Just In One Direction escrita por CostaSalazar
Já era de noite e Zayn ainda estava na cama. Desde que chegara a casa e se deitara não mais se levantara. Dormiu, acordou, voltou a dormir e estava novamente acordado a pensar no amigo e na noite angustiante que passara. Adormecera com esse sentimento e estava a acordar com ele: precisava também ele de ser ouvido e consolado. Também para ele Niall era um grande amigo. Um amigo a quem sempre prometera proteção e agora, ali, perante aquela situação, sentia-se completamente impotente. Só lhe apetecia fechar os olhos, dormir e constatar que tudo não passara de um pesadelo ao abri-los. Nisto toca a campainha.
- Foda-se! Não sabem levar as chaves estes gajos? – Reclama Zayn a dirigir-se à porta.
- Ui! Já vi que não estás para visitas…
Ele riu-se.
- Oh! Desculpa. Pensava que eram eles. Entra!
Sofia mostrou um saco ao rapaz.
- Trouxe o jantar para nós os dois.
- Oh! Não era preciso. Eu nem tenho grande fome.
Sofia pousou o saco e explicou-se melhor.
- Nem eu. É um pretexto para ver como estás. Imagino que tenhas passado uma noite horrível mas que não tenhas demonstrado isso a ninguém, só preocupado com todos os outros.
Zayn sorriu e, pegando na mão dela, puxou-a em direção ao quarto.
- E o Niall? Há novidades? – Pergunta-lhe ele sentando-se na sua cama.
- Nada. – Responde-lhe a sentar-se na cama de Liam, ao lado da de Zayn.
Ele suspirou.
- Sabes… eu, não sei porquê, mas não consigo estar tão preocupada como o resto do pessoal. Tipo, tenho a plena convicção de que não se vai passar absolutamente nada de mal. Do género de um sexto sentido.
- Vocês mulheres… - Ri-se Zayn a deitar-se.
Sofia riu-se também e sentou-se na cama de Zayn, bem ao lado dele.
- Hum, olha que perfeito! – Exclama ele ao deitar a cabeça no colo dela, fazendo-a rir ainda mais.
- Já te disseram que és um abusado?
- Deixa ser. Sabe tão bem!
- Deixo por hoje. Só porque mereces.
Ela começou a massajar-lhe a cabeça carinhosamente no silêncio do quarto.
- Não vais adormecer pois não?
- Por acaso…
- Ai de ti! Não vou ficar aqui a olhar para o boneco.
- Aw! Chamaste-me boneco? Eu sabia que era bonito, mas é a primeira vez que me chamam boneco.
- És tão…
- Convencido. Pois sim, já perdi a conta a quantas vezes me chamaste isso.
Ela sorriu-lhe.
- E se fossemos comer o que trouxeste?
- Ah… Agora já tens fome…
Ele dirigiu-se à sala, onde estava o saco com a comida e ela seguiu-o.
- Frango frito, acho que gostas. – Diz-lhe ela.
- Amo!
E assim os dois amigos jantaram por entre assuntos bem mais animados que a situação que os rodeava.
- Acho que tenho de te agradecer. – Diz-lhe ele já de volta ao quarto.
- A mim? Porquê? – Pergunta-lhe ela.
- Por me animares um bocadinho. Estava mesmo a precisar de um momento com alguém, assim, só para falar.
- Não tens nada de agradecer. Eu também estava a precisar.
Zayn ficou a olhá-la fixamente o que a deixou um pouco desconfortável. Ela riu-se de nervosa e ele fez-lhe uma festa na face.
- Ai Zayn! – Exclama ela virando um pouco a face.
- O que foi?
- Estás a deixar-me sem jeito.
Ele riu-se.
- Porquê?
- Sei lá! A forma como me estás a olhar…
O rapaz riu-se novamente.
- Se eu não te conhecesse até dizia que estás apaixonado.
Zayn, desta vez, soltou uma louca gargalhada e voltou a virar-se para ela com o mesmo olhar intenso.
- E se eu te disser que estou?
Sofia arregalou os olhos e ficou por momentos sem respiração.
- Eu estou a brincar contigo rapariga! Relaxa! – Sofia soltou um suspiro. - Tipo, “só sexo, nada de compromissos, nada de paixões”. Foi o nosso acordo.
- És mesmo estúpido! – Brinca ela dando-lhe uma sapatada no braço.
- Mas agora a falar a sério: foi bom estar contigo hoje numa de amigos.
- Até parece que já te estás a despedir… Queres que me vá embora agora?
- Não trenga! – Diz-lhe ele abraçando-a fortemente.
- Eu também gostei deste tempinho contigo.
Mas Zayn começou a falar de Débora, de Niall, da noite anterior, de si próprio e como se sentia relativamente a toda aquela história. Ficou um pouco melancólico e Sofia apenas o ouvia. Quando uma lágrima lhe chegou ao canto do olho, antes que ela deslizasse o rosto dele, ela limpou-a. Ele calou-se, sorriu-lhe e aconchegou-se no ombro dela.
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