O Coração de um Caçador escrita por Joanna
As pessoas que querem visitar os tributos vão para uma sala onde esperam para poder entrar. A mãe e a irmã de Katniss vão primeiro e Prim já chora compulsivamente antes mesmo de entrar na sala.
O pai do outro tributo ainda está lá. O sorteado foi Peeta Mellark, o filho do padeiro. Imagino qual é o assunto a ser discutido. Talvez ele peça a Katniss para ajudar seu filho.
Madge também está lá. Ela retirara o pegueno broche do vestido e agora o mantia em suas mãos. Eu penso em ir até lá e pedir desculpas com relação a manhã, mas ela estava completamente absorta em seus pensamentos e duvido que fosse prestar atenção.
Um dos pacificadores avisa que é a hora do Sr. Mellark visitá-la. Ele apenas se levanta e se dirige até aonde ela está. Ele tinha um pequeno volume no bolso de sua jaqueta, talvez fosse um presente para o seu filho que provavelmente ele ainda não visitou. Passam três minutos até que Madge seja chamada, e ela parece assustada, até um pouco apreensiva. Agora o seu pai pode agradecer, penso.
Eu sou chamado. Tenho certeza de que Katniss não ganharia patrocínio fora do 12 considerando o seu carisma. Mas ela é uma vencedora antes mesmo de entrar naquela nojeira que a Capital chama de diversão.
Eu poderia protegê-la, penso. Mas eu tenho a impressão de que ajudarei mais aqui. Caso Katniss morra, eu vou ajudar a família dela. Foi esse o trato que fizemos há cerca de um ano. Claro que o meu maior desejo era não ter que cumpri-lo.
Ao chegar na sala, Katniss está inexpressiva. Eu estendo meus braços e ela não hesita antes de ir em direção a eles.
- Ouça. Arrumar uma faca é bem fácil, mas você precisa arranjar um arco. Essa é sua melhor opção.
- Nem sempre eles disponibilizam arcos. -Ela diz, pensativa.
- Então, faça um você mesma. Até um arco não muito bom é melhor que nenhum arco.
- Nem sei se haverá árvores no local.
- Quase sempre há árvores, desde aquele ano em que metade das pessoas morreram de frio. Não foi nem um pouco divertido. - Nunca é divertido.
- É, normalmente tem algumas.
- Katniss, a coisa não passa de uma caçada. Você é a melhor caçadora que eu conheço.
- Não é só caçada. Eles estão armados. Eles usam a cabeça.
- Assim como você. E você tem mais experiência. Experiência real. Você sabe como matar. - E você é uma sobrevivente antes mesmo de ir para aquela arena.
- Não pessoas. - Ela diz, com a voz denunciando que ela está assustada.
- E que diferença pode ter? - Eu digo sem pensar. É claro que tem diferença. Mas se a Capital os manda para o sacrifício como se fossem animais, ela pode mudar os seus conceitos também.
Os Pacificadores chegam e avisam que o tempo acabou. Eu ainda não disse tudo o que eu queria, então peço um pouco mais de tempo. Dois deles me seguram, e Katniss segura minha mão.
- Não as deixe morrer de fome! - Ela grita, desesperada.
- Não vou deixar. Você sabe que não! - Os pacificadores estão passando pela porta, e me arrastando com eles. - Katniss, lembre que eu...
E o pacificador fecha a porta.
Eu vou esperar por você.
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