O Templo Da Imortalidade escrita por Kbex


Capítulo 12
Capítulo 12: Vida de pirata


Notas iniciais do capítulo

olá ragazze.
nossa eu fiquei muito, mais muito triste mesmo por ter que parar durante essas quase tres semanas, mas as provas estavam demais, demais mesmo, mas eu avisai né e espero que vocês compreendam, foi muito dificil para mim deixar Alice e cia num lugarzinho no fundo da minha cabeça. mais aqui estamos nós e nao vou me prolongar mais, espero que gostem, e vou fazer de tudo para postar mais num ou no sabado ou domingo.
capitulo narrado totalmente pela Alice =)
vamos ao capitulo.
desculpes os erros é madrugada e novamente nao passou pelos cuidados da Leticia kkk



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Deus, que dia maluco. Apreensão, desconfiança, adrenalina, medo, dor, alegria, tudo isso em apenas 24 horas, é muita informação para se reter, muitos sentimentos juntos, como se fossem uma salada de frutas, colocando tudo dentro de um pote e batendo-os até que eles estivessem tão, mais tão misturados, que fosse impossível de se saber o que deveria sentir.

Olhando, porém,  para o mar e dele para as quatro pessoas sentadas nesse bote minúsculo as coisas pareciam começar a fazer mais sentido e o sentimento de alegria me dominava.

O Jack me surpreendeu muito ao falar que se preocupou comigo, parecia melhor do ferimento, na realidade acho que toda aquela confusão de mais cedo fez com que eu me precipitar-se em relação ao nível de gravidade do ferimento. O Will me parecia cansado, também pudera, foi um dia realmente maluco e longo, porém quando seu olhar encontrou o meu, um sorriso brotou de seus lábios, eu retribui, ele parecia também aliviado depois dessa troca de olhares e voltou a remar. Junto dele, Daniel o ajudava a remar o bote, com Annabel com a cabeça deitada no seu ombro.

Suspirei. Eu nunca imaginaria que o dia, do jeito como começou, a ilha e todo o medo de ficar presa lá, fosse terminar assim, comigo sentada num bote, com meu pai, minha melhor amiga e seu hum... namorado?, e Will, voltando de um seqüestro. Foi realmente um dia maluco, por enquanto o mais movimentado de todos esses dias no mar.

Soltei uma risadinha.

Todos olharam para mim confusos. Logo Jack voltou a olhar para frente, com o rum que tinha pego na fuga do navio espanhol e sua bussola, e o Daniel também voltou a remar. Will porem, continuou me olhando confuso e preocupado, eu sustentei seu olhar, sendo impossível para mim desviar o rosto, mas sorri para tentar confortá-lo, porque ele me olhava daquele jeito?

- Dia estranho não é? – Annabel falou me despertando dos meus pensamentos, eu olhei para ela.

- Muito – concordei, Will voltou a remar.

- Sabe, na realidade eu estou perdida, foi muita informação em tão pouco tempo. Tudo muito rápido, estranho, para não dizer,  amedrontador. 

- Nem me fale – sorri, é incrível como, desde crianças nós duas pensássemos tão parecido – alias, amedrontador vai ser quando chegar ao pérola – eu ri – o Gibbs vai ficar louco.

- Gibbs? – Bel me perguntou confusa.

- Ah, temos muita coisa para conversar, vamos deixar o Gibbs para quando ele aparecer?

- Tudo bem – seus olhos brilharam – começando por você... Quando, como, onde, você encontrou sua mãe? – tenho certeza que se tivesse espaço aqui ela estaria dando pulinhos.

- Não faz muito tempo, alguns dias apenas, foi em Tortuga... – eu comecei a contar para ela todos os detalhes de como encontrei minha mãe.

- Mal posso esperar para vê-la, como ela é?

- Ela é maravilhosa, ela é tudo o que eu sempre quis e ainda mais.

- Você sempre quis uma mãe nervosa daquele jeito? – Jack falou

- Jack – eu ri – ok ela é um pouco nervosa.

- Um pouco – Jack e Will disseram juntos – quase morremos mais cedo – Will completou rindo.

- Ta, as vezes ela é muito nervosa, mais é coisa de mãe, não? Alias ela deve estar muito preocupada.

- Se engana amor, se fosse por sua mãe você ainda estaria lá naquele navio – Jack disse, é engraçado esse modo como ele chama as pessoas de amor.

- Não comigo dãã. Com você – eu disse – Piratas em navio da companhia Espanhola nunca acaba bem.

- Você é uma pirata e estava lá – Will falou

- Sim, mas ser espanhola me da alguns pontos, nada que uma mentirinha “eles me seqüestraram” não sirva para pelo menos mais alguns dias de vida tranqüila.

Os dois olharam para mim, e depois se encararam revirando os olhos e voltaram suas atenções para o que estavam fazendo antes, eu dei de ombros.

- Será que tem alguém mais perdido do que eu aqui?

- Provavelmente não Bel... a começar por esse vestido, sinto em lhe dizer, mais vestidos não são as melhores roupas para se usar quando se é pirata – eu disse e ela me encarou – Vou arranjar uma roupa legal para você.

- Sem vestidos? – ela disse fazendo biquinho, eu ri.

- Sim sem vestidos.

- Poxinha – ela falou.

- Mais eu também estou confusa, alias... – eu não quis completar a pergunta, não sei se ela estava disposta a responder quem era Felipe, e o que foi aquela bagunça toda no navio.

- Podemos falar disso mais tarde? – ela disse entendendo perfeitamente meu olhar, eu assenti – disso, e daquilo – ela lançou um olhar para Will.

Eu franzi o cenho e ela revirou os olhos.

Todos voltaram para suas posições iniciais, sem mais conversas, até que o Jack berra.

- Ah Pérola, senti sua falta. Sr. Gibbs, apareça aqui e ajude o seu capitão, imediato.

Gibbs logo apareceu e atrás dele uma Angélica bastante contrariada acompanhada por uma Elizabeth totalmente preocupada e com os olhos vermelhos.

Olhei para Annabel e Daniel, eles estavam desconfiados. Eu afaguei seu ombro e sorri, encorajando-a de subir.

- Mas o que? – Gibbs arregalou os olhos quando Annabel apareceu. – Oh não, quatro?  Ai é pedir para que o Davy ressuscite.

- Ah qual é Gibbs, nada de ruim aconteceu enquanto nós três estávamos aqui – eu falei, e todos, todos os olharem do navio se voltaram para mim – tá, nada de tão ruim. Até o Perola conseguimos – eu sorri envergonhada quando percebi que eles ainda olhavam para mim.

Jack foi o primeiro a dar as costas e ir para a sua cabine, seguido deles os marujos voltaram para seus lugares, Gibbs foi indignado atrás de Jack, Elizabeth abraçou Will e minha mãe sorriu parra mim.

- Eu queria matar o Jack quando descobri que ele foi atrás de você naquela situação porque eu sabia que você estava bem por lá, mas assim que vi você aqui percebi o quanto estava grata pelo Jack ser tão cabeça dura. – eu sorri e ela me abraçou.

- Acho que ele merece ouvir isso sabe... – eu disse piscando para ela.

- Alice – ela riu.

- Ok, ok – eu disse rindo – mãe, lembra da Annabel? – eu mal terminei de falar e Bel já estava do meu lado sorrindo para minha mãe.

- Olá, nossa é tão bom finalmente conhecê-la, eu estava realmente muito ansiosa. Sou Annabel, melhor amiga da Alice, mas acho que ela já andou falando algumas coisas não é? – Bel disse passando por mim e se apresentando a minha mãe, animadoramente, essa era Annabel afinal.

- Olá Annabel, digo o mesmo, é bom poder conhecê-la, Alice só elogiava você – minha mãe disse sorrindo.

Annabel só faltava pular de empolgação.

- Bom... acredito que vocês estejam cansados, vou arrumar um lugar para vocês – minha mãe disse depois de dar um abraço em Annabel.

Nós três assentimos.

- Ela é linda – Annabel disse quando minha mãe se distanciou.

Eu sorri

- Sério Bel, é até engraçado como você esta animada.

Ela ainda sorria.

- Quando vimos o navio pirata eu achei que  estaria tudo perdido, mas não, olha só, eu achei você – ela estava muito animada – eu senti sua falta – ela disse me abraçando.

- Eu também Bel.

Ela continuou sorrindo e eu a acompanhei. Olhei discretamente para o Daniel, ele parecia um pouco incomodado.

- Hum... é, eles só aprecem perigosos mais na realidade são ... ah esquece – eu disse para o Daniel.

- A minha preocupação não é com eles – ele falou pela primeira vez desde que saímos do navio da companhia espanhola – Eu conheço os espanhóis, e principalmente meu irmão, eles não vão sossegar até esse tal templo estiver aos pedaços e meu irmão, até que eu esteja em pedaços.

O silencio foi assustador quando ele terminou de falar e se prolongou por alguns minutos.

- Você acha que eles vão vir atrás de nós?

- Tenho certeza – ele me respondeu.

- Atrás de nós ou do templo?

- Do templo, matar um coelho numa cajadada só.

- O Jack deve saber como se  livrar dessa, ele sempre sabe – eu falei começando a ficar preocupada.

- Temos alguns dias de vantagens deles porque sabemos onde é o templo e o Pérola é o navio mais rápido desses mares.

- Temos o Holandes voador ao nosso lado e... – eu parei de falar assim que percebi que ele não havia dito que estava do nosso lado. Ele pareceu ler minha mente quando respondeu:

- Annabel escolheu estar aqui com você e eu escolhi estar com ela, vou onde ela for, estarei do lado de quem ela estiver, pode confiar em mim – ele me disse. Pude ver Annabel sorrindo do meu lado.

- Você tem que convencer o Jack, eu não mando em nada aqui. Mas posso dar uma ajudinha – eu sorri.

- Ótimo, se é para trocar de lado, que façamos isso direito, afinal, nós três temos uma pitada de traidor nessa historia.

- Traidor da pátria apenas, e isso não me incomoda. Se eu estivesse lá com eles indo atrás de piratas ai sim eu me sentiria uma traidora, pois meu coração esta aqui – eu falei.

- Poxa – Bel disse me encarando. – que profundo.

Nós três rimos, quando minha mãe chegou.

- Bom, consegui uma cabine, você – ela apontou para Daniel – pode ficar lá e a Annabel pode ficar com a Alice.

- Tudo bem, obrigada mãe.

- Boa noite – ela disse beijando minha testa – ah mostre a ele a cabine, é a minha antiga, ok?

Eu arqueei uma sobrancelha e sorri.

 - Bom vamos, deixa eu mostrar a você a cabine – eu disse para o Daniel.

Eu o levei ate a cabine de minha mãe e mostrei a minha, que fica ao lado e sai, claro, dar privacidade aos dois.

Entrei na minha cabine com a intenção de esperar a Annabel para conversarmos, mas eu não estava com sono, por incrível que pareça, então decidi sair.

Lembrei que tinha que arrumar uma roupa para Annabel, e lembrei de um dor marujos pequenos que tínhamos ali, fui silenciosamente até a rede dele e peguei uma muda de roupa, lavei, claro, e deixei para secar num varal improvisado. Depois que terminei fiquei pensando em como tudo seria agora que eles estavam aqui, se seria mais fácil ou mais difícil e o que eu mais tinha medo, se conseguiríamos. Afugentei esses pensamentos da minha cabeça e pensei em tudo que poderia acontecer de bom e tudo que já tinha acontecido, não apenas nessa vida de pirata, mas antes também. Por um instante fechei os olhos e senti os pensamentos me fugirem.

Acordei com um susto, um pirata berrando, quase do meu lado. Evidentemente eu não dormi por muito tempo pois eu ainda continuava na mesma posição, e isso não é nada comum quando eu durmo. Eu me levantei me espreguiçando e observei os marujos trabalharem, no timão Daniel, Gibbs, Jack e Will discutiam, eu sorri o Daniel parecia confortável lá e o Will... ele estava um pouco estranho, percebi que não falei com ele desde que chegamos e que eu sentia falta disso. Ele olhou para mim, eu sorri e acenei, ele deu um sorrisinho amarelo e pediu para que eu espera-se. Diferente e estranho, mas tudo bem. Fiquei olhando para o mar e me lembrei de não avisar para a Bel da onde tinham vindo aquelas roupas, mas esse claro, é o menor dos problemas. Eu estava tentando não lembrar, mas cada vez que olhava para o timão e via os quatro lá ficava impossível esquecer que temos agora, também, a companhia espanhola na nossa cola, um Gibbs para enrolar com todas essas mulheres a bordo, um irmão e um Barbossa super vingativo para desviar.Não, não era um tarefa fácil mas eu acredito que seja possível sim passarmos por tudo isso sem maiores encrencas, espero mesmo.

- Queria falar comigo?

Levei um susto ao ouvir Will atrás de mim, eu virei sorrindo e ele estava serio, estranho, muito estranho.

- Algum problema?

- Não

Ata e eu nasci ontem, mas tudo bem se ele não quiser falar é um direito dele.

- Ok, queria saber se esta bem, não nos falamos depois que chegamos.

- Muito bem, obrigado. O Daniel esta nos ensinando algumas coisas para acabarmos com os espanhóis, ter um a menos na nossa cola sabe – ele disse sorrindo, hum, bem melhor assim.

- Quem bom, estou cansada de confusões sabe um pouco de paz seria bom.

- Falei para você – ele continuou quando eu franzi o cenho – lembra do que falávamos a uns dias atrás?

- Ah sim, bom realmente, a calma é melhor. É... sua mãe esta bem? – eu me ouvi falando antes mesmo de pensar.

- Sim – ele franziu o cenho.

- Ela me parecia abatida ontem, só isso.

- Preocupada, apenas isso.

Eu assenti e decidi mudar rapidamente de assunto.

- Precisamos ensinar aqueles dois a serem piratas, a começar pela roupa – eu disse.

- Com certeza, o Daniel tem uma linguagem bastante engraçada, fora que aquela roupa... é engraçada também.

- E a Bel precisa tirar aquele vestido, não é nada confortável para a situação, se é que vestidos algum dia foram confortáveis.

- Você usava vestidos?

- Claro.

Ele sorriu, e eu fiquei feliz, foi aquele sorriso do Will que eu conhecia, afinal, poderia não ser nada mesmo e eu que estivesse vendo coisa.

- Porque Sr. Turner?

- Fico imaginando você de vestido – ele disse encarando meu corpo, eu fiquei corada na hora.

- Um dia quem sabe – falei rindo.

- Um dia quem sabe – ele repetiu.

Eu o encarei e lá estava de novo aquele rosto preocupado.

- Alice, eu definitivamente não quero mais usar esses vestidos se não tiver ninguém para me ajudar, você sabe como é difícil vesti-los, por favor, ajude sua amiga – ela berrou aparecendo do meu lado com uma roupa minha, que ficou grande, claro.

- Eu falei que vestidos não eram nada práticos e nada piratas, vamos, vou arrumar algumas coisas para você. – peguei na sua mão – Nos vemos depois – eu disse para o Will.

- Até mais então – ele sorriu.

- A quanto tempo? – Annabel perguntou enquanto íamos para o porão.

- Que?

- Você e o Will, faz muito tempo?

- Que? Que nos conhecemos, não, não muito. – ela revirou os olhos e eu entendi – Ah não, somos só amigos, parceiros, estamos atrás da mesma coisa para nossos pais.

- Ah e eu devo acreditar

- Bel, é sério.

- Então para de ser boba. Lice, você tinha que ver como ele estava desesperado atrás de você ontem a noite e o que ele disse...

- O que ele disse? – eu a cortei animada demais.

- “Somos só amigos” – ela falou balançando os braços, me imitando, eu sorri – perguntei se ele estava com medo por ele ou por você e ele disse que se ele estivesse com medo por ele, ele nem teria ido.

Me peguei sorrindo e feliz demais com aquilo, será?

- Amigos são pra essas coisas

- Ta bom Alice Mary Teach, quando você parar de mentir para você mesma ai a gente conversa sobre isso.

Dei de língua para ela entregando-lhe as roupas do marujo que eu separei a noite e lavei.

- Obrigada.

- Não há de que. Mas e você?

- Ah somos só amigos também – ela respondeu.

- Bel...

- Quando você perceber nós vamos nos sentar e algum lugar e rir dessa sua devoção para acreditar nisso – ela sorriu.

- Estamos falando de você agora sabe? Pode começar me explicando o que fazia num navio, quem é Felipe e desde quando conhece o Daniel, alias...

- Já entendi, nos mínimos detalhes, ok, ok. Só me de um minuto para trocar de roupa.

Eu assenti  e esperei, depois de alguns minutos Bel apareceu com uma calça, que dessa vez não estava grande, uma blusa branca.

- Ta, não é das melhores, mais ao menos é pratica – ela disse – bem vamos lá então, respondendo as perguntas. Primeiro, eu estava no navio porque o Daniel convidou, seria um passeio normal pelo mar, quer dizer, se é que pode ser chamado de normal com o idiota do Felipe lá, mas tudo bem. Seguindo o questionário – ela riu – eu conheço o Daniel faz mais ou menos um ano, foi num passeio ao mar no por do sol e desde então começamos a nos ver todos os dias, porém logo depois meus pais começaram a arrumar alguém para eu casar  - ela revirou os olhos – e escolheram o Felipe e eu queria morrer quando descobri que ele era irmão do Daniel.

“Mas é claro que eu não queria, ele me tratava mal, acho que deu pra perceber, porém eu não tinha escolha, até surgir esse passeio no navio, eu e o Daniel iríamos fugir, só não esperávamos parar num barco pirata. Ai quando eu vi que o Felipe não ia deixar vocês em paz eu fiz aquela loucura, sorte que o Daniel chegou, eu não gosto nem de pensar no que poderia ter acontecido se ele não tivesse chego.”

- Ta então você estava dividindo a família no meio é isso? Fazendo intrigas entre irmão?

- Mais ou menos – ela riu – a mãe deles é um amor, diferente do pai, que é mal, frio e calculista, tudo para ele tem que render lucro.

- Credo.

- Credo mesmo, eu tinha medo dele, medo até de respirar perto dele e não ser permitido sabe, era como se ele fosse me matar toda vez que me olhasse.

Eu arregalei os olhos e ela concordou com a cabeça.

- É eu me sentia exatamente assim.

- Ai estão vocês – Daniel apareceu – estávamos procurando-as, duas madames não...

- Daniel, o que eu te disse sobre esse vocabulário tão formal cara? – Will parecia reprovar.

- É difícil ter que perder costumes, uma hora eu consigo.

- Estou tentando ensinar ele a ser pirata sabe, tipo, ao menos falar como tal.

- Que tal uma reunião para falarmos nossas experiências piratas para eles, uma troca de idéias, vai ser legal, pena não poder fazer uma fogueira – eu falei rindo.

- Acho uma ótima idéia – Bel falou.

- Por mim tudo bem, só que só depois, mais a noite, no final da tarde, temos um plano a fazer se não viramos isca de espanhol.

- Posso ajudar – eu me ofereci.

- Não tudo bem, acho que devemos dar uma folga para o Gibbs – Will me disse rindo.

- Ah é, com certeza, ele anda reclamando muito?

- Um pouco, estou começando a suspeitar que, qualquer mosca que morrer ele vai colocar a culpa em vocês.

- Isso não é bom.

- Não mesmo – Will concordou – Mais ele supera, vai ter que superar. Bom nos vemos assim que a noite cair então, até depois meninas.

- Até mais Will – eu e Bel falamos juntas.

Daniel veio dar um beijo rápido em Annabel e sumiu com o Will.

- Vamos fazer o que até chegar a noite? Ainda é manha.

- Ûhm... não é uma forma bonita de se tratar recém chegados, mas eu preciso dormir, fiquei acordada noite inteira, então....

- Sem problemas, posso aproveitar e dormir também – ela gargalhou – não ia dizer, mais eu dormi pouco na ultima noite e não estou acostumada.

- Ah, então perfeito. Menos mal, eu estaria sendo uma péssima recepcionista assim.

- Quem vê ha essa formalidade toda entre nós – ela revirou os olhos.

Eu sorri e nós duas seguimos para a minha cabine.

- Vai ser bom descontrair um pouco desse clima de guerra.

- Nem me fale – Bel virou para mim – eu já to começando a entrar em pânico.

- Sem pânico, sim? Tudo se ajeita uma hora.

- Que seja rápido, não estou a fim de olhar para a cara do Felipe.

- Nem eu – eu falei – não fui com a cara dele.

- Ninguém nunca vai com a cara dele.

Nós duas rimos.

- Estou morta Bel, nos vemos daqui a pouco.

- Ok, boa... tarde?

- É pode ser.

- Durma bem Lice.

- Você também

Virei-me para o lado e logo desmaiei de tanto consada que eu estava.

- Já estão todos indo descansar, saquear algumas comidas não é nada Bel.

- Com certeza, é apenas... pirata, como você é agora, quer dizer, vocês – Will disse.

Pode ser depois que Bel me perguntou o que havia entre a gente hoje mais cedo, ou pode ser que eu já tenha percebido mas só agora me dava a oportunidade de realmente aceitar que, quando o Will ria e brincava daquele jeito descontraído, meu coração batia mais rápido e eu tinha vontade de me aninhar nos braços dele exatamente como a Bel estava nos braços do Daniel...

- Vai contra tudo que me ensinaram.

- Você estar aqui vai contra tudo que lhe ensinaram, você se casar também – eu falei pra ela.

- Ah, era apenas um colegial numa escola de freiras, não quer dizer que eu teria que me tornar uma.

- É, mas te ensinaram o que elas conheciam então...

- Ok, já entendi, esquecer aquela vida certo?

- Certo – eu e Will falamos juntos.

- Acho que o certo é primeiro vocês contarem o que vocês entendem por pirata.

Eles se entreolharam e o Daniel começou.

- Sempre fui direcionado a acreditar que piratas são excepcionalmente ... – Will o olhou com censura e ele recomeçou – ok, ok, sempre me falaram para desprezar os piratas, que todos eles deveriam ser mortos porque eram um perigo para a nossa comunidade.

- É o que todo mundo aprende na realidade não é? Primeiramente eles nos colocam medo, mas como eu sou amiga da Alice, e ela sempre foi viciada no assunto eu não segui os padrões mais normais.

- Estamos mal na fita – Will falou para mim.

- Sempre estivemos.

- Verdade – ele deu de ombros e riu. – Mais não é bem assim, somos apenas pessoas que não são a favor das regras, que queremos liberdade, que amamos o mar e claro, saquear um pouco.

- Viver uma vida de aventuras sem aquela rotina chata e previsível da terra, viver a vida, não apenas acenar enquanto ela passa.

- É um modo de se pensar, mas é um tanto ariscado não acham?

- Ai é que esta a graça Daniel – eu falei – é bom se ariscar de vez em quando.

- E o que vocês fizeram nesse tempo em que são piratas.

- Brigamos – eu comecei rindo – na realidade quase matei o Will de resfriado depois de ele ter roubado meu colar.

- E você quase foi fazer uma visitinha ao Barbossa com eu denunciando o Jack.

- Fora as milhões de vezes que você me derrubou né.

- Foram duas.

- Que seja – eu ri – enfim, é uma vida tumultuada mais legal.

- Fizemos até um acordo bem típico pirata, sobre imortalidade não é?

- Aham e por dois dias esse navio parecia um navio de passeio lembra?

- Claro que sim – ele me encarou de tal maneira, como se preocupado, foi então que lembrei, que num dia desses eu chorei na frente dele.

- Foram legais até, ter uma calma é bom. Ótimo também foi roubar o Barbossa.

- Serio que fizeram isso? O Barbossa não é aquele que você me disse que estava na companhia ao lado do príncipe? Que voltou a ser pirata? – Bel perguntou ao o Daniel.

- Ele mesmo.

- Sua doida – Bel arregalou os olhos verdes para mim.

- Pirata – eu a corrigi. – foi legal, e graças a esse pequeno furto nós temos o Pérola de novo. Ah e ontem também foi, ok, não foi legal, mais foi....

- Assustador – Will completou – fora o fato da onça, teve você se machucando e depois sendo sequestrada e me matando de preocupação.

Meu coração parou por um segundo e voltou a bater mais rápido, eu corei na hora. Ele se preocupou comigo, não pude deixar de abrir um sorrisinho também, acho que Annabel e minha mãe estavam certas afinal.

- Tudo tem um lado bom não é? Achamos eles – eu disse ainda sem jeito.

- É, acabou tudo bem afinal – Bel disse percebendo o quanto eu estava envergonhada, o Will ainda olhava para mim.

- Acho que sou o mais desinformado sobre piratas aqui, poderiam contar mais não é? – Daniel falou depois de um tempinho.

- Claro que sim – Will finalmente voltou sua atenção para outra coisa que não fosse o meu rosto (eu fiquei analisando uma maça esse tempo todo) – afinal temos aqui a filha do Capitão Jack Sparrow e o filho do capitão do Holandes Voador, acho que temos boas historias para contar.

Ele começou a se animar contando as historias que ouvira, sobre piratas, guerras, e essas coisas e eu olhei para Annabel, que tinha um sorriso no rosto e sussurrou “eu falei” para mim, eu apenas sorri mais e voltei minha atenção ao Will.

Nós continuamos por algum tempo a mais a conversa sobre piratas, estava legal, era engraçado ver a cara de espanto, tanto da Annabel quanto do Daniel, quando contávamos sobre saquear e as batalhas piratas entre piratas. Eu só consegui me concentrar depois de algum tempo na conversa, e volta e meia eu me lembrava do que o Will falou e me via sorrindo.

Eu estava certa agora, de que eu sentia algo a mais por ele, e não apenas amizade, e quando fomos nos despedir para dormir e ele me deu um beijo na testa de boa noite foi como se confirma-se tudo o que eu comecei a desconfiar naquela noite. Eu sorri para ele e respondi.

- Boa noite Will, nos vemos mais tarde.

Ele assentiu deu um sorriso lindo, ou o mesmo sorriso de sempre, mais que eu comecei a observar com outros olhos, e se foi, em direção a sua cabine.

- Apenas amigos – Bel disse assim que entramos.

- Bom é o que eu pensava.

Ela riu e bagunçou meu cabelo.

- A gente pensa que tem o controle de tudo, e quando vê...

- Já o perdeu por um simples sorriso.

- Exatamente – ela concordou.

Eu suspirei e me deitei na cama olhando para o teto. As coisas acontecem tão rápido aqui e eu estou gostando do rumo que elas estão tomando. Fechei os olhos e me lembrei de cada detalhe desde quando eu encontrei minha mãe até agora, não foi exatamente como eu pensei, também pudera, eu nunca iria imaginar algo tão bom assim, e com um sorriso no rosto, eu peguei no sono novamente.


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Notas finais do capítulo

então o qe acharam? se tiverem alguma duvida sobre a vida da Annabel podem perguntar eu respondo colocando nio proximo capitulo.
agradeço a paciencia de voces, voces são as melhores
baci e até os reviews