My Dear escrita por Hoppe, Mih Ward


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Milena: Hey pessoal, nem demoramos tanto assim, não foi? Aqui está mais um capitulo e a tão esperada colheita, HOHO. Espero que gostem e desculpem se não foi assim que vocês esperavam, anyway, enjoy!



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Acordei sorrindo e, incrivelmente, cedo. Me levantei com pressa e fui fazer minha higiene matinal, tomando um banho quente e relaxante. Era hoje...

- Clove, desça! – a voz do meu pai me sobressaltou e eu coloquei uma roupa qualquer, descendo até a cozinha onde meus pais e meus irmãos tomavam café.

- Bom dia – murmurei, me sentando em meu lugar habitual e começando a comer.

- Você tem que se arrumar, querida – minha mãe comentou, me olhando de forma orgulhosa – Tem que estar perfeita para quando for se voluntariar.

- A colheita é à tarde, mamãe – falei, revirando os olhos – Quero ir ao Centro de Treinamento antes disso.

Minha mãe bufou e quando ela estava prestes a me repreender, meu pai a interrompeu.

- Deixe-a – ele murmurou – Ela precisará treinar o máximo possível para vencer o garoto.

Revirei os olhos, sem me importar. Sabia que meu pai duvidava que eu conseguisse ganhar, não pelo fato de que eu não fosse boa, mas sim por ter que, no fim, competir contra Cato.

- Eu sei me virar – falei amargamente, me levantando e indo até o centro de treinamento.

Eu caminhava com calma, por todo caminho crianças ou até mesmo adultos apontavam em minha direção, provavelmente se perguntando se seria eu que me voluntariaria esse ano, já que o vencedor do desafio não era anunciado publicamente, apenas na colheita que descobririam, mas boatos eram frequentes e eles tinham algumas ideias dos prováveis voluntários.

Já conseguia avistar o centro de treinamento a minha esquerda, mas não me apressei. Cumprimentei o Pacificador que guardava a entrada e cheguei à minha sala de treino. Sorri imediatamente ao encontrar algumas facas distribuídas por uma mesa e as analisei, pensando com qual começaria.

Escutei um barulho parecido com passos e alarguei ainda mais o sorriso, fingindo não ter ouvido. Passei minha mão por algumas das facas e escolhi três, me virando para o alvo a minha frente. Me posicionei e em um movimento rápido, me voltei para o lugar onde o barulho havia sido ouvido e rapidamente arremessei as facas, ouvindo a respiração entrecortada do meu alvo.

- Olá, Cato – murmurei, sorrindo sarcasticamente enquanto observava com satisfação o lugar onde as facas haviam atingido, duas delas se posicionavam a poucos centímetros de seu pescoço, um pouco acima dos ombros e a outra, levemente acima de sua cabeça de modo que, se ele se movesse, certamente faria algum corte.

- Tentando me impressionar, querida? – ele perguntou, já recuperado do susto.

- Acho que a frase mais apropriada seria: tentando me matar, querida? – comentei sarcástica.

- Você não faria isso – ele falou e tirou, com cuidado, as facas acima de seus ombros e, abaixando-se, a que estava perto de sua cabeça – Você precisa de mim.

Revirei os olhos, pegando outras facas e me virando de costas para ele e em frente ao alvo, o acertando automaticamente.

- Não deveria estar se arrumando? – ele perguntou e eu o sentia se aproximar – Não é isso que todas as garotas estão fazendo nesse momento, se arrumando para aparecer nas câmeras e por toda a Panem.

- Estou mais preocupada em treinar para, no fim dos Games, acertar uma faca em seu coração e finalmente poder sair como Vitoriosa dessa edição.

- Oh, quanto ódio, minha querida – ele murmurou, se colocando atrás de mim – Quem escuta isso até pensa que você realmente faria isso – ele sussurrou em meu ouvido e eu me repreendi mentalmente ao sentir o arrepio que isso causou em meu corpo.

- Sinto lhe informar, mas eu não só penso, como vou mata-lo – me virei para ele, tentando ignorar nossa proximidade perigosa – A única coisa que me impede de fazer isso aqui, agora, é que preciso de você vivo, por enquanto.

- Assim você me ofende, Clove – ele falou, supostamente magoado, mas o sorriso sarcástico presente em sua face – Ou melhor, você sempre me ofende. Tem sido uma menina muito má ultimamente, não?

- Não é essa a ideia? – perguntei, o olhando nos olhos, graças a nossa diferença de altura, ele tinha que se curvar sobre mim para que conseguíssemos isso – O mais impiedoso não é o vencedor?

- Exatamente – ele alargou o sorriso – Quer uma recompensa, então?

- Não se atr... – mas ele não deixou eu completar minha frase, terminou com a distancia entre nós me puxando pela cintura e me suspendendo, sustentando meu peso como se eu não pesasse nada e selou nossos lábios.

-*-

Cheguei à praça principal, em frente ao Edifício da Justiça, no horário certo. Deixei meus pais no meio do caminho, irritada pelos comentários sarcásticos da minha irmã, os elogios sobre Cato de meu pai e meu irmão e as falas melosas de minha mãe. Entrei na fila dos adolescentes de dezesseis anos, tinha certeza que minha expressão não demonstrava emoção alguma, mesmo com algumas pessoas me olhando e cochichando sobre mim. Algumas crianças brincavam um pouco mais longe e aqueles que já haviam se inscrito conversavam em grupos.

Eles não tinham medo de ser escolhidos, não havia motivos. Todos os anos acontecia a mesma coisa, o treinamento era obrigatório, os melhores eram destinados a treinadores particulares e, por fim, seis deles participavam de um desafio, os dois vencedores seriam aqueles que iriam se voluntariar. Era pratico e simples, não existia modo de ocorrer algum problema e, porventura, alguém não qualificado ir para os Games, o Conselho não permitiria isso.

Depois de me inscrever, fui até o local destinado para os de minha idade e esperei impaciente o começo da cerimonia. Logo todos já estavam em seus lugares certos e a conversa havia cessado, observei o local encontrando o olhar odioso dos casais que derrotamos no dia anterior e o olhar sarcástico de Cato. Voltei a olhar para o palco, onde o Conselho estava sentado confortavelmente junto com o prefeito e a representante do Distrito 2, a estranha mulher do Capitol que eu nunca me incomodei de descobrir o nome. Os outros Vitoriosos, que não faziam parte do Conselho, se sentavam ao lado do palco, alguns estavam velhos demais para prestar atenção em alguma coisa e dormiam, outros conversavam aos sussurros e uma pequena parcela observa atentamente a nós, tentando descobrir quais seriam os Voluntários dessa edição.

O relógio acima do Edifício da Justiça indicou a hora de começar a cerimonia e o prefeito se levantou e começou o mesmo discurso de sempre, contando sobre o surgimento de Panem, os Dias Escuros, o 13° Distrito e o inicio dos Games. Falou sobre as regras dos Jogos Vorazes e sobre a escolha dos Tributos e, por fim, começou a ler a imensa lista de vencedores dos Games. Foram trinta e nove Vitoriosos pertencentes ao Distrito 2 em setenta e quatro anos e apenas sete deles já haviam morrido.

O prefeito termina a lista com um sorriso orgulhoso em seu rosto e chamando a representante do Distrito 2, se senta novamente em sua cadeira.

- Feliz Jogos Vorazes! E que a sorte esteja sempre ao seu favor! – a mulher exclamou, animada. Os cabelos curtos e verdes contrastavam com a pele pálida e o vestido púrpura, os cílios exagerados batiam repetidamente enquanto ela piscava com os grandes olhos verdes, o mesmo verde de seus cabelos.

Ela fez um pequeno discurso sobre a honra de representar nosso Distrito e por fim, se aproximou das duas grandes urnas repletas com nomes que nunca seriam tirados.

- Iremos começar com as damas! – ela exclamou, feliz – Antes de sortear o nome de alguém, devo perguntar: alguma Voluntária?

Respirei fundo, alguns segundos silenciosos se passaram enquanto todos procuravam quem seria o Tributo desse ano. Dei um passo à frente, erguendo uma de minhas mãos e, ainda com a mesma expressão do inicio da cerimonia, falei:

- Eu me ofereço como Tributo da 74° edição dos Jogos Vorazes.

Pacificadores me rodearam e me encaminharam até a escada, onde a mulher me esperava, batendo palmas contente.

- Magnífico, magnífico! – ela exclamou, pegando uma de minhas mãos e me puxando até o microfone, de frente para toda a multidão – Qual o seu nome, querida?

- Clove – murmurei, olhando diretamente para Cato, que me observava sorrindo – Clove Spalding – completei, abrindo um sorriso também.

- Ótimo, palmas para nosso mais novo tributo! – as pessoas bateram palmas automaticamente, todas me olhavam, como se avaliassem se eu seria a vencedora daquele ano.

As duas duplas que eu e Cato derrotamos não se juntaram as palmas, muito menos minha irmã que me olhava com inveja, talvez ela quisesse ter aquele tipo de atenção. Meu pai me observava atentamente e minha mãe tinha lágrimas de orgulho nos olhos. Gleen nem se importara, olhava para os lados e para trás a procura de Cato, que sorria sarcasticamente para mim.

- Fantástico, fantástico! – a mulher falou quando as palmas cessaram – Agora vamos escolher nosso tributo masculino.

Ela se aproximou da urna com os nomes dos garotos e colocou a mão, suas unhas vermelhas e mais parecidas com garras deslizavam pelos papeis e ela sorria, observando a plateia, que a observava entediada. Era óbvio que ela não pegaria papel algum.

- Ah, quase ia me esquecendo – ela soltou uma risadinha falsa e, tirando a mão da urna, falou – Algum Voluntario masculino para acompanhar nossa querida Clove nos Games?

Revirei os olhos, ciente de que ela não precisava citar meu nome naquela frase, mas ninguém prestava atenção em mim e sim em Cato que prontamente se afastou dos demais e com uma voz segura, pronunciou:

- Eu me ofereço como tributo masculino do Distrito 2. 


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