Despreza-se um homem que tem ciúmes da mulher, porque isso é testemunho de que ele não ama como deve ser, e de que tem má opinião de si próprio ou dela.

René Descartes

– Capítulo Vinte e Três –

Lugar Mal Visto

Travessa do Tranco, lugar mal visto pela sociedade bruxa, lugar onde bruxos de mau caráter se encontravam, para jogos, poções ilegítimas, encontros e compra e venda de produtos ilegais.

Lúcio Malfoy depois de tanto tempo se encontrava outra vez ali, não que ele realmente quisesse estar naquele lugar, mas, se encontrar com certa pessoa as escondidas o obrigou a fazer isso.

Ele entrou em um bar, mau iluminado e se dirigiu a uma mesa, para que não fosse reconhecido ele mantinha o capuz de sua capa em sua cabeça. Nem se passaram cinco minutos e alguém também encapuzado se sentou na mesma mesa que ele.

- Obrigada por vir Lúcio.

- Eu não negaria um pedido seu minha querida nora. – disse Lúcio sarcástico. – Eu só não entendo por que, nesse lugar.

- Eu não queria que nos vissem juntos. – disse Agatha aflita.

- Por quê? – perguntou Lúcio confuso – Você é minha nora, isso é bem comum.

- Eu sei. – disse ela – Mas eu precisava pedir um favor e ninguém deve saber.

- Por isso me tirou das minhas férias? – disse Lúcio irônico – Espero que seja importante.

- Por favor, Lúcio. – disse Agatha irritadiça – Você está nessas férias há seis meses.

- Que seja. – disse Lúcio indiferente – No que posso te ajudar?

Agatha respirou fundo antes de começar a falar.

- Primeiro você deve saber que, Tiago, Hugo e Kendra foram sequestrados por comensais foragidos. – disse Agatha de uma vez só.

- O que! – exclamou Lúcio indignado.

- Lúcio fala baixo, por favor. – pediu Agatha nervosa – Nós já estamos cuidando disso, eles estão bem...

- É a minha neta! – disse ele entre os dentes – E como você sabe que eles estão bem?

- Por que os comensais precisam de uma coisa. – explicou Agatha impaciente – E nós vamos trocas pelas crianças, mas eu não te chamei por isso.

- Então me diz logo.

- Eu fiz uma coisa. – disse Agatha temerosa – Há quinze anos, no fim da guerra... eu preciso que me ouça e entenda o motivo pelo qual fiz isso, por que eu preciso da sua ajuda.

Lúcio ouviu com atenção o relato de Agatha sem interrompê-la em nenhum momento, mas ele não conseguiu esconder a expressão de terror em sua face ao ouvir o que a nora fizera. Depois que ela acabou a narração, eles ficaram em silêncio, somente depois que a ficha caiu, Lúcio resolveu falar.

- Eu não posso acreditar que você fez isso. – disse Lúcio com a voz falha, ele estava incrivelmente abalado. – Isso é loucura! Todos pensam que ele está morto!

- Você tem que entender o meu lado. – pediu Agatha nervosa, não tinha como voltar atrás, ela já havia contado.

- Eu entendo, só não concordo. – disse Lúcio com a voz baixa, mas, era perceptível o desespero em sua voz. – Quando descobrirem... meu Merlin você já pensou nas consequecias? Você pode perder tudo o que tem.

- Eu sei. – disse Agatha com a voz embargada – Mas eu não podia deixá-lo, ele ainda está fraco Lúcio e Draco já está desconfiando de alguma coisa.

- Você estaria disposta a perder o Draco? – perguntou Lúcio temeroso.

Agatha demorou a responder, mas, quando o fez, ela foi firme e clara.

- Eu estaria disposta a perdê-lo, pelo o que eu acredito ser certo.

Lúcio fechou os olhos não acreditando no que ia dizer.

- Ok, eu te ajudo. – disse Lúcio dando de ombros – Eu já to ferrado mesmo.

Agatha se surpreendeu com o vocabulário do sogro, mas, sorriu em agradecimento.

___________

Mais uma carta havia sido recebida, essa em especial, aterrorizou a todos naquele momento. Ninguém dizia nada, nem ao menos se olhavam, talvez até mesmo a respiração tenha diminuído entre os presentes.

No escritório da família Potter, encontravam, Harry, Gina, Draco, Agatha, Rony, Hermione, Kingsley, Narcisa, Jacob, Angeline, Molly, Arthur e por ultimo e não menos importante, Lúcio Malfoy.

A presença de Lúcio naquele dia ocasionou um breve incomodo entre os demais, mais especificamente em Kingsley, que era casado com a ex-esposa de Lúcio, Narcisa. Mas Agatha alegara que Lúcio tinha todo o direito de estar presente, pois, ele era o avô de Kendra, e também aprendeu a gostar dos outros. Voltando a carta que eles receberam, agora os olhares se voltavam para Harry, que lia e relia o papel várias vezes, sem expressão alguma.

- Harry. – disse Gina em voz baixa, seus olhos tinham um tom avermelhado e suas mãos tremiam um pouco. – Meu amor, você está bem?

- Acho que sim. – disse Harry sem emoção.

- Você não tem que fazer isso Harry. – disse Draco cauteloso.

- Tenho que fazer. – disse Harry ainda fitando a carta – Pelos nossos filhos.

- Nós vamos arranjar outro jeito. – disse Hermione secando uma lágrima.

- Não tem outro jeito. – disse Harry firme – Eles foram bem claros, quando eles ressuscitarem Voldemort, eles querem que eu esteja lá, para que ele pessoalmente possa se vingar de mim.

- Nós não temos a pedra ainda. – lembrou Agatha – Mesmo que quisesse você não poderia ir sem ela.

- Nos dê tempo de encontrar outro jeito Harry. – pediu Rony.

- O tempo que temos é o mesmo tempo até encontrar a pedra. – disse Arthur aborrecido – Estamos com as mãos atadas.

- A não ser. – começou Lúcio – Que o Potter leve uma pedra qualquer, e nós planejarmos um ataque.

- Isso é perigoso Lúcio. – disse Kingsley firme.

- Então dê outra ideia Sr. Ministro. – disse Lúcio sarcástico.

- Eu acho que essa não é uma boa hora para as discussões tolas de vocês dois. – disse Narcisa nervosa – A vida dos nossos netos está em perigo e a de Harry também.

- Tem razão Narcisa, nossos netos. – disse Lúcio dando ênfase em “nossos”.

Kingsley o olhou com raiva.

- Vocês podem decidirr quem é o macho alfa depois, pode serr? – disse Angeline irritada – Se cada vez que nos reunirrmos vocês tiverrem que duelarr porr Cisa...

- Angel! – exclamou Narcisa corada.

- Pardon. – disse Angeline indiferente.

Todos ficaram silenciosos e pensativos, era uma situação delicada, pois, dessa vez três crianças que não tinham nada a ver com a guerra passada, poderiam estar em perigo de vida se a pedra não fosse encontrada.

- Vamos nos dividir. – disse Draco cansado – Alguns pesquisam sobre a pedra, e os outros ficam com o Jake, para tentar uma comunicação com Tiago.

- Rony, Agatha e eu podemos pesquisar sobre a pedra...

- Não! – disse Draco alto demais interrompendo Hermione – Agatha ficara comigo o tempo todo – Agatha e Lúcio deram olhares significativos – Harry, Gina e eu estaremos com o Jake, e Agatha é Medibruxa, se acontecer qualquer coisa, ela pode ajudar. – terminou Draco.

- Uma poção revigorante pode ajudar Draco. – disse Agatha desconfiada.

- Prefiro que você fique o tempo todo comigo, minha querida. – disse Draco com um sorriso forçado.

Agatha assentiu submissa.

- Ok. – disse Hermione cautelosa – Vamos fazer assim, Rony, Lúcio, Angeline e eu, podemos analisar as heranças que recebemos Gina, Harry, Draco e Agatha ficam com o Jake e Kingsley, Arthur, Molly, Jacob e Narcisa pesquisam sobre a pedra.

- Perfeito. – disse Draco satisfeito – Quanto mais cedo começarmos, mais cedo temos as crianças de volta.