It Will Rain escrita por Hoppe
Notas iniciais do capítulo
Musiquinha *-*: It Will Rain - Bruno Mars (divo!)
Enjoy õ/
A raiva que a consumia era tão avassaladora, que ela não sentia nada além de mais raiva enquanto tentava escalar inutilmente a estúpida árvore e logo em seguida, cair de encontro ao chão.
Seu corpo fora de impacto com a terra novamente, ela soltou um grunhido de frustração e se colocou se pé, sem se abalar.
Por que ele fizera aquilo? Cato Everett tinha algum problema degenerativo mental, por acaso?
Em meio á sua fúria silenciosa, Clove não percebera que havia alguém imóvel detrás de si. Os olhos seguiam seus movimentos, suas tentativas de conseguir chegar ao topo da árvore e conseqüentemente, suas quedas.
Cato desencostou-se da árvore ao seu lado e aproximou-se de Clove, que se preparava para outra tentativa, certamente mais uma vez inútil.
Ela conseguira captar os passos sinuosos e pesados de Cato. Conseguira sentir o vento soprando o seu cheiro de menta e como não reconhecer aquela estranha sensação de quando ele sempre estava por perto? Rapidamente, ela virou-se para trás empunhando a faca, encostando a ponta dela no pescoço dele.
– Você sabia! – ela exclamou, não dando tempo á ele para se recuperar do susto – Por que fez isso?
– Do que está... Falando? – ele perguntou em um murmúrio, tremendo sob a ponta da faca que continuava a ser pressionada contra o seu pescoço.
– Você vai ser voluntário! – ela cuspiu, apertando o cabo da faca com as mãos trêmulas. Ele arregalou os olhos em surpresa.
– Como... Soube?
– Enobaria me contou – a voz de Clove continuou com o tom agressivo – Se ela não me contasse, era capaz de eu saber apenas no dia da colheita. Pelo o que eu sei, você não pretendia me contar, não é?
Ele permaneceu em silêncio, a dor nos olhos de Clove era evidente, era intensa, era impossível de não ser vista. Cato rapidamente abaixou os olhos e a dor se foi, por curtos instantes, por que logo em seguida, ele voltou os olhos ao dela.
– Você sabia... Sabia que eu também seria voluntária! – ela murmurou abaixando a faca, contudo, suas mãos continuavam a apertá-la com tanta força que os nós dos dedos estavam brancos – Por que...?
Ela recuou um passo á medida em que Cato dava passos largos para perto dela.
– Clove... – ele tentou.
– Afaste-se, Everett! – ela voltou a apontar a faca em direção á ele – Eu posso fazer um estrago... Você sabe disso. E posso poupá-lo de uma morte mais dolorosa nos games.
Ele não intimidou-se com suas palavras, deu mais longos passos em direção á ela. Clove continuou a recuar para trás e em frustração, ela parou e aproximou a faca dele para novamente intimidá-lo.
Mas dera errado. Clove sentiu o impacto da lâmina contra a pele dele, ouviu o barulho da camisa sendo rasgada junto de sua pele.
Ela parou, estática e olhou para a faca em suas mãos, ensangüentada. Cato parou e observou seu braço. O sangue escorria para o resto do tecido da camisa, o corte não fora profundo.
– Eu disse para se afastar... – Clove murmurou, piscando atordoada, ainda em choque, controlando a vontade de examinar o ferimento. Cato levantou os olhos ao dela e riu.
– Oh, claro. Tenho tanto medo de Clove Spalding com suas facas que eu obedecerei ela – ele falou em um tom de sarcasmo e zombaria, que a irritou profundamente, enquanto examinava mais de perto o estrago em seu braço.
Ela lhe deu as costas e ele bufou, voltando a dar largos passos em direção á ela. À medida que continuava a andar pelo bosque, contra a corrente fria de ar, o corte aberto em seu braço ardia.
– Ah, mas que droga Spalding! Será que pode me ouvir? – ele resmungou entre dentes, parando de andar e colocando a mão sobre o corte.
– Por que eu ouviria você? – ela parou, contudo, permaneceu de costas para ele. Continuava a apertar fortemente a faca ensangüentada. Pela visão de Cato, Clove lhe parecia uma perfeita assassina. Fria, inabalável e um tanto cruel.
– Porque eu sou Cato Everett, o cara mais lindo e sexy do Distrito 2 – ele tentou afastar o clima pesado e tenso que pairava por ambos, sem sucesso. Seu sorriso de zombaria e divertimento se apagou enquanto Clove se virava de volta para ele.
Ela ainda mostrava-se inabalável e fria, a faca ensangüentada em sua mão lhe conferia uma impressão de crueldade.
– Por que... Nós somos amigos – ele engoliu a seco – Ainda somos não é?
– Ou éramos... – ela murmurou, os olhos verdes fixos na terra, vazios e frios – Isso depende de você...
– Depende de mim?! – ele exclamou em indignação – Se está pensando que vou desistir de ser o voluntário, está muito en...
– Ótimo, então não somos mais amigos! – ela levantou os olhos aos dele, a dor voltou intensa, mas logo, ela os abaixou e lhe virou novamente as costas. Contudo, Cato moveu-se agilmente, prendendo a mão ensangüentada em torno do pulso dela.
– Está sendo infantil, Spalding... – ele murmurou entre dentes.
– Quem está sendo infantil aqui, ein? – ela o fitou por sobre o ombro. A dor ameaçou voltar, mas a fúria de dentro de Cato era tão intensa, que a dor não fora sentida – Por que não desiste logo disso? Vai poupar uma amizade...
– Do mesmo modo que eu desistisse, eu perderia essa amizade...
– O que está insinuando? – ela tentou se soltar de seu aperto – Que não sou capaz de ganhar esses games? Que eu não sou capaz de me manter viva na arena e estraçalhar os pescoços dos adversários?
– É isso mesmo, querida... – ele lhe abriu um sorriso de deboche, fazendo-a se irritar profundamente.
Ela tentou se soltar novamente com movimentos bruscos, sem sucesso. E sem saída, ela o chutou no meio das pernas, pegando-o de surpresa. Ele reprimiu o gemido de dor e dobrou o corpo, caindo no chão de joelhos.
– Ainda não sou capaz, Cato? – ela sorriu triunfante para ele, vendo se contorcer de dor no chão.
Cato levantou os olhos para ela e a garotinha de há 10 anos atrás voltou á sua mente.
“- Ainda não sou capaz, Cato? – ela perguntava com os grandes olhos esmeraldas cintilando em sua direção. Sua determinação e força junto de seu tamanho e sua voz infantil, o fez rir.
– Um dia, querida... – ele lhe abriu um sorriso de zombaria”
Com agilidade, Clove girou a faca em suas mãos e apontou para Cato. Ele respirou fundo recuperando-se da dor e se levantou cambaleante.
– Acertou em cheio, querida... – debochou com a voz ácida rindo com escárnio, tentando se manter de pé. Ele levantou o rosto e fez um sinal para que ela se aproximasse.
Ela aproximou-se cautelosamente, o som mínimo dos passos sinuosos era abafado pelo forte e grave trovão que avisava a aproximação da chuva.
Clove preparou-se para o próximo movimento certeiro, a mão fechada em punho preparada para socá-lo no estômago, contudo, a mão de Cato voltou a se prender em torno do pulso dela.
Ele a imobilizou, agarrando seu braço com a outra mão e a empurrando contra a árvore mais próxima, de forma brusca. Ela deixou a faca escapar de suas mãos e cair no chão.
– Você nunca foi capaz, Clove... – os olhos de Cato haviam amolecido, sua expressão estava serena, neutra, embora continuasse a apertá-la cada vez mais forte – É por isso que estarei lá...
– Não sabe o que está falando... – sua voz saiu cortante e entre dentes, sentindo-se cada vez mais irritada por ter os olhos gélidos de Cato sobre si. Ela não precisava de alguém que a protegesse na arena, e aquilo não era permitido.
– Não somos mais amigos... – soara como uma pergunta.
– Eu odeio você... – ela sorriu-lhe amargamente do qual fora retribuído por um sorriso de escárnio.
– Também odeio você... – murmurou ele – Mas eu ainda estarei nos games, posso tentar atrasar sua morte...
– E depois, quando restar apenas nós dois, iremos lutar até que reste apenas um de nós dois... – ela completou.
– Por que nós nos odiamos... – ele arqueou a sobrancelha em direção á ela.
Ela abaixou os olhos dos dele e suspirou, seus músculos relaxaram e Cato diminuiu o aperto no instante em que ela deixava a posição de ataque.
– Sua maior preocupação era essa? – perguntou ele depois de um longo silêncio, os trovões tornavam-se cada vez mais graves e o vento começara a soprar – Que no final, tivéssemos que lutar até a morte de um de nós?
O silêncio se estendeu por longos minutos, e por fim, ela assentiu.
– Mas... Nós nos odiamos agora... – ele falou em tom de divertimento – Temos um motivo para isso.
– Mas no fundo, sabemos que é mentira... – ela o cortou – Nós não nos odiamos, até a uma semana atrás estávamos lutando por divertimento, estávamos treinando juntos como sempre fazíamos. Até a uma semana atrás, éramos amigos. Como chegamos á isso?
Ele a encarou em silêncio, estático diante de suas palavras, cada uma delas o acertara certeiramente. O silêncio voltou, mais cruel e impiedoso. As palavras haviam fugido dele, havia um branco em sua mente, e agora eram apenas as palavras de Clove que ecoavam pelo vazio.
Outro trovão soou, dessa vez mais forte sobressaltando ambos. Cato olhou para o céu e assustou-se com a escuridão das nuvens.
– Diga algo... – ela murmurou, sua voz atingindo um tom de súplica. Todo aquele silêncio a destruía.
– Vai chover... – sussurrou ele sentindo pequenas e finas gotas d’água molharem seu rosto.
Clove levantou o rosto, seguindo os olhos de Cato e observou o céu escuro. As gotas começavam a cair com mais rapidez e densidade, ficava mais forte, até tornar-se torrencial.
O vento forte junto da chuva fria atordoava seus sentidos, ela não sentira quando Cato diminuíra o aperto, mas sabia que seus corpos continuavam em contato.
– Acho que devíamos estar chorando nesse momento... – ela falou, sua voz abafada pelo barulho da chuva.
Ele abaixou os olhos para ela e arqueou a sobrancelha, abrindo-lhe um sorriso de deboche.
– Por quê?
– Não acha essa situação trágica demais? – ele viu um sorriso de divertimento se abrir no rosto de Clove. Ambos riram em sincronia sob o barulho da chuva, que tornava-se cada vez mais alto.
– É por isso que a chuva está aqui... – murmurou ele – Finja que ela esta chorando por nós dois.
Clove fechou os olhos, os cabelos ensopados grudavam contra o pescoço e seu corpo tremia involuntariamente, mas o calor que emanava de Cato a reconfortava.
E então, ela sentiu algo roçar em seus lábios, algo frio e soube quem era quando a fragrância de menta a envolveu. Seus olhos se abriram em surpresa e ela o viu, perto demais de si.
Não havia mais espaço entre ambos, o gosto de menta a entorpecia mais e as mãos de Cato a mantinham imóvel, sem conseguir se mover.
Ele soltou seu pulso, levando a mão para o seu rosto, aproximando mais seus lábios dos dela. Ela afastou-se dele, ofegante, mas ele a pressionou mais contra a árvore, selando seus lábios novamente.
– Você me odeia... – ele murmurou contra os lábios dela, Clove conseguia senti-lo sorrir – Real ou não real?
Outro trovão soou, ela mantinha os olhos abertos próximos aos dele. As respirações dos dois se misturavam em apenas uma e tudo aquilo a atordoava ainda mais. Ela piscou os olhos com força, tentando absorver a pergunta.
– Não real... – respondeu a primeira coisa que lhe viera à mente, mas soube que fora a mais pura verdade.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Ham... Ok, querem me bater agora ou depois pela coisinha q eu fiz ai em cima? ._. ~leia-se: merdinha, É~ KKKK Miih u.u oq vale eh a intenção neah? HAUHSAUH espero que vc tenha gostado flor :) e vcs tbm (se tiver outra pessoa lendo, além dela o/) reviews?
Beijoos ♥