Jogos Vorazes escrita por Lívia Andrade


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo, se vocês leram Jogos Vorazes vão lembrar dessa parte (:



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– Não levanta! – Advirto Clove quando ela começa a se apoiar no chão de terra. – Temos que cuidar da sua queimadura.

Clove olha para o seu ombro e me surpreendo que não pareça nem um pouco preocupada. Ela se apóia com um braço só e se levanta.

– Quando você vai parar de ser tão teimosa? – Pergunto

– Quando você parar de iludir as pessoas– Rebate Clove.

A Resposta soa como um tapa na cara. Tinha esquecido o que aconteceu há algumas horas atrás. O beijo que dei em Glimmer parece que aconteceu á séculos.

– Eu agradeço muito a sua ajuda, mas agora eu já posso me cuidar sozinha – Diz Clove andando para o lago.

Ela lava a queimadura e eu percebo a expressão de alivio em seu rosto.

Olho ao redor e parece que conseguimos salvar muitas coisas do incêndio.

– Acho melhor nós darmos a volta. – Sugere Marvel.

– Também acho. – Concordo olhando ao redor do lago onde tem uma enorme pedra que tampa toda a visão e não dá escolha de escapatória caso sejamos cercado.

Esperamos todos se recuperarem, enchemos nosso estoque de água, pegamos nossas coisas e entramos novamente na floresta. Decidimos ficar perto do lago por causa da minha queimadura e da de Clove, mesmo a garota tendo recusado falando que não precisa que se importe com ela; A verdadeira causa para resolvermos ficar perto do lago foi Glimmer dizer que todos precisam de um bom banho.

Começa a escurecer quando finalmente enxergo o outro lado do lago já estou aliviado só de pensar que poderei descansar pelo menos eu achava que poderia.

– O que é aquilo no lago? – Pergunta a garota do distrito 4

– Deve ser algum animal marinho – Diz Peeta e sua voz sai meio falhada, deve estar nervoso ou pode ser o efeito que a fumaça causou em suas cordas vocais.

– Não, é uma pessoa! – Diz a garota do distrito 4 e começa a correr. – É A GAROTA DO DISTRITO 12!

Katniss, garota do distrito 12. Só de lembrar dela sinto raiva e esqueço completamente de como estou cansado.

Corro em direção à garota, parece estar dormindo na beira do lago, mas quando escuta passos levanta e começa a correr. Corro mais rápido que os outros, mas mesmo assim percebo os efeitos da minha exaustão.

Entramos na floresta novamente, a garota tem menos de um minuto de dianteira e quando chego perto o suficiente ela já está cerca de seis metros de altura.

Katniss está em cima de uma árvore, agarrada nela como se sua vida dependesse daquilo, o que é realmente verdade!

–Como vocês estão? – Pergunta a garota alegremente.

Isso me deixa desconcentrado, mas mesmo assim respondo.

–Bem o bastante e você?

–Está um pouco quente pro meu gosto – Diz a garota dando um sorriso - O ar é melhor aqui em cima. Por que você não sobe?

– Acho que irei – Respondo

– Aqui, tome isso, Cato – diz Glimmer me oferecendo o arco prateado e a caixa de flechas.

–Não - Digo empurrando o arco - Eu ficarei melhor com a minha espada.

Chego perto da árvore e começo a escalar. Katniss começa a subir mais, ela é bem leve o que ajuda muito. Escuto um barulho de galhos se partindo, mas continuo a subir, até que o galho se quebra de vez e eu despenco da árvore e vejo o sorriso de Katniss cada vez mais longe. A queda me causa tontura levo um tempo para levantar e depois disso começo dizer todos os palavrões que conheço.

Glimmer se oferece para escalar, consegue subir um pouco além de mim, mas quando escuta galhos se partindo resolve descer. Ela tenta atirar, mas percebo que ela não é muito boa com isso. Então descubro o motivo por ela se recusar a usar o arco e flecha nos dias de treinamento.

A flecha fica alojada em uma árvore próxima e Katniss a pega e acena ainda sorrindo.

Nós nos reunimos começamos a pensar em algo para matar a garota.

– Eu posso subir. – Se oferece Clove– Devo ter quase o peso dela.

– Não, seu braço não está em condições disso – Rebato.

Glimmer olha furiosa pra mim, talvez por eu estar protegendo Clove, e só para quando Peeta sugere:

–Ah, deixe que ela fique lá em cima. Como se ela fosse a algum lugar. Nós lidaremos com ela de manhã.

Mesmo irritados todos concordamos e armamos o acampamento ali mesmo. Glimmer vai ficar de vigia essa noite.

Depois de toda a adrenalina toda a minha exaustão volta com tudo. Deito no saco de dormir e mal consigo esperar pelo hino da capital, que diz que não houve nenhuma morte, e fecho os olhos.

Estou almoçando com meus pais, o que é estranho já que a ultima vez que fiz isso tinha oito anos, depois disso meu pai passou a trabalhar muito e eu só comia no meu quarto ignorando o pedido de minha mãe para que eu a acompanhasse a mesa.

– Quer um pouco de cozido filho? – Pergunta minha mãe

– Quero sim, obrigado – Respondo e abro um sorriso, tinha me esquecido da sensação do almoço em família.

Meu pai se levante e abre a boca para falar, mas ao invés de ouvir sua voz escuto um zumbido que vai ficando cada vez mais alto e depois um grito.

O Grito é de Glimmer e os zumbidos são de Teleguiadas.

Maiores do que as vespas normais, eles têm um sólido corpo especial de ouro e uma picada que gera um nódulo do tamanho de uma ameixa. A maior parte das pessoas não consegue tolerar mais que poucas picadas. Algumas morrem na primeira. Se você viver, as alucinações trazidas pelo veneno podem levar a pessoa à loucura. E há outra coisa, essas vespas vão caçar qualquer um que incomode seu ninho e atacá-lo até matá-lo.

Depois da guerra, a Capital destruiu todos os ninhos ao redor de suas cidades, mas os próximos aos distritos foram deixados intocados.

Sinto uma dor aguda perto do meu olho, levanto e saio correndo em direção ao lago, percebo que Marvel, Peeta e Clove me acompanham.

Elas me picam novamente por várias partes do corpo e começo a ficar tonto, finalmente chego ao lago e mergulho o mais fundo possível. Prendo a respiração e temo que as teleguiadas ainda estejam esperando por nós acima. Quando meus ouvidos já começam a fazer pressão eu resolvo subir. Só enxergo um borrão. Está tudo girando e as árvores esticam seus galhos nos chamando para abraçá-las.

Toco os lugares da picada, estão muito inchadas e doloridas, delas escorrem um pus verde que muda de cor para vermelho e para roxo, não me lembro desse sintoma, tinha estudado só sobre o pus verde.

Escuto o barulho de um canhão, Marvel encontra meus olhos e nós entendemos tudo.

Saio da água e me encosto à margem. Sinto vontade de vomitar, luto para manter a comida em meu estômago.

Peeta sai do lago e começa a correr em direção ao acampamento. Fico pensando o que ele quer fazer lá só depois me lembro de Katniss. Ela que fez aquilo!

Começo a correr atrás de Peeta e retiro minha espada que estava presa ao sinto. Escuto outro tiro de Canhão. ‘’ Seja a Katniss’’ penso.

Quando chego vejo Peeta empurrando Katniss com o cabo de uma lança. ‘’Deve estar vendo se a garota está morta’’

Corro mais rápido e percebo que Katniss está levantando.

– ANDA! CORRE! –Grita Peeta empurrando Katniss

Levo algum tempo pra entender aquilo. Ele está ajudando ela a fugir! Ele nos enganou! Deveria ter matado Peeta assim que ele chegou ao nosso acampamento.

Quando me aproximo Peeta começa a correr, minha raiva supera todos os sintomas das picadas e eu preparo minha espada. Dou um golpe em direção a Peeta, mas ele vira, a ponta de minha espada adentra um pouco em sua perna que instantaneamente começa a sangrar. Ele continua correndo mancando e deixa rastros de sangue entre as folhas. Eu não o sigo, estou cansado depois pra isso e parece que esta tudo girando. Talvez, com o tamanho do ferimento em sua perna ele morrerá de tanto sangrar. O que me conforta e me faz ficar ali parado sem ação nenhuma.

– Cadê o Peeta? – Pergunta Clove ofegante assim que chega.

Aponto para o rastro de sangue e eles me olham surpresos.

– Como assim, ele foi embora? – Pergunta Marvel

– Acho que na verdade ele nunca esteve com a gente – Respondo.



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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Esse capítulo foi mais pro decorrer da historia, para seguir o livro mesmo.