Angel Being Pampered [Hiato] escrita por biazacha


Capítulo 2
Tipo Trapaceiro


Notas iniciais do capítulo

Consegui postar antes do que esperava! Agora sim as coisas começam a engrenar de verdade na história!



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-Vocês ouviram os comentários, dos três alunos novos?

-Sim, um é inglês, o outro é japonês e a menina é chinesa.

-Mas parece que todos viveram na Europa por muitos anos não é?

-Sim, também ouvi dizer isso.

As quatro garotas deram risinhos animados; nesse colégio em que os alunos possuem muito tempo livre, novidades são sempre bem vindas, pois todos se entediam fácil.

-Não gosto disso, estão chamando mais atenção que a gente.

-Eu acho ótimo.

-Haruhi, se suas fãs ouvirem isso, elas podem chorar.

-Elas não estão ouvindo Hikaru, estão falando dos alunos novos.

-Ou seja, pra você tanto faz.

-Algum problema com isso Kaoru? Enquanto elas conversam sobre eles, tenho tempo de estudar; já é demais dedicar meu tempo no horário de atividades do clube.

Nada disso foi dito de modo ríspido, grosseiro ou irritado e sim mecanicamente e sem emoção alguma. Haruhi Fujioka, gênio do primeiro ano – seus amigos, os gêmeos idênticos Kaoru e Hikaru Hitachiin já estavam mais que acostumados com a personalidade peculiar que para todos os outros era nada mais que um charme.

Quando o professor entrou na sala, todos fizeram a saudação e se sentaram; não demorou muito para ele apresentar a aluno novo, o inglês. Ele é... branco – não há outra maneira mais adequada de defini-lo:  cabelos, pele, olhos, tudo nele é claro como a neve.

As meninas abafaram gritinhos.

-Er... meu nome é Allen Walker, eu vim da Inglaterra. Muito prazer e espero me dar bem com todos vocês. – ele deu um sorriso simpático no final que causou suspiros.

Se sentou no único lugar vago: atrás de Haruhi, que por sua vez sentava entre os gêmeos, cuja primeira atitude foi olharem para trás com um sorriso amigável e falso, já a procura de pontos fracos a serem explorados e possíveis peças para serem pregadas.

As aulas ocorreram sem maiores novidades. O novato, Allen, era um inglês não muito fã de chá, mas que comia bastante, sobretudo doces – ele possuía uma doença que justificava esse comportamento, bem como sua aparência singular e as luvas que usava o tempo todo escondendo as mãos, que segundo ele possuíam uma pele bem frágil – seu nível de inteligência era mediano, mas sua cordialidade era inegável.

Os gêmeos o detestaram inteiramente. Mas Haruhi por outro lado o achou uma pessoa decente e não viu fundamente para a implicância dos amigos.

-Vamos para o clube, ainda não é semana de provas e se ficarmos chegando atrasados vamos ouvir um monte. – os gêmeos concordaram e saíram rapidamente.

...

Aquelas meninas eram fúteis e pelo nível econômico da escola Lenalee já imaginava isso, mas não estava preparada para conviver com elas. Apesar do extenso e cansativo treinamento, ela era incapaz de entender muitas práticas e costumes daquele século, bem como acompanhar a conversa delas, sempre tão entretidas em assuntos banais.

-Então Lenalee-chan, temos de levar você para conhecer o Host Club!

-Ah, agradeço o convite, mas temo que o ambiente não seja de meu agrado. – disse ela do modo mais polido possível.

-Eu sei, o nome causa esta impressão certo? Mas o Tamaki-sama e o Kyoya-sama são seus líderes e é um lugar absolutamente agradável. – os dois eram pessoas de sua sala que chamavam (e muito) atenção, com seu físico belo, modos impecáveis e inteligência acima da média. Ela não tinha vontade de ir ao tal clube, mas era uma chance de se aproximar de várias alunas de uma vez, então ela não poderia dar mais desculpas.

-Tudo bem, irei com vocês. – respondeu ela, causando exclamações animadas que foram subitamente cortadas por um vulto que surgiu no meio da conversa.

-Oh, minha cara Lenalee! – disse o jovem de fios loiros e olhos profundos – nada torna meu coração mais feliz do que saber que uma nova princesa se juntará a nós hoje! – ele segurou suas mãos e a encarou com um início de lágrimas nos olhos – Eu poderia enfrentar mil dragões para manter seu sorriso imperial nos iluminando todos os dias em nosso modesto clube!

Ela achou aquilo idiota e sem sentido, bem parecido com algumas coisas que seu irmão e o chefe do setor asiático da Ordem costumavam falar, mas para as outras claramente a impressão era outra.

-O Tamaki-sama! Não enfrente dragões sozinho, é perigoso! – disse uma delas.

-Sim, sim! Nós estaremos lá também, todos os dias!

-O, minhas caras princesas! Como um servo como eu poderei expressar o que sinto com suas palavras? Nem mil obras de jade seriam suficientes para compensar o quanto meu coração bate mais forte só de lembrar que estarei em tamanha honrosa companhia!

Mais gritos e a referência a seu país de origem continuavam. Ela conteve um suspiro desanimado e foi para o tal clube com as meninas, enquanto o alegre e irritante anfitrião ia na frente.

A sala deveria ser dedicada à música, mas estava cheia de cadeiras e mesas de formato rústico, uma decoração mais sinistra ainda, com vários pelos, chifres e cabeças de animais. Havia cálices de aspecto medieval nas mesas e a luz vinha de tochas.

-Sejam Bem-Vindas! – berraram vozes assustadoras e bem grossas.

As meninas arfaram e soltaram gritinhos, mas não pareciam com medo e sim extasiadas – já Lenalee entrou em pânico com a visão que teve: vários caras barbados, usando roupas de pelos e com elmos na cabeça, sorrindo perigosamente.

-Hosts vikings! – berrou uma delas. A exorcista por sua vez, não entendia nada.

...

-Kanda isso é sério! Andei ouvindo sobre esse clube onde a Lenalee se enfiou há uns vinte minutos e não achei nada bom!

-Tcs moyashi, ela sabe se cuidar. – respondeu ele grossamente.

-Você não entende! – sussurrou ele desesperado para Tim, dentro de um armário de faxineiros – Parece que tem uns caras e junta várias mulheres e cada uma é exclusiva de um deles!

-Esses colégios do futuro são ridículos. – respondeu ele, a voz bem estranha mesmo vinda de um golem – Vá tirar ela de lá moyashi, estou ocupado agora.

-É Allen! – respondeu ele, mas o outro já havia desligado.

Sem nenhuma estratégia em mente, ele pôs-se a correr pelos corredores do lugar, torcendo para que o mapa do colégio fosse o suficiente. E pela primeira vez, seu senso de direção não o deixou na mão: logo estava defronte a Terceira Sala de Música, sede do tal Host Club. Hesitou um tempo na frente, mas ouviu gritinhos histéricos de meninas e não perdeu tempo, praticamente derrubando a porta para entrar. Já podia sentir as marcas dos dedos do Supervisor em seu pescoço por deixar algo acontecer a ela.

E um barulho enorme silenciou a todos os presentes.

Allen olhou para o chão, encarando os milhares de caquinhos minúsculos de cerâmica azul e verde que originalmente formavam um vaso, antes de ele entrar com tudo e derrubá-lo.

-O Tamaki-sama, o que fará agora? – disse uma garota para o cara que momentos antes estava apontando para o vaso ao seu lado – Ele quebrou o vaso que o senhor com tanto custo conseguiu em um batalha contra os bárbaros da Mongólia! – Batalha?! pensou Allen.

-Minha cara prisioneira, eu como Rei dos Bárbaros mais temidos, não posso me contentar em tomar seus corações com meu espírito selvagem e viril, também farei com que nosso inesperado convidado pague com algo! – tomar os corações? Selvagem? Aquilo era bem pior do que ele julgava.

-Ooo, Allen-kun terá de pagar com algo! – gritaram meninas que ele reconheceu como de sua sala, no meio delas estava o menino que sentava a sua frente. Ele suspirou e se aproximou.

-O que faremos, Kyoya-sempai? – perguntou ele, com uma voz inexpressiva, porém fina demais para um cara da idade dele.

-Quem decide é o Tamaki. – disse um alto de óculos com um olhar gélido e um sorriso bem falso e igualmente intimidador no rosto.

-Qual é o seu nome jovem?! – berrou o loiro que ainda apontava para o vaso comicamente.

-A-Allen. – respondeu ele sem jeito.

-E o que faz aqui, Allen O Audacioso?! – as meninas repetiram o nome, com uma expressão de choque. Ainda era melhor que moyashi, então ele não ligou.

-Procurando uma amiga minha.

-Ah sim, a Lenalee Hime – respondeu o menino de sua sala – vocês vieram juntos de Londres certo?

-Er... certo. Quero dizer, sim, é ela.

Uma nova onda de risinhos se instalou e o menino apontou para a rodinha de garotas ao redor do tal Tamaki, onde ele localizou Lenalee com uma expressão de divertimento no rosto.

Era tarde demais. Komui iria mata-lo.

-Minha cara princesa, entende que O Audacioso deve pagar por seus atos antes de dirigir-se a você? Eu posso ser um viking, mas defendo minhas reféns! – mais uma onda de gritinhos e Allen entrou em pânico: como assim suas reféns? Tinha de tirar ela dali!

-Você quer que eu pague isto, mas como? – perguntou ele; duvidava muito que o dinheiro da Ordem fosse cobrir uma despesa dessa natureza.

-Com um desafio entre homens! – berrou o loiro, e todos presentes menos o menino de sua sala e o cara de óculos soltaram exclamações exageradas.

-Você quer dizer... um jogo de cartas? Como pôquer? – perguntou Allen, fazendo sua melhor expressão gentil e inocente.

Pouco mais de meia hora depois todos vibravam ao ver que O Audacioso havia limpado o Rei, dois gêmeos que também eram da sala de Allen, um garotinho e um cara bem alto no jogo de cartas. Tudo pura sorte, é claro.

O outro garoto, Haruhi e o de óculos, Kyoya, por puro instinto resolveram não participar.

-Acho que agora vocês cinco terão de pagar o vaso pelo Walker. – comentou Kyoya.

-Mas isso não é possível, ele só pode ter roubado! – berraram os gêmeos.

-Como podem ter tanta certeza? – perguntou Haruhi descrente.

-Porque nós dois roubamos e mesmo assim perdemos! – não só nos cabelos ruivos, mas em muitos aspectos eles o lembravam de Lavi.

-Não importa, foi uma disputa justa. – decidiu o vice-presidente, com um olhar severo e mal.

Durante todo este tempo, Tamaki ficou em um canto, roendo uma unha e abraçado aos joelhos no chão. Quando eles pararam de discutir, ele se levantou subitamente e disse:

-Todos aqui presentes, ouçam minha ideia simplesmente brilhante: você, jovem Allen-kun, está oficialmente convidado a entrar para o nosso Host Club!

-O quêêê??! – berraram de volta todos os outros, inclusive o próprio Allen.

-Sim, sim, acho que pode explicar melhor o potencial dele do que eu, Renge-kun.

-Sim, Tamaki-sama! – ela pigarreou e começou – Meus caros, é claro que estamos na presença de um exemplar raríssimo e que deve ser aproveitado – Allen se sentiu como um objeto – estou falando do Tipo Trapaceiro!

-Tipo Trapaceiro?! – berraram de volta novamente, embora ele não tenha colocado a expressão e o tom de voz dramático que eles usaram.

-Sim, sua aparência tenra de bom moço, seus modos impecáveis como um príncipe solitário e assustado o tornam irresistíveis, mas por dentro uma alma maquiavélica, que fará suas amadas sofrerem e chorarem com seus joguinhos se esconde, pois ele é incapaz de expressar seus sentimentos de outra forma; só as mais fortes e determinadas são dignas do afeto dele! Este é o Tipo Trapaceiro! – uma rodada de aplausos eufóricos seguiu a explicação.

Allen tinha certeza que aquilo não tinha nada em comum com ele próprio.

Buscou em Lenalee uma dica do que deveria fazer e se surpreendeu quando ela moveu os lábios silenciosamente, formando a palavra “Aceite”. Então não tinha escolha, pelo menos era uma forma de garantir que nada de estranho aconteceria com ela ali.

-Se me explicarem como as coisas aqui funcionam... eu aceito. – disse por fim, ainda hesitante.

Todos comemoraram; os gêmeos e o menininho se jogaram em volta dele e o apertaram em um abraço exagerado, com lágrimas nos olhos; Tamaki aos prantos e berros chamava Kyoya de mamãe e dizia que eles tinham um novo filho. As meninas forçavam as lágrimas e as secavam com lencinhos, dando-lhe boas vindas. Lenalee segurava o riso.

E tudo o que Allen pensava era: sinto falta de lutar com Akumas.


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Notas finais do capítulo

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