Meu Diário De Paixões escrita por Lady


Capítulo 9
Segredos...


Notas iniciais do capítulo

yo... desulpem a demora, é que estou escrevendo de tocaia uma fic de FT e kero termina-la logo para poder postar *O*
enfim, desculpe caso haja mt suspense =w=
e so para avisar o prox cap é da arme tbm
boa leitura



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Arme Narra:

Abri a porta de casa e logo sai sem dizer nada. Não havia mesmo de quem se despedir, afinal há muito tempo mamãe deixara de dirigir qualquer palavra a mim.

Atravessei o jardim extenso em poucos segundos. Logo eu estava caminhando pela calçada em direção ao ponto de ônibus afinal, papai viajou de novo e me recuso veementemente a dirigir novamente um carro. Eu sei que deveria parar com isso, criar vergonha na cara e ir dirigindo ate a escola... só que... não da...

Suspirei agarrando-me firmemente ao meu livro de química enquanto cortava caminho por um beco. Eu já me aproximava do ponto.

Eu odiava passar por aquele local, afinal era sempre escuro por esse beco, sempre havia poças de água suja – para isso eu pouco ligava -, mas o que realmente me assustava eram as manchas vermelhas que pintavam as paredes. Acho que é sangue...

Engoli em seco já avistando o outro lado da rua. Apressei meus passos mais ainda quando ouvi vozes atrás de mim.

Assim que me encontrava fora daquele lugar nojento e escuro suspirei aliviada.

Voltei a caminhar tranqüila em direção ao ponto de ônibus. Fazer isso... esse percurso me trás tantas lembranças... lembranças boas.... mais ainda sim... dolorosas...

Um nó formou-se em minha garganta. Eu não podia chorar agora... não, não agora...

Engoli toda e qualquer dor que tentasse se apossar de mim, tranquei no fundo do meu ser qualquer lembrança dolorosa, qualquer lembrança... qualquer palavra que me fizesse lembrar dele...

Parei logo erguendo o olhar para encontrar os bancos velhos do ponto de ônibus. O lugar estava vazio como sempre esteve, e como sempre deveria estar.

Fechei os olhos com força forçando-me a, novamente, engolir o choro. Eu sabia que, se olhasse para a direita, iria deparar-me com um cinema daqueles antigos, onde os filmes eram preto e branco ainda, e Charles Chaplin era o principal – ou único – ator.

Foi lá... no típico ‘escurinho do cinema’ em meio as cadeiras velhas e vermelhas cheias de pó, e a tela branca – agora cinza – rasgada, que ele disse que me amava pela primeira vez, que nos beijamos pela primeira vez. Que pela primeira vez nós fomos mais do que...

Agarrei-me com mais força a livro. Era realmente impossível esquecer tais lembranças. Todas elas, desde boas a ruins, me marcariam para sempre. Mas de todas, a que ainda permanece viva, que ainda me atormenta a cada vez que fecho os olhos, a que abomina meus sonhos e que, as vezes, tira meu sono é a de....

- Arme? – rapidamente virei logo me deparando com um par de orbes scarletes visíveis apenas pelas brechas do capacete vermelho com preto que escondia as mechas douradas do cabelo de Lupus. – Algum problema?

- N-Não... – murmurei encolhendo-me. Ainda era difícil falar com ele... não apenas ele, claro, com todos. Era estranho ter amigos depois de.... tanto tempo... Era bom estar com eles, mas... as lembranças que eles me trazem fazem apenas o buraco em meu peito crescer... é torturante e... eu queria meu melhor amigo aqui comigo... por que apenas ele me entende... e apenas ele me aceita apesar do que aconteceu...

- Quer carona? – perguntou-o após alguns segundos de silencio.

Eu... gosto de estar com esses novos amigos...

- S-Se não f-for incomodo... – murmurei desviando o olhar.

Mas me pergunto... qual seria a reação deles se descobrissem o que aconteceu...

- Sobe ai – sorriu-o.

Respirei fundo e subi na moto, logo colocando meu livro entre nós. Ele me ofereceu o capacete e depois que o coloquei o loiro apenas puxou minhas mãos e fez-me envolver sua cintura de forma meio... exagerada.

Ele estava vestindo uma jaqueta preta de couro e por baixo uma camiseta branca lisa de tecido fino, mas apesar disso eu ainda podia sentir as dobras de cada músculo da barriga dele e...

- Chegamos – afirmou-o. Só então notei estarmos na entrada do colégio.

- O-Obrigado – gaguejei entregando-lhe o capacete enquanto voltava-me a agarrar ao livro de química.

Ele riu e logo foi embora.

Virei-me e assim me deparando com muitos alunos olhando pra mim e cochichando.

Encolhi os ombros e caminhei para a sala.

É estranho você apenas seguir seu caminho temendo o pior, sendo que no passado – não tão distante na verdade – eu seguia meu caminho de cabeça erguida e mandando quem quer que me olhasse ir se fuder... sim, eu não era o melhor exemplo de pessoa...

Mas acontecimentos podem mudar as pessoas...

Qual é Armezinha sabe que não foi culpa nossa... – aquela voz sussurrou de forma confiante e com compreensão. Eu já havia me questionado varias vezes se aquela maldita voz não era algum fantasma ou coisa do tipo. Mas eu sabia que não era, eu sabia que aquela era a eu que guardo sob sete chaves desde aquele maldito acidente.

Encolhi os ombros e agarrei-me o mais firme possível ao livro.

Em poucos segundos eu já me encontrava frente a sala, a porta já estava aberta quando cheguei e Lass, Rey e Dio já estavam lá dentro, mas as cenas que se passaram estavam longes de envolver meus novos amigos.

Em um segundo o garoto de cabelos brancos meio azulados estava em pé, no segundo seguinte estava caído encarando ninguém menos que aquele moreno irritante...

Voltei meu olhar para o albino. Aquele cabelo me era familiar... não, não era o Lass... era...

Franzi a testa.

Azin... – aquela voz voltou a murmurar em meu ouvido. Eu não posso perder o controle.

- Você acha que é quem para dizer essas coisas? – praguejou Sieghart.

Aos poucos senti os livros escorrerem por minhas mãos, e vi-me dando um passo... seguido de outro... e outro...

Antes que pudesse raciocinar... já havia acontecido...

Será que eu havia perdido o controle?

Não se culpe... ele merecia coisa pior por tocar no NOSSO garoto – afirmou-a. E eu não mentiria. Azin é meu, e apenas EU posso bater nele... e é isso que farei quando acabar com esses desgraçados. Claro que depois matarei a saudade do meu melhor amigo.

Mas o estranho de tudo isso, não era que eu a novata-baixinha-nerd-medrosa estava sobre o moreno mais cobiçado do colégio enchendo-o de socos enquanto muita gente admirava... oh, não, o mais estranho de tudo isso era que eu estava fazendo aquilo pelo cara que com certeza vai ficar muito puto depois.

- Olha só a baixinha sabe bater – disseram no meu ouvido após arrancar-me de cima do maldito Ercnard.

Dei uma cotovelada no estomago do azulado fazendo-o se curvar sentindo dor – sim foi ele quem fez tal ato suicida – e depois apenas me virei dando uma joelhada na cara do infeliz o que o fez praguejar muito e também colocar a mão sobre o nariz que sangrava.

Abri meu melhor sorriso – que certamente estava mais para um sorriso extremamente sádico – e estralei dos dedos de ambas as mãos.

- Acho que esta na hora de eu te devolver aquele favor não é mesmo seu filho de uma puta – afirmei com uma voz que certamente não pertencia mais a ‘atual’ Arme.

Ele me olhou incrédulo e também assustado.

Estalei o pescoço.

- Vai ser divertido... – murmurei aproximando-me enquanto o via recuar passos.

- Arme já chega! – mandou aquela voz.

Eu havia perdido o controle, mesmo que tenha sido por segundos. Eu fui fraca... de novo.

Olhei para Azin que apenas ria.

- Não queremos ninguém no hospital hoje, certo? – bufei.

- Não é como se eu fosse parar no hospital... – afirmou o azulado jogando-me um olhar irritado. Sorri.

- É verdade... – confirmou o de olhos vermelhos sorrindo logo após. – Do jeito que a irritou, você ia direto pra cova.

Eu... preciso me controlar...

- Vamos A-chan – apenas dei conta de que Azin estava ao meu lado quando ele me chamou.

Vi-o segurando minhas coisas e, sem pensar duas vezes, sai da sala junto dele, claro tudo isso sob o acusador olhar de Lass. Talvez eu tenha muito o que explicar... apesar de que, eles nao entenderiam...

Talvez estar com ele agora seja o melhor a se fazer, afinal ele é meu melhor amigo... e também é o único que sabe a verdade e apesar disso, não me julgou nenhuma vez.

Seguimos pelo corredor. Todos me olhavam e cochichavam. E também... eles estavam com medo...

Respirei fundo logo notando que estávamos no estacionamento.

- Aconteceu aquilo não é? – indagou-o levando-me em direção há uns bancos.

Encolhi os ombros. Ele sabia a verdade.

- Sabe, desde que aquilo aconteceu eu pensei que jamais veria minha Ar-chan novamente – sorriu-o. – Tudo bem que não foi no melhor dos lugares, nem na melhor das condições, mas eu fiquei feliz de ver que a Ar-chan ainda existe em algum lugar dentro da Arme.

Abaixei a cabeça.

Tenho que me controlar...

- Nee, Arme... – ele colocou a mão em minha cabeça e bagunçou meus cabelos. – Realmente fico feliz de poder te ver de novo... apesar de que queria ter te encontrado antes... – encarei-o – Sabe.... hoje é... Aquele dia....

Ele estava nervoso.

Mordi o lábio já sentindo meus olhos lacrimejar.

Primeiro foi um soluço e logo após esse já me encontrava abraçando-o enquanto soluçava mais e mais...

Como eu pude me esquecer...

Como pudemos nos esquecer dele...

Azin abraçou-me e o silencio prevaleceu.

- Você vai... visitá-lo hoje? – perguntou.

- Eu... E-Eu não sei.... – murmurei entre soluços.

Como pude ter me deixado levar ao ponto de esquecer que dia era hoje?

Continua....


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Notas finais do capítulo

nao eskeçam de comentar
beijos