Minha vida nunca foi muito facil, isso depois dos 15. Me lembro perfeitamente das longas tardes que eu passava com meus pais e o Russ. Apenas brincando em um parque perto de nossa casa. Cada momento, todos nós estavamos rindo e felizes. 

E os dias que Russ trazia a sua namorada, Wanessa, para casa. Eu odiava aqueles dias, podia ser sua irmã, mas morria de ciumes dele. Queria ser a unica mulher que ele se importava, queria ser para sempre sua irmãzinha. Marco... polo.

 Meu pai era professor de ciências em uma pequena escola perto de casa. Adorava ouvi-lo falar sobre as estrelas. Ou as reações químicas. Minha admiração por ele não podia ser maior. Nem meu amor. 

Minha mãe era contadora, nunca gostei muito dessa profissão. Mas,para mim, minha mãe não podia ser mais bonita. Aquela mulher que vive arrumada. Sempre sorrindo. Tudo que eu queria era crescer e ser igual a ela. 

Nossa familia se resumia a isso. Sempre juntos. Sempre sorrindo. Mas nada pode ser perfeito.... aquele natal. Me lembro perfeitamente do rostos de meus pais, sorrindo e dizendo que iriam compra presentes e logo voltavam. Mas nunca voltaram.... esperei. 

Aquela manhã de Natal, quando acordei senti o cheiro das panquecas de meu pai. Aquelas que eu tanto amava. Levantei rapidamente para procurar meus pais, vi a casa arrumada para o natal. A alegria crescendo no meu peito apenas para minutos depois descobrir que tinha sido Russ quem preparou tudo aquilo. 

Agi de forma inadequada, apenas o afastando de mim.... tanto que ele foi embora. E eu? eu fui para o sistema. 

 Passei por tantas familias, tanto sofrimento.... foi quando conheci o Chad, meu primeiro namorado. Achei estranho, ele era popular e eu era... eu. Mas era bom ter alguem. Ele era gentil comigo. Ou pelo menos parecia, até o dia do baile.... ele tentou ter relações sexuais comigo.... a força. Terminei com ele. Logicamente.

Depois daquele trauma, acabei levando mais tempo para me "reabrir" para o mundo. Cheguei à ficar trancada em um porta-malas de um carro. Apenas para ser devolvida quando já estava machucada. 

Me dediquei aos meus estudos. Queria ser a melhor Antropologa forense do mundo. Estudar sempre, e sempre. Mas então meu avô apareceu. Foi tão bom ver um rosto familiar. Passei a morar com ele. Ganhei uma bolsa de estudos em uma grande universidade. Então conheci Michael... ja estava com 22 anos. E totalmente independente. Me apaixonei pelo meu professor. E sempre passava o dia com ele. Foi o primeiro homem com quem dormi. Sempre foi carinhoso, mas durante as aula nós tinhamos um estranho instinto competitivo. Sempre querendo ser melhor que o outro. Infelizmente, tivemos que nos separar, e hoje vejo que não daria certo. 

Alguns anos depois, começei a trabalhar no Instituto Jeffersonian. Jack Hodgins e Zacharry Eddie trabalhavam comigo. Sem falar no Dr. Goodman, meu chefe. Todos são pessoas incomparaveis.

 Durante um evento de arte, conheci Angela. Um espirito livre, por assim dizer. Bonita , legal e com um grande talento artistico. Acabamos virando melhores amigas. Foi um momento unico. Ter alguem com quem compartilhar tudo. Estar ao seu lado. 

Ela sempre me incentivando a sair e conhecer homens. Mas acho que depois do desaparecimento dos meus pais nunca quis casar. Desde meus 5 anos planejava o meu casamento, ao lado de minha mãe. Depois de tudo o que passei, casar é apenas uma pequena lembrança. Não sou do tipo que casa, que tem filhos e vive para a familia. Acho que nunca serei, nunca conhecerei alguem por que irei me apaixonar e ....

-Me desculpe! - falou o homem qua cabou de esbarrar em mim, me tirando de meus pensamentos. - Nossa! Olha só o que eu fiz! Deixe eu comprar outro café pra você!- eu olhei para baixo e vi minha blusa azul completamente manchada pelo café. 

-Olha, não precisa, de verdade, eu que estava andando destraida... a culpa não foi sua! 

-Claro que foi! Por favor! Deixe eu pagar ao menos o café!- ele falou, realmente preocupado.

-Ok! - percebi que não havia me apresentado- .... prazer meu nome é Temperance Brennan.

-Prazer... Seeley Booth.