Capitol Hunger Games escrita por Azula, AnaCarol


Capítulo 13
Os idealizadores me odeiam.


Notas iniciais do capítulo

Capítulo narrado novamente por Lynn.



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Minha cabeça dói, o que só piora com o som do canhão retumbando em minha mente. Posso sentir um aperto em torno de meu pulso que me conduz, mas não sei para onde vamos.

Acho que fico repetindo a pergunta, porque é só isso que minha mente faz agora.

Por fim eu pisco meus olhos e percebo que Dan está no meio de uma frase. Ele está bravo.

-...boca, Lynn!

Acho que ele quer que eu cale a boca.

Pisco mais algumas vezes e vejo sua imagem carrancuda se aliviar lentamente, e obter uma face de piedade.

-Te ajudar... Você não... Facilitando...

Chacoalho minha mão, querendo desesperadamente me livrar da claustrofobia de seu aperto, mas isso só o faz segurar mais firmemente.

Com a outra mão, Dan puxa meu queixo violentamente para cima. Eu me obrigo a ouvir. Ele pega minha mão com força.

-Escuta agora. - Ele rosna - Eu não fiz aliança com perdedores, então ou você sai dessa, ou vai pra outra melhor.

Em outros tempos eu até riria de seu trocadilho... Mas não agora. Não aqui.

Aceno a cabeça com os olhos arregalados. Ele solta minha mão.

-Ótimo.

Então se vira e continua a andar. E é aí que eu olho para os lados.

Não sei se é possível, mas meus olhos aumentam ainda mais de tamanho.

-Onde está Silena?!

Dan é rápido e me alcança antes que o transe tome conta de mim e eu grite.

Sua mão suja e nojenta tapa minha boca e eu respiro, ofegante.

Tento falar, mas ele continua agressivo, portanto eu prometo a mim mesma tomar muita água depois disso, e ponho a língua para fora da boca.

Num súbito ato de repulsa ele retira a mão de minha boca, horrorizado. Eu me afasto dele até minhas costas tocarem o que antes deveria ser uma geladeira.

-Fica calma. - Ele diz, me encarando. - Fica calma. Ela foi na frente para ver se tinha alguém no caminho. Não dá pra andar com você acordada do mesmo jeito que não dá com você dormindo.

-Como assim?! Por quanto tempo eu dormi? – pergunto.

Um sorriso rude toca seus lábios.

-Dois dias. - Ele fala.

E antes que eu possa protestar, se vira e continua a caminhar, encerrando a conversa.

Mas ainda posso ouvir sua voz murmurar.

-Dois dias. - Ele repete.

 Corro atrás dele e seus passos apressados. Minha cabeça se movimenta de um lado para o outro a procura de assassinos, mas Silena realmente limpou a barra.

-Quantos tributos morreram enquanto eu dormia? - Eu pergunto, mas Dan não parece ouvir. Repito, até quase gritar. - Dan! Quantos mortos?

-Dois. - Ele vira a cabeça levemente o suficiente para estudar meu rosto, mas não o bastante para eu estudar o seu. Então assente. - Um para cada soneca.

Eu não sei se rio ou choro, então apenas me ponho a andar, calada.

 Quase sinto um suspiro me escapar pela boca quando entramos no último prédio antes do ponto de encontro combinado por Silena e Dan, até descobrir que a sorte realmente me odeia.

Dan e eu trocamos olhares preocupados assim que o canhão soa no ar abafado da arena, e eu sou a primeira a disparar ao prédio onde Silena deveria estar.

Consigo reunir forças para não gritar seu nome ao longo do percurso, mas a vejo olhando para uma garota morta no chão.  Conheço seu rosto, Melrose, estudávamos juntas. Seu olhar frio e morto me dá náuseas, em suas costas tem uma faca cravada e ferimentos profundos na testa. Um aerodeslizador rapidamente recolhe seu corpo e ficamos nos encarando.

- Ainda bem que você acordou. – Silena muda de assunto, mas vejo em seu olhar que não gostou de matar Melrose, é claro.

- É... – digo.

Olho para o céu. Sua mudança súbita de cor me assusta. De um azul límpido para cinza escuro.

- Vai chover. – falo e uma gota de água cai no meio da minha testa. – Só podia ser.

A chuva começa a aumentar a intensidade e nos escondemos dentro do prédio. Os idealizadores realmente me odeiam. Estou toda molhada, tenho medo de gripar. Na situação em que estou só vai me prejudicar mais ainda. Regulo minha jaqueta térmica para ficar quentinha e me escondo no saco de dormir, Dan e Silena fazem o mesmo.

- Creio que por enquanto estamos seguros aqui. – Dan diz. – Mas continuem atentas, eles podem estar em qualquer lugar.

Concordo com a cabeça e através de uma janela quebrada vejo a grama molhada. Pergunto-me se Hasse está bem, há dois dias seus gritos invadem minha mente de uma forma violenta, mas sei que é minha imaginação. Eu espero que seja.


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