Piloto De Fuga escrita por Blue Butterfly


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



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-Certo, o que nós sabemos sobre Concluán? – Seth disse abrindo a tampa da garrafa.

Já tínhamos passado pela barreira, pagando uma quantia exorbitante até mesmo para mim, trocado o carro lento por minha Ferrari, juntado todo o dinheiro que conseguimos e agora viajávamos pela planície acinzentada.

-Ela fica na região Central do país – Alice começou.

-Sim, e nós estamos indo para lá agora – Seth concordou, tomando cuidado para que o suco que bebia não caísse no grande mapa aberto em seu colo.

-Concluán fica numa cidade comum, um pouco mais protegida que as outras, mas ainda sim comum – Alice continuou – O governo acredita tanto na impenetrabilidade de Concluán que nem se importou em fazê-la afastada.

Suas palavras não foram animadoras, só nos fez lembrar que Concluán era um lugar impenetrável.

-Só existe uma maneira de entrar e sair de Concluán – eu disse – Uma única entrada e saída. E o lugar também é conhecido por ser todo revestido de chumbo e ferro, é impossível quebrar uma das paredes ou cavar um túnel.

-Vamos ter que entrar e sair como todos os outros fizeram – Seth entendeu – Concluán tem um esquema duplo de computação, um para seu banco de dados e outro para sua segurança. O banco de dados é relativamente fácil de invadir, já…

-O que? – eu e Alice perguntamos juntas.

-Como assim o banco de dados de Concluán é fácil de invadir? – perguntei atônita, virando o rosto para ele e deixando de olhar para a estrada.

-Onde é que você acham que eu fui procurar minha família? – ele perguntou surpreso com nosso espanto – Não façam essas caras, é muito fácil invadir o banco de dados deles, além disso não há nada lá que possa nos ajudar, apenas informações sobre quem entra e quem é executado.

Um silêncio de morte caiu sobre nós com seu último verbo. Eu olhei para frente, a máscara de frieza voltado ao meu rosto, eu ainda não tinha conseguido me livrar dela. Acelerei mais, a pressa e a falta de tempo como meus maiores inimigos.

Os rapazes voltaram no mesmo dia que Edward foi preso, ele chegou em Concluán na noite do dia seguinte, a contagem dos sete dias começando no dia seguinte a sua chegada. Eu ficara um dia e meio desacordada; até que nós arrumássemos tudo e partíssemos já era noite. Levaríamos três dias viajando de carro para Concluán com aquela velocidade, fazendo todas as contas, tínhamos exatamente três dias e meio para chegar em Concluán, descobrir um modo de entrar na prisão, achar Edward, conseguir sair com ele e voltar para casa. Três dias e meio para fazer o impossível!

-Voltando ao sistema operacional – Seth voltou a falar, a garrafa vazia na sacola de lixo aos seus pés – A parte difícil será invadir o sistema de segurança de Concluán…

-Como exatamente invadir o sistema de segurança deles vai nos beneficiar? – Alice perguntou com praticidade. Não era hora de querer invadir um sistema só para aumentar a fama de Hacker, não tínhamos tempo para o orgulho de ninguém.

-Eu não tenho certeza, nunca entrei em Concluán e não tenho o mapa do prédio, mas acredito que, como todo o resto das propriedades do Partido, há um sistema responsável por abrir e fechar as portas de Concluán.

-Bem, eles não fecham o lugar usando corrente e um cadeado – Alice concordou.

-Além disso, têm as câmeras de segurança. Se nós conseguirmos entrar dentro do prédio, eu vou ter que comandar as câmeras e apagar qualquer rastro da nossa passagem por lá, além dos sensores e equipamentos que denunciem nossa invasão.

-É um bom motivo – eu disse – Você acha que consegue fazer isso?

-Foi um ser humano que montou o sistema deles, e até hoje eu não encontrei nenhum tipo de sistema criado por seres humanos que eu não pudesse invadir – Seth disse com simplicidade – Se eu não invadir, ninguém poderá fazer isso.

-Certo – foi a vez de Alice falar – Então nós sabemos onde fica Concluán, como entrar e como sair, já que só há um jeito de fazer isso, sabemos que o sistema deles se divide em dois e, possivelmente, podemos invadir esses dois sistemas. Agora vamos segundo a lógica. Chegamos lá, Seth invade o sistema, como vamos entrar fisicamente em Concluán?

-Espere – eu interrompi antes que idéias surgissem – Eu prometi que traria vocês de volta, prometi a Laura que Seth voltaria para casa. Além disso, se vai ser difícil colocar um de nós lá dentro, imagine três. Eu vou – e tentei pôr na voz o tom certo para que eles não discutissem comigo.

-Nós vemos isso depois – Alice propôs – Primeiro temos que decidir como entrar em Concluán. Alguma idéia?

-Alguém deve trabalhar lá dentro, fora os soldados – eu sugeri – Acho que o caminho mais rápido para dentro de Concluán é me misturar com os empregados.

-Eles devem ter um cartão de entrada – lembrou Alice – Algum mecanismo que certifique se quem entra e quem sai está liberado ou não e se é quem diz que é.

-Isso é fácil – Seth tranqüilizou – Se eu conseguir invadir o sistema também posso controlar a entrada de Bella. Só vamos precisar que ela ocupe o lugar de alguém. Posso cuidar das máquinas, mas não da contagem numérica humana.

-Seqüestramos uma das meninas – Alice decidiu com calma.

Eu e Seth nos entreolhamos, mas deixamos quieto. Não era hora para discutir ética e moral.

-Fiquem tranqüilos, não vamos matar a menina – Alice brincou – Ela vai ficar bem.

-Certo, então Bella entra tomando o lugar da menina que a Alice vai seqüestrar – Seth foi organizando.

-Exato – Alice concordou dando pulinhos de alegria no banco de trás.

-Você está dentro de Concluán, o que vai fazer Bella?

-Procurar o Edward – respondi.

-Como? – Seth me interrogou.

-Primeiro eu vou manter meu disfarce, não quero que suspeitem de nada, quando todos estiverem bastante ocupados nas suas tarefas, eu faço um tour pela prisão. Posso perguntar para uma das meninas onde ficam os prisioneiros, perguntar se elas se lembram do rapaz que chegou da última vez, essas coisas. Não é todo dia que um ruivo como Edward chega numa prisão, acredite, elas vão se lembrar dele – eu garanti.

Seth fez uma careta, Alice rindo até ficar vermelha atrás de nós. Com Alice não havia tempo ruim, ela sempre sabia sorrir e chorar de tanto rir, mesmo quando nós estávamos correndo em direção ao fim.

-Muito bem, duas situações surgem agora, primeira situação: está na hora de ir embora e você não o achou. O que você faz para não estragar todo o plano e nos entregar numa bandeja de prata para os soldados? – Seth perguntou com seriedade.

Ele fez bem em me lembrar que a vida deles estava nas minhas mãos também. Sem isso, eu teria respondido que não iria sair de lá sem Edward, mas eu não podia arriscar a vida deles, tinha prometido para Laura.

-Eu volto – disse irritada.

-Bella – Seth chamou, mais sério ainda – Mesmo que não dê para salvar a vida de Edward, você tem que voltar, não posso te tirar de Concluán se eles perceberem algo errado. O sucesso em invadir um sistema é ninguém notar o que está acontecendo. Se eles começarem a atirar lá dentro, não vamos poder te ajudar, eles vão rastrear o computador e eu e a Alice vamos morrer. Você tem que voltar!

Com essas palavras até Alice parou de sorrir.

-Eu prometo que volto – disse séria.

-Estou confiando em você – Seth falou – Agora vamos para a segunda situação: Você encontra Edward. O que vai fazer?

-Não sei – confessei.

-Primeiro ela vai ter que tirar ele de dentro da cela – Alice ajudou – Ou de onde ele estiver preso, você conseguiria abrir uma das celas?

-Se um computador comandar a abertura dela, sim – Seth garantiu.

-Então o Seth abre a cela, ou você rouba as chaves. Consegue cometer um roubo Bella?

-Vou ter que treinar um pouco antes – admiti, não era hora de ficar inventando capacidades que eu não tinha.

-A gente treina isso mais tarde – Alice decidiu – Mas voltemos a situação, Edward está fora da cela, mas ainda dentro da prisão. Como saímos?

-Lá está cheio de soldados, não está? – Seth lembrou – É só desacordar um deles e vestir Edward de soldado, ele tem um porte marcial, pode encenar que é um deles e sair pela porta, assim como Bella fará. Não deve ser difícil para o Edward bater num soldado até ele desmaiar.

-E se livre do corpo no armário de vassouras, ou qualquer lugar onde as pessoas jamais vão – Alice aconselhou.

-Tem um pequeno problema no plano de vocês – eu percebi.

-Qual? – Alice interrogou curiosa.

-Vocês pressupõem que Edward vai estar saudável, acordado. Mas, e se ele estiver enfraquecido, se ele estiver inconsciente? Eu não vou poder deixá-lo lá, não se eu o encontrar!

-Isso é verdade – Alice concordou – Se ele estiver enfraquecido, você vai ter que dar um jeito no soldado Bella, vai ter que se livrar dele sozinha, bater nele pra valer.

Antes que ela terminasse de falar eu vi a cena na minha cabeça: eu, pequena e frágil quando comparada a um soldado, lutando. Seria arrasador.

-E se ele estiver desacordado? – eu perguntei tentando mudar de assunto. Se ela perguntasse para mim se eu podia fazer aquilo eu teria que dizer a verdade: não!

-Pensamos nisso depois – Seth decidiu sem responder – Vamos resolver uma coisa de cada vez, já está tudo complicado de mais, não precisamos complicar mais misturando nossos pensamentos e idéias. Edward está acordado e vestido como soldado, o verdadeiro soldado no armário de vassouras. E agora?

-Problema – Alice disse – Como a Bella falou, Edward é ruivo, vamos ter muita sorte se ela conseguir entrar, mais sorte ainda se ela conseguir achá-lo lá dentro, sorte ao cubo se ela conseguir chegar até ele, mais um caminhão de sorte se conseguir achar um soldado com tamanho parecido do de Edward. Não espera mesmo que ele seja ruivo também, não?

Aquele era um ponto importante. Quantos ruivos uma pessoa podia conhecer, sem, é claro, que sua família fosse toda ruiva? Eu, pessoalmente, só conhecia um, e ainda estavam tentando acabar com esse espécime em extinção; Edward não podia simplesmente aparecer como um soldado ruivo num lugar que não havia soldados ruivos. Alguém ia perceber.

-Além disso – Alice continuou – Edward tem muito cabelo. Tudo bem que o corte é curto, mas o menino tem mais cabelo do que eu! E soldados têm um corte rente, quase de máquina zero. Não vamos ter tempo para brincar de salão de beleza lá dentro, como é que vamos cortar o cabelo dele?

-Então soldado é uma péssima idéia – Seth admitiu – Vamos ter que pensar em outro plano…

-Não precisamos mudar o plano, basta mudar a pessoa – Alice contestou – Se Bella vai como funcionária, Edward também pode ser um, deve ter homens trabalhando lá também, algum médico, qualquer coisa.

-Sim! – eu concordei animada.

Bater numa pessoa comum era muito mais fácil do que em um soldado, eu adorei a idéia. Eles sorriram do meu entusiasmo, se fosse numa outra situação eles teriam rido, mas não era momento para pensar naquilo, tínhamos que nos concentrar no nosso plano.

-Tudo bem, então Edward é mais um empregado – Seth recapitulou – E vocês dois estão trabalhando. Hora de ir para casa, eu ajudo vocês a saírem sem problemas com as máquinas. Vocês terão que se certificar de que o homem que estiver no armário de vassouras fique realmente lá dentro. Vocês voltam para casa e nós vamos embora.

-É um bom plano – Alice disse feliz.

-Bem, se desconsiderarmos todos os se’s, sim é um bom plano – Seth concordou – O que você acha Bella?

-Estou preocupada. E se Edward não estiver consciente? Como é que eu vou tirar ele de lá?

Ficamos em silêncio, nossas mentes quase queimando pelo esforço. Tinha que haver um modo, algum jeito de tirá-lo de lá caso ele estivesse inconsciente.

-Podíamos chamar uma ambulância? – Alice sugeriu em dúvida – Dizer que ele está passando mal ou algo assim?

-Não, Concluán tem seu próprio sistema médico, depois que você entra lá, você não sai – eu expliquei lembrando do dia em que meu pai mencionara algo sobre os médicos de Concluán.

-Carregamento de comida, ou algo do tipo, podíamos escondê-lo em um caminhão – foi a vez de Seth.

-Esquece, não temos tempo para verificar todos os carregamentos que a prisão recebe, não temos dinheiro para subornar um motorista e, cara, chega de abusar da sorte – Alice contestou frustrada.

-E se eu fizesse um refém? – sugeri, apavorada comigo mesmo por ser capaz de sugerir uma coisa tão vil.

-Boa idéia – Alice disse animada.

Como é que ela podia ficar animada com aquela idéia?

-Esquece Alice, não tem como a Bella entrar armada em Concluán, além disso, espera mesmo que ela tenha tempo de fazer um refém importante, achar o Edward, não ser pega pelos soldados e sair numa boa sem que os atiradores deles acabem com ela? Isso sim é que abusar da sorte!

-Então o que faremos? – perguntei apertando o volante almofadado.

-Não teremos escolha, se é para ir até o fim, vamos ter que lutar. Vamos ter que invadir Concluán – Alice concluiu com cansaço e desânimo. Até mesmo seu espírito aventureiro tinha limites.

-Invadir Concluán? Como assim? – perguntei sem entender, ela não podia estar sugerindo o que eu achava que ela estava.

-Melhor não discutir isso agora – Seth aconselhou, preocupado – Temos ainda mais dois dias de viagem nesse carro, pensaremos nisso mais tarde. Agora vamos rever nosso plano A.

-Está bem – concordei – Primeiro eu troco de lugar com a menina…

-Espere – pediu Alice – Antes de continuar, nós temos que já saber se realmente trabalham mulheres em Concluán, se não trabalharem, vamos ter que planejar outra coisa.

-Espere que eu já estou vendo isso – Seth pediu digitando furiosamente no seu computador.

-Você não está invadindo o sistema de dados deles agora, está? – Alice perguntou incrédula.

-Estou – ele disse com tranqüilidade.

Nós duas olhamos para ele, abobalhadas. Como é que ele podia fazer uma coisa daquelas e ainda achar tudo muito normal?

-Meninas – ele reprovou ainda de cabeça baixa digitando sem parar – Alice consegue lutar muito bem e entende tudo de armas, se você não estivesse dormindo naquele dia na casa do Dino, ficaria boquiaberta com a mira da Lice, Bella. E Bella, você entende tudo sobre cura e cuidados, além de dirigir mais rápido do que um piloto de corrida. E vocês duas tem menos de vinte e cinco anos cada uma, então parem de se espantar comigo quando eu invado sistemas, porque é nisso que eu sou bom, é disso que eu entendo, apliquei todos os anos da minha vida nisso, assim como vocês aplicaram sua vida no que sabem fazer.

Pensei naquilo. Eu nunca pensei em minha habilidade com carros ou com a medicina como um dom, ou algo extraordinário, estava acostumada com aquilo, fazia parte de quem eu era, aprendi medicina com as aulas de meu pai, e a correr por um sonho pessoal, um prazer pessoal, eu gostava da velocidade, dos carros grandes e caros. Não me achava boa ou insubstituível; para mim, aquilo era normal, era eu. E Seth devia sentir o mesmo, só então eu entendi, quando ele mexia no computador ele estava fazendo uma coisa que pertencia a quem ele era, por isso seus olhos brilhavam sempre que ele se sentava na frente daquela máquina, o computador era a continuação da inteligência dele, assim como a luta e as armas faziam parte de Alice.

-Pronto – ele disse com triunfo – Vejamos. Aqui está, empregados: tem dois grupos que fazem a limpeza e a alimentação do local, trabalham em turnos diário de doze horas, quando um grupo sai o outro entra. Não diz se têm mulheres, mas eu creio que sim, ninguém cozinha melhor do que vocês – ele elogiou, tentando disfarçar a pontada de machismo em sua voz.

-Vou fingir que não entendi a indireta – Alice comentou acidamente.

-Não diz quando eles entram ou saem, nem qual rota eles fazem para chegar a Concluán, vamos ter que descobrir isso por nós mesmos.

De repente a ficha caiu. Se Seth estava no banco de dados, se ele podia ver sobre os funcionários que trabalhavam ali, talvez ele pudesse ver qualquer coisa sobre ele.

-Seth, você consegue ver se deram entrada dele na prisão? – eu perguntei aflita.

-Só um minutinho Bella – ele me pediu, a testa vincando com a concentração – Qual o nome completo?

Eu respondi, Seth digitou furiosamente, a tela mudava de cor várias vezes, um monte de caixas aparecendo com códigos e mais códigos indecifráveis. E senhas, parecia que a cada tecla que ele apertava havia uma senha, mas isso não impedia seu avanço, não entendia o que ele estava fazendo, ou como estava fazendo, só sabia que estava dando certo.

-Aqui está! – ele exclamou alto virando a tela para mim.

Lá estava! Uma foto 3 x 4 dele, seus dados ao lado, a data de prisão bem grande logo abaixo de sua foto.

-Espere! – eu gritei apavorada.

-Meu pai, o que foi? – Alice perguntou com medo, olhando para a tela, buscando o que me apavorou.

-A data está errada! Está um dia adiantada!

Os dois encararam a tela, choque invadindo suas expressões enquanto seus lábios tremiam, refazendo a conta.

-Não pode ser – Alice sussurrou – Mas então isso nos dá apenas… – e não continuou, absorta demais em seu choque.

-Dois dias e meio, depois que chegarmos, para tirar ele de lá. Meu Deus… – Seth terminou.

Sem que eu pudesse evitar, até mesmo sem pensar, eu diminui a velocidade do carro e parei no acostamento, o desânimo me destruindo por completo. Aquilo era impossível agora, não podíamos fazer aquilo com tão pouco tempo. Eu me enganara o caminho todo, juntara em mim toda a esperança que consegui, mas agora eu tinha que encarar a realidade: não ia dar certo, nós não íamos conseguir fazer aquilo e eu mataria Alice e Seth na minha tentativa desesperada.

-Não vai dar – eu murmurei com dor – Não com menos de três dias

-Vai dar sim – Seth me contrariou com fúria, tremendo de raiva da cabeça aos pés, os olhos fixos no computador.

Eu não sei o que ele viu na tela, mas de repente ele estava mais decidido do que eu. Mais decidido por que agora era o ódio que o motivava, um ódio violento que irradiava para nós.

-Seth, Bella está certa – Alice tentou conciliar, assustada com a onda de fúria que havia nele – Quem estamos tentando enganar? Muitas pessoas levaram a vida toda planejando invadir Concluán e não conseguiram, o que nós podemos fazer em menos de uma semana? Não estamos prontos agora e também não estaremos prontos amanhã, nunca estaremos, não com tão pouco tempo.

-Errado – ele discordou, mantendo a todo o custo a voz no tom de conversa – As pessoas que levaram a vida toda planejando invadir Concluán não tinham a motivação que nós temos, temiam mais por suas vidas do que pela vida de quem iam resgatar, elas não tinham alguém para salvar, nós temos, elas não sabiam invadir o sistema, nós sabemos, elas não tinham as armas necessárias, nós temos, elas não eram nós, não tinham a ligação de Bella e Edward, não tinham minha inteligência e a força armada sua, Lice. Eles nunca conseguiram invadir Concluán por que eles nunca precisaram, desistiram antes mesmo de tentar, derrotados pelo tempo de sete dias.

No seu discurso exaltado, sua mão tombou no computador, virando a tela para nós, e nós duas entendemos por que ele estava tão furioso. Uma nova foto estava na tela, o cadastro de uma pessoa diferente, mas impossivelmente familiar, só que mais velha: Liam, irmão mais velho de Seth, morto há três meses atrás.

-Seth – Alice começou pondo a mão no ombro do amigo.

-Não temos tempo para isso – ele disse bruscamente, virando o computador para si e voltando a digitar nele com fúria – Volte para pista Bella, se quisermos salvar a vida do Edward, temos que correr. Pelo menos, para ele, nós ainda temos dois dias e meio.

Obedeci. Ele estava certo. Edward tinha tempo. Edward ainda estava vivo, podíamos fazer alguma coisa por ele, já que por nossas famílias não pudemos fazer nada.

Voltei para a estrada, correndo mais do que antes.

Correndo contra o tempo.


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Notas finais do capítulo

E aí,o que acharam? Comentem,seus comentários me enchem de alegria. Também quero saber o que estão achando, se a hisória está legal,se precisa demais alguma coisa. Por favor, adoraria saber a opinião de vocês. Bjinhus



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