Era um dia ensolarado de agosto em Londres. Dani pensava consigo mesma. Estava sentada em sua varanda olhando para o céu, o sol batendo em seu rosto. Aquele também era o antepenúltimo dia antes de começarem as aulas. Esfrega com força seus olhos verdes claros, e joga pra trás seus longos cabelos castanhos. Ou melhor: hoje olhos verdes claros e longos cabelos castanhos. A verdade era que ela era uma bruxa, mas não uma bruxa qualquer; Uma metamorfomaga, bruxos que podem mudar sua aparência quando quiserem. O curioso era que Dani nunca teve parentes metamorfomagos.

– Vamos querida – disse uma voz fina.

Dani se levantou de um salto. Era sua mãe chamando para irem ao Beco Diagonal comprarem suas vestes para Hogwarts, sua futura escola.

Completara 11 anos em outubro do ano passado, e no mesmo dia, uma coruja de igreja entrou em sua casa com uma carta (o que não era incomum) em seu bico, de um aspecto oficial. Ela tinha um brasão com uma cobra, um leão, uma águia e um texugo nele, e sua mensagem dizia que ela começaria a estudar em Hogwarts no ano seguinte, seguida de outra mostrando a lista de materiais. Isso não foi uma surpresa (apesar de enorme felicidade que preencheu o peito de Dani) já que ambos os seus pais eram bruxos e já estudaram em Hogwarts, ambos na casa da Grifinória.

Dani estava realmente animada. Não sabia em qual casa ela ficaria (apesar de ser mais provável na Grifinória, por causa de seus pais), mas ia com certeza ficar no time de quadribol. Ela adorava assistir quadribol e jogar também. Seu pai fora um ótimo jogador da Grifinória, conseguira três vezes a taça. Ele era goleiro e capitão do time, mas Dani não se interessava por nenhuma das duas posições. Ela queria ser apanhadora. Sonhava com isso, mesmo com seu pai dizendo que alunos do primeiro ano não entravam para o time de quadribol. Dani retrucava: “Porque você me deu uma Firebolt?”

Era verdade, seu pai lhe comprara uma Firebolt, e ambos treinavam nela todos os dias nas férias. “Vou seguir o exemplo do Potter, pai. Vou entrar no time de quadribol no primeiro ano!” Dani sempre dizia, lembrando do seu maior ídolo, Harry Potter.

O pai de Dani sempre abria um sorriso ao ouvir isso. Seu pai se tornara o goleiro dos Falcões de Falmouth, Peter Ward.

– Já vou, mãe – respondeu Dani. Foi para seu quarto, calçou seus tênis, e colocou roupas de trouxa. Apesar de serem puro sangue, conheciam bem o mundo dos trouxas, e seria mais fácil passarem despercebidos por eles.

…

Ao chegarem ao Beco Diagonal, Dani não pode deixar de sorrir: era incrível. Havia muitas coisas que ela não conhecia e que estavam ali. Mas havia um lugar que ela realmente gostaria de ir: na Gemialidades Weasley. Dani admirava Fred e George Weasley tanto quanto admirava Harry Potter.

Depois de todo o material comprado, Dani e sua mãe finalmente passaram na loja em que ela tanto queria ver. Dani não agüentava mais de ansiedade. “Uma loja claramente imensa e lotada” pensou quando olhou para a ela pela primeira vez. Quando abriu a porta, seu estômago revirou: ela esqueceu que um dos gêmeos havia morrido fazia uns 19 anos. Mesmo assim, engoliu em seco e adentrou na loja, agora totalmente maravilhada.

Praticamente tudo o que Dani havia imaginado tinha naquele lugar. Ela olhou primeiro para as Varinhas Falsas, os Caramelos Incha-Línguas e para os Mini-Pufes. Depois seu olhar recaiu nas Bombas de Bosta, nos Kit mata-aulas, nas Vomitilhas… Tudo lá era incrível. Caminhou em direção às Varinhas Falsas, que estavam do lado das Penas Auto-Revisoras. Ao esticar a mão para pegar uma, se deparou com a mão de outra menina. Olhou para o lado. Ela era pelo menos cinco centímetros maior que Dani. Tinha os cabelos castanhos escuros que iam até o ombro, os eram olhos castanhos, grandes e inclinados, magra, com o nariz pequeno. Ela riu, e para sua surpresa, a garota riu junto.

– Oi! – cumprimentou Dani – Er…

– Meu nome é Natália – disse a garota – E o seu?

– Daniella – respondeu, agora estendendo a mão – Prazer.

Natália apertou a mão de Dani. Então ela a soltou e pegou duas Varinhas Falsas.

– Queria uma, certo? – Natália estendeu a mão que tinha a Varinha Falsa.

– Obrigada Natália! – Dani pegou o objeto da mão dela, admirando-o. Seus olhos brilhavam. Natália riu.

– Nunca esteve aqui antes? – perguntou.

– Nunquinha – Dani ainda olhava para a Varinha Falsa – E você?

– Ah, já vim aqui várias vezes – Natália respondeu – Eu conheço o dono da loja, George Weasley…

Dani levantou a cabeça rapidamente.

– Você conhece George Weasley?! – ela perguntou – Incrível!

A garota sorriu.

– Ele é realmente incrível! E ele já foi batedor, que nem eu quero ser!

– Você joga quadribol? – Dani perguntou.

– Jogo! – ela notou que os olhos de Natália estavam brilhando também – E você?

– Lógico! Só que na posição de apanhadora.

– Apanhadora! Que legal! – Natália riu – Mas prefiro batedora.

– É por causa do George?

– Mais ou menos. Sempre gostei da defesa, mas não sou boa goleira. Um frango voaria melhor do que eu – as duas riram.

– Gosto da posição de apanhadora porque gosto de voar rápido – disse Dani, depois de rir – E porque um dos meus ídolos é Harry Potter.

– Harry Potter! – Natália repetiu – É amigo do George, mas nunca falei com ele.

– Que pena – Dani suspirou – Um dia me leve para conhecer George Weasley.

– Aham – Natália riu – Em que escola você vai estudar?

– Hogwarts – respondeu Dani, mais animada.

– Eu também! – Natália abriu um sorriso enorme – nos vemos depois de amanhã então, na plataforma nove três quartos?

– Sim! – Dani estendeu a mão de novo – Tomara que possamos cair na mesma casa!

Natália apertou a mão de Dani.

– Mas é claro.