Digimon Adventure 03 - O Brasão Lendário escrita por Caelum


Capítulo 8
Capítulo 7 - Inimigos & Amigos.


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, queria me desculpar se demorei a postar. Eu teria postado antes, mas em todas as vezes em que eu tentei, deu algum tipo de problema.
Temos aqui, de um jeito mais aprofundado, o lado "malvado" da história. E, ainda dou de brinde, uma dica de onde Wizardmon foi parar depois de morrer! *suspeeense*. Posso dizer que gostei bastante de descrever o lugar onde o grande vilão está...
E acho que estou usando muuuuuito o símbolo "&" nos títulos dos capítulos! Fica mais legal, hahaha, viciei. Prometo parar.
Não sei se ficou bom, mas espero que tenha ficado. Acho que ficou meio grandinho...
Aproveitem!



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Parte 1: Inimigos


Perturbador. Era uma palavra perfeita para descrever a estranha área. Nada parecia estar realmente no lugar certo, apesar do vazio tomar grande parte do local. Mesmo tendo coisas ali, a sensação de vazio absoluto não ia embora de jeito nenhum.

O chão era negro e revestido cuidadosamente com pequenos pontos brilhantes, que estavam lá quando olhávamos, mas não estavam de fato ali, estavam muito mais longe do que nossa vista permitia alcançar. Uma espécie de joia com um toque fantasmagórico. Vermelhas, douradas, e prateadas.Todas as joias incrustadas numa perfeita sincronia no piso preto, que fazia barulho quando era pisado. O teto parecia estar muito longe, era uma mistura peculiar de Luz com Trevas. Quando as partes brilhantes tocavam as partes escuras, causavam mínimas explosões de conflito espacial, nada que danificasse o local, era até interessante. Tinham várias colunas negras o sustentando. As paredes pareciam não existir, mas de fato estavam lá, eram negras. Podia ser amplo, porém era apenas a Sala do Trono de um castelo. Certamente de proporções altíssimas, mas um castelo. As proporções poderiam ser facilmente alteradas por quem comandava, já que eram feitas de dados. Puramente dados. Dados que agora podiam ser facilmente controlados.

Dali podiam ser vistos vários cometas brilhantes, de diversas cores, atravessando o Espaço numa velocidade inimaginável. Era, além de ser a Sala do Trono, uma sala de Observação.

Tinha um grande painel do centro, perto do Trono. Esse painel continha vários botões coloridos com funções variadas. Em umas das paredes havia uma janela de um vidro finíssimo, com uma moldura negra em volta, que dava para várias formas, muito longe, mas ao mesmo tempo tão perto, que orbitavam em torno de uma grande esfera quente. Era o nosso Sistema Solar.

Mais ao lado, tinha uma grande tela que mostravam vários lugares, aparentemente aleatórios, do Digimundo. O Mundo Digital, cada cantinho, era observado, num mundo diferente, cheio de maldade.

Ao lado do Trono, tinha alguém, encoberto pelas sombras, já que ali não entrava luz nenhuma. A figura era imensa, porém completamente proporcional ao castelo, também bem grande. Não teria um trono grande o suficiente para aquilo se sentar. O grande vulto estava fazendo alegremente seus preparativos. Para a morte dos Digiescolhidos. Ele parecia se divertir, enquanto cantarolava uma marcha fúnebre para si mesmo. Seus olhos ardiam com um fogo macabro, com um ódio interminável por cada coisa que respirava, se movia ou sentia. Inclusive aquelas crianças imprestáveis, que custavam a serem destruídas.

Não houve nenhuma falha em seu plano de escravização. Tudo correra bem. Ele falhou por causa da pequena interrupção, salvando aquelas crianças insignificantes de morrerem pelos seus próprios – porém não menos insignificantes – parceiros.

Mas não teria mais ninguém para interromper da próxima vez, os salvando. Todos seriam mortos. Em breve. Muito, muito em breve.

Ou, talvez... Ele devesse esperar. Sim, ele faria isso. Esperar. O vulto já subestimara as crianças antes, não cometeria esse erro novamente. O erro que custara a sua vida, sua vida que fora perdida naquelas mãos minúsculas, que o fizeram arder no fogo do inferno por um bom tempo, que quase pareceu a eternidade. Uma eternidade cheia de sofrimento, enquanto seu corpo apodrecia lentamente, seu sangue escorria com a tortura dos Seres Divinos e seu ódio aumentava, apostando tudo em sua última chance da tão esperada liberdade. O desejo de vingança. O desejo de ter o sangue daquelas crianças e daqueles Digimons em suas mãos. Esse desejo o fez sair daquele lugar, para nunca mais voltar. Agora o que ele faria era colocar todos ali, para arder nas chamas das Trevas até que só os ossos restem da vida de crianças que foram escolhidas pelo Destino para derrotá-lo. As crianças, apenas simples crianças, que foram escolhidas para derrotar todo o Mal. Impossível. Um peso desse tamanho não deveria ser colocado nos ombros de seres tão pequenos. Pequenos e atormentados, de certa forma. Todos tinham medos. Ele usaria esses medos profundos para sufocá-los, para asfixiá-los e torturá-los na própria e interna escuridão, sem chances de emitirem qualquer ruído de protesto antes que seus corações congelassem e nunca mais voltassem à bater.

Era uma tamanha injustiça sentenciar crianças à morte. Não podia dizer-se que ser uma criança escolhida era sorte ou azar. Sorte, pois conheceriam parceiros que os acompanhariam. Azar, pois morreriam ao lado dos mesmos. A menos que a Luz triunfasse mais uma vez...

Não. Ele iria vencer dessa vez. Nada iria impedi-lo. Esperaria até que o momento certo chegasse. Não era agora. Ele queria que aquelas crianças vivessem o suficiente para verem o seu plano brilhante se concretizar, os torturando. Então, depois disso, elas iriam implorar que as deixassem vivas ou que suas mortes fossem rápidas, para não verem seu mundinho arder no fogo da Escuridão, correndo cada sorriso e alegria existente. E ele iria ignorar, evidentemente.

Todos seriam mortos. Mais cedo... Ou mais tarde.

Seu sorriso aumentou enquanto canalizava ainda mais energia das Trevas no Digimundo, tirando vidas que ele julgava infinitamente inferiores à dele.

–Mestre! Mestre! – sussurros ecoaram por todo o castelo.

Então, apareceu na sala, uma sombra negra, completamente indistinta, ora parecia ser feita de fumaça negra, ora parecia sólida como carvão.

–Sim? – a voz era impaciente, grave e fria. Perturbadora. E ainda por cima era distorcida pela energia macabra do local.

–Se me permite perguntar, o que o Senhor deseja com seu magnífico plano?

–Quero que todos sofram! – o vulto rosnou. – Exatamente como eu sofri há tanto tempo!

–Por quê, Mestre?

–Quero que ele sinta a dor, que senti! Todo o desespero que eu senti! Quero que todos observem eu tirar cada vidinha daquele mundo miserável! Se as explosões e os meus servos eficientes não derem conta do recado... Todos cairão nas Trevas, sem nenhuma chance de retornar, enquanto meu plano brilhante é executado! – O tom assumiu um ódio mais que indescritível.

–Calma, Mestre, calma...

–Calado!

Com o vulto ficando nervoso, as coisas em volta começaram a oscilar, desaparecendo um pouco e voltando, num pequeno redemoinho escuro. O próprio tempo ficou confuso, parando e acelerando – não que isso, o tempo, importasse ali. Até mesmo o vulto começou a ficar meio indistinto, com a grande força de Trevas que exercia, tão grande que faria todo o Universo desaparecer em menos de um segundo, se ele soubesse como usá-la. A força das Trevas se tornava cada vez mais poderosa, e mesmo O Senhor das Trevas tinha certa dificuldade em controlar o Mal.

Uma risada sinistra, que preencheu todas as salas do imenso castelo, veio do fundo da sua garganta, encerrando a conversa por um breve momento.

–Mestre! – a sombra assumiu um tom muito mais urgente do que antes.

–O que foi agora? – ele se irritou.

–Eu sinto alguém... – a sombra pareceu se concentrar – Tentando
escapar da sua prisão! – o pânico tomou conta de sua voz – Alguém está tentando escapar da prisão!

–O quê? – A figura ficou um tanto espantada. – Que alma sofrida
tem a ousadia de tal coisa?

–Ele quer que as crianças vençam! Ele quer escapar! Ele...

–QUEM? – ele urrou. – QUEM ESTÁ TENTANDO ESCAPAR?

–É... – a sombra se encolheu, e disse num sussurro quase inaudível. – É Wizardmon.

Parte 2: Amigos.


–WILLIS! – Yolei e Kari disseram simultaneamente,boquiabertas.

O menino de cabelos loiros curtos e olhos azuis suaves estava surpreso também. Ele tinha Lopmon em um de seus ombros e observava Rapidmon voltar a ser Terriermon, do lado dele. Os dois irmãos digimons olhavam as crianças de uma forma curiosa e simpática. Willis vestia uma blusa vermelha clara de manga comprida, com uma jaqueta verde aberta de meia manga, calça jeans azul e tênis vermelhos-claros. Ele segurava uma mochila azul clara, a mesma que usara anos antes em sua viagem ao Colorado.

–Pessoal... – ele piscou. – O que vocês estão fazendo aqui?

–Nós é que perguntamos! – Yolei disse.

Joe, Tai, Kari e ela correram para onde Willis estava encostado em
um carvalho, que dividia o campo mais aberto que eles estavam, da floresta onde fugiam. O menino tinha uma aparência saudável, bonita e sorridente. Kari e Yolei coraram um pouquinho quando abraçaram o amigo.

–O que você faz aqui? – Mimi perguntou, inclinando se e se sentando no chão, para dar um descanso a Joe, que soltou um suspiro meio aliviado.

–Bem, eu estava em casa, vivendo um dia muito normal. – ele começou, mirando um pouco o horizonte, como se recordasse os fatos que ele falava. Provavelmente com saudades de viver uma vida normal em vez de ir a outro mundo combater monstros. – Então, meu computador começou a apitar, não queria parar de jeito nenhum. Eu fui ver o que era...

–Era um email de um velhinho. – Lopmon contou alegremente.

Gennai. – Terriermon corrigiu, pulando no outro ombro do parceiro e encarando a sua irmã. – Ele se chama Gennai!

–Tanto faz, Terriermon!

–Ele poderia ficar ofendido se...

–De qualquer maneira. – o loiro cortou os dois. – Gennai pedia para
que eu fosse ao Digimundo imediatamente. Ele falou que precisava de todos os Digiescolhidos.

–De todos? – Joe franziu a testa. – Mas existem milhares!

–De todos que tinham importância para a salvação. – Willis disse lentamente.

–Como assim? – Tai perguntou.

–Eu também não entendi. – Ele suspirou. – Enfim, eu demorei para
vir pois tinha um problemas para resolver, então quando eu chego, encontro esses dois pestinhas. – ele olhou sugestivamente para seus Digimons, que sorriam travessos. – E então eu vejo... Isso? – ele ficou confuso.

–Alguém está controlando nossos Digimons. – Yolei explicou. Assim
que ela viu Terriermon abrindo a boca, acrescentou – Não fazemos ideia de quem é.

Eles ficaram em silêncio, contemplando o céu. Depois da voz sinistra, a natureza tinha voltado ao normal. Os raios de sol esquentavam, de um jeito reconfortante. A grama estava fofa novamente, não havia vento no local, tirando uma brisa, que fazia as folhas rodopiarem no ar. Seja o que for que esse alguém estava fazendo com os dados, parou assim que ele se retirou.

–Há quanto tempo, não é Willis? – Tai perguntou, sorrindo.

–Foi sim. Há um bom tempo. – ele sorriu levemente.

–Obrigada por nos salvar. – Kari agradeceu. Depois olhou para o
coelhinho branco e verde-menta. – Obrigada a você também, Terriermon!

–Imagina! – Terriermon abriu um grande sorriso. – Foi muito divertido ter que digivolver depois de tanto tempo! – ele exclamou, fazendo todos rirem um pouco.

–Ah, como você chegou aqui? – Yolei perguntou.

Ele franziu a testa por um momento. Fez um sinal de “aguardem” para os outros, pegou sua mochila que estava em suas costas, e começou a remexer ali. Por fim, ele enfiou a mão em um bolso, tirando de lá um aparelho interessante.

Um D-3, quase idêntico aos deles, branco, porém esse tinha uma parte dourada, reluzente.

–Gennai me enviou isso aqui.

–Yeah! – Lopmon aplaudiu com as orelhas. – Agora nosso Digivice é mais maneiro!

–Com certeza! – Terriermon apoiou. – O outro era muito sem graça!

–Legal! – Mimi piscou. – O seu é mais bonito.

–Bem, - ele deu uma risadinha – de certa forma é mais impressionante. Não sei muito bem o porquê de seu dourado.

Houve um breve silêncio, já ninguém encontrou nada para falar. Lopmon suspirou, entediada.

–Bem... – Joe mudou de um pé para o outro. – E agora?

–Espera. – Willis disse. – Onde estão os outros? Davis e os outros? – ele perguntou, querendo encontrar seu velho amigo.

–A gente não sabe. – Yolei respondeu, com uma cara preocupada.

–Como não? – Lopmon perguntou, lembrando-se vagamente dos rostos que a ajudaram a se livrar do vírus mau que a infectara, há anos.

–Onde eles estavam antes? – Willis perguntou.

–Nós todos estávamos no lago. – Tai começou. – Na casa de Gennai.

–Ele mora perto do lago? – Terriermon perguntou confuso, já que não viu nenhuma casa ali perto.

–Não. Ele mora embaixo do lago. – Tai explicou, e os três amigos ficaram ainda mais confusos, mas não se atreveram a falar. – Nós estávamos conversando, ele estava explicando o que está errado no Digimundo, mas alguém nos atacou, e a casa explodiu.

–Vocês estão bem? – Willis se assustou.

Nós estamos. – disse Joe.

–Diga isso por você. – Mimi murmurou, esfregando a perna torcida.

–Não sabemos onde os outros estão. – Kari completou.

–Esperamos que eles estejam bem... – Yolei suspirou. – Onde quer que estejam.

–Onde eles poderiam estar? – Terriermon perguntou, inclinando levemente a cabeça, em dúvida.

Ninguém respondeu.

Eles, menos Mimi, pularam de susto quando ouviram um estrondo enorme. Vinha do norte da floresta, mais ao longe, um lugar com várias colinas e vales, além de cavernas e cordilheiras. Olharam para lá, um Flymon atirava espinhos em algo constantemente.

–O que é aquilo? – Willis engasgou.

–Um Flymon! – Joe arfou.

–Essa não! – Mimi gemeu. Joe a pegou, pronto para correr.

–Precisamos fugir! Para o sul! – Yolei sugeriu.

–Não! – Tai discordou. – Precisamos ir para lá!

–O quê? – Kari arregalou os olhos, encarando o irmão.

–Os outros! Os outros podem estar em perigo!

–Como eles chegariam ali, Tai? –Mimi perguntou ceticamente. –Voando? Teletransporte?

–Eles estão lá sim! – Tai gritou.

Algo dentro dele dizia isso, o guiava. Seus amigos estavam lá. Ele não sabia como, mas tinha conseguido chegar naquela parte da floresta. Algo dizia isso á ele. Seu instinto, sua intuição? Sem tempo para pensar na resposta, Tai disparou em direção ao norte, sumindo entre os arbustos como um raio.

–Tai! – Kari gritou.

–Precisamos segui-lo! – disse Joe.

–O quê? – Perguntou Yolei, incrédula.

–Isso mesmo! – Joe disse, determinado. – Vamos! Ele é o nosso líder! Sempre confiamos nele e agora não será diferente!Com isso, ele correu atrás de Tai, carregando uma Mimi atordoada
com a velocidade, seguido por Kari.

Yolei e Willis se encararam por um segundo, incertos.

–Vamos? – ele perguntou.

–Vamos! – Yolei concordou.

Os quatro os seguiram pela vegetação, as orelhas de Lopmon e Terriermon balançando ao vento, antes que os perdessem completamente de vista, sem saber ao certo aonde chegariam. E o que os esperaria lá.

***

TK, Matt, Sora, Izzy, Ken, Davis e Cody, exatamente nessa ordem, corriam feito loucos, com o único e extremamente compreensivo objetivo de salvarem suas vidas. Eles estavam em um túnel, longo, rochoso, escuro, dando-lhes uma sensação de claustrofobia intensa, frio, úmido e... Desmoronando.

O túnel que levava a uma caverna na superfície estava desmoronando por completo. As pedras enormes, que desprendiam do teto com os impactos, – de motivo ainda desconhecido pelos sete digiescolhidos – caíam violentamente no chão, esmagando as pedras menores que ali estavam.

E provavelmente esmagariam uma cabeça também, mas isso ao vem ao caso.

Izzy segurava o laptop com tanta força que seus dedos doíam. Uma
pedra enorme caiu á centímetros de Sora, e ela gritou, apavorada e com o
cuidado de não bater seu braço em nada.

TK, o primeiro que começara a correr, conseguiu chegar à entrada –
nesse caso saída – da caverna, gritou.–Andem logo, gente! Estão esperando o quê? A caverna desmoronar?

Davis quase gritou irritado com ele, mas concluiu que desviar de
uma pedra para salvar-se era mais importante do que isso. Ken agarrou a blusa do amigo, o forçando a continuar correndo pela passagem fechada, às pressas e a fim de voltar a enxergar tudo novamente, o que não era possível naquele breu angustiante, tão diferente da caverna iluminada artificialmente que estavam alguns segundos antes.

Sora, Matt, Cody e Izzy conseguiram chegar à floresta, aliviados. Ken e Davis chegaram logo em seguida. Eles tentaram identificar o motivo para a caverna estar desmoronando de repente.

–O que... – Cody começou.

–CUIDADO! – gritou TK, o assustando e, consequentemente, o paralisando por não enxergar o perigo de imediato.

Antes que ele pudesse compreender, o loiro deu um empurrão violento, Cody fechou os olhos, sem entender o porquê disso. Quando os abriu, os dois estavam no chão, na grama. A centímetros do corpo de Cody estava um grande e mortífero ferrão vermelho, enorme, que estraçalharia completa e dolorosamente a sua pele com o menor contato. Ele engasgou em agradecimento ao amigo.

–Obrigado.

TK assentiu, pegando seu chapéu que caíra. Logo os dois estavam de pé, olhando para cima.

–O que é isso? – Ken perguntou, observando cuidadosamente o Digimon que continuava soltando seus ferrões na caverna, mesmo eles já estarem fora, um pouco afastados.

–Uma abelha mutante, feia e demoníaca! – Davis chutou, exasperado. – É isso, não é?

–Não. – Izzy tentou conter o riso. – É um Flymon!

Aparentemente, a abelha mutante, feia e demoníaca não gostou muito de ser citada dessa maneira, pois começou a disparar inúmeros ferrões nascrianças, que só puderam correr– além de se irritar profunda e mentalmente com Davis – escondendo-se atrás de alguns arbustos .

Matt, Sora e TK abaixaram-se atrás de arbustos com frutas que se
assemelhavam à amoras. Ken, Izzy, Davis e Cody atrás de um com frutas parecidas com os morangos humanos.

Esperaram, em silêncio, o zumbido do Digimon parar, indicando que
ele tinha ido embora.

Isso não aconteceu.

O zumbido ficou cada vez mais forte. Por um breve momento eles
acharam que estava seguros, mas mudaram de ideia quando um ferrão passou raspando pela cabeça de Davis, quase acertando seus óculos herdados de Tai.

O menino deu um pulo, ofegante, distanciando-se do ferrão fatal.

–Precisamos ir para outro lugar! – Sora declarou o óbvio.

–Mas onde? – Matt perguntou. – Se formos para a floresta ele
cortará as árvores!

–Para depois nos cortar! – Ken engoliu em seco.

–E, pelo campo vamos ser... - Izzy deu um pulo, desviando de um
ferrão. -...mortos com facilidade!

O Flymon parou de atacar de repente, eles não correram para não
chamar sua atenção. Tudo estava em silêncio até que o Digmon rosnou de forma brutal, ensurdecedora, como se estivesse com muita dor de repente. Mas não era isso. Era apenas mais convidados à serem mortos, ele comemorava.

–Tai! - Sora exclamou assim que viu o menino, atravessando um
amontoado de folhas, perto deles.

–Sora! Matt! Pessoal! - ele gritou, aliviado em saber que seus amigos realmente estavam onde ele pensava, o que significava que ele não tinha feito uma idiotice completa correndo para lá.

–Abaixa! – Matt urgentemente berrou.

Tai jogou-se no chão de imediato, e o ferrão deixou um mísero rasgo na manga de sua blusa.

–Gente! – outra voz exclamou. Atrás de Tai, Kari, Mimi e Joe surgiram. – Vocês estão bem! – ele falou, aliviado.

–Como vocês chegaram aqui? – Mimi perguntou.

–Vocês estão bem? – Kari preocupou-se. Tai levantou num pulo.

–Espera, como vocês sabiam que nós estávamos aqui? – perguntou
Matt.

–Conversamos depois! – disse Davis. – Agora estamos tentando não morrer!

Logo em seguida, Yolei, Willis, Terriermon e Lopmon chegaram.

–Willis! – TK gritou, surpreso.

–Quem? – Perguntou Ken, virando a cabeça para o loiro que nunca
vira antes.

Antes que o menino pudesse dizer “oi”, o zumbido grave do Flymon
mudou. Em vez de apavorante, ele mesmo parecia completamente apavorado. Isso os deixaram muito confusos. E temerosos. Afinal, se algo que Flymon tinha medo estava chegando, eles deveriam ter ainda mais medo do que o Digimon.

Um segundo depois, dois velhos amigos apareceram de repente.

–Raio Solar!

–Lâmina Trovão!

Flymon conseguiu desviar dos dois, já que era rápido. Porém reconheceu que se ficasse ali, insistindo, morreria. Sibilando algo que só poderia ser uma ofensa, saiu unindo irritado, e sumiu entre as árvores altas, indo para bem longe.

–Andromon! – Izzy gritou, de olhos arregalados.

Todos correram até o Digmon androide, que sorria, ao lado de outro
amigo.

–Kentarumon! – Mimi sorriu, estendendo os braços para abraçá-lo, mas lembrou-se que Joe a carregava, e abraçá-lo seria bem difícil. O Digmon mitológico sorriu.

–Crianças! – eles exclamaram em uníssono.

–Como vocês nos acharam? – Kari perguntou.

–Não foi difícil. – o Digimon centauro respondeu. – Andromon rastreou seus dados.

–Vocês estão bem? – o androide perguntou.

–Sim, vocês chegaram antes que um daqueles troços nos cortasse. – Davis resmungou, para depois acrescentar – Obrigado.

–Vocês... Sabem onde Gennai está? – Sora sussurrou, esfregando o braço machucado, fazendo uma careta.

Eles se entreolharam, nervosos.

–Sim... - Andromon respondeu lentamente.

–Espera. – disse Yolei, interrompendo a explicações dos dois. –Como vocês conseguiram escapar do lago?

–Pela caverna. – Cody respondeu. Andromon e Kentarumon piscaram, meio surpresos.

–Que caverna? – Kari franziu a testa, confusa.

–É uma longa história. – Davis garantiu. Izzy concordou com ele, assentindo.

–E, desculpe... – Ken começou meio envergonhado, tímido. – Mas acho que não conheço você. – ele disse para Willis. Lopmon e Terriermon sorriram, ia começar um falatório interminável. Quando Willis abriu a boca para dizer alguma coisa, Andromon o interrompe com um gesto da mão robótica. Ele olhou seriamente para todos.

–Venham conosco, temos muito que conversar e a explicar.








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Notas finais do capítulo

E... Foi isso!
O que vocês acharam?? Onde era aquele castelo? Como assim, prisão? Wizardmon quer escapar de lá? Hã??? Kentarumon e Andromon! Eba!!! Mas, o que eles estão fazendo ali, de verdade? Perguntas e mais perguntas...
O que acharam da participação de Willis? Acho ele bem legal, - mesmo só aparecendo em filmes, não no anime - e ele será importante para a fic! Eu cloquei como se o Ken não sabia que ele ele era, já que eu nunca entendi muito bem quando se passava o primeiro filme de Zero Two, se era quando o Imperador ainda existia ou não.
O ritmo de postagem dos capítulos irá desacelerar. Além de dar a chance à novos leitores aparecerem, as aulas vão atrapalhar um pouquinho, mas não vai parar!
O próximo capítulo será bem interessante!
Até lá!!!
Bjs, Bia Star Fiction. (e pensando em fazer uma conta em outros sites de fanfics.)



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