Jogos Vorazes, meu pior pesadelo! escrita por Drica O shea


Capítulo 10
Fala sério!




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Subi de elevador até o terraço ao saber que nós podíamos ir até lá. Não conseguia dormir, quem sabe andar um pouco não fosse ajudar. Cheguei lá e logo o barulho do vento tomou conta de meus ouvidos. Vejo então o pequeno cômodo em forma de cúpula com uma porta para fora. Olhei então para paisagem. A Capital cintila como um vasto campo de vaga-lumes. Era de tirar o fôlego.

Andei até o parapeito nos limites do telhado, mas antes de chegar lá, vejo Cato ele está de olhos fechados, portanto penso que ele não havia me visto.

– Sei que está ai! – Ele diz.

– Achei que ficaria só aqui em cima. Vou voltar lá pra baixo. – Falei

– Não fica eu já estava descendo mesmo. – Ele saiu da do parapeito.

Subitamente um frio pareceu vir junto ao vento e o casaco que eu usava já não era mais tão quente. Cato pareceu notar isso, pois pelo canto de olho pude vê-lo dar um pequeno sorriso torto.

– Com frio? – Perguntou.

– Não é como se você se importasse. – Respondi.

– É você está certa. – Ele falou – Não me importo.

– Ótimo!

– Ótimo!

Ele deu uma risada.

– Parecemos duas crianças brigando...

– Nem me fale...

– Ádrian te contou o que ouve?

– Sim – Disse e me calei, então ficamos em silencio por alguns minutos.

– Nós não daríamos certo, não que ela não seja bonita, pois é e muito, mas somos dois orgulhosos, encrenqueiros e matadores. Se fosse pra ficar com alguém essa pessoa provavelmente teria de ser o oposto de mim, como... Você... Quer dizer... Hmmm… Sabe que tenha mais pé no chão do que eu, que saiba se controlar.

– Não entendo porque está dizendo isso pra mim... – Disse o cortando – Quer dizer não é como se me devesse satisfações...

Ele parou e me olhou nos olhos por um instante, depois baixou e balançou a cabeça como se debochasse de alguma coisa.

– Tem razão... Quer saber deixa isso pra lá. – Ele se virou em direção à porta.

Porém parou e veio em minha direção. Num ato que me surpreendeu, tirou o próprio casaco e o pôs em mim. Então me deu um beijo no topo da cabeça, o que me pareceu quase protetor.

– Boa Noite Clover. – Falou ao me dar as costas e se dirigir ao elevador.

Ainda aturdida com seus atos consegui murmurar um “Boa Noite”.

Virei-me novamente para a sacada e fiquei olhando para as estrelas, apenas sentindo o peso do casaco de Cato sobre meus ombros.

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O sol está nascendo pelas janelas. Lentamente me levando e me encaminho para o chuveiro. Tomo uma ducha de água gelada para acordar. Ao sair vejo minha roupa encima da cama junto de outra coisa, ou melhor, pessoa.

– O que faz aqui? – Indaguei.

– Ádrian disse para eu te acordar, e vi que estava no banheiro então eu constatei que a sua cama é muito mais macia que a minha.

– Que bom pra você, agora se você pudesse sair pra eu poder me trocar...

– Ou eu posso ficar aqui enquanto você se troca.

– Ou – O segurei pela orelha – você pode sair daqui e ai eu não furo você com minha faca.

– Ok, mas ao menos pode me devolver meu casaco?

Peguei o casaco dele, joguei na cara dele e o empurrei para fora.

– O que eu fiz de errado querida? – O ouvi gritar no corredor.

– Vai se ferrar Cato. – Eu disse rindo.

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– Parece que estamos de bom humor hoje! – Drica disse nos olhando.

– Apenas dormi bem. – Disse me servindo de Ovos, Salsichas, Panquecas, Fatias de melão, Cenoura (Sim, cenoura faz muito bem pra visão sabia, e como atiradora de facas é algo que eu como todos os dias), Maçã e Suco de Laranja.

– Então, querem treinar juntos ou separados? – Drica perguntou.

Cato me olhou.

– Não tem muita importância treinamos juntos então tanto faz. – Disse. – Podemos treinar juntos.

– Muito bem então.

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São quase 9 horas. Escovo os dentes e prendo o cabelo.

Encontro Ádrian e Cato no elevador. As salas de treinamento ficam abaixo do nível térreo do nosso prédio. Com esses elevadores, a corrida é menos de 1 minuto. As portas são abertas para um enorme ginásio, bem parecido com o que temos no Distrito 2, com várias armas e caminhos de obstáculos. Nós somos os primeiros a chegar. Assim que chegamos alguém alfineta o número 2 nas minhas costas, assim como foi fazendo com cada um dos tributos que foram chegando.

– Vou estar com os Gamekeepers. – Drica diz, e assim se encaminha para o elevador enquanto todos os outros tributos a seguem com os olhos.

Então os tributos do 12 aparecem dou uma boa olhada neles de cima a baixo, não me parecem grande coisa. A garota me olha por uma fração de segundos então desvia o olhar, acho que ela sabe o que a espera.

Assim que se juntam ao círculo, a treinadora principal, uma mulher alta e atlética chamada Atala vai à frente e começa a explicar o cronograma de treinamento. Especialistas de cada habilidade vão ficar em suas estações. Ficaremos livres para “viajar” de área para área conforme desejarmos, ou conforme as instruções de nossos mentores. Algumas das estações ensinam técnicas de sobrevivência e outras, técnicas de luta. Estamos proibidos de nos envolver em qualquer exercício com outro tributo. Há assistentes por perto se quisermos praticar com um parceiro.

Enquanto Atala está falando fico olhando os outros tributos, e estou quase certa de que estava com um olhar de desprezo, muita gente me subestimava pela minha altura, mas quando olhavam minhas habilidades passavam a ter medo de mim.

Quando Atala nos libera, nós nos dirigimos diretamente para as armas com aspecto mais mortífero no ginásio e as manuseamos com facilidades.

– Então, meu nome é Marvel – Um garoto alto com um sorriso receptivo até de mais se dirigiu a mim e a Cato – Esta é Glimmer, Distrito 1.

– Sou Cato e esta é Clover – Cato respondeu – Distrito 2.

– É um prazer conhecê-lo – Disse a loira chamada Glimmer com um sorriso provocante.

Ok, já não gosto dela.

– Quer vir comigo ao campo de espadas? – Ela perguntou para Cato, que sorrio e a seguiu.

– Pois é acho que sobramos nós dois! – Marvel disse. – Você tem alguma habilidade específica?

– Facas! – Disse – Você?

– Lanças. Que tal vermos quem tem melhor mira? – Marvel me desafiou.

– Porque não – Dei um sorriso.

Olhei ao redor a tempo de ver Glimmer se agarrar ao braço de Cato.

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– E você garota? – Glimmer chegou do meu lado. – Aposto que nem é tão boa quanto Cato.

Aquela guria estava me perturbando. Olhei mais atentamente, o meu alvo estava bem atrás dela, dei um sorriso, em um rápido movimento girei o corpo atirando a faca, que fez uma curva a centímetro do rosto dela e acertou em cheio o alvo.

– Não me provoque minha “querida”. – Disse saindo dali.

Cato me seguiu. Ele segurou meu braço.

– O que pensa que estava fazendo? – Ele perguntou.

– Ela me provocou. – Disse me soltando dele. – Além disso, eu sabia que não ia acertar nela.

– Clover, Clover, Clover, se não te conhece-se diria que você está com ciúmes...

– Ciúmes? Posso saber do que?

– De mim com a Glimmer!

– Há! Então quer dizer que você já está com a Glimmer? – Disse rude.

– Estou afinal pode ser meus últimos dias... – Ele deu uma risada como que debochando do que havia dito. – Eu apenas quero aproveitar um pouco.

– Claro e pra isso fica com a primeira vadiazinha que aparecer na sua frente. – Respondi.

– Se não quer que eu fique com ela tudo bem, mas me dê um bom motivo para isso.

Pensei um pouco.

– Hum... Ammm... – Não conseguia pensar em nada só que não queria ele perto dela. – Eu não te quero perto dela. – Ele deu um pequeno sorriso travesso.

– Isso não é motivo Clover. – Ele disse.

– Vai à merda Cato, se quer ficar com aquela vadia, que fique mais bem longe de mim, a não ser na arena, pois eu quero ver quando enquanto você estiver dormindo ela enfiar uma faca nas suas costas. – Disse e sai de perto dele.

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A hora do almoço foi normal, eu sentei na mesa do centro seguida por Cato.

– Vamos Clover, sabe que não pode me ignorar pra sempre. – Logo em seguida se calou quando Glimmer e Marvel se juntaram a nós.

Glimmer só falava de si mesma, dizendo o quanto era desejada no seu distrito e blablablablablabla. Marvel não, ele tinha um senso de humor invejável, eu ria das várias vezes que ele tirava sarro de Glimmer ou Cato. Mas percebi que de vez em quando ele dava sorrisinhos estranhos para mim.

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Depois, quando fomos treinar Marvel me ensinou umas técnicas com a lança, e pelo canto do olho eu via Cato nos encarando enquanto Glimmer tentava chamar a atenção dele. Dei um leve sorriso. Foi ai que me toquei.

“O que eu to fazendo? Tentando deixar Cato com ciúmes? Isso não faz sentido eu nem gosto dele. Não que ele não seja bonito, quer dizer ele é alto, forte, saber ser gentil quando quer, tem olhos azuis incríveis e... NÃO! Mais que droga que eu to falando... Eu não posso está gostando desse... desse... Ou eu posso?”

– Era só o que me faltava... – Murmurei para mim mesma.


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Notas finais do capítulo

Clover, Clover, Clover, você tá afim do Cato né minha querida.



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