Minha Vida Como Cão escrita por Teruque


Capítulo 2
Lutando como um cão


Notas iniciais do capítulo

Antes de tudo queria agradecer por todos os reviews.
Realmente eu não esperava nem metade *-* (otimista eu, neh?)
E como esperado, não consegui terminar a fic em apenas dois capitulos (:
Mas fiquem feliz, vcs terão mais um cap. dessa historia -q
Boa leitura :'D



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Um feixe de luz me despertara, anunciando um novo dia. Mas não queria me levantar. A falta de coragem me dominava.

Na verdade ainda estava totalmente desnorteado. Como estivesse bebido além da conta noite passada, apagado em um canto qualquer e acordado, na maior ressaca, em um lugar totalmente desconhecido.

Como vim parar aqui mesmo?

– Bom dia, Aoi! – uma voz alegre se ecoou pelo cômodo, mas não lembrava a quem pertencia – Hora de levantar cãozinho preguiçoso.

Acabo de me lembrar. Agora eu sou um cão...

Fui transformado em um vira-lata por uma mulher estranha e escassamente vestida como um suposto castigo só porque eu havia matado outro vira-lata qualquer. Agora tenho que bancar a boa mascote para esse moleque, na esperança de um dia voltar ao normal.

– Te levarei para o parque hoje. – disse sorridente pulando na cama e caindo de joelhos sobre ela – Afinal hoje é sábado e não quero que você se torne um cão sedentário. Exercícios te farão bem. – sim... olhe minha cara de feliz. Aliás, cachorros sorriem? É claro que não, Yuu idiota. Eles abanam o rabo para expressar sua alegria...


– TAKASHIMA!!! – uma voz o chamava – É sua mãe ao telefone!


– Já estou indo!!! – dito (gritado) isso, me pegou no colo, carregando-me até a porta do quarto – Vamos logo, Aoi. Deixe de preguiça. – descendo rapidamente as escadas. Sim, havia um longo caminho de escadas naquela porra de lugar até chegar à sala. E eu, além de ser acordado cedo, por um completo bobo alegre, ainda tinha que descer aquelas escadas sozinho. Vocês não têm idéia do quão complicado é descer de quatro (sem levar na malícia. Lembrem-se: EU SOU UM CACHORRO!!!)


– Alo mãe? – quando finalmente consegui acabar de descer todas aquelas escadas, o garoto já estava falando com sua mãe pelo telefone, e sua expressão não era muito feliz – Entendo... tudo bem mãe. Nana está cuidando bem de mim. Bom trabalho então... te amo mãe... – ao desligar o telefone, sua cara continuava com uma triste expressão.


– O que aconteceu, Takashima? – perguntou sua babá. Mas, francamente, por que um homem daquele tamanho precisa de uma babá?


– Houve alguns imprevistos no trabalho de minha mãe. Ela ficará fora por mais alguns dias. Na verdade não tem data para voltar pra casa.


– E você sente a falta dela...


– Isso é o mais natural, não é? Mas já acostumei não ter meus pais presentes. E ainda tenho você e o Aoi como companhia – fingindo um sorriso. – Nana, levarei Aoi ao parque um pouco. –saindo do meu campo de visão por um momento.


– Tente voltar antes do almoço, Takashima-san.


– Okay, Nana – retornando para sala com uma... coleira e corrente? Droga, maldita vida de cão. – Fique quietinho agora Aoi – dizia enquanto passava a coleira por meu pescoço e prendia a corrente – Vamos Aoi – dando algumas puxadas para que eu o seguisse. – Até daqui a pouco Nana.


E assim aconteceu.


Fui arrastado por aquele moleque para um maldito parque, onde havia outros donos desocupados com seus animais. Pelo menos lá eu pude ficar sem corrente, mas aquela coleira me incomodava.


– Vamos Aoi, vá pegar – o moleque jogou um graveto e agora quer que eu traga de volta?! – Vamos lá garoto. Nem caiu longe – busque você. – O que foi Aoi? Não quer brincar? – brincar?! Você joga a droga de um graveto e eu tenho que ir atrás como um idiota e trazer de volta só pra que possa jogar novamente! – Aoi vamos, mexa-se. Traga de volta – me obrigue. – Você é mais preguiçoso do que pensei – suspirou. Agora já podemos ir embora?


– Problemas com seu cão? – uma mulher se aproximou do garoto, perguntando-lhe gentilmente


– Um pouco – respondeu com um sorriso – Parece que ele não gosta de brincar de pegar.


– E qual o nome desse preguiçoso ai? – preguiçoso é a mãe. Por que não vai você então “brincar de pegar”?


– Esse é o Aoi.


– Aoi?! Combina com ele – como assim combina comigo? Sou azul por um acaso? Ou você é daltônica? – Posso fazer carinho nele?


– Claro. – vai deixar uma vadia qualquer me tocar numa boa? Não quero ela perto de mim.


– Que cãozinho bonzinho – ela começou a acariciar minha barriga e, por Kami, como aquilo era bem. Podia quase sentir um pedaço do céu. – Pretende cruzá-lo com alguma raça pura ou castrá-lo – espera ai, mocinha. Ninguém aqui vai me castrar, não.


– Na verdade nem pensei nisso, não pretendo cruzá-lo com ninguém, mas seria muita maldade castrá-lo também – tome cuidado com sua escolha, moleque.


- Entendo – conformou-se – E eu nem me apresentei ainda – rindo sem graça e parando com os agrados – Meu nome é Serenity.


– Kouyou – respondeu o garoto. Finalmente descobri seu primeiro nome – Prazer em conhecê-la.


– Então... Kouyou. Gostaria de ir à cafeteria comigo? Não é longe daqui. Posso te pagar um café, ou sei lá o que prefere.


– Adoraria – seu idiota, inocente da porra. Ela ta tentando te seduzir. Primeiro vem com a história de querer me castrar e agora fica dando em cima. Vou mordê-la até a morte. (okay... já comecei com as piadinhas de novo u.u) – Vamos Aoi.


– Ah Kou-chan, deixe ele aqui. – “Kou-chan”?! Quem tu pensa que é sua vadiazinha? Tire as patas dele. – Não tem como ele sair do parque e a cafeteria é do outro lado da rua. Não vamos demorar.


– Acho que não tem problema então – o que? Kouyou, tu é mais burro do que pensei. – Espere aqui, Aoi. Daqui a pouco eu volto – indo junto com aquela puta para a tal cafeteria.


Vai lá então, seu idiota.


Espero que algum mal intencionado foda com você para vê se deixa de ser tão retardado.


Busquei um canto de sombra debaixo de uma arvore para me deitar e ficar esperando como um bom cãozinho, a volta do dono desnaturado e burro.


– Tem certeza que não vai atrás dele?


“- Ryoko?!” – esse lugar é o ponto de encontro das putas ou é impressão minha?


– Que cãozinho mais preguiçoso. Se não cumprir corretamente com seu trabalho nunca voltará o normal.


“- Deixe o moleque se divertir com aquela vadiazinha. Talvez não seja tão ruim assim”


– Seu dever é cuidar dele. Ou será que está com ciúmes?


“- Ciúmes? Eu? Por que isso? Só por que ele prefere ficar com uma garota do que perder tempo comigo?! – ela riu. Filha de uma cadela, qual é a graça?

– Parece que está começando a surtir efeito sua mudança – como? – Mas você ainda tem que ajudar seu humano. Esse é um bom lugar para pessoas brincarem com seus cães. Mas também é bem famoso por vários ataques, seqüestros e até estupros. – foi ai que minha ficha caiu. Droga, idiota do jeito que aquele moleque é já deve ta todo ferrado. Não Aoi.... quer dizer Yuu. Ele está bem. Mas por segurança vá atrás dele.


Corri o máximo que pude até chegar na cafeteria (quase fui atropelado, mas o que isso importa). Não consegui localizar Kouyou naquele lugar. Já deve ter sido levado.


– Você é um cão, não é Yuu. Qual é o sentido que mais se destaca? – é verdade. Posso usar do meu olfato para localizá-lo. Passei uma noite inteira dormindo ao seu lado. Seu cheiro tava mais que impregnado em minha mente.


Só tente ficar inteiro até eu chegar.


X-X-X-X


Kouyou’s POV

Eu sou idiota, só pode.


Como não havia percebido que aquilo era um homem?


Sim. Aquela... aquele tal de Senerenity era um homem se passando por muito bem como mulher. E ainda não acredito que cair no joguinho dele... dela...


AH! ISSO NÃO IMPORTA!!!


O que conta agora é que eu estava sei lá onde. Um pequeno casebre, deposito de bagunça... sei lá.


Enfim, eu estava em um lugar que desconheço, jogado ao lado daquela bagunça e com meus braços e pernas amarrados. Agora o ser que me desacordou e me trouxe para esse lugar, simplesmente foi embora.


– Confortável, Kou-chan? – legal, a criatura voltou


– O que você quer comigo?


– Só quero “brincar” um pouco com você – respondeu com um tom de escárnio que chegava a ser irritante. – É incrível como tem “crianças” tão inocentes e caiem na conversa de qualquer pessoa. – segurando meu rosto, forçando-me a olhar diretamente para ele. – Veremos se seu gosto é tão doce quanto seu rostinho. – e é hoje que serei estuprado. Alguém ainda não tinha caído a ficha de que era isso que me aguardava?


Realmente não queria acabar assim.


Como seria legal se surgisse um herói e pulasse sobre esse filho da puta.


Acorda Kou, essa é a vida real. Isso nunca aconteceria.

Aoi’s Pov


E viva ao faro canino.


Meu Kou... quero dizer... o garoto havia sido levado para uma velha cabana.


Esse desgraçado tinha ido parar longe pra porra!!!


A cidade era bem longe daquele lugar. Nunca andei tanto na vida só por causa de um idiota.


Alias nunca fiz isso por ninguém. Então por que agora?


Okay, esquece. Você tem um moleque pra salvar. Mas como faria isso?


Andei por volta da casa até encontrar alguns caixotes velhos que davam direto para a única janela aberta do lugar. Ironia ou sorte do destino.


– Pare, por favor?! – eu podia escutar os gritos de Kouyou vindos do interior da cabana


Subi rapidamente nos caixotes, me deparando com uma cena que me fez tremer de raiva.


TINHA UMA FILHA DA PUTA ESTUPRANDO MEU KOUYOU.


E o coitado pedido para que o ser parasse. Até parece que isso aconteceria.


Deixando me levar pela adrenalina, pulei da janela diretamente no agressor, mordendo seu pescoço.


Como esperado o desgraçado tentou me fazer soltar de todo o jeito, mas eu realmente tinha prendido com vontade. E se eu soltasse um canto, passava a morder outro. Até que o filho da puta conseguiu meter uma picuda em mim. Chutando-me para o canto.


– AOI!!!


Uruha’s POV

Aoi? Como me achou?


E seu desgraçado. Quem te deu o direito de chutar meu herói?


– Cão do inferno, como chegou aqui? – colocando a mão em volta do seu pescoço que sangrava – Um pouco mais fundo teria conseguido me matar. – indo em direção ao cachorro. – Não importa como me encontrou, mas morrerá aqui mesmo. E depois terminarei de “brincar” com seu querido dono. – pegando a mesma faca que utilizou para me cortar. Sim eu já estava detonado também. Aoi chegou segundos antes dele me fuder por completo.


– Afaste-se dele!!!


– E você fará o que moleque? Não sabe nem se cuidar sozinho.


A frustração de não poder fazer nada me destruía por dentro. Não queria ver meu melhor cão ser morto. Sim, em apenas um dia Aoi tinha se tornado a melhor mascote que já tive.


– Eu sinto muito, Aoi... – eu estava a ponto de começar a chorar quando vi Aoi se levantar e avançar contra o braço de meu agressor. Justamente a que segurava a faca.


– Seu vira-lata maldito. – o agressor começou a bater em Aoi novamente. Mas assim que o fez soltar para poder recuperar a faca que havia deixado cair, meu pequeno herói canino já estava ao meu lado, e com a faca em mãos, quero dizer boca.


– Me devolva isso.


– Aoi fuja daqui!!!


Aoi’s POV


“Aoi fuja daqui?!” Eu vim aqui pra te salvar, não irei embora. E também, sou eu que estou ganhando, certo?


Errado.


Completamente errado.


Escutei um som semelhante ao disparo e uma dor insuportável em meu corpo.


Minhas vistas começavam a escurecer, mas ainda pude ver o filho da puta segurando uma arma e a apontando em minha direção e a voz desesperada de Kouyou chamando meu nome, antes que eu perdesse totalmente a consciência.


Será esse o significado de morrer por alguém que amamos?


Eu amava Kou?


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Notas finais do capítulo

Então...
Não me matem por favor ^^"
Serão três capitulos, ou seja, o próximo será o ultimo.
E calma, garanto a todos que valerá a pena
(tenho a forte impressão que terei que mudar isso pra +18 assim que postar o cap. final :'D)
Reviews?