A casa número doze do Largo Grimmauld, localizada no subúrbio de Londres, é a sede da Ordem da Fênix. A mansão pertence à família Black há gerações, mas hoje ela pertence a Harry Potter, herdeiro de Sirius Black, o último herdeiro da família Black. As marcas da família Black se estendem à tapeçaria, às porcelanas, e ao elfo Monstro, que permanece fiel aos seus antigos senhores.

-         Dumbledore permitiu que as trouxessem para cá. Hoje vocês dormem aqui.

-         Onde nós estamos? Como viemos parar aqui? – Vivian estava assustada e confusa.

-         Vi, presta atenção! – Catarina segurava Vivian pelos ombros, olhando bem dentro de seus olhos. – Lupin e Tonks são bruxos, nossas mães também eram, assim como nossos avós maternos. Aqueles com aquelas máscaras prateadas também, só que eles são do mal.

-         Como você sabe disso? – perguntou ainda sem entender direito.

-         Hector me contou.

-         Ele também é?

-         Isso eu não sei dizer, você terá de perguntar a ele. – mentiu para não quebrar a promessa que havia feito ao amigo.

-         É melhor entrarmos, os trouxas são muito curiosos. – disse Lupin.

-         Trouxas? – Vivian ainda sem entender.

-         Lá dentro eu explico. – respondeu Lupin.

Ao entrarem na casa foram recebidos por um ser baixo e muito esquisito que estava reclamando o fato de que agora que teriam trouxas dentro da mansão Black e amaldiçoando o menino Potter.

-          O Harry agora é seu dono, deveria ter mais respeito por ele. – brigou Lupin com ele.

-         O perdoem, Monstro é um elfo domestico muito ranzinza, mas seve bem a esta casa. – disse um senhor de longos cabelos e barba branca que vinha em direção a eles.

-         Sou Alvo Dumbledore, e vocês são Catarina Drum e Vivian Lee, estou certo?

-         Sim. – responderam juntas.

-         Desculpe senhor, - Catarina um pouco sem jeito – mas eu acho que lhe conheço de algum lugar. Seu nome e seu rosto não me são estranhos.

-         Com certeza senhorita Drum. – disse sorrindo para ela. – Temos uma conhecida em comum, a senhora Mitch, ela me falou sobre a senhorita e fiquei muito curioso em conhecê-la. Ela me falou coisas bastante interessantes, mas agora não é hora dessas perguntas serem respondidas. Devem dormir e amanhã teremos tempo bastante para todas as respostas, inclusive as suas senhorita Lee.

         As duas apenas assentaram com a cabeça em resposta e foram levadas a um dos quartos, onde havia uma bandeja com chá para elas. Assim que tomaram o chá, as duas adormeceram.

oO.Oo

         Na manhã seguinte, em frente a uma antiga propriedade a oeste de Londres, cercada por muros altos e um lindo portão de ferro na frente com um enorme D desenhado no portão, estavam Catarina, Vivian, Lupin, Tonks e Dumbledore.

         Via-se que mesmo não sendo muito grande havia bastante espaço, apesar de estar com um ar de abandono.

-         Esta é a sua casa, ela foi encantada por sua mãe com um encantamento muito poderoso, nem Dumbledore conseguiu entrar. – comentou Lupin.

Catarina tocou no portão e de repente ele se abriu para eles, às proteções se desfizeram e um elfo doméstico apareceu no portão.

-         Bom dia! Eu me chamo Duke. – disse o elfo num tom de alegria. – Estávamos a sua espera, por favor, entre!

        Todos seguiram o elfo, e ao passarem todos pelo portão ele se fechou e as proteções se refizeram sozinhas, passaram por um lindo jardim todo florido e bem tratado, uma visão completamente diferente da que se tinha do lado de fora dos muros e portões da propriedade, e era muito maior do que aparentava inclusive a casa, que de fora dos portões parecia ser simples de um só andar, mas agora ela era maior e tinha dois andares.

       Ao entrarem pela porta estavam num pequeno hall que à esquerda dava para uma sala ampla de dois ambientes. Na sala, havia mais três elfos a espera deles enfileirados ao pé da suntuosa escada que levava ao segundo andar, ela se localizava à direta de quem entra, possuía um vistoso tapete vermelho cobrindo os degraus de mármore azul.

       Perto do começo da escada havia um enorme espelho, que Catarina achou muito imponente (mas o que se desconhece é a ambigüidade de seu uso).

      A casa cheirava a rosas, estava impecavelmente limpa e trazia uma gostosa sensação de lar. Um dos elfos, o que parecia mais velho, se aproximou apresentando-se.

-         Bom dia senhorita Drum, senhores, senhoritas. Eu sou Robert, o elfo encarregado, estas são Ruby e Dolly. Duke já deve ter se apresentado.

-         Sim. – respondeu sorrindo para o elfo.

-         A senhora pediu que lhe entregasse esta carta se por ventura algo acontecesse a ela e a mãe dela e a senhorita Drum conseguisse passar pelos portões. – entregou uma carta a Dumbledore fazendo uma reverencia.

-         Obrigado, Robert. – disse guardando a carta. – Lerei depois, creio que estejam ansiosas para conhecer a casa. – disse virando-se para elas.

-         Sim. – disseram.

-         Por aqui senhorita! – disse a elfa Ruby, dando um passo à frente.

-         No andar de baixo fica toda a área social, sala de estar e jantar. – disse apontando para a sala onde estavam.

      A sala tinha uma grande bay window, que iluminava bastante o ambiente, todas as janelas portavam lindas cortinas de tafetá e voil nas cores azul colonial e branco. Havia um confortável banco de madeira sob a bay window, vários sofás, uma mesa de centro e uma discreta lareira para as noites frias, onde se podia ver sobre ela o brasão da família. Na flâmula superior o nome da família Drum, o manto meramente decorativo, no caso dos brasões mais antigos representa a capa dos cavaleiros, as cores da família, um azul forte e amarelo ouro, o elmo simboliza a cavalaria que ganhou por mérito, o escudo possuía o desenho de um imponente passaro de um lado e do outro um magnífico leão, na flâmula inferior possui o lema da família “Non ducor, duco”. (Não sou conduzido, conduzo).

     Na parte onde seria a sala de jantar, que ficava mais próxima da porta da cozinha, havia uma grande mesa, de uns doze lugares, e um bufet que acompanhava a largura da mesa.

-         A cozinha fica por aqui. – indicou o caminho, fazendo-se seguir.

     As duas seguiram a elfa acompanhadas de Lupin e Tronks. Passando a cozinha, que era bem simples, havia outra sala, bem maior que a anterior, esta possuía uma enorme lareira e grandes sofás, extremamente confortáveis, num canto da sala havia uma mesa redonda revestida de camurça verde. – Uma mesa de carteado. – Comentou Vivian. Em um outro canto da sala junto a uma grande estante recheada de livros estavam duas poltronas de leitura que Cathy reconhecera.

-         O canto de leitura. – comentou baixo.

-         Sim, senhorita. A senhora e a mãe dela passavam horas ali lendo. – comentou a elfa enquanto indicava outro corredor que dava em mais três cômodos, um escritório que tinha uma pequena mesa onde havia papeis, tinteiro e penas, suas paredes eram revestidas de prateleiras onde se podia encontrar vários tipos de livros. E mais dois quartos com camas e pequenas cômodas para roupas.

       Os cincos voltaram para a porta de entrada principal onde haviam deixado Dumbledore e os outros elfos.

-          No andar de cima ficam as quatro suítes. – Explicou a elfa.

       Catarina estava maravilhada com a casa e com os elfos assim como Vivian. Ela se perguntava mais do que nunca porque sua mãe nunca falara sobre o mundo mágico e esta linda propriedade, que agora era dela.

       Subindo agora a escada que dava ao segundo andar Ruby indicava a todos os quartos. À direita havia um hall que possuía várias poltronas e dava acesso a três suítes, a primeira possuía uma pequena lareira e um closet, tinha um acesso individual à varanda que contornava a frente da casa que tinha mais dois acessos, nos dois halls que antecediam os quartos do andar. Ao lado dessa suíte, havia uma outra também com um closet, um pouco menor que o outro.

      A outra suíte era menor e possuía um belo armário antigo à esquerda de quem entra, do outro lado ficava o banheiro que dava acesso direto a quarta suíte, que era bem espaçosa, tinha um belo armário, bem maior que o outro, mas igualmente antigo. Esta tinha uma saleta que tinha poltronas e uma mesinha de centro, ela dava direto ao pequeno hall que ficava do outro lado da escada de acesso ao segundo andar, onde também se tinha acesso à varanda. Na varanda podia-se ver uma área reservada do andar térreo que ainda não haviam ido, só tinha um acesso, possuía uma mesa redonda, cadeiras e várias plantas.

      Catarina imediatamente visualizou sua família ali, confraternizando, como sempre faziam. Isso a deixou um pouco triste, mas não deixou que percebessem.

-         Nós vamos ficar neste lado da casa, Cathy?

-         Se você quiser, Vi. Qual quarto você quer?

-         Podemos ficar com esses que dividem o banheiro, ai ficaríamos juntas. O que acha?

-         Certo! Então eu fico com este e você com o outro.– e entrou no quarto que possuía a saleta.

oO.Oo

         Catarina nem reparou a porta se fechando atrás dela, observava mais atenciosamente o amplo quarto nas cores branco e rosa claro, com uma cama de solteiro bem grande, com dorcel de madeira na cor branca, com um leve tecido transparente na cor rosa. O enorme armário, também de madeira na cor branca e detalhes em rosa num dos cantos do quarto, no outro uma penteadeira com um enorme espelho todo trabalhado.

        Em cima da cama ela encontrou uma carta com uma letra conhecida: “Para a minha Princesa”. Ela pegou a carta correndo, abriu e começou a ler.

oO.Oo

       De repente ouviu-se um grito e Vivian chamando por Catarina. Passou pelo banheiro para ir ao quarto de sua prima e a viu ao lado da cama com uma carta na mão, com um sorriso que não cabia em seu rosto e alcançava os olhos.

-         Cathy! Somos bruxas! – dizia eufórica, nem reparou que sua prima não estava tão feliz assim. – Bruxas! – frisou.

-         Eu também recebi uma carta que dizia isso! – disse tentando parecer um pouco animada.

oO.Oo

-         Como assim bruxas? – Lupin e Tonks estavam surpresos.

-         Vivian e Catarina foram enfeitiçadas e tomavam porções para que seus poderes ficassem ocultos, suas mães as estavam protegendo. – explicava Dumbledore. – A carta que me foi entregue confirma isso. Mas eu já desconfiava.

-         Como assim? – perguntou Catarina parecendo incomodada.

-         Lembra que eu falei da senhora Mitch? Pois bem, ela veio me ver noutro dia e falou da sua conversa com a filha dela.

-         Espera um instante. A senhora Mitch está morta. – disse Catarina sem entender.

-         Sim, mas ela era diretora de uma escola mágica, portanto quando morreu ela foi parar num quadro ao lado dos diretores anteriores, assim pode aconselhar a nova diretora. E podem sair de seus quadros para visitar outros diretores como eu.

-         E o que ela disse para o senhor, para que ficasse curioso a meu respeito e desconfiar que eu pudesse ser uma bruxa? – o tom de Catarina não estava dos mais agradáveis, mas não chegava a ser desrespeitoso com Dumbledore.

-         Bem, ela me disse que ao vê-la conversando com a senhorita Mitch, ela pode observar um pouco da sua assinatura mágica, algo sutil, que somente uma diretora experiente pode ver. Assim como estou vendo neste exato momento.

        A última frase do diretor surpreendeu a todos, pois ninguém além dele estava sentindo magia nela. Catarina ficou tão surpresa com o comentário que saiu totalmente de sua posição agressiva.

-         Vou para o meu quarto! Com licença – disse Catarina se retirando da sala de estar.

oO.Oo

       Era uma da tarde quando Duke foi chamar Catarina para o almoço, o quarto estava vazio havendo apenas um bilhete.

Fui dar uma volta, preciso pensar um pouco. Não se preocupem.

Cathy.