P.O.V. Percy Jackson

—Eu te amo.

Depois que proferi estas palavras, nenhuma dúvida restou, ficou tudo claro para mim e eu tive certeza de que amava Annabeth.

Estava tudo incrivelmente bem, ou pelo menos estaria, se ela falasse alguma coisa. Estava paralisada em minha frente e eu juro que pude ver seus olhos se encherem de lágrimas.

—Pelos deuses Annabeth, fale algum... –Não pude acabar a frase, minha morena havia pulado em meu pescoço. Iniciamos um beijo delicado, mas afoito, leve, mas urgente.

Apesar de nunca termos nos beijado antes, aquele beijo estava cheio de saudade.

—Eu. Também. Te. Amo. –Ela me informou, intercalando as palavras com beijos espalhados pelo meu rosto. Mal posso expressar como me senti completo e cheio de vida naquela hora. Apenas dei um sorriso que quase rasgou meu rosto e tomei seus lábios mais uma vez naquela noite.

Era uma sensação maravilhosa poder beijá-la, seus lábios eram doces e macios, tudo parecia tão certo, tão perfeito. E instantaneamente eu soube que queria ter essa sensação para o resto da minha vida.

—CAHAN! –Fomos interrompidos pelo operador da London eye. O passeio havia acabado. Annabeth agradeceu envergonhada e eu a segui para fora.

Andamos até o carro de mãos dadas conversando banalidades. Apreciei a inteligência de Annabeth enquanto discutíamos alguns filmes. Ela era tão incrível... E nem parecia perceber. Entramos no carro e voltamos para o trânsito tranquilo daquela parte de Londres.

—Você pode parar de olhar para mim e prestar atenção na estrada Jackson? –Nem percebi que a olhava, ela encarava a janela com um sorriso brincando no canto da boca.

—Só estava observando o quanto você é linda. –Falei que nem um bobo. Um bobo sincero. Ela riu e corou. –Você fica ainda mais linda vermelha. –Falei rindo e levei um tapa. –Hey! –Protestei ainda rindo sem entender.

—Qual é Percy?! Ainda sou eu, Annabeth, sua amiga. Lembra? –Ela respondeu meio vermelha e me encarou.

—E namorada. –Corrigi.

—Quem falou em namoro? –Perguntou divertida abrindo um novo sorriso.

—Bem, era pra ser mais romântico, mas como eu sou um desastrado em potencial... –Vasculhei o porta-luvas com uma mão enquanto a outra estava no volante. Realmente queria que fosse mais romântico, quem sabe num jantar ou coisa do tipo, porém eu conseguiria estragar tudo, então... Depois de tirar milhões de coisas que eu nem sabia que estavam lá dentro (inclusive um brinde de um Mc’ lanche do Nico) achei a pequena caixa de veludo vermelho. Pude ver os olhos de Annabeth brilharem. E então, com um olho na rua e o outro nela, fiz o pedido. –Annabeth Chase, quer ser minha namorada?

—Sim, eu quero. –Ela respondeu e depois riu. Quando ouvi isso me senti a pessoa mais feliz do mundo. Abri a caixinha e coloquei o pequeno anel em seu dedo.

—Percy! É lindo. –Ela sorriu observando o anel em seu dedo.

—É simples. –Falei soltando um muxoxo por não ter achado algo mais especial.

Era um fino fio de prata com pequenos detalhes à sua volta. Havia um pequeno coração de prata delicada que ostentava um diamante em cima. Eu e Charles tínhamos comprado os anéis juntos havia dias, quando ele me contou que queria algo sério com Silena nós dois saímos juntos para comprar os dois anéis. Enquanto lembrava da tarde muito atarefada daquele dia, desejei tanta sorte quanto eu tive para ele.

—Simples? É perfeito Percy! –Ela disse e me deu um selinho. Apenas sorri, me sentindo plenamente feliz. –Você sabia que Charles, Connor e Travis estão lá com Silena?

—Sério? O que eles tão fazendo? –Perguntei com um toque de malícia na voz.

—Vendo uns filmes eu acho... Percy! Seu boboca, nada demais, só se divertindo. –Ela riu depois de me estapear. Conversamos mais um pouco enquanto nos aproximávamos tristemente de seu apartamento.

Quando chegamos eu tive uma ideia louca e me virei para ela.

—Dorme lá em casa comigo?

—Que? –Ela me encarou incrédula.

—Ai Annie, sem malícia. –Ri e a olhei. –É que os garotos estão aí né... E... –Eu não queria admitir que estava com ciúmes, mas os gêmeos são tarados demais. Torci a boca com a ideia de deixá-la ali.

—Você está com ciúmes Percy Jackson? –Ela me olhou com uma sobrancelha erguida, levantei as mãos em sinal de rendição e ela riu. –Ok, só vou pegar uma muda de roupa pra amanhã.

—Roupa? Pra que? –Ri e ela me deu um tapa enquanto saia do carro.

Enquanto a esperava fiquei pensando em como tive sorte. Annabeth era incrível, realmente incrível. E eu a amava demais.

—Voltei. –Me sobressaltei com sua voz. Fomos para minha casa conversando.

POV Annabeth Chase

Eu me sentia extasiada.

Para resumir, me sentia plenamente feliz e completa.

O homem que eu amo pediu para namorar comigo e me deu um anel lindo, como poderia ser melhor?

Enquanto saíamos do carro eu ainda observava meu anel, com uma certa admiração até. Lembrei que na correria não tinha trago meu pijama.

—Percy, você teria um pijama? –Perguntei envergonhada do banheiro e pude ouvir sua risada.

—Aqui! –E jogou pela fresta da porta uma camiseta azul que chegou na metade da minha coxa. Estava muito frio então apenas coloquei a camiseta e me joguei debaixo das cobertas com Percy. Eu ainda não acreditava que estava ali, que poderia ser tão feliz. Ele me abraçou e ficamos em silêncio, apenas ouvindo a respiração um do outro. Sentir seu cheiro, seu corpo perto do meu, sua respiração, seus fios desgrenhados caindo em cima dos meus; era tudo muito perfeito e novo para mim e foi com esse pensamento que aderi ao sono que me consumia, porém não antes de ouvir um sussurro no pé do meu ouvido:

—Boa noite, An.

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Acordei com meu celular tocando na pilha de roupas que estavam do lado da cama, alcancei ele com um braço e saí para atender antes que Percy acordasse. Era mais uma manhã fria, mas linda de Londres.

—Alô? –Atendi mesmo sem ver quem era no visor.

—Oi Annie, aqui é o Nico... —Eu reconheci sua voz, só que não tinha mais o tom brincalhão e divertido. Eu sabia que acabaria recebendo esse telefonema mais cedo ou mais tarde, já podia sentir algumas lágrimas traiçoeiras descendo pelo meu rosto, mas engoli o choro e esperei. —Foi hoje pela manhã... Eu sinto muito. —Sua voz era grave e contida, sentei no chão e deixei que as lágrimas tomassem conta de meu rosto. —Nós já agilizamos o enterro... Ela precisa de vocês aqui... De todos vocês. Vai começar daqui a duas horas e meia. É aqui no Cemitério de Highgate no norte de Londres, sabe? Bem, é isso... Venham o quanto antes, ela... Thalia precisa de vocês.

—Tudo bem... Nós já estamos indo. Obrigado Nico... Por tudo. –Desliguei e chorei por um momento sozinha. Logo fui chamar Percy e contei a ele, que ficou assustado e se apressou para irmos logo.

O caminho foi duro, com uma nuvem negra pairando sobre nós. Quando chegamos havia poucos carros estacionados por perto. Pude ver Thalia ao longe abraçada à Nico.

Pela primeira vez temi por minha amiga.