No Capitulo Anterior :

O para-brisas explodiu, se transformando em uma cascata de vidro estilhaçado. As três gritavam enquanto o carro capotava. De repente, os gritos cessaram, não havia mais som de nada, nem choros, nem respirações, nem corações batendo. Não havia mais vida dentro daquele carro.

* * * * * * * * * *

Isabella estava retomando seus sentidos aos poucos. Sua cabeça latejava e seu supercílio ardia, como se estivesse em carne viva e alguem colocasse sal. Estava assustada com todo aquela barulho que zunia em seu cérebro, ela escutava conversas desconhecidas e seu nome saindo da boca de estranhos, em vários tons de alegria e admiração. Três vozes se destacavam das demais, elas eram poderosas e soavam com uma alegria intensa, daquele tipo que nos deixa sem ar.

Bella tentou puxar na mémoria o que aconteceu para ela estar naquele estado de semi-inconciência. Ela se lembrava de duas garotas, uma alta e loura e outra baixa e morena. Não se recordava do nome delas, mas sabia o qual especial elas eram.

" Bells, Pare! " A voz da garota morena com cara de fada ecoava em sua cabeça, a deixando confusa. De onde ela as conhecia? E porque parecia tão errado não lembrar delas?

De repente, o cenário mudou, cacos de vidro voavam em sua direção, rasgando-lhe o rosto. Gritos agudos das duas castigava sua conciência. Ela descobriu que estava em um carro e ele girava. Antes da escuridão levá-la, Bella conseguiu ter um vislumbre das duas lindas garotas. Seus olhos encheram d'água, não pela dor que sentia, não, ela ficou assim porque viu os rostos machucados e cheios de sangue. O último sentimento que teve foi o de desespero ao ver que nenhuma delas respirava. Por causa da mesma, duas pessoas que ela não conhecia mas sabia que amava, estavam mortas.

As duas estavam mortas, suas melhores amigas não estavam mais respirando.

– Não. - sussurrou, a cabeça virando lentamente em negação. Não, Não, Não, NÃO! - Ela se sentou bruscamente - Oh Meu Deus, Alice, Rose, não, não, não...

– Shhhhh, calma meu bem- Escutou uma voz materna consolando-a enquanto rios de lágrimas deciam por seus olhos. Braços estavam ao seu redor, na tentativa falha de acalma-la, mas ela não queria calma, queria Alice e Rose, queria ver como elas estavam.

– Esme Pelamor-de-tudo-que-é-mais-sagrado, abra essa merda- A voz de um homem estava tingida de angústia enquanto ele batia violentamente na porta. Bella, automaticamente se encolheu de medo. Será que aquele homem queria machucar a ela ou a mulher gentil que a consolou?

– Edward. - Ralhou a mulher. Bella parou para observa-la. Ela parecia ter uns 26 anos. Seu cabelo cor-de-caramelo formava uma pequena costina em torno do seu rosto pálido que parecia de granito e os olhos expressivos tinham a cor de um caramelo liquido. A expressão era severa, mas não escondia seu jeito cativante e maternal. - Você a assustou. Esssa é a primeira impressão que quer dar? A de um maníaco?

Um suspiro foi dado do outro lado da porta. Só pelo som, Isabella conseguiu saber que ele se sentava apoiado na parede.

– Não demore muito mãe, é apenas o que eu te peço, já esperei tempo demais. - Sussurrou com a voz sofrida.

– Claro querido. - Ela se levantou e foi até uma porta, lá Isabella descobriu ser o banheiro. Enquanto Esme estava no banheiro, Bella começou a analisar o quarto em que se encontrava. Todos os moveis tinham tons variados de branco e dourado, parecia aqueles quartos típicos de princesa. Se colocasse alguns porta-retratos e brinquedos seria a cópia fiel do quarto que ela tinha aos oito anos. Ela se lembrava exatamente de tudo que aconteceu naquele dia, o quanto ela ficou animada quando viu o quarto com a mobília nova, Alice e Rose ficaram histéricas, muito feliz pela amiga...

– Oh querida, não chore. - Disse Esme, sentando ao lado dela e passando um pano umido no seu rosto que tinha um aspecto porcelana. Ao sentir a temperatura confortavelmente quente, seus olhos se fecharam - Não chore, você está deixando uma pessoa que está logo ali desesperada...

–Alice e Rose. - Cortou a frase sem sentido de Esme - Com-como elas estão? - Indagou. Bella não queria perguntar se elas estavam mortas. Dizer a palavra em voz alta parecia torna-la mais real.

– Elas estão bem, já acordaram a algum tempo, estão juntas no jardim.

O coração de Bella se encheu de alívio. O sentimento era tão bom, tão grande que lhe causou uma pequena falta de ar. Um sorriso enorme se espalhou pelo seu rosto enquanto ela processava aquelas palvras e um risinho escapous de seus lábios, antes presos em uma linha fina pelo medo das palavras que se seguiria.

– Você fica tão linda sorrindo, assim como antes. - Bella olhou em dúvida para Esme, elas haviam se conhecido a poucos minutos, com saberia como ela fica sorrindo? - Érr, não se preucupe com elas, sim?

Bella apenas assentiu, mas não pode evitar o pensamento que dizia que ela nunca iria parar de se preucupar com as irmãs, nem quando elas estiverem beeeem velhinhas e não puderem quase se mover ela ainda cuidaria de Rose e Alice.

– O que aconteceu? - Perguntou, num sussurro.

– Como?

– O acidente, o que aconteceu depois?

– Bem, - Esme se mecheu desconfortavel na cama - Você sabe como aconteceu o acidente não é? - Bella assentiu - O seu lado foi o mais atingido, mesmo que inconcientemente você jogou a sua parte do carro contra a árvore antes de capotar. - Disse com um orgulho mal-disfarçado por Bella pensar nas irmãs antes dela mesma.

– Eu só não podia deixar elas pagarem po um erro meu, afinal, eu estava dirigindo o carro, eu insisti para sairmos mais cedo, mas, pensando bem, mesmo que não fosse por minha culpa, eu ainda faria a mesma coisa - admitiu, olhando para as mãos. - Eu não consigo ver a minha vida sem Rose e Alice.

– Hey, - Esme puxou Bella para o seu colo e acariciou seus longos e sedosos cabelos castanhos-avermelhados. A morena se aconchegou, aceitando o consolo. - Vocês apenas estavam no lugar errado, na hora errada, a culpa não foi sua.

– Mas... Como sobrevivemos?

– Eu não posso te dizer isso agora, mas logo você irá saber querida, eu prometo.

– Você não pode adiantar só um pouco? - Pediu, os olhos brilhando e o lábio inferior se projetando num biquinho. A expressão era irrecusavel, não tinha como negar qualquer coisa para ela.

Esme riu - Digo-lhe uma coisa. Esqueça o mundo que você conhecia, se prepare para um novo mundo. [...]