Lua de Sangue - Livro I escrita por Sirlene de Moraes Macedo, Babi


Capítulo 5
Danyel


Notas iniciais do capítulo

Sirlene: Depois de um século minha gente, um século eu finalmente estou postando mais um capítulo de Blood Moon, não graças só a mim mas a Bah-chan, o que eu faria sem ela? Desculpem a demora de um ano, meu Deus um ano? Cruzes!!! Mas bem estavamos bem ocupadas então é isto ai, espero que gostem deste capítulo do amadinho da Bah - Ela ama este personagem, que eu criei especialmente pra ela kkk XP - Boa leitura!!!



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– Dany você é um desastre! - Ally exclamou contendo o riso. Eu olhei para a cara da minha prima um pouco irritado. Não era a minha culpa que eu estivesse sobre os efeitos da gravidade nem de eu tropeçar naquele fio de uma figa e derrubar a caixa de CDs no chão.

– Acho que invés da senhorita ficar rindo, não deveria ajudar seu irmãozinho a arrumar essa bagunça? - Disse meio aborrecido, enquanto catava os CDs. Merda eu teria que colocar tudo em ordem novamente e o pior é que havia selecionado timtim por timtim as músicas que iria tocar no decorrer da festa. Arff eu me esforcei pra nada; pensei dando um suspiro.

– Eu sinceramente só faço isso porque gosto de você - Ela disse se abaixando e catando os CDs comigo - E alias pra que tanto repertório hein? Você esqueceu que a festa só vai até às duas da manhã? Acha que vai conseguir tocar isso tudo em 6 horas?

– Ah para de ser chata Ally - Exclamei um tanto aborrecido. Poxa havia ficado umas duas horas escolhendo aquele repertório pra ela me encher o saco.

– Falando nisso, quem vai ser o DJ? – Ally perguntou um tanto preocupada. Como o Bryan, primo da Nat havia se acidentado e parado em um hospital estávamos hipoteticamente sem DJ.

– Hum... Eu mesmo, por quê?

– Você tá brincando não é? – Ela perguntou descrente.

– Não – Respondi sem enrolar.

– Fala sério Daniel! – ela exclamou ainda descrente.

– Eu estou falando serio dona chata e foi você mesmo que disse que não queria que eu gastasse muito dinheiro contigo, então economizei 900 dólares hoje!

– Primeiramente nem era pra você ter se preocupado com essa festa poxa!

– Se eu fosse eu você retirava o que disse, ao contrario de você eu quero me despedir de meus amigos.

– você tem amigos? - ela me perguntou provocante.

– Garota não abuse da sorte, e nem da minha paciência.

– Ou o que?

– você quer mesmo saber? - Olhei ameaçadoramente para minha prima a advertindo do perigo.

– vou arriscar - Ela me respondeu sem titubear. Aquela garota estava querendo tomar um banho.

– Ally - disse levantando e sorrindo diabolicamente para ela.

– Ah não Danyel nem pense nisso - Ela exclamou sacando o que eu estava planejando para ela. Minha prima era esperta, mas não corria tão rápido quanto eu.

–Tente me impedir então - Disse-lhe malevolamente e me atirando pra cima da garota. Ela tentou se esquivar, mas eu a agarrei com força. Minha prima se debatia loucamente enquanto a guiava em direção à piscina.

– Danyel Redfield se você me fizer isso eu juro que te mato. – Ela esbravejou se contorcendo em meu peito.

– Então adeus priminha querida - Disse me jogando na piscina com ela. Ally havia se arrumado toda para o encontro com o Michael, parecia até uma princesa, na verdade minha prima era bonita, magnífica e juro por deus se não fosse primo dela eu agarrava a Ally. Nós dois caímos com um estrondo dentro da água e eu soltei minha prima e foi em direção à superfície. Quando emergi minha prima emergiu comigo e começou a me xingar de tudo quanto é nome.

– Seu desgraçado, filho de uma mãe, o que você esta pensando seu canalha? Vagabundo, moleque, eu te odeio – Ela disse com fúria – Você é o pior irmão do mundo – Ela completou.

– Ally! Cala a boca! - disse-lhe enfiando a cabeça dela dentro da água.

Ally começou a me bater loucamente.

– Te odeio Danyel! – Ela gritava irritada.

– Agora como que eu vou encontrar com o garoto, hein seu idiota? – Ela me interrogou irritada

– Vai molhadinha mesmo, a sexy assim - eu disse com a voz maliciosa e debochada ao mesmo tempo.

– Você não tem escrúpulos moleque?

– Não senhorita eu odeio meu irmãozinho diabólico

– Cala boca Danyel, mas que saco, você arruinou meu encontro – Ela esbravejou loucamente.

– Você que pediu por isso!

– Seu idiota, não precisava me jogar na piscina – Ela disse me socando.

– Vai com calma maninha do meu coração – Exclamei ainda provocante enquanto ela me batia.

– Que lindo - exclamou uma voz rouca que eu conhecia bem – posso saber o que as duas crianças estão fazendo dentro da piscina?

– Seu filho retardado que me jogou aqui – Alyson exclamou saindo da piscina bufando como uma vaca louca. Eu estava me controlando para não rir.

– O Senhor O’connell está te esperando na sala – Meu pai disse com naturalidade como se nada tivesse acontecido e Alyson não estivesse completamente encharcada dos pés a cabeça e com a maquiagem borrada.

A garota sai pisando rápido em direção a casa quase esbarrando em meu pai.

– Ei – O velho exclamou com um tom divertido – Evite matar alguém não quero ter que defender minha filha em um tribunal.

– A única pessoa que quero matar é seu filho – Alyson respondeu sem virar as costas e seguindo para dentro da casa. Eu sendo um irmão muito prestativo e carinhoso a seguir como um cachorrinho. Mas antes de entrar na casa ouvir meu pai me advertindo para evitar a morte o máximo possível e quase rir. Ao chegarmos à sala Mike olhou para o estado de Alyson com surpresa de certo que a esperava toda arrumada e bonita e não molhada e com a maquiagem destruída. Devo admitir que eu fosse um tanto diabólico às vezes até mais que o necessário.

– Ally o que aconteceu? - Mike perguntou confuso.

– Ah, ela resolveu tomar um banho a luz do sol! – Digo com o tom de deboche.

Alyson me enviou um olhar hostil que significava nada mais nada menos que você me paga. Tinha certeza que receberia uma volta da minha prima em algum momento, mas dadas as circunstancias não seria naquela hora.

– Desculpa Mike, este imbecil me jogou na piscina – Ela disse simplesmente se virando para o garoto que logo compreendeu que eu estava ferrado e me olhou um pouco aborrecido, parece que eu estragara os planos dele também – Vou me mudar! – Ela complementou seguindo escada a cima. O garoto apenas assentiu e se virou para mim.

– Pelo amor de Deus Dany! Você não consegue se controlar? – Ele me interpelou com um olhar de reprovação – Até parece uma criança!

– E o que você tem com isso? Se pareço uma criança o problema é meu, além disso, qual o seu interesse com minha prima? – Repliquei cruzando os braços. Sabia que estava fazendo uma bela figura já que estava todo molhado.

– Você sabe muito bem quais são os meus interesses com a Alyson; Danyel!

– Mike eu posso ser seu amigo, mas se você magoar a minha prima eu não vou pensar duas vezes antes de arrebentar a sua cara!

– Você não precisar ser tão radical comigo!

– Não ligo se estou sendo radical ou não, mas a honra da Alyson é problema meu!

– Olha aqui Danyel...

– Olha aqui você Michel O'connell! Eu não me importo se você é o melhor amigo dela, mas se você a machucar eu prometo que você vai ter que se ver comigo, preste atenção nas minhas palavras, sei que você gosta da Alyson, mas se um dia eu a ver chorando por sua causa você vai se arrepender mil vezes de ter mexido com os sentimentos dela, não sentirei nenhum remoço em parar dentro de uma delegacia por ter te mandado para o hospital, é bom você se lembrar disso O'connell para o bem da sua pele, quando se trata da minha prima não meço às consequências dos meus atos e acho que você sabe muito bem o que aconteceu com o ultimo cara que mexeu com ela e se você pensa que eu vou maneirar com você só porque estou sóbrio será um erro muito grande da sua parte! – Esbravejei com meu tom sério e ameaçador. Normalmente não agia com tanta hostilidade, mas eu odiava que se aproveitassem da minha prima ou fizessem alguma insinuação nojenta para cima dela. Ela não podia ser minha irmã por sangue, mas era minha irmã por criação por isso sempre a protegeria mesmo que isso envolvesse alguns anos de reabilitação e estragasse o meu futuro. A honra da minha família era maior do que tudo para mim.

– Você estar me ameaçando Redfield? – Mike me interrogou com um ar desafiador.

– Não me interprete mal amigo, isso é apenas um aviso, não queira saber o que significa ser ameaçado na minha família.

– Desse jeito Danyel até parece que...

– Não quero saber de nada O'connell, guarde os seus argumentos para o meu pai, agora só cabe a você tratar minha prima com decência, não quero ter que quebrar o seu nariz – disse com um sorriso amável, mas que ocultava o que havia dito anteriormente.

– Está acontecendo alguma coisa aqui? – Minha mãe me perguntou ao entrar em casa com uma sacola de compras.

– Não. Nada de mais! – Respondi suavizando a minha voz.

– Por que está todo molhado? – ela perguntou intrigada.

– Digamos que decidir tomar um banho com a Ally na piscina!

– Danyel Redfield você não... Ah esquece, você não vai se trocar?

Eu assentir com a cabeça e comecei a subir as escadas enquanto ouvia a minha mãe conversando com o Michael sobre as minhas costas.

– Precisa de ajuda senhora Redfield? – Mike perguntou com um tom amigável.

– Ah obrigado querido – Minha mãe respondeu amigavelmente.

– Puxa saco – Resmunguei baixinho enquanto curvava para o corredor do meu quarto e do de Alyson com um embrulho nauseante no estômago.

Entrei em meu quarto, não liguei se estava molhado ou não, me joguei na cama, de barriga para cima, vendo se aquela náusea passava pelo menos um pouco.

Eu até podia gosta do Michael, sabia que ele não era má pessoa, mas o cara já havia namorado umas duas garota uma atrás da outra, para piorar as duas eram amigas e quando bebia não sabia se estava no céu ou na terra e beijava todas, até acredito que tenha traído as namoradas dele com um rabo de saia qualquer. Tá ele podia até se comportar diferente com a Alyson, mas com certeza eu quebraria o rostinho dele se ele magoasse minha irmã. No fundo até sabia por que ele se comportava assim, ele sempre gostara da Ally, mas ela sempre o via como o melhor amigo dela e não como um futuro namorado e desde a sétima série quando a Caroline deu o maior fora nele o cara passou a ser digamos um pegador, mas isso não justificava os comportamentos filhos da puta dele.Talvez com Alyson ele não aprontasse tamanha cafajestagem, mas não custava nada deixar bem claro o que eu faria com ele se ele se atrevesse a fazer o que ele faz com as outras garotas com a minha baixinha idiota, já que a Ally não era qualquer uma, ela tinha quem a ame e proteja. Respirei fundo e dei um salto de cima do colchão. Foi até o banheiro do meu quarto e comecei a tirar minhas roupas molhadas, depois às levaria para a lavanderia e quando minha mãe visse que deitei molhado na cama ela me mataria.Eu também tinha que terminar uma festa e ficar de cara emburrada não me ajudava em nada. Entrei no chuveiro, pois planejava fazer um lanche antes de começar a amolação. Não tinha almoçado e estava morrendo de fome.

Coloquei todo o meu corpo no chuveiro, deixando a água quente tirar o gelado da água da piscina. No entanto eu não estava preparado para a dor que atravessou minha cabeça, Ela dava fortes pontadas, e queimava ao mesmo tempo. Curvei-me, tentando conter o grito, a cada segundo ela se intensificava mais.

– Merda! – Exclamei com um vinco de dor na voz.

Aquilo sempre acontecia quando me estressava. A maldita enxaqueca.Faltava-me o ar por causa daquela dor, e ainda o vapor que saia da água quente estava me sufocando ainda mais. Parecia que só piorava. Parecia que tinha algo apertando, apertando não, esmagando minha cabeça.Para piorar não me lembrava de onde tinha colocado meus remédios. Sem eles eu passaria um bom tempo deitado encima da cama até que aquela droga passasse.Eu tentava vasculhar alguns pontos da minha mente para ver se lembrava de onde eu havia posto da ultima vez, mas aquela dor não ajudava em nada.

– Ally - Gritei sabendo que ela me ouviria. Nossos quartos ficavam um do lado do outro e ainda tinha deixado abertas as portas do quarto e do banheiro. Agradecia a Deus por não as ter fechado ou eu abafaria o som do meu grito.Porém o grito ecoou dentro de minha cabeça a fazendo latejar mais ainda. Enrolei-me em uma toalha e sair do banheiro me sentando na cama com cabeça agachada entre as pernas. Minha prima entrou no quarto ao mesmo tempo.

– O que foi? - Ela perguntou de maneira hostil, mas de repende amenizou a voz ao ver como eu estava - Dany?! Enxaqueca de novo? - com a voz aveludada, e amorosa.

– Você se lembra de onde coloquei os remédios?! – Perguntei trincando os dentes.

– Da ultima vez você deixou no meu quarto. - Ela disse se sentando ao meu lado

– Você não pode ser mais especifica?

– Como assim?

– Em que lugar do seu quarto?

– Eu guardei na primeira gaveta do armário mudo, a cabeça estar melhor?

– Parece que tem uma brasa esmagando a minha cabeça, isso é estar melhor?

– Você deveria passar em um neurologista Dany! – Ela Exclamou preocupada.

– De novo?! Você sabe muito bem que já foi duas vezes naquela merda e deu nada.

– E você também tem que parar de se estressar, o que aconteceu dessa vez?

– Nada - eu mentir me controlando pra não urra de dor - Poderia pegar o remédio pra mim fazendo um favor?

Ally fez uma cara de que não acreditava que fosse nada, mas na minha atual situação ela deixou passar e consentiu levantando da cama e se dirigindo para seu quarto.Repousei minha cabeça em meu travesseiro, fechando os olhos pra ver se amenizava pelo menos um pouco, mas foi em vão, minha cabeça ainda doía com maior intensidade. Não sei quantos minutos se passaram. Quando me dava àquela dor de cabeça infeliz eu perdia a noção do tempo, mas quando a garota voltou trazia um copo de água e alguns comprimidos na mão. Ela se sentou perto de mim novamente.

Eu tomei aqueles remédios avidamente, a procura de sossego, de nenhuma sensação de dor, e só conforto, não estava aguentando ficar de olho aberto, eles ardiam, e minha cabeça estava pesada.

– Descanse um pouco, o pai e a mãe vão cuidar da festa.

– Desculpa - Exclamei infeliz.

– Pelo que seu bobinho? – ela perguntou com doçura.

– Por ter te jogado na piscina.

– Não se preocupe, vai ter troco – Ela respondeu em tom de brincadeira, contudo desconfiava que realmente eu ainda pudesse receber uma volta descente dela. E coloca descente nisso. Ela poderia ser um amor de pessoa, mas quando se tratava de vinganças ela sabia lidar muito bem com o inconveniente, principalmente comigo.

– Hum... Só não exagera!

– E ainda diz que me conhece? Você sabe muito bem que eu não vou amolecer com você Dany!

– Tá bom seu bobo – Ally disse beijando a minha testa em seguida - descanse maninho!

– Mas a fest...

– Só descansa, a mãe e o pai vão cuidar dela e eu liguei para o pessoal, eles vem ajudar daqui a pouco.

– Mas não precisava de tanto, daqui a pouco a dor passa.

– não Dany, você sabe que ela pode voltar, então é melhor você descansar e dormir um pouco, eu não quero que você perca a festa que você fez com tanta dedicação, tá na hora de deixar de ser o faz tudo e tira umas ferias até às 10 horas da noite - Ela disse acariciando meus cabelos.

– Tá bom! – Eu exclamei com a voz rouca e desfocada de tanta dor.

Ela depositou minha cabeça no travesseiro e me beijou na testa com carinho novamente

– Agora eu vou sair; melhoras seu bobo!

– Para de me chamar de bobo - disse com a voz entrecortada.

Ela deu um risinho e depois escutei os passos dela se afastando da minha cama e fechando a porta para eu descansar em paz. O remédio daqui a pouco faria efeito, mas para isso eu precisaria de silencio e conforto para que essa dor dos infernos não voltasse.Parece que nunca me livraria daquele tormento. Desde os cinco anos de idade eu sofria com aquelas dores que sempre faziam questão, nos piores casos, de me deixarem tomando soro enfurnado em um quarto de hospital. Enquanto eu pensava na minha vida infeliz acabei lembrando que só estava com uma toalha tampando minhas partes intimas. Arff devia estar fazendo uma figura daquele jeito. Levantei-me ainda afetado com as pontadas de dor em meu crânio e me vestir com a primeira coisa que vi pela frente e voltei a me deitar na cama, esperando que aquelas agulhas incandescente desaparecessem de vez da minha cabeça. A dor havia diminuído um pouco por causa do remédio, mas ainda sim estava insuportável.Eu devia ter jogado pedra na cruz, não desejava que mais ninguém tivesse um problema como àquele que eu tinha. Era muito desagradável. Tentava pensar em outra coisa pra ver se aquela dor insuportável passava, mas estava impossível. Quando a merda da enxaqueca me atacava era difícil eu pegar no sono. Porém aos poucos a dor e o cansaço me venceram e quando me dei conta havia me entregado a escuridão.

– Dany acorda! – uma voz grossa e um pouco rouca me chamava- Dany! - Exclamava enquanto sentia alguma coisa me tocando e pequenos tremores me envolvendo como se estivesse em meio a um terremoto. Meus olhos estavam pesados, meu corpo não obedecia aos meus comandos de abrir o olho, mas eu continuava a sentir os tremores ficando cada vez mais fortes enquanto a voz continuava a me chamar – Acorda filho! – Ela disse com ternura. Aos poucos minha mente foi clareando e me dei conta que aqueles tremores eram meu pai me sacudindo delicadamente.

– Pai - Exclamei com a voz meio grogue, me lembrando da maldita enxaqueca, sempre ficava meio desnorteado depois de um ataque de dor.

– Está melhor filho? – Ele me perguntou com a voz repleta de preocupação. Odiava deixar meu pai daquele jeito, mas sempre que sentia aquelas dores dilacerantes uma onda de preocupações tomava conta dele.

– Só meio perdido pai, não se preocupe - Disse ainda com a voz sonolenta e um tanto cansada, forçando as minhas pálpebras a se abrirem, mas elas ainda teimavam em ficarem fechadas.

– Precisa de algo Dany? – Ele me perguntou em seguida ainda um tanto preocupado.

– Não. Que horas são? - Perguntei finalmente abrindo os olhos e me erguendo um pouco de cima do colchão. O quarto estava escuro e meu pai estava sentado do lado da minha cama.

– São sete e meia filho – Meu pai respondeu com suavidade.

– Hum... A Ally já voltou? - Perguntei enquanto esfregava os olhos.

– Não filho, mas ela me ligou perguntando como você estava. – Ele me respondeu um tanto compreensivo e conseguir perceber um meio sorriso no rosto do velho em meio ao breu.

– Hum... Que horas que ela volta? Você sabe? – Perguntei me lembrando de controlar as pitadas de ciúmes que eu sentia da Ally, contudo não conseguia de forma alguma enganar o meu pai.

– Ela me disse que as 08h30min já estariam em casa. Eu entendo que você goste muito da Ally filho, mas não precisa se preocupar tanto com ela, sua irmã sabe se cuidar. – Ele disse com um tom paternal compreensivo e conselheiro, mas percebia que não deixava de lado sua preocupação comigo.

– Assim espero para o bem de Michael.

– Não precisa exagerar filho, mas não discordo de você quanto a isso – Chris disse em um tom brincalhão mais um tanto sério.

– É bom sabe que tenho um aliado, o Michael ficou adulando a mãe hoje - arqueei uma sobrancelha.

– Desculpa filho, mas não estou dizendo que te apoio nisso só que vou pagar as fianças caso você pare em uma delegacia.

– Por isso mesmo você ta sendo meu aliado, eu bato, sou preso e depois você me liberta da prisão. - eu sorri maliciosamente, pois sabia que o velho falaria aquilo.

– Ok. Agora trate de levantar. Seus amigos ainda não foram embora e estão preocupados com você. Além disso, o pessoal do buffer chega daqui a 5 minutos e foi você que os contratou.

– Droga! Cinco minutos?! Merda! – eu me levanto em um solavanco, minha cabeça começa a girar, e eu sou tomado pelo medo daquela dor insuportável me atingir de novo, mas nada acontece além da tontura.
– Calma ai campeão! – meu pai me advertiu com preocupação na voz dele. – não tenha tanta pressa, qualquer coisa você espera o pessoal do Buffet chegar.

– Droga! O Davis já chegou? – Perguntei voltando meu foco a festa. Os irmãos dele tinham concordado em me alugado os aparelhos de som para a festa, além disso, o garoto havia concordado em me ajuda em meu novo emprego de DJ. Por sorte Bryan também me emprestara uns CDs além dos que eu possuía junto com alguns discos dele já que estava impossibilitado de nos prestar seus serviços para o lamento das garotas.

– Não, mas está para chegar – Me respondeu com o tom ainda paternal – Não se esforce filho – complementou.

– Por favor, pai eu estou bem, não precisa ficar tão preocupado alias eu não fui atropelado por um avião! – eu disse tentando tirar a preocupação de seus ombros.
– Sou seu pai, é meu dever ficar preocupado, oras! – meu pai não desviou aquele olhar preocupado de mim.

– Eu sei pai, mas você não precisa exagerar, eu não vou morrer por causa de uma enxaqueca. – eu fitei meu pai, pedindo para que ele deixasse de se preocupar tanto comigo. Incomodava-me saber que as pessoas se preocupavam comigo.

– Eu não estou exagerando - Chris disse em um tom reprovador - se você fosse pai entenderia porque me preocupo tanto com você Danyel!

– Pai eu sei que você só quer meu bem, eu só não gosto de te ver assim.

– Se a carapuça serviu! – Exclamei provocando meu pai.

– E tem como você não me deixar assim pirralho?! - ele disse em tom brincalhão e bagunçando meus cabelos.

– Eu não sou um pirralho pai! Tenho 16 anos e mês que vem faço 17.

– Como se idade fosse maturidade garoto - Meu pai exclamou com um tom superior e cruzando os braços.

– Como se eu não tivesse alguma maturidade né coroa?!

– Posso estar ficando velho, mas não esqueça quem paga suas contas garoto! – Respondeu meu pai seguindo em direção à porta do meu quarto, mas antes de sair ele se virou segurando a porta e disse: - E vê se anda logo; seus amigos estão te esperando, e troque estas roupas surradas, meu filho não é mendigo; Ah e mais uma coisa! Dany lembre-se de me dizer se tiver essas enxaquecas com mais frequência, ok?

– Pode deixar coroa! Daqui a pouco eu desço!

Meu pai respirou fundo antes de sair e disse:

– Para de me chamar de coroa ou eu esqueço que você é meu filho e te deserdo!

– Ok coroa... Quer dizer papai – Disse contendo o riso. Chris olhou para mim por alguns instantes, em seguida ligou a luz dizendo: você não é vagalume e fechou a porta um tanto sério. Aluz repentina incomodou os meus olhos, mas logo me adaptei a ela. Foi em direção ao espelho do meu guarda roupa e constatei que realmente estava parecendo um mendigo. Estava com uma blusa preta larga desbotada, uma calça de moletom com alguns rasgos, e meu cabelo estava um horror, tentei arrumar meus cabelos passando a mão pelos fios desgrenhados. Respirei fundo, comecei a tirar a roupa e peguei uma camisa social azul marinho e uma calça jeans preta, afinal eu tinha que estar apresentável como o filho único e primogênito do bem sucedido advogado e empreendedor Christopher Redfield. Logo que desci as escadas, vi o pessoal assistindo o filme “Se beber, não case!”.

– Aff gente de novo esse filme? – chamei a atenção deles que desviram seus olhos da TV, que por sinal estavam vidrados.

– Ah fala sério! Esse filme é muito bom. – disse Charlie me medindo. – nunca me canso de ver esse filme.

– Aff, não aguento mais, apesar de ser ótimo o filme! – eu disse olhando pra cada um, eles deveriam ter deixado de fazer algo pra poder me ajudar com a festa. Realmente iria sentir muitas saudades daquela turma. – Muito obrigado gente, por terem me ajudado.

– Que isso Dany, amigos são para isso mesmo! – disse Yan.

– Está melhorzinho?! – Nathalie me perguntou saindo da cozinha com um pote de pipoca cheio, e um copão de coca-cola.

– Estou sim! Deveria ser só cansaço. – enchi minhas mãos de pipoca, e comi, a pipoca estava maravilhosa, com manteiga derretida por cima. – Vocês vão se arrumar aqui em casa, certo?

– A Ally falou pra gente trazer as coisas pra nos arrumarmos aqui, eu pelo menos trouxe. – Yan disse sem nem ao menos tirar os olhos da TV, ele estava muito vidrado no filme, como se nunca tivesse assistido.

– Então se apressem que daqui a pouco irá começar a festa, e vocês vão está assistindo filme ainda. – digo me colocado diante da TV e a desligando, eu sou atacado por olhares nervosos, pareciam que iriam me comer vivo.

– Ah para de ser chato Danyel, a festa é as 9h30m, ainda são... que horas são? – Replicou Yan com a maior cara de pau olhando para Charlie ao seu lado.

– São quase nove horas – Exclamou Charlie olhando de soslaio para a tigela de pipocas que Yan estava devorando.

– Porra – Exclamou Yan – Sério?

– Não – Respondeu Charlie tomando a tigela das mãos do amigo.

– Ei... Devolve! – Yan protestou puxando a tigela das mãos de Charlie.

– Arff garotos parem com isso – Exclamou Michelle do lado – que merda até parecem um bando de esfomeados.

– Na verdade tá mais para criancinhas do primário mesmo – Eu repliquei puxando a tigela dos dois – Vocês querem se comporta como adolescentes ou preferem que chame os pais de vocês? – Complementei com o tom sério, não estava para brincadeiras.

– Ah qual é Danyel – Charlie exclamou aborrecido e um tanto convencido – Até parece que nossos pais nos seguram!

– Ah com certeza eu sei que não seguram, mas tenho certeza que podem corta cartões de crédito – Desafiei com o tom superior – e expulsá-los de casa – Complementei com um sorriso diabólico.

– Nossa Dany, você deu pra ser chato hein – Yan disse se levantando e limpando a sujeira em seu short Jeans.

– Ah qual é Yan – Exclamei cruzando os braços – vocês vieram me ajudar ou o que?

– Ei, não seja mal agradecido – Meu pai me repreendeu surgindo do nada e colocando uma caixa com CDs ao meu lado completamente arrumada – Eles ligaram para o buffer, arrumaram o som e os enfeites; não precisa ser tão ríspido com seus amigos, afinal eles fizeram tudo isto enquanto você se recuperava.

– Eu não estou sendo mal agradecido – Respondi abrandando o meu tom; sabia que meu velho estava com a razão – Só que tenho pouco tempo para terminar de organizar esta festa e...

– Vai ficar com os cabelos brancos de tanta preocupação – Chris me interrompeu com um sorriso nos olhos – Você não é adulto Danyel e já se preocupa como um; relaxa filho e aproveita a vida!

– Seu pai tem razão – Exclamou Michelle se pondo ao meu lado – Descanse um pouco e pare de se preocupar a toa.

– Mas... E o Buffet – Eu Repliquei tentando achar um motivo para a minha preocupação exagerada – Ele não deveria chegar em 5 minutos? – Desviei o olhar para o meu pai – eles estão atrasados e...

– Já liguei para o Gabe, eles atrasaram porque o motorista pegou um desvio errado, relaxe, Gabe nunca me deixou na mão – Meu pai me respondeu com tranquilidade.

– Mas...

– Mas nada descansar Danyel você não pode se estressar- Meu pai replicou com um tom paternal quando a campainha tocou – Falando no Buffet, ele chegou – Disse saindo em direção à porta.

– Cara seu velho é legal – Exclamou Charlie se levantando e vindo em minha direção – e ai você ainda me deve 15 paus – ele complementou estendendo a mão.

– O que?

– Eu te emprestei 45 dólares semana passada, você só me devolveu 30.

– Nossa; Charlie você não tem jeito mesmo – Nathalie exclamou retirando a carteira do bolso da calça e pegando uma nota de dez dólares e uma de cinco de dentro dela – Pronto agora ele não te deve nada – Complementou depositando o dinheiro na mão de Charlie.

– Nathalie você não precisa...

– Relaxa Danyel, ela quer fazer isso por você como um favor de amiga e não vai aceitar não como resposta – disse Yan depositando sua mão em meus ombros com um olhar tranquilizador.

– Mas eu não vou poder...

– Ela não quer que retribua – Ele disse sorrindo – ou você não conhece a Nat?

– Mas...

– Mas nada Danyel agora ver se relaxa até parece que você tem 40 anos invés de 16! –

Nathalie exclamou com um tom mandão.

Cara, eu amava aqueles loucos, só esperava que nossa amizade não acabasse com a distancia. Suspirei dando o braço a torcer e fui falar com o cara do Buffet. Nós ajeitamos as coisas que tinha que acabar de arrumar. Às 9:30 todos estavam arrumados, e os convidados começavam a chegar. Ally havia chegado com Mike uns 10 minustos antes e já estava recebendo todo mundo. Fui checar o DJ, se as coisas estavam tudo certas por lá, e graças a Deus estavam. Bryan havia mandado um amigo dele em seu lugar, apesar de eu mandar muito bem como DJ não estava a fim de passar a festa toda diante de aparelhos de som, eu também precisava curtir e relaxar um pouco, infelizmente só lamentava os 900 dólares que não iria economizar mais.

– Gostando Ally? – perguntei bem junto de seu ouvido para ela poder me escutar, já que a musica estava bem alta.

– Adorando! – ela disse gritando enquanto dançava e pulava. Eu ri, feliz de ver que ela estava se divertindo. Já, já ela estaria se debulhando em lágrimas, quando chegasse a hora de falar tchau.

Pensar nisso me deu um minuto de desanimo, mas assim que o pessoal começou a pular e gritar, animei e fiz a mesmo coisa.

O pessoal do Buffet passava por nós carregando comida. Eu aceitava tudo que chegava perto de mim. Ally estava abraçada com a melhor amiga dela, e as duas pulavam conforme o ritmo. Louise estava prestes a chorar, então antes que isso contagiasse as duas, me juntei a elas dançando e tentando animar Louise, por mais que não me desse tão bem com ela.

– Ué, decidiu ser legal? – perguntou Louise, sendo, como sempre, provocante. Ela estava linda, como sempre, mas a chatice ofuscava esse fato.

– Não estraga o meu bom humor não Louise. Faz esse favor. – disse um pouco ignorante. Ela fez beicinho e eu revirei os olhos.

– Vocês dois não comecem, pelo amor de Deus. – disse Alyson se sacudindo no ritmo da musica.

– Eu elogiei, ele que veio com arrogância. – disse Louise com uma vozinha que me fez revirar os olhos de novo.

– Não enche.

– Dany! – Repreendeu minha prima. Eu apenas dei de ombros, e me juntei aos meninos.

– O que está rolando entre você e a Loui? – perguntou Yan.

– Absolutamente nada! – eu disse rispidamente.

– Cara, ela cai na sua demais. – exclamou Charlie balançando a cabeça negativamente.

– Deixe ela cair. – eu disse rindo.

Peguei minha segunda dose de tequila da noite e virei de uma vez, chupei o limão e lambi o sal. Eu tinha cuidado para que tivesse tudo quanto era bebida.

Em um canto estava reservado para o drink flamejante, não tinha conseguido negociar com o Buffet de deixar a merda da bebida no copo, então tínhamos que nos sentar em uma cadeira enquanto eles colocavam um pouco de bebida na nossa boca, a gente bochechava sem engolir e depois eles acendiam o fogo dentro da nossa boca, engolindo o fogo e a bebida. No copo era mais legal, mas desse jeito também. Nathalie e Yan já estavam na terceira rodada, eu estava indo experimentar.

Peguei Ally e a chata da Louise, e as levei comigo.

– Eu não vou incendiar minha boca! – disse Ally meio espantada quando percebeu onde estávamos indo. Ela achava engraçado e tudo o mais, mas nunca havia feito isso. Eu já havia feito dos dois jeitos em festas diferentes.

– Relaxa, maninha. Confie em mim! – eu digo sorrindo pra ela.

– Ally é simples, é bem legal! – disse Loui sorrindo, e dando pulinhos de alegria.

– Gente, eu não quero ficar com a língua com queimadura. – disse Ally travando no lugar.

Girei meu corpo fazendo com que eu ficasse de frente para minha prima.

– Ally, vamos fazer o seguinte: eu faço primeiro, e você vai logo em seguida. Pode ser? – perguntei para ela.

– Eu não sei fazer isso, Dany!

– É simples. É só você sentar na cadeira que a Nathalie está fazendo sua quarta rodada, e o barman vai colocar um pouco daquela bebida azul que está na mesa na sua boca, está vendo ela ali? – perguntei apontando para onde a bebida, conhecida como Stock, estava. Ela confirmou. – Então, quando ele colocar você não vai engolir, você vai bochecha e espalha pela boca toda sem engolir, depois abre a boca e deixa eles colocarem o fogo na tua boca. Pelo fato da bebida ainda estar na tua boca, ela vai meio que proteger. E então quando você sentir que o fogo esta aceso você engoli ele com a bebida.

– Não sei! – disse ela mordendo os lábios.

– Qual é! É seu aniversário, eu e ele estaremos lá! Você pode ficar por ultimo. – disse Louise.

– Ok! Mas se acontecer alguma coisa eu mato vocês.

– Eu vou te falar quando for pra engolir, que é a parte mais “difícil” – eu disse fazendo gestos de aspas.

– Ta bom! – disse ela.

Fomos até lá e ouvimos uma comemoração dos nossos amigos. Eu fui o primeiro a me sentar.

– Já sabe como que é? – perguntou o barman.

– Já!

Abri a boca, deixei a bebida entrar, fechei e bochechei, abri de novo e senti o fogo sendo aceso na minha língua e então engoli, sentindo o quente descer pelo meu corpo.

– Voilá! – eu disse me levantando. Ally estava com os olhos arregalados de admiração, percebi que ela queria fazer logo isso. – Quer ser a próxima?

– QUERO! – disse ela pulando para a cadeira. Soltei uma risada.

– Tome cuidado com ela. É a primeira vez dela! – disse para o barman que disse que tudo bem, que ele orientaria certinho ela. Ele foi até o ouvido dela, e cochichou o que era pra ela fazer no ouvido dela. Vi ela balançando a cabeça afirmando.

Ally fez as mesmas coisas que eu fiz. Quando foi a hora dela engolir, eu avisei a ela como havia prometido. Ela sorriu para mim depois de engolir o drink flamejante.

– E ai? – perguntei vendo perifericamente Louise se sentando e jogando charme no barman.

– Amei! Quero de novo.

– Epa! Vai com calma, Ally. – eu digo para ela com um sorrisinho de lado.

– Nossa adorei! É muito legal.

– Não é? – Louise já havia tomado.

Depois disso fui andando pra lá e pra cá, assim como Ally, para dar atenção a todos. Comia e bebia. Vi Ally indo para o drink flamejante mais umas cinco vezes. Essa menina ia viciar nisso.

Chegou a hora do parabéns, e eu tinha preparado uma retrospectiva surpresa para ela. Então depois que todos cantaram parabéns, eu anunciei a surpresa. Ally começou a chorar no mesmo segundo em que começou, ela sentou na cadeira que levei até ela, e se aninhou em mim.

Eu havia começado com fotos de quando Ally era pequena. A primeira ela estava nos braços de sua mãe, ainda recém-nascida, com minha tia sorrindo. Eu sempre sentia saudades dela, daquele sorriso fácil e sincero que ela sempre dava. Das broncas que ela dava junto com a minha mãe quando eu e minha prima aprontávamos.

As fotos foram passando, havia colocado uma em que eu e Ally estávamos pintados de coelhinhos da páscoa, outra em que nós éramos um pouco mais velhos, eu deveria estar com 4 anos e Ally com quase 5, nós estávamos brincando de escoteiros. Depois de mais algumas foram de nós adolescentes, com toda a turma reunida no clube. E não podia faltar a que eu havia pulado com ela na piscina.

A festa foi ótima, durou mais de seis horas, e todos adoraram. Na hora de se despedir foi a parte mais difícil.

Fui ao microfone junto de Ally, e falei no microfone.

– Eu e Ally estamos indo embora, mas espero que continuemos sendo amigos, como somos agora. Eu só tenho que agradecer tudo o que vocês já fizeram por mim. Vou sentir muitas saudades de todos aqui. Saibam que vocês são bem-vindos para irem nos visitar, e esperaremos todos lá em casa. – eu disse e passei o microfone pra minha prima/irmã, que estava chorando feito uma criança já.

– Sabe gente, não preciso dizer que vou sentir muita falta disso aqui, né? – ela disse gesticulando mostrando tudo ao nosso redor. – De nossas gargalhadas, nossos gritos. De tudo que já vivemos aqui, do carinho que tenho por todos e espero de coração que nenhum de vocês esqueçam de mim, porque sempre os levarei no meu coração. Bem, existe internet e celular para nos falarmos muito, vou sempre contar as novidades para vocês. E podem tirar o cavalinho da chuva quem pensa que vai se livrar de mim tão facilmente. Amo todos vocês. Sucesso para nós.

Ela me entregou o microfone e saiu correndo para onde nossos amigos estavam e depois de colocar no lugar tudo, eu me juntei a eles que fizeram um abraço em grupo.

Nos despedimos de todos com muito pesar, e quando o ultimo convidado foi embora. Parei para olhar a casa que dali a algumas horas não seria mais minha. Vi Ally olhando também e chorando de soluçar. Dei um abraço nela, e ela ficou ali daquele jeitinho por um tempo bom. Sentia ela chorar, e não agüentei e me juntei a ela. Afinal, estava deixando tudo para trás. Recomeçaríamos, praticamente, do zero.

– Shhh! – disse para ela. – Vamos ficar bem. Vai ser bom lá. Prometo.

– Promete? - Allyson me perguntou entre soluços como uma criança.

– Prometo - Respondi com um meio sorriso enquanto afagava a sua cabeça. Apesar de ser um ano mais novo que a minha prima às vezes parecia que eu era o mais velho, pois naqueles momentos eu que acabava lhe consolando. Sempre havia sido assim: Desde o momento que passei a amá-la como a minha "irmãzinha mais nova".

– Meu Deus, que coisa mais meiga meus dois meninos, acho que vou tirar uma foto. – diz meu pai, já tirando a bendita da foto. Eu e Ally demos gargalhadas enquanto entramos para casa. Tínhamos um dia longo pela manhã, precisávamos nos preparar pra uma nova vida, para um novo começo.


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Notas finais do capítulo

OBS: O próximo capitulo que será do Alex tentarei trazer junto ao de Kamigami no Senso, no Domingo, mas não prometo nada, mesmo assim me esforçarei, até em breve senhoras e senhores!!!



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