tesouro pessoal, e os outros eu doaria para um museu. Eu ganharia uma fama e tanto quando fizesse isso.  Eu estava fascinado com cada objeto novo que eu encontrava.

Eu estava admirando os desenhos feitos por fios de ouro em um enorme tapete persa quando um irritante som começou a soar. O que é isso? Que barulho chato! Senti algo vibrando em meu bolso e entendi na hora o que era. Tirei meu celular do bolso para ver o que era e vi que era o alarme avisando que meu prazo acabara. Levantei em um pulo. Como eu pude perder a hora? Merda, eu nem vi o tempo passar de tão entretido que eu estava! Olhei para os lados desesperado, tentando encontrar a tal lâmpada.

Que burrice! Nunca iria encontrar, o lugar estava abarrotado de objetos e eu não tinha mais tempo. Adeus meus dois milhões! Essa foi minha maior burrice, bati meu recorde. Pelo menos eu poderia levar alguns objetos comigo. Comecei a pegar os objetos mais leves e interessantes que eu achei, depois eu voltaria para buscar o resto. Diria ao Jacob que não consegui encontrar a lâmpada, ele deve aceitar essa desculpa. Eu estava pegando uma pequena placa maia quando eu a vi. A lâmpada! Só podia ser aquela, era a única que eu havia visto aqui. Ela estava no alto de uma pilastra dourada, e devo dizer que ela era horrorosa. Simples, manchada pelo tempo e toda arranhada. Bem, pelo menos ela continha história, eu podia ver de longe que ela era bastante antiga, e é o que mais me fascina.

Me aproximei rapidamente para pegá-la e sair dali, já deviam ser cinco e dez da manhã, o sol começava a nascer. Quando eu estava prestes a tocá-la o chão começou a tremer, a caverna começou a desmoronar, as pontes douradas foram destruídas e as pilastras caíram. Pedaços de terra caíam do teto anunciando que nada daquilo ficaria em pé em minutos. Mas que diabos! Terremoto no deserto? Deixei minhas indagações de lado e me pus a cumprir meu objetivo. O problema é que a pilastra caíra, e com isso a lâmpada sumiu de minhas vistas.

– Quer saber? Que se dane! Não vou morrer por causa dessa lâmpada! – falei correndo em direção à saída.

Mas algo de errado aconteceu. Eu não sei bem o que era, só sei que algo atingira a minha cabeça e estava doendo muito. Cambaleei um pouco e tentei dar mais alguns passos. Perda de tempo, em menos de um minuto eu já estava no chão e tudo à minha volta ficava escuro.

Jacob p.d.v

– Maldição! – esbravejei irritado.

E lá se ia mais um otário que não escutava meus avisos. Eu sei que as maravilhas que a Caverna Proibida esconde são incríveis e deslumbrantes, mas custava eles me escutarem? Agora ele pagou o preço, bem feito! A Caverna Proibida tinha suas regras, ela surgia ao pôr do sol e poucos eram os permitidos a entrar lá. Apenas os de alto valor interior eram bem vindos, um diamante bruto, mas quando entravam tinham prazo para sair. Se não saíssem até o amanhecer estavam condenados a se perderem no tempo para sempre. O sol já subia e a caverna aos poucos desaparecia nas areias do deserto.

Inferno! Levei dois séculos para achar outro diamante bruto e agora teria que esperar mais alguns até conseguir encontrar um novo! Mas eu iria conseguir, ah sim, eu iria. Custe o que custar, aquela lâmpada será minha!

Mas uma coisa ainda me intrigava. Aquele arqueólogo me era bastante familiar. Se parecia muito com alguém que conheci, mas não consigo recordar quem. Bem, não importa, eu nunca mais o veria mesmo.

Edward p.d.v

– Ai! – exclamei após acordar e sentir que minha cabeça latejava.

Me levantei do chão e passei a mão em meu rosto para tirar a areia que ali estava grudada. Logo em seguida levei minha mão aonde mais doía em minha cabeça. Devo ter sido atingido por alguma pedra durante o desmoronamento, felizmente não me feri. Espere, o desmoronamento!

Olhei ao redor para ver como estava a situação da caverna e verificar se a saída estava desobstruída. Estaquei em choque. A caverna estava vazia. Não havia pontes, pilastras, objetos muito menos um rio ali. Era tudo terra, areia e pedra. O que aconteceu? Será que foi tudo soterrado? Se fosse o caso, eu também deveria estar soterrado, certo?  Isso tudo era muito estranho. Será que não passou de um sonho? Andei um pouco por ali, procurando os vestígios das maravilhas que eu ali havia encontrado. Não achei nada. As paredes e o teto não reluziam mais, aliás, não havia mais tochas e a única luz que entrava era a da entrada da caverna. Graças a Deus! A entrada estava desobstruída.

Resolvi sair dali e perguntar o que havia acontecido àquele lugar para Jacob. Quase fiquei cego quando me deparei com a claridade. O ar quente me cercou e no mesmo momento comecei a suar e a ficar com sede. Mas ao sair fiquei surpreso, Jacob não estava ali. Nem mesmo os cavalos estavam. O vagabundo havia me deixado, no meio do deserto, sem meios para eu sair daqui!

CARALHO! E eu que achava que minha vida estava ruim e não dava para piorar. Voltei para a caverna e fiquei alguns minutos ali, tentando decidir o que fazer. Logo a sede aumentou e a fome também apareceu, decidi então sair dali e procurar por ajuda. Há pessoas que vivem no deserto, talvez eu tivesse sorte.

Nem sei quanto tempo eu caminhei de baixo daquele sol escaldante. Minha pele ardia e eu não era mais branco, agora eu tinha um leve bronzeado e pude ver que meus braços estavam avermelhados. Minha camisa surrada estava empapada de suor e eu respirava de forma ofegante. O vento só atrapalhava, levando areia para os meus olhos, ressecando minha boca e dificultando minha respiração mais ainda. Olha, eu até gostava de desertos, os achava exóticos, mas agora mudei de opinião. EU ODEIO DESERTOS, EU ODEIO DESERTOS, EU ODEIO DESERTOS!

Eu estava quase desmaiando por causa do calor e da exaustão quando avistei uma cidade. Finalmente! Comecei a andar mais rápido até ela, estava louco para conseguir ajuda, e percebi que a cidade à minha frente era a mesma que estava em ruínas quando eu passei de carro com o viado do Jacob. Mas estranhamente ela não estava em ruínas, havia gente morando ali, andando por todo lado, havia até mesmo um mercado ao ar livre ali. Mas que diabos! Eu tenho certeza que vi essa cidadezinha em ruínas.

As pessoas que passavam ali paravam e me olhavam assustadas, apontavam para mim e cochichavam. Nossa, eu devia estar bem feio para esse povo me olhar assim! Me aproximei de um jovem que estava perto de mim e resolvi tentar falar com ele.

– Por favor, pode me ajudar? – falei em Inglês e ele me olhou de forma estranha. Deduzi que ele não me entendia. – Por favor, pode me ajudar? – repeti a pergunta, dessa vez em indiano.

– De onde você vem? – o rapaz perguntou curioso em dravídico. Ótimo, a língua indiana mais difícil.

– Da Inglaterra. Estou aqui para uma escavação. – falei, me enrolando um pouco no meu péssimo dravídico.

– Inglaterra? Escavação? Do que está falando? – ele perguntou assustado.

– Nunca ouviu falar na Inglaterra? Bem, não importa. Preciso de carona até Nova Delhi.

– Nova Delhi? Carona? O senhor é muito estranho, sua conversa é esquisita. – o rapaz falou se afastando.

– Sabe de alguém que tem um carro? – insisti, começando a perder a paciência. O meu vocabulário começava a ficar escasso.

– Carro? Não sei do que fala, o senhor deve ser louco. – ele falou rindo.

– Em pleno século XXI, você não sabe o que é um carro? – falei irritado.

– Século XXI? Senhor, pelo o que os sábios falam, estamos no século III. – ele falou me olhando de forma curiosa.

– O quê? Está brincando. – falei rindo nervosamente. O garoto deve ser louco. Avá, século III? Até parece.

– Não senhor. – ele me olhou, dessa vez me analisando. Não havia brincadeira em seu olhar.

Resolvi olhar em volta e reparei que ali não havia nada de moderno, o que era raro até mesmo para as cidades mais remotas da Índia. Reparei que alguns usavam roupas em um tecido que nem existia mais. Isso era estranho, muito estranho.

– Século III? – perguntei.

– Sim.

– Deus! – falei ficando cada vez mais confuso.

E então lembrei de uma coisa. Meu celular, claro! O peguei do meu bolso e tentei fazer uma ligação, mas não havia sinal. Estranho, o meu plano tinha a maior cobertura, paguei caro por isso.

– Que coisa estranha é essa? – o rapaz me olhou assustado.

– Um celular. Nunca viu um?

– Isso é obra de algum Deus das trevas! Que objeto mais estranho. Nunca vi igual! – o rapaz falava, em um misto de medo e fascinação. – Por quê faz barulho quando você aperta? Sai luz daí? – ele disse analisando o meu celular que continuava em minha mão.

PUTA MERDA! Em que tipo de encrenca eu me meti?


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Notas finais do capítulo

E ai, reviews? :)