Trigésima Edição escrita por Liv


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Para não se perderem...
Distrito 1 formado por Luvye e Kieran; Distrito 2 formado por Halee e Jordan; Distrito 3 formado por Meredith e Dex; Distrito 4 formado por Alexa e Jace; Distrito 5 formado por Giovanna e Peter; Distrito 6 formado por Lunna e Thauan; Distrito 7 formado por Lucy e Blane; Distrito 8 formado por Brooke e Jhon; Distrito 9 formado por Lyanna e Túlio; Distrito 10 formado por Daria e Victor; Distrito 11 formado por Trudy e Michael; Distrito 12 formado por Astrid e Noah.

Boa leitura!



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Luvye entrou no Centro de Treinamento sem demonstrar emoções, com uma máscara gélida, a mesma que havia colocado no Desfile. Todos que a olhavam pensavam a mesma coisa. Ela é do Distrito 1. Ela é Carreirista. Ela é forte. Ela sabe usar facas.

Mas ela tem medo.

Entretanto, seu companheiro de Distrito, Kieran, parecia não ter medo de nada: ele treinou a vida toda para isso. Para os Jogos, para a arena. Ele estava preparado e queria isso.

Ele nasceu para isso.

— Não vai ser difícil. — comentou Kieran com um sorriso torto, encarando todos os tributos que estavam no recinto.

— O quê? — perguntou Luvye aproximando-se.

— Matar eles.

Instantaneamente, ela viu os tributos mais fracos: Dex Dyer e Meredith McDonell, Distrito 3. Um garotinho de grandes olhos azuis, portando um óculos grande demais para seu rosto magro, e uma menina com madeixas loiras e cacheadas, com pernas longas, não combinando com o tronco pequeno. Ela percebeu o olhar deles, deixando uma adaga cair no chão seguido de um som desagradável. Kieran riu.

Pessoas assim sempre seriam as primeiras vítimas. Sempre.

Kieran não tinha medo de demonstrar suas habilidades. Ele queria mesmo se mostrar, como podia pegar grandes pesos, como podia manusear tão bem uma espada ou uma cimitarra. Ele queria que tivessem medo dele.

Mais dois tributos entraram. Tributos do Distrito 2.

O tributo masculino se chamava Jordan. Era um menino quieto, mas sua presença era forte. Ele deveria ter quase 1,90 de altura e isso era o suficiente para as pessoas ficarem receosas ao seu lado. Mesmo assim, ele não parecia se importar com ninguém. Especialmente a menina ao seu lado. Halee, sua companheira de distrito, com cabelos medianos e claríssimos, como se fosse platinado, sem nem um pingo de cicatriz pela pele branca e visivelmente macia. De primeira vista, talvez, você a julgue como uma presa fácil, que seria uma das primeiras a morrer na Cornucópia.

No final das contas, você estaria errado.

Ela é filha do prefeito e, surpreendentemente, sabe se cuidar muito bem com seus machados e quem diria, com lutas corpo a corpo. Todas suas habilidades podiam ser comprovadas em seu olhar esverdeado, sádico: mas agora, olhava para tudo com um olhar indiferente, quase cínico. Seus olhos só ganhavam um suave brilho quando encontravam os outros Carreiristas.

— Hey. — chamou Halee, se aproximando sorridente de Luvye e Kieran. — Posso treinar junto com vocês?

Luvye nem olhou para ela. Estava concentrada demais com as facas e os olhos. (Além de, meu Deus, não querer de todas as maneiras fazer uma aliança com esse tipo de garota.) Kieran também não pareceu se importar muito, do jeito mais debochado possível. Ele apenas continuou a analisar cada arma, principalmente as espadas e as cimitarras, esperando encontrar a que seria mais perfeita para se cortar o mais profundo possível carne humana; o que ele esperava fazer muito nesses Jogos.

Halee franziu o cenho. Eles estavam ignorando-a? Ela não gostava de ser ignorada. Na verdade, eram as raras vezes que isso acontecia. E sempre resultavam em coisas ruins. Ela só queria logo formar a típica e tradicional aliança dos Carreiristas. Com eles por perto seria mais fácil cortar a garganta deles enquanto estivessem dormindo. Menos trabalho e stress pra ela.

Ela pegou um machado ao lado. Nem tão grande, nem tão pequeno. Mas grande e bom o suficiente para fazer um belo estrago em alguém. Ela analisou-o por um breve momento e preparou-se mirando em um dos alvos onde Luvye jogava facas. Então, lançou o machado.

Bem no que seria o coração do boneco.

E em uma distância grande.

Luvye paralisou. Kieran parou de olhar as armas.

Halee virou para eles com um olhar grandioso.

— Então, repetindo, caso não tenham pegado de primeira: posso treinar com vocês? — falou angelicalmente, como se nada tivesse acontecido. Pegou outro machado, olhando-o como se ele estivesse repleto de diamantes.

Kieran deu o que parecia um sorriso.

— Claro. – então, estendeu a mão para Halee. Ela apertou.

Metade da aliança dos Carreiristas se formara.

Lucy Griffin bufou, ao longe. Ela era do Distrito 7 – juntamente com Blane Qyzar. Nenhum dos dois gostava dos Carreiristas, como todo o resto. Mas eles continuavam no mesmo lugar, na área de camuflagem. Não falavam nada. Eram discretos. Entretanto, Lucy já havia tentado falar várias vezes com Blane. Talvez fosse numa tentativa de aliança, pois Blane era forte, por mais que fosse terrível na camuflagem. E Lucy, por mais que negasse pra si mesma, não queria ficar sozinha.

Blane falava raramente com ela. Mudava de humor como piscava, o que às vezes irritava Lucy. Ela via o esforço que ele fazia para não mudar de humor, mas era inevitável. Imediatamente, ela percebeu que seu companheiro de distrito era bipolar. Ótimo. Depois disso, decidiu não tentar mais puxar conversa.

Nos outros cantos do Centro de Treinamento, a maioria seguia o ritmo de Lucy e Blane: tentavam ser discretos, não mostrando muito de suas reais habilidades – se é que alguns deles realmente têm algumas úteis – e indo mais nos cantos de sobrevivência e coisas do tipo.

Alguns deles tentavam alianças, como o Distrito 5 e o 6 já haviam formado uma. Giovanna Wicthoff e Peter Gaskarth, ambos sendo do 5, junto com Thauan Winkler e Lunna Morgan, do 6. O objetivo deles era simples, por mais perigoso ou próximo de um disparate que seja: se tornar mais forte que os Carreiristas e eliminá-los primeiro do Jogo, aí depois é cada um por si.

Por enquanto, eram essas as alianças, enquanto os outros preferiam ficar sozinhos. Eles iam se matar uma hora mesmo. Mas nunca se sabe o que irá acontecer na arena, mesmo.

— Eles nos olham como animais.

Astrid Hel, do Distrito 12, deixou de camuflar precariamente seu braço e olhou para Noah Lewis, do mesmo distrito, que acabara de falar. Ela o conhecia de anos atrás, mesmo que nunca tenham sido verdadeiramente amigos. Não como ele e seu irmão eram: viviam caçando na floresta. Pondo comida de verdade na mesa. Fazendo ninguém morrer desnutrido. Coisas assim.

Eles tinham algo em comum, Astrid e Noah. Ambos sabiam caçar e usar um arco e flecha com uma habilidade incrível. E agora, em vez de animais, os tributos eram suas caças.

Eles mesmos eram uma.

— Deve ser porque estão planejando como nos caçar. – respondeu Astrid, com uma raiva contida.

Ela virou o olhar para os Carreiristas. Halee a olhava com certa desconfiança, até mirar em Noah. Seu olhar era de deboche, como se eles não fossem nada. Pouco se importava com eles. Quem se preocuparia com o Distrito 12? Um golpe de machado bastava para fazê-los sangrar até a morte.

Era claro que Astrid e Noah não seriam levados a sério. Não sendo do distrito que são. Desde o desfile, eles não chamaram a atenção, mesmo que tenham ficado melancolicamente lindos nos vestidos cinzas. Como se fossem poeira e sombra. Mas era simples demais. Pobres demais.

Nada comparado às roupas de Luvye e Kieran. Eles literalmente brilharam, parecendo diamantes com suas roupas prateadas, com toques dourados fazendo uma trilha delicada em toda a vestimenta. Já as roupas de Jordan e Halee foram menos brilhantes, com cores mais fortes, trazendo um preto e um marrom bem escuro. Meredith e Dex usaram roupas que ficavam trocando de imagens a todo momento, como se eles fossem um tipo de slide ambulante. Seguido, veio o Distrito 4 com uma das roupas mais bonitas, Jace Soren e Alexa Massoglia, misturando o verde-água com o branco, possuindo ondulações se referindo as ondas do mar.

Foi uma mistura de roupas chamativas e bizarras, algumas extremamente lindas e hipnotizantes; outras beirando ao ridículo.

— Então — começou Noah, abrindo um pequeno sorriso nos lábios avermelhados e ressecados. — vamos mostrar quem são os verdadeiros caçadores.

Astrid parou tudo o que estava fazendo, incluindo os pensamentos pessimistas e viu claramente Noah se levantando e indo para perto dos Carreiristas. Só podia ser brincadeira. Ela queria esganá-lo.

Os Carreiristas continuavam perto dos alvos, agora, mais conversando do que treinando. Noah pegou o arco e flecha e mirou em um dos alvos ao lado deles.

Astrid se levantou. Ela poderia ir até lá e evitar o que seja lá que Noah gostaria de fazer, mas ele apenas mirou nos alvos mais distantes dos Carreiristas. Ela suspirou, frustrada. Lindo. Atirar uma flecha em um alvo perto dos piores tributos de toda a arena era um aviso muito bom e esperto, que significaria algo como: “Oi, essa flecha que está bem ao seu lado, eu farei ela na arena entrar no seu coração. E eu só estou sendo discreto e muito cauteloso com minha sobrevivência”.

Ele pegou mais uma flecha e mirou nos alvos.

Noah era bom. Ele poderia acertar bem no centro. Mas, bruscamente, ele virou e posicionou a flecha para o outro lado.

Ele mirou nos Carreiristas.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem.
Mortes: 0