Leka: Ciudad Sin Fe escrita por Scorpion


Capítulo 7
Sete.


Notas iniciais do capítulo

Olá! Viram? Não demorei! ♥ HAHAHA
Enfim... Obrigada a cada uma de voces. Ta, eu sei, ta chato demais eu sempre agradecendo, mas o que posso fazer? u_u
Capitulozinho meio triste(?), então por favor agarrem seus lenços e não matem todos que passarem por vocês. ♥



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7.

“Bem vindo á prisão novamente, Frankie”.

I

Frank voltou á sua casa depois de comer com Donna e Mikey. Este continuava sendo frio e distante, mas parecia mudar de atitude quando via Gerard sorrindo-lhe. Com esse maravilhoso sorriso exclusivo dele.

Sua vida agora era maravilhosa. Se sentia seguro, confiado e queria pela primeira vez em sua vida. Sendo um realista por excelência não podia acreditar que tudo terminou tão simples, relativamente, mas tampou acreditava no amor, então tudo se recompensava. Pensava em levar Gerard para jantar. Talvez em um lugar elegante, na zona segura de Leka, até poderiam atuar como um casal só para chatear as velhas solteironas e adinheiradas que poderiam visitar o local.

Isso soava bem.

----------X----------

Se preparava para tomar uma ducha quando as batidas contra sua porta chamaram sua atenção.

Abriu com um sorriso pensando que o desesperado de seu... Gerard poderia querer lhe fazer uma surpresa, mas o sorriso caiu formando em seu rosto uma careta aterrorizada quando três homens entraram em sua casa. Quando o terceiro fechou a porta ele supôs que tinha algo errado. Todos eram corpulentos, morenos e se vestiam informalmente. O primeiro, que usava um boné laranja, se aproximou dele e o pegou de surpresa ao lhe cobrir a boca.

-Trouxemos um presente de despedida de Big Jay, garotinho. –Disse outro. Um de olhos azuis e jaqueta de couro cor de café. –Nos pediu que tivéssemos certeza de que você o utilizaria bem.

Então o homem tirou uma seringa de seu bolso.

Os olhos de Frank se abriram e por instinto fez força mas o homem de boné laranja o agarrou e o apertou com mais força, o impossibilitando de fazer qualquer movimento.

-Bif Jay foi bom, garoto. –Continuou o de olhos azuis. –Você não acha que você deve, pelo menos, fazer a tarefa que você prometeu?

Um liquido transparente corria através da seringa. Frank tremeu e pela inércia assentiu com a cabeça.

-Oh, você é um garoto esperto. –Disse o que jaqueta preta que havia ficado encarregado de fechar a porta. –Pensei que demoraríamos mais em te convencer.

-Esperto ou muito covarde. –Admitiu o de olhos azuis que, com a seringa na mão esquerda, fechou o punho direito e golpeou diretamente o abdômen do ex-vendedor. Frank sentiu o ar faltar e tentou com todas as suas forças abrir a boca para sugar, mas a mão do homem que o abraçava dificultava até para poder respirar.

-Iremos roubar essa loja. –lhe deu o que estava segurando. –Você fará o que mandarem, me entende? Ou talvez poderíamos deixar presentinhos como este ao seu adorado vizinho.

O homem lhe soltou a boca. Frank respirou por fim tentando se recuperar do forte golpe ainda.

-Como sabem dele?

-Nós sabemos de tudo, garoto. Então é melhor se comportar bem.

Sentiu medo e começou a tremer.

Havia passado muitas vezes por surras e ameaças, mas nunca haviam incluído outra pessoa. Nunca alguém tão importante como Gerard.

-Por favor, -Suplicou com a voz e o olhar. –não lhe falam nada. Farei o que queiram.

O de olhos azuis sorriu com malicia.

-Bem, primeiro estire o braço e não se mova.

Frank obedeceu. Estirou o braço e se manteve quieto, até mesmo quando a agulha penetrou sua pele. O liquido entrou em suas veias e em seguida supôs que o que continha na seringa era Apora. O efeito seria quase instantâneo e perderia o processo, ele sabia bem.

Seria mais um zumbi, como aqueles miseráveis que se perdiam nas drogas a cada anoitecer.

-Posso... –Gaguejou. –posso lhe deixar uma nota?

O de boné laranja lhe deu um tapa que o fez virar o rosto e sentir uma pulsante dor na mandíbula. Por sorte seus dentes estavam intactos, mas seu nariz estava sangrando.

-O faça, -Ordenou. –mas que seja rápido.

Os homens o vigiavam. Sentia seu olhar detrás do ombro, sempre vigiando o que escrevia. Tendo certeza.

Só pode rabiscar: Tive que sair, volto logo. Frank.

O de olhos azuis começou a encher seus bolsos com um pó amarelo. Era Mayag.

A empurrões o tiraram do prédio.

Começava a se sentir tonto.

Tudo ao seu redor ficou mais azul, amarelo e vermelho.

A Apora começava a fazer efeito.

----------X----------

Apenas sente quando sobe em uma camionete. Flutua quando desce dela e a começa a rir sem razão quando uma pistola se encontrar em sua mão direita.

II

Era sua vez de fechar a loja esta noite.

A clientela diminua dramaticamente quando chegava as sete da tarde. O sol começava a se esconder e mais por política da empresa que por sua verdadeira vontade os empregados tinham que esperar até que o relógio marcasse as dez para poder fechar. Logo teria que fazer contas em cada caixa, para finalmente terminar indo para sua casa as onze ou onze e meia. Mikey sabia que sua mãe sempre rezava para que chegasse em casa bem, e o agradecia porque havia conseguido, em todas as vezes que tentou, mudar o turno noturno. Uma vez lhe ocorreu pedir a sua mãe que suas rezas também fossem pra outra pessoa.

Uma garota de aspecto simples, mas olhar terno. De sorriso tímido e uma agradável conversa. Seu nome era Alicia e talvez ele gostasse um pouco dela. Via a mulher tremer igual a uma folha pelo vento toda vez em que saiam a essa hora e realmente ele começava a sentir vontade de rezar.

Novamente compartilham o turno, então Mikey começava a pensar na ideia de lhe acompanhar até em casa.

-Hey Alicia. –Disse chegando até o caixa sete que é próximo ao seu e onde a garota se preparava para começar. Ela lhe sorri e o saúda com uma mão, como sempre faz, não importa se estão distantes ou perto, sempre agita a mão direita. –Tudo bem pra você se sairmos juntos?

Mikey procura que sua voz soe decidida e normal, mesmo que esteja tremendo por dentro. O olhar da garota brilha e sabe que havia conseguido um sim.

Feliz e cheio de energia se dirige ao caixa oito e começa com o trabalho.

----------X----------

Faltava pouco menos de uma hora para que o turno terminasse, quando eles entraram.

Eram seis homens com atitude estranha, e ligeiramente suspeitos. Mikey apenas pode terminar de saudar o homem que levava a comida para cachorros quando escutou um disparo.

Como se houvessem ensaiado todo se atiraram no chão nesse instante. Mikey, escondido pelo caixa, se levantou um pouco para vê-los melhor.

Se escutava um grande alvoroço, como se todas as estantes e produtos fossem atirados ao chão. Houve um par de disparos mais e os gritos desesperados de Alicia poderiam ser ouvidos com claridade.

Arriscando-se Mikey começou a se arrastar até chegar á ela, mas em seu caminho se encontrou com umas botas no estilo militar que lhe pisou em um braço.

-A onde estava indo? –Perguntou um homem de barba preta e a orelha cheia de brincos pretos.

Mikey sentiu um calafrio quando viu a arma apontada para ele. Então começou a rezar, justamente como Donna havia lhe ensinado. Pediu para poder voltar para casa e abraçar seu irmão, beijar sua mãe e se preparar para outro dia de aula.

Escutou como o homem que carregava a arma e simplesmente fechou os olhos soltando uma lagrima de frustração. Quem cuidaria de Gerard se ele morresse? Essa era sua maior preocupação. Então ele continuou rezando.

-Quando alguém grita “ninguém se move” se supõe que seja por algo, pequenino.

Mikey escuta o grito do gatilho fazendo pressão. Por Deus, agora ele quer chorar, mas não quer morrer como um tolo sentimental.

Espera o impacto da bala sobre seu crânio.

Espera.

E espera.

Mas não chega. Levanta um pouco o olhar e se fixa em quem havia argumentado contra o homem que queria lhe atirar;

-Mas não gritamos “ninguém se mova”,  –Disse quem segurava sua mão. –então isso não aplica. Você tem de deixa-lo ir.

O homem com a pistola solta um bufo, porque quem o deteve tem um sorriso gigante tatuado em seu rosto, como se estivesse em um parque de diversões. Então o da pistola se vai e Mikey solta um suspiro de alivio. Deixa sair o ar contido em seus pulmões e logo volta a inspirar e descobrir a identidade de seu salvador.

Ali está Frank com um sorriso enorme, mas com um olhar que reluz inapropriadamente para esse gesto feliz. Ali está o que faz seu irmão sorrir, o que o faz mais feliz do que qualquer droga.

Ali está quem não deveria desprezar e quem tinha que deixar tudo passar.

Seus punhos se fecham quando este lhe diz “Olá” e pode ser a pistola em sua outra mão. Ali estava Frank, o... O que seja de seu irmão. Drogado até os ossos. Completamente perdido.

Sentiu fúria. Decepção e vontade de correr e abraçar seu irmão.

Mas não tem muito mais tempo para desprezar esse homem. Se afasta dele e vê os outros na porta levantando as armas e, agora sim, gritando para que ninguém se mova.

Uma rajada de disparos, sem um motivo especifico, cai sobre suas cabeças. Havia ferido alguém, Mikey nota pelo grito de dor e a piscina de sangue que aparece se expandir pelo piso branco. Logo escuta muitos passos, depois sirenes de policia e a continuação é um encontro de lagrimas, sangue e paramédicos que não param de lhe perguntar se está bem.

Mikey só quer ir embora. Só quer voltar para sua casa, e informa ao oficial que lhe dá permissão para ir. Já não se preocupa com Alicia, nem pelo homem ferido na perna. Não importa nada, só chegar em casa, abraçar sua mãe e consolar seu irmão quando o contar a verdade.

“Não deixarei que continue com uma venda nos olhos, Gee”.

III

Gerard leu a nota desacreditado.

Usava jeans justos, uma camisa preta e uma jaqueta de sarja preta. Não marcaram uma hora, mas quando pensava em sair pela noite sabia que o melhor acontecia depois das nove da noite, então nessa hora ele estava lá. Frank cancelar o encontro com um simples bilhete na porta lhe irritava, e também o fazia se sentir curioso. O que devia ter acontecido?

Certamente era algo relacionado ao seu negocio. Gerard não engolia o conto de que a saída desse mundo era com um simples “Quero sair”. Estava 99% certo de que não era assim, mas tampouco queria pensar demais, porque agora tinha que pensar em todas as horríveis possibilidades sobre o que o chefe de Frank lhe houvesse feito.

Não. Melhor não pensar assim.

Melhor esperar que chegasse amanha e entrasse em seu apartamento na primeira hora.

Melhor pensar que estava bem, que logo o veria.

Que ele o amava.

----------X----------

A porta se abriu terrivelmente, e Gerard se levantou da cama para ver seu irmão agitado e suado. Donna chegou na sala ao mesmo tempo que seu filho e também ficou em choque ao ver o menor de suas crias com esse aspecto deplorável.

-Assaltaram a loja. –Foi a primeira coisa que disse ainda sem fechar a porta. Mikey tinha os olhos bem abertos e o rosto pálido. Era uma imagem assustadora. Gerard não queria se aproximar, mas desviou o olhar de sua mãe, que havia ido fechar a porta e sentar o filho menor sobre o sofá.

-Acalme-se Mikey. –Disse Donna em uma voz sussurrante. –Está tudo bem, –Beijou sua testa. –está tudo bem. Você está bem, e isso é o que importa. Já passou.

-Não. –Mikey negou com a cabeça. –Não está tudo bem. Foi ele. Ele assaltou a loja. –Seu rosto estava desesperado. E com essa mesma expressão olhava diretamente para seu irmão.

-Quem Mikey? –Gerard enfim falou. –Quem é “ele”?

-Frank.

IV

Leka é uma cidade.

As vezes esquecemos, mas continua sendo uma cidade, com habitantes, prédios e luzes. Os serviços não são os melhores, mas existem; e como toda a cidade conta com oficiais de policia que chegam ao lugar meia hora depois de ser chamado, que se escondem atrás de arvores até que o tiroteio tenha terminado, e que são incompetentes quanto ao seu trabalho.

Em Leka também há tribunais e uma prisão nos arredores. Normalmente as denuncias são colocadas em uma estante e poucas vezes voltam a se abrir.

Assim é o sistema judicial em Leka. Mais cega que de costume, de uma forma muito literal.

Frank não se surpreende quando os carros da policia os perseguem em velocidade média, mas realmente lhe surpreende que um dos que corre ao seu lado o empurre e o faça cair no momento em que a policia chega. Tampouco lhe surpreende que só capturem ele e deixem os demais ir.

É Leka.

Com os níveis de Apora diminuindo em seu corpo chega a confusão e a dor de cabeça constante. Frank é empurrado em uma cela fria e pouco higiênica. Lhe dizem que amanha é seu julgamento e isso sim é uma surpresa. Tantas pessoas que esperam por ver seu caso aceito, por ter provas para levar ao tribunal, e ele, que sempre acreditou na possibilidade de mudar o mundo, estaria com um juiz na manha seguinte. Definitivamente isso não soava como competência, sem como corrupção. Talvez o que as outras pessoas precisassem para que seus pedidos fossem atendidos era ser vendedores de drogas com muitos contatos.

Mas assim é Leka.

Sem fé, sem autoridade, sem repeito.

E ali está Frank, vitima da fome, das drogas, e sem a possibilidade de fazer uma ligação.

“Bem vindo á prisão novamente, Frankie”.

----------X----------

No próximo...

8.

Há coisas ruins que acontecem e uma pessoa não pode evitar. Duas pessoas não podem mudar o mundo.

-Cinco minutos Iero.

O policial grita e Frank se coloca de pé.

-Eu gostaria de ter tido coragem para te dizer de outra forma, Gee. –Sorriu. –Eu te amo.


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Notas finais do capítulo

NÃÃÃO! FRANK! VOLTAAAAAAAA! *chora*
Preciso lhes avisar que apartir de agora eu tambem sou leitora! Sim, ainda não terminei de ler a fic toda! Só li alguns pedaços, porque sou curiosa. rs Então... Né? ♥