Acordou com as costas doloridas, pois dormir apoiada em uma mesa não faz bem para a coluna. Como não tinha relógio, deduziu, pela luz, que era 06h30min NST, mais ou menos.

Com muita sorte, conseguiu arranjar, n'A Árvore do Dinheiro, uma bolsa bastante velha, mas que pelo menos, não estava rasgada. Provavelmente era uma Bolsa de Explorador de Mynci. Achou também alimentos e uma faca. A faca não era das melhores para lutas, pois era uma Faca de Jetsam Chefe de Sushi, mas talvez servisse.

Depois de ter guardado todas as coisas, decidiu ir sair da Central. Seria uma tarefa complicada, pois os guardas estavam em todas as saídas. Mas ela teve uma ideia.

Rapidamente, chegou próxima ao Banco de Neopia, e deu a volta. Perto dele, existiam também os Leilões e a Loja de Comida. Mas não seria para esses locais que ela iria. Entrou nos matos, que existiam atrás desses locais, e foi, sem fazer barulho, em direção ao Bazar de Neopia. Passando perto da Loja de Brinquedos, viu que dois guardas estavam na frente da passagem, que iria para o Mercado. Mas isso não seria um problema, pois ela iria passar bem escondida. Chegando próxima a Suprimentos de Petpets, que era uma das últimas lojas perto da passagem, tirou uma Cebola de dentro de sua bolsa, e disparou em outra direção.

"O que foi isso?", um dos guardas, um Lupe cinza, levantou sua lança, e foi em direção ao alimento.

"Deve ter sido algum engraçadinho.", o segundo guarda, um Chia amarelo, olhou ao redor.

Com poucos minutos para agir, a Kau passou rapidamente por trás do Chia, e já estava no Mercado. Obviamente, se escondeu atrás de uma casa qualquer. Depois de perceber que já não corria mais perigo, saiu de onde estava e viu o único lugar de onde poderia passar para sair do Mercado e ir para o Lago: Um enorme arco, meio destruído. Chegando lá, viu um dos locais mais visitados de Neopia, antigamente. A Cozinha do Sopão, onde uma fada bondosa dava alimentos, todos os dias, para muitos Neopets famintos. Agora, o local estava abandonado, e o caldeirão, onde todos os dias, toneladas de alimentos eram fervidos até formar uma sopa, estava enferrujado. Como não havia guardas lá, pois ainda era bastante cedo, passou para fora.

"Finalmente.", disse, sorrindo.

Na sua frente, só via uma longa estrada de pedras, mas sabia que se seguisse essa estrada, chegaria ao Lago Kiko. E assim, começou a correr, com entusiasmo, para onde a estrada levava. Com o passar do tempo, percebeu que estava chegando próxima a imensas pedras. E as pedras estavam cada vez mais próximas. E então ela percebeu que aquilo não eram pedras. Eram casas, só que destruídas.

"Não me diga que...”

E o que ela menos esperava, aconteceu. Ao ver uma placa, descobriu que lugar era aquele.

"Uma placa?", e aproximou-se dela, lendo. "Sejam bem-vindos ao Lago Kiko.”

Se bem que, de lago já não existia nada, pois ele já tinha secado. Ela só via casas destruídas e árvores e mais árvores.

Ficou tão desanimada que quase começou a chorar, mas decidiu que daria uma olhada no local, antes de partir para outra cidade.

Depois de olhar praticamente tudo que podia, chegou a um veredito: O lugar estava completamente destruído, e não havia nada que ela pudesse aproveitar lá. Não havia se quer um lugar para dormir.

"Que droga.", e começou a chutar algumas pedrinhas que estavam caídas no chão. "Desse jeito não vou encontrar minha mãe nunca.” ·.

Chutas pedras parecia algo tão agradável agora. Na verdade, fazer qualquer coisa parecia algo agradável agora, pois não sabia mais o que fazer. Ia para a Ilha Roo? Ou esperava alguém passar por lá? E se ninguém passasse por lá? E se ficasse lá para sempre, esperando? Que tal se ela fosse para Brightvale?

"Tantas opções, mas tão pouca certeza."

A única coisa que ouviu foi seu suspiro, triste. Na verdade, ouviu uns passos também. E eles estavam se aproximando. Mas não pareciam passos, pareciam mais pulos, na verdade. Não importa, eles estavam se aproximando.

"Tem alguém aqui também.", deu uma olhada em volta. Não viu nada. E o barulho continuava a aumentar. A cada momento, ele parecia mais nítido. Depois de certo tempo, percebeu que era um barulho só, como se fosse de alguém pulando, mas alguém bem leve, pois o som não era muito alto.

E ouviu uma voz. Parecia que alguém estava falando sozinho. E era uma voz muito irritante.

Depois de muita observação, viu uma sombra se aproximando. Viu orelhas longas, e viu um corpo parecido com o de um gato. Ele se aproximava saltitando.

"Ei! Você aí!”

A Kau ficou apavorada. Estavam falando com ela.

"E-eu?", disse, tremendo, mas tentando não demonstrar medo.
 “É, você mesmo.", agora ela conseguia ver que era um Aisha. E não era um Aisha qualquer, era um Aisha Fada. Ele vinha saltitando, o que era estranho, já que ele tinha lindas asas cor de rosa, que pareciam asas de... Fadas. Sua pele era de um azul bastante agradável para os olhos.

"Devolva.”
 “Devolver o que?", ela sabia que se envolveria em outra briga em poucos minutos, então tentou enrolar um pouco mais, para ganhar tempo.
 “O colar.", e apontou para o colar que ela usava no pescoço. "É meu colar."

"C-como assim? Esse colar é meu, foi minha mãe quem me deu”
 “Nada disso!”, disse. “Esse colar foi presente da Anna para mim.”

Um silêncio incômodo tomou conta do local, até que a pequena Kau disse:

"Anna...", e olhou para ele, preocupada. ”É a minha mãe.”