Clato - Quase vitoriosos escrita por Érika


Capítulo 20
Capítulo 20 - "Epílogo"


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora! Aqui está o epílogo!
NÃO DEIXEM DE LER AS NOTAS FINAIS! Rummm!
(Sim, eu mudei o nome)



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Quinze anos se passaram desde a última vez que escrevi. O motivo? Recuperar o tempo perdido, aproveitar as pequenas coisas da vida.

Você deve estar se perguntando por que eu voltei a escrever. Bem, nesse meio tempo muita coisa mudou em Panem, a paz foi restaurada, mas as lembranças continuaram entre nós, e como aos 21 anos você é "chutado" do acampamento, eu precisava encontrar uma maneira de nos sustentar sem que os Panensienses me reconhecessem como o "Quase vitorioso do distrito 2" que deveria estar morto. Então comecei a escrever um pouco sobre as minhas aventuras no acampamento - E inventar um pouco, claro - E criei a chamada literatura Panensiense, um estilo literário nunca visto até a Panem pós-guera, e que hoje é muito tradicional. Essa é a única de minhas obras que não segue esse estilo (e provavelmente a minha favorita), visto que foi escrita antes mesmo de eu saber o que me aguardava.

Vamos deixar de falar do passado para falar do presente. Estou em uma praia do distrito 4 com Clove, Rue, a nossa filhinha, e Finnick, que nunca esteve tão parecido com o pai. Há alguns meses Anne faleceu e fizemos questão de enterrá-la ao lado do seu marido. Então contamos ao Finnick a verdade sobre seus pais, além disso ele já estava na idade, e merecia, mais do que qualquer um, saber da verdade. AAAAHH, não acredito que voltamos a falar sobre passado!

Nós trouxemos o Finnick ao distrito 4 para que ele visitasse os túmulos dos pais e conhecesse as suas raízes. Além disso as paisagens do distrito 4 são lindas, e não faz mal nenhum apreciá-las.

Mil perdões, eu comecei a lhe explicar o motivo de eu ter voltado a escrever, mas me perdi em meus próprios pensamentos. Clove está certa, estou ficando gagá!

Vamos voltar a hoje de manhã, quando eu e a minha família estávamos aproveitando uma praia praticamente exclusiva no distrito 4, cercada por florestas. Finnick estava brincando na água com Rue -Eu sei que já disse isso antes, mas não há diferença entre ele e o pai nessa idade!- Quando um menininho surgiu correndo do meio da floresta e ao fundo podíamos ouvir duas mulheres gritando "Fiiniiiiiiick! Finniiiick!". Rue escapou dos braços do nosso Finnick e correu em direção à floresta, gritando "Vem, Finn! Eles estão te chamando vem!". Finnick olhou confuso pra mim, como se perguntasse "O que eu faço?" Eu sacudi os ombros, então ele disparou atrás da Rue, que apesar das pernas gorduchas já estava à uma distância da gente. Sem saber o que fazer, eu e Clove nos olhamos e, captando a ideia um no olhar do outro, nós corremos atrás dos nossos filhos. Eu adoraria dizer que essa foi uma corrida linda e heroica, e que eu ultrapassei todo mundo numa questão de segundos, mas não foi bem assim. A verdade é que logo eu perdi o fôlego, estou com uma dor terrível nas costas e Clove, que passou cinco anos sem conseguir andar, me ultrapassou antes que eu pudesse pensar em correr mais rápido. Ah, e eu fui o último a alcançar Rue. Acho que o tempo não me fez tanto bem assim.

Da floresta surgiram uma menina pequena com os cabelos castanhos presos em uma trança como os da mãe que apareceu logo atrás dela. A moça dos olhos verdes e cabelos trançados, ou como ficou conhecida, A Garota Em Chamas, parou por um segundo e observou a cena, o choque estava estampado em seu rosto. Ao ver a menininha gorducha correr em sua direção, os cabelos loiros e lisos em seu rosto, gritando "Vem Finnick! Vem, Finn! São elas!", o garoto -Agora um homem- que parecia o pai a essa idade gritando "Ruuueee! Ruuueee!" e eu e Clove, os dois tributos que deviam estar mortos, Katniss perdeu o ar, e a cor, e a expressão. Então todos pararam de correr e encararam uns aos outros em silêncio. Parecia que a garota em chamas havia visto um fantasma, ou melhor, quatro. Lentamente, Katniss foi recuperando-se do choque.

–Prim.-Ela sussurrou. Seu não conseguia parar de tremer. -Finnick. Cato. Clove. Não é possível. Vocês morreram, eu vi! Não, não é possível! Não pode ser!

Ela podia estar sussurrando, mas eu conseguia ouvir perfeitamente suas palavras. Lentamente, ela segurou o pulso da filha, respirou fundo, e disse, em voz alta:

–Vamos.

Seus filhos a seguiram e o silêncio continuou absoluto até que eles estivessem fora de vista.

A verdade é que eu levei anos para aprender a lidar com a memória dos jogos, nunca consegui esquecê-los, mas aprendi a suprimir essas memórias com memórias boas. O encontro com a garota em chamas pode ter sido impactante para ela, mas também me acertou como nada havia me acertado antes. Essa troca de olhares não só me deixou assustou como trouxe uma tsunami de memórias que eu venho sufocando há muito tempo. Então procurei minhas anotações antigas e encontrei a minha versão dos jogos, decidi juntar todas as minhas anotações e aqui estou eu, escrevendo um livro pra você.

Muitos vão falar que o acampamento não existe, que eu estou morto, que eu sou só um escritor desesperado que se aproveitou da história do pobre perdedor do distrito 2 para ganhar fama e fortuna. Bem, acredite no que quiser. Eu só lhe digo uma coisa: pode haver um grande mundo, cheio de maravilhas, ao seu redor, mas a sua mente resolve ignorar e fingir que é tudo uma mentira, assim como fazem com as minhas histórias, enquanto os de mente aberta aproveitam cada pequena maravilha do mundo la fora.

Agora eu tenho que ir, Rue está tendo um sério problema de falta de vestido de festa para suas Barbies e não tem quem a ajude! Que trágico!


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Notas finais do capítulo

Eu sei que ficou pequeno e confuso, mas foi o que eu conseguir fazer! Mais tarde eu posto o desenho!
Então é isso, o fim oficial da fic :´( Muuuuuuuuuiiitoooo obrigada por tudo! E se puderem, deem uma olhada na minha nova fic "Polissuco" (estou postando agora, nesse instante)e falem o que vocês acharam, por favor ^^
Mais uma vez, obrigada por tudo!