Clato - Quase vitoriosos escrita por Érika


Capítulo 15
Capítulo 15 - "A flor da vida"


Notas iniciais do capítulo

Oii pessoal! Desculpa pela demora :/
Esse capítulo ficou chatinho, mas ele é necessário pra história! Então espero que gostem!



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Eu estava numa sala completamente branca. Passei alguns segundos olhando ao redor, procurando uma janela, uma porta, mas não havia nada, apenas um sofá branco, uma mesa de centro em vidro e duas poltronas, brancas também. Não escutava nada além de alguns sussurros. Resolvi andar em direção ao sofá, minhas pernas pareciam chumbo. À medida que me aproximava do sofá os sussurros iam aumentando e imagens iam se formando, até que eu conseguisse ver um homem alto com uma barba mal feita e roupas pretas - o que o destacava na sala branca - E duas mulheres, uma estava toda de branco, tinha a pele clara e cabelo castanho preso em um rabo-de-cavalo - essa era sem dúvidas a minha mãe, Atena– E a outra não tinha uma forma certa, seu cabelo parecia mudar de loiro e curto para longos cachos negros, os olhos não tinham cor fixa, iam do âmbar ao azul mais profundo, e mesmo sem forma fixa ela era extremamente linda - Não preciso falar que ela era Afrodite.

–Por favor, segure a menina por um tempo! Não vejo algo tão verdadeiro assim há séculos! -Implorava Afrodite.

–Você sabe que não controlo as portas da morte! -Respondeu o homem vestido de preto, com um tom de puro tédio na voz.

–Mas eu trabalhei muito pra isso! Você não sabe quanto tempo eu planejei isso! -Afrodite estava gritando, aquilo, seja lá o que fosse, era muito importante pra ela.

–Ah deixe de drama, querida! Você pode até gostar disso! Se esse amor é tão perfeito quanto você diz, então o garoto se mataria pela menina, certo? Seria meio que Romeu e Julieta, e esse é o tipo de coisa que as pessoas chamam de "amor verdadeiro". -Respondeu o homem. Pelo seu tom de voz dava para perceber que ele queria acabar com aquela conversa o mais rápido o possível.

–Mas o amor deles ainda está em desenvolvimento! Se ela morrer agora ele pode não dar uma de Romeu! Ele pode simplesmente enlouquecer e continuar sua vida como um doido agressivo que venceu os jogos! -Afrodite falava como se já tivesse dito isso centenas de vezes.

–Ah não, o meu filho pode virar qualquer coisa, menos louco! Ele tem um futuro muito importante pra ser desperdiçado assim! Você - Ela apontou pro homem de preto - Eu sei que não tem como você evitar uma morte, mas você consegue atrasá-la para que outras pessoas cheguem a tempo de evitá-la! - O homem, acariciou oa barba, como se estivesse pensando na possibilidade. Minha mãe olhou pra Afrodite. - E você trate de cuidar muito bem desses dois, eles são muito importantes para serem estilhaçados como você sempre faz! Eu sei que o amor é forte, mas se você quebrar o coração do meu filho eu mostro que toda essa força não é nada em comparação a minha


fúria! -Minha mãe estava gritando, ou bufando, ou seja lá o que era aquilo. Acredite: você não quer ver a deusa da sabedoria com raiva, é aterrorizante.

Afrodite não disse nada, apenas assentiu. Acho que ela ficou tão assustada com o tom da minha mãe quanto eu.

–Como deusa da sabedoria, minha querida Atena, você deve saber que não é fácil adiar uma morte, Para o fazer eu preciso de muita energia, e não vou gastar energia a toa. Seu filho precisa mostrar que merece o uso de meus poderes. -Disse o homem com um sorriso malicioso no rosto.

–Pois bem, o que você quer que meu filho faça, Hades? -Perguntou minha mãe, com a voz bem mais calma. Em comparação a antes, seu tom agora parecia um suspiro.

O homem de preto, Hades, abriu um sorriso maior (e mais assustador, claro)

–O seu querido filhinho precisa encontrar essa flor. - Hades abriu a mão e uma flor roxa com pintinhas brancas apareceu na sua mão - Essa flor veio do jardim de Pesérfone e concentra o poder necessário para adiar a morte. Se o seu filho encontrar a flor antes da morte da menina, ela permanecerá viva por tempo suficiente para ser salva, caso contrário a menina irá para o mundo dos mortos.

Atena revirou os olhos e suspirou.

–Tudo bem, ele será avisado sobre procurar a flor.

–Ah, e não será fácil encontrar a flor - Disse Hades. Esse cara me dava arrepios, e não era uma questão pessoal, ele realmente era assim deve ser algum bonus por ser o deus do submundo.

– Então avise-o de que a vida da menina depende disso, assim ele vai encarar qualquer desafio só para salvar sua amada. -Acrescentou Afrodite.

–Como sabe disso? -Questionou Atena.

–Eu conheço minhas obras muito bem - Disse Afrodite com um sorriso no rosto.

Sobre quem eles falavam? Por que eu tive essa visão? Será que isso era mais do que um sonho? Não sei, mas algo me diz que eu sou o filho de Atena sobre o qual eles falam.

A imagem foi desaparecendo aos poucos, até que tudo o que eu via era uma luz branca muito forte. Eu não resisti ao impulso de fechar os olhos com força, e quando eu os abri vi Clove na minha frente, colocando uma toalha num balde cheio d'água enquanto me olhava com cara de preocupada. Tudo parecia girar, pontos coloridos invadiram a minha visão e quando eu tentei me sentar parecia que o céu estava apoiado nos meus ombros. Então vi a luz branca outra vez e meu corpo caiu pra trás, minha cabeça bateu em algo duro.

"No extremo norte

Fica o lugar

Onde o que tanto procuras

Encontrará

Mas saiba que ao provar do seu maior medo

A flor funcionará

Mesmo que seja em segredo"

Sussurrava uma voz doce e gentil, não como a de uma aeromoça, mas como a de uma mãe falando com seu filho pela primeira vez, com o máximo de delicadeza pra não o assustar e o máximo de carinho para o acalmar.

A voz repetia os versos na minha cabeça conforme a minha visão voltava. Depois de alguns segundos eu já conseguia ver tudo ao meu redor outra vez, a densa camada de folhas que cobria o céu, deixando apenas alguns raios de sol entrarem, os suprimentos organizados em uma pequena pilha e a cara de alivio de Clove, que estava ajoelhada ao meu lado, lágrimas escorriam do seu rosto e ela parecia agradecer a algum deus por um milagre. Então ela se voltou pra mim.

–O que aconteceu Cato? Você está bem? Achei que estivesse morrendo!

Faço um pequeno esforço para me apoiar nos cotovelos. Não consigo evitar o sorriso, apesar da dor que percorre o meu corpo.

–Pensei que estivesse fazendo greve de mim. -Digo.

–E Estou! Mas deve existir alguma exceção pra quando você acha que a outra pessoa está morrendo. -Diz Clove, qualquer um percebe que ela está segurando um sorriso.

–Então infelizmente vai ter que voltar pra sua greve, porque eu estou vivinho da silva, pelo menos eu acho que estou.

Clove revira os olhos e coloca as mãos embaixo dos meus braços e me puxa para cima, para que eu possa sentar com as costas apoiadas no tronco de uma árvore. Não posso falar que não gostei dela estar tentando me ajudar, mas esse simples movimento me atingiu como uma onda de dor. Ela se afasta e ascende uma fogueira, eu tento me levantar para ajudá-la, mas a dor me impede. Eu solto um gemido fraco.

–Nem pense nisso! Hoje eu que cuido de você! -Diz Clove.

–Sem greve de Cato? - Pergunto com um pequeno sorriso.

–Por enquanto.

–Mas se a excessão é que eu esteja morrendo e não tem grever por enquanto, eu estou morto e vou voltar a vida?

Hahaha Engraçadinho, eu vou cuidar de você por enquanto, só isso. Mas quando você estiver melhor eu volto à greve. - Sua expressão era séria, rígida.

–Então eu vou ficar machucado por um bom tempo...

–Sério Cato? Sério que você quer desperdiçar minha paciência e boa vontade com essas piadinhas sem graça? -Ela continuava séria.

Eu fiquei calado e me deitei. Não porque eu estava cansado ou com sono, mas porque eu não aguentava o modo como Clove me olhava, como se cuidar de mim fosse apenas um dever de casa, algo que você faz sem a mínima vontade, que você só faz porque tem que fazer.

As únicas coisas que conseguia ouvir eram o estalar do fogo queimando a lenha, e ao que me parecia bem longe, um doce sussuro recitando aqueles versos:

"No extremo norte

Fica o lugar

Onde o que tanto procuras

Encontrará

Mas saiba que ao provar do seu maior medo

A flor funcionará

Mesmo que seja em segredo"

Afinal, o que isso significa? Qual é o meu maior medo? Como vou encontrar a flor? Atena disse algo sobre a minha importância no futuro, mas o que? Sei que preciso encontrar a flor, sei que a vida de Clove depende disso.. Clove.. Clove.. Clove.. CLOVE! Passei tanto tempo pensando na flor que esqueci do motivo pelo qual quero a flor! Como fui idiota! Enquanto eu fico aqui, deitado, sem conseguir mexer um dedo ela está correndo perigo, de que adianta fazer uma promessa se você esquece de cumpri-la?


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Notas finais do capítulo

Ficou péssimo, mas espero que gostem ^^
Qualquer crítica/comentário/elogio é bem-vindo ;)
E mais uma vez desculpa pela demora!



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