Depois de nos encontrarmos, fomos embora (Se você está se perguntando, sim! Eu mandei minha consciência ir pastar e comi feito uma porca no mc'donnalds), 

"e depois colocou tudo pra fora...."

"Quieta!"

O caminho até em casa foi descontraído, ouvimos Red Hot o percurso todo. Elas não me perguntaram nada, era melhor assim. Aquela vadia não devia ter me chamado de emo, eu sou assim porque tenho meus motivos e não são todos por causa de "amor". Aquela garota não sabia nada da minha vida pra ficar falando. Falando nisso, as garotas estão preocupadas comigo, como se eu fosse uma bomba atômica, que pudesse explodir ao mínimo toque. Melhor assim.

Chegamos já era 14:30. Nós morávamos no meu apartamento, ele não era grande, mas suficiente. Dois quartos, dois banheiros, cozinha, sala e uma mini lavanderia. Silena foi arrumar seu guarda-roupa e se trancou no quarto que divide com Annie, ela, vendo que iria demorar saiu pra comprar nosso café da tarde e eu fui guardar minhas coisas. Nem demorou.

“Também né? Jogando tudo no armário, até eu...”

Perdoem minha consciência, ela é MUITO metida.

Depois de Annie chegar tomamos café e nos decidimos do que faríamos.

—Eu vou na biblioteca pública, alguém se abilita? –Silêncio –Ok, eu vou sozinha! –Rimos quando ela fez beicinho.

—Eu vou numa balada nova que vai abrir hoje. E não Thalia! Não quero guarda-costas! Vou com mais cinco colegas. –Geralmente eu me oferecia pra ir junto, essa Silena é muito ingênua de vez em quando, precisa de alguém que a proteja até arranjar um namorado (que obviamente, antes será passado por uma perícia minha e de Annabeth), eu tenho que cuidar delas, Clarisse me pediu e eu preciso...

—Volte antes das 3:00! –Falei séria.

—Ah mamãe! Qual é? –Rimos.

—Oh filhinha, você tem que se cuidar! Ou você volta antes das 3:00 ou eu vou te puxar pela orelha até aqui!

—Tá bom, ta bom. Aproveita e passa a geléia mamãe. –Silena falou rindo.

—E você? O que vai fazer hoje? –Annabeth me perguntou enquanto comia um pedaço de torta.

—Nada não, vou ficar e curtir minha cama, que agora é só minha. –Respondi pensando em como meu quarto estava vazio sem as coisas de Clarisse.

—Fala sério? É SÁBADO. Você tem que sair. Vai com a Silena pra balada... Nem vou oferecer a biblioteca né. –Annie falou tentando me convencer. Silena me olhou apreensiva no meio de uma mordida no seu muffim.

—Não não, to cansada e também a Silena não quer que eu vá, só pra poder aprontar. –Cerrei os olhos começando a rir. –E também que eu espancaria o primeiro que passasse a mão em mim. –Falei dando de ombros.

—Ok né. –Annie falou voltando a comer.

—Mamãe, acho que eu vou com meu tubinho preto. –Silena provocou.

—Que tubinho nada! Vou te colocar num convento filha, te fará bem. –Rimos com a idéia de Silena num convento, e acabamos o café nesse clima descontraído.

Depois das garotas saírem eu me joguei na cama e fiquei pensando até adormecer.

“-Fecha a boca garota.

—NÃO! PARA, POR FAVOR, PARA, PARA. MÃE!

—Cala a boca! –O homem desferiu um tapa contra o rosto da pequena garota que chorava encolhida.

—Não, não.. por favor! Não! Para! AAAAAAAAAAAAH”

Acordei gritando sem conseguir conter as lágrimas. Droga, droga. Me deitei novamente me forçando a parar de chorar e com um nó no peito, logo mergulhando em um sono profundo e sem interrupções.

Maldito pesadelo.