Born Under A Bad Sign escrita por Rock Queen


Capítulo 4
"É natural"


Notas iniciais do capítulo

Eu voltei, e agora é pra ficar! Quem sentiu saudades da tia Rock? o_
Ninguém, eu sei ksdnfdksjnf mas mesmo assim, eu voltei! Voltei cheia de amor pra dar, cheia de ideias, e cheia de desculpas por ter ficado tanto tempo sem postar. Saibam que agora sim, tá tudo nos eixos e eu estou muito inspirada e feliz. Nos vemos láaaa embaixo!



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Ok. Voltemos alguns minutos antes por motivos de entendimento geral.

Eu estava ali perto do lago, fingindo que sabia manusear uma espada direito e ouvindo Remus me mandar ficar atento. E de repente, tudo aconteceu. Rápido demais para que meu cérebro conseguisse processar, óbvio. Antes que eu pudesse sequer pensar em alguma coisa coesa, lá estavam eles do time azul. Todos eles, vindo na minha direção e na de Remus, que parecia encarar aquilo como se fosse seu café da manhã.

– O que eu faço? – Perguntei arregalando os olhos, enquanto eles se aproximavam.

– Oh, é natural. Você vai ver – Ele deu de ombros e assim que os nossos oponentes chegaram a nossa frente eu simplesmente... Soube o que fazer.

É estranho, e talvez até pareça legal, mas não é nada legal. É difícil de entender como de repente você não é mais um garoto tão desastrado e se torna um cara com uma espada na mão golpeando quem vem pela frente. É como se você não fosse mais você, e até se acostumar com a ideia de que esse é você de verdade... Enfim, melhor continuarmos essa história.

Eu conseguia sentir um arrepio percorrer minha espinha a cada golpe que eu dava. Claro, eu não estava sendo lá o McGyver, mas com certeza não estava indo tão mal assim. E havia algo em estar ali, golpeando oponentes, sentindo o suor escorrer pela minha testa, meu coração batendo duas vezes mais rápido que o normal. Havia algo completamente animador.

– Eu disse. É natural – Remus repetiu sorrindo amigavalmente, enquanto amarrava à arvore os campistas que havíamos capturado. Transformei minha espada de volta no pingente da corrente.

Se era natural ou se não era, bem, o que importava era que lá estava eu ganhando. E ser egocêntrico e extra confiante talvez fosse a pior das minhas características (até eu sabia reconhecer isso), e infelizmente, ter capturado aqueles campistas me deu uma confiança maior ainda. E foi aí que começou a dar merda.

– Eu já venho, acho que tem alguma coisa ali – Meu parceiro disse, e sem esperar que eu respondesse, foi se enfiar no meio de um arbusto ou sei lá o que. E como o azar me persegue... Logo, ela apareceu ali. A ruiva que havia me ajudado na enfermaria. Lily Evans, de acordo com Sirius. E ela parecia tão amigável quanto naquele dia.

E eu estava me achando o próprio Exterminador do Futuro com minha espada maneira e um sorriso arrogante no rosto. Oh, Deuses, como eu me arrependo disso.

– Ei água de salsicha, vai ficar aí olhando? – Perguntei, provocando os demônios mais profundos dela. Eu sempre gostei de irritar pessoas, principalmente aquelas como a ruiva, que pareciam estar sob constante irritação. E minha teoria da constante irritação foi provada quando se jogou em cima de mim, me derrubando, e ficando com a espada no meu pescoço. Fui pego de surpresa, não imaginei que ela fosse assim tão... Violenta. Mas antes que ela cortasse meu pescoço, resolvi provocar de novo – Já estamos nesse nível de intimidade? Achei que fosse querer saber meu nome antes de partirmos pra esse tipo de coisa.

– Seu nome é Potter. E você é sempre idiota assim?! – Ela disse, cerrando os olhos, sem afastar a lâmina. Ok, James, ok. Uma garota irritadinha não vai matar você.

– Bem Lily, que bom que sabe meu nome. Bom saber que você se importa em conhecer quem você agride sexualmente – Apontei para a nossa posição levemente constrangedora, em que ela estava jogada em cima de mim, com uma perna de cada lado do meu corpo – E bem, sou idiota apenas as terças feiras. Ou com garotas bonitas. Hoje, como você pode ver... É terça feira – E eu era um mentiroso. Quero dizer, era mesmo terça feira. Mas ela era bonita. Muito.

Brains over beauty, sabe o que dizem – Evans rebateu, e com a mão livre, tirou uma corda que estava amarrada no cinto – Você foi muito fác-

E antes que ela terminasse, foi natural. Ela se distraiu, e eu fiz a primeira coisa que meu cérebro conseguiu pensar: segurei-a pelos braços, tirando a espada de perto do meu pescoço e inverti as posições, ficando em cima dela. Por um instante, a raiva que ela estava sentindo era quase palpável. Dava pra ver nos olhos de Evans que ela me queria queimando no inferno.

– É, água de salsicha, parece que eu não sou tão fácil assim – Eu disse convencido, enquanto jogava a espada dela pra longe. A minha ainda estava na corrente, esperando o momento certo.

Eu não sabia exatamente o que eu estava fazendo, mas pela primeira vez em algum tempo eu deixei de pensar e passei só a fazer, irracionalmente. E deu certo.

Ou não, porque quando eu comecei a pensar de novo, me vi numa situação curiosa. Remus ainda estava procurando sei lá o que, os campistas capturados estava muito bem amarrados a suas respectivas árvores e eu estava sozinho, em cima de Evans (ops) e sem saber o que fazer.

– E agora, o que vai fazer? Ficar em cima de mim? Até o final do jogo? – Ela perguntou ácida, me encarando com aquele olhar estúpido de superioridade.

– Sabe que não seria má ideia? – Alfinetei, sorrindo cínico – Se for preciso, eu fico. Se não for preciso, eu também posso ficar. De qualquer forma, você está desarmada e eu sou o dobro do seu tamanho. Apenas desista e-

Não previ que o próximo passo dela seria me dar um joelhada entre as pernas. Aquela vaca!

A dor era tanta que eu cedi todo meu peso sobre Evans, que soltou um gritinho de raiva antes de empurrar meu corpo mole para o lado. Oh, por tudo que havia de mais sagrado, ela tinha mesmo que ter apelado para as técnicas sujas? Eu havia sido rendido por aquela garota duas vezes no mesmo dia e ainda tinha terminado com um chute no saco. Maravilha.

– Você foi fácil demais – Evans repetiu, sorrindo vitoriosa e me dando um chute nas costelas apenas pela diversão de me ver me contorcer de dor. Rolei pelo chão, me contorcendo de dor e como se eu não pudesse ter mais azar, esqueci que estávamos na beirada do lago e não demorou muito até que eu caísse para dentro das profundezas da água.

Então esse era meu destino. Morrer afogado. Doía demais sequer considerar me mexer e eu só tinha nadado uma vez na vida. Eu morreria no fundo de um lago desconhecido com uma garota de cabelo de água de salsicha rindo de mim. Sensacional.

Meu corpo afundava, afundava, afundava e logo eu já estava no fundo da água, com minhas costas no chão frio de pedras. Fechei os olhos, me preparando para a asfixia.

Mas ela não veio. Será que eu morri e nem percebi? Bem, não seria surpresa pra mim, afinal, eu era mesmo muito devagar. Quando abri os olhos de novo, vi que ainda estava lá debaixo da água e aparentemente vivo. A dor nas costelas, a dor do chute de Evans, ambas já tinham passado. E eu me sentia forte. Mais forte do que enquanto estava lutando, mais forte do que qualquer coisa. Juntei forças e comecei a nadar para fora da água, contra a pressão.

Cheguei a borda com rapidez e com um nível de confusão mais alto que o normal. A primeira coisa que vi foi o rosto horrorizado da ruiva, que estava com os olhos arregalados e desesperada.

– Eu achei que você tinha...! Por que raios você não...? – Ela apenas balbuciava sem terminar nenhuma frase. Arqueei uma sobrancelha – O que... Você é... Oh Deuses...

– Eu não sei, eu só... Não sei – Respondi honestamente. Levei instintivamente minha mão até o pescoço, para ter certeza de que minha corrente ainda estava ali. A feição horrorizada no rosto de Evans ainda estava lá – Que foi? Tem alguma coisa na minha cara? Não adianta dizer que é porque sou feio, você sabe que é mentira.

Ignorando completamente minhas provocações, o que era novidade já que nos últimos minutos em que havíamos nos conhecido melhor (ou seja, ficamos em cima do outro e ela me deu um chute no saco) Evans havia se irritado um número considerável de vezes, ela apontou para alguma coisa em cima da minha cabeça. Ótimo, um monstro do mar tinha grudado no meu cabelo perfeito. Droga. Apalpei o topo da minha cabeça em busca de alguma coisa, mas não achei nada. Só quando, por reflexo, olhei para cima, vi o que provocara tanta surpresa nela.

A imagem de um tridente, bem sobre mim, brilhando como uma estrela.

x-x

Percebi algumas coisas naquele dia. Que as coisas aconteciam muito, mas muito mais rápido do que eu conseguia entender. Depois de tudo aquilo, a única coisa que eu tinha conseguido era pegar “Poseidon”, “Três grandes” e “isso é um problema”.

Estava sentado nos degraus da escada, do lado de fora da Casa Grande, esperando que alguém me dissesse logo o que estava acontecendo. Enquanto isso, Dumbledore e o conselho do acampamento estavam lá dentro discutindo sobre... Bem, sobre mim.

– Oi.

Levantei os olhos para ver quem era, mas só pelo tom sombrio, já sabia que era Remus. Ele carregava o clima de velório junto com ele.

– Alô – Respondi, acenando com a cabeça. Ótimo, agora ele tinha passado aquele clima de velório pra mim.

Sem dizer nada, Remus sentou no degrau ao meu lado.

– Aparentemente, somos primos – Ele disse depois de algum tempo, meio sem jeito. Era claro que ele não era o mestre das habilidades sociais, mas Remus passava um tipo de segurança que me deixava mais calmo. Além é claro, do clima de velório. Deuses, eu estava quase saindo pra comprar um buquê de flores pra jogar no túmulo imaginário.

– Ahn? – Perguntei confuso.

– Poseidon, Hades, Zeus, Deméter, Hera e Héstia. São irmãos – Explicou pacientemente, com os olhos num ponto fixo a alguns centímetros.

– Ah – Eu respondi, assentindo – É assim que funciona? De repente descobrimos quem são nossos pais e... É isso?

– Normalmente sim. Às vezes acontece como você, chegamos aqui perdidos e eventualmente, nossos pais se lembram de nos reclamar. Tem alguns que nunca são reclamados – Deu de ombros. Eu não via um mundo onde aquilo era normal, mas para Remus, parecia ser bastante comum – Ou às vezes, de algum jeito, somos reclamados muito novos e chegamos aqui sabendo quem são nossos pais. Não acontece muito, se quer saber. De qualquer forma, depois disso... Bem, é isso. Veja o lado bom, vai ter um chalé só pra você, como eu – Continuou. Quando percebeu que eu não tinha entendido, ele riu pelo nariz – Zeus, Hades e Poseidon são os três grandes deuses. Foram proibidos de terem muitos filhos, por serem muito poderosos. E muito poder atrai muitos monstros. Como aconteceu com você.

Como você consegue? – Perguntei sem muitos modos, assim que ele terminou de falar. Remus piscou algumas vezes, um pouco confuso com minha pergunta – Eu quero dizer... Eles nos reconhecem. E é isso. Só isso, não fazem mais nada. Como você consegue viver com isso?!

– Eu tinha treze anos quando cheguei aqui. E minha mãe nunca dizia nada sobre meu pai, eu apenas sabia que ele tinha ido embora. Inventei na minha mente umas trinta versões diferentes sobre ele. Um médico, um professor, um chef de cozinha. Quando cheguei aqui, me disseram que eu era filho de um Deus – Remus começou, sem desviar o olhar do ponto que encarava desde o início da conversa – E logo, eu já estava inventando coisas de novo. Que tipo de Deus seria o meu pai? Eventualmente um dia, eu nem sei o que aconteceu, só sei que estava com raiva e esbarrei numa garota. De repente, ela estava em coma. E foi assim que descobriram que meu pai era Hades. Ele não veio aqui e disse que eu era seu filho, e nunca tivemos um momento bonito em família como nos filmes. E então eu tive minha resposta: Meu pai era um Deus idiota. Um Deus egoísta, assim como todos os outros. Assim como seu pai, James – Eu ouvia atento cada palavra de Remus, que não havia demonstrado emoção em nenhuma frase. Como uma estátua de cera – Eles vão te dizer para dar um chance a ele. Eu dei chances o suficiente para o meu pai e tudo que ele me deu foi desapontamentos.

x-x

Depois do choque de realidade com Remus, achei melhor dar uma volta por aí e respirar um pouco. Era tudo muito confuso, extremamente confuso. Em um dia eu estava no mundo real, no outro eu era atacado por um monstro e algumas semanas depois eu descobria que era filho de um Deus grego. Completamente... Confuso.

Eu ia tirar um tempo pra ficar sozinho, mas Sirius me achou, e bem... Sirius era Sirius. Aparentemente ele não tinha muitos outros amigos ali, afinal sendo filho de Ares não tinha como atrair muita gente, também. Então revezava entre me importunar e importunar a Remus.

– Você precisa de uma festa – Ele disse, me tirando dos devaneios.

– Preciso é de dormir.

– Não cara, é sério! Você precisa de uma festa pra tirar essa cara de merda. Papai é Poseidon, não é a pior coisa do mundo. Você pode fazer todo aquele tuntz tuntz com a água. Pode dormir debaixo dela.

– Ah, cala a boca, Sirius – Reclamei rindo, enfiando as mãos nos bolsos da bermuda – Talvez você esteja certo. Mas nah, Dumbledore não nos deixaria ir para uma festa nem se fizéssemos uma macumba muito forte.

– Então traremos a festa pra cá. Que tal?

– Sirius, você está chapado? – Minha seriedade não era falsa. Ele tinha que estar muito, muito chapado pra sequer sugerir dar uma festa com Dumbledore ali – Tomou o chá de cogumelos do chalé de Deméter ou o que? Quero dizer, ele não deixaria darmos uma festa nem se fossemos muito legais. E ele tem pernas de cavalo e uns milhões de anos. Não conseguiríamos ganhar a discussão nunca.

– Não sei o que as pernas de cavalo tem a ver com isso. Mas enfim. Eu vou dar um jeito, Jay. Eu sempre dou um jeito.

Eu deveria ter previsto que aquilo iria acabar mal.


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Notas finais do capítulo

slkdfnhjerbewrnsdf que saudades dessa fic s2s2
e aí bonitos, o que acharam? Lily dando um capo no James, amo. E o Remus? :(
Dorcas e Marlene aparecerão mais no próximo capítulo, pinky promise. E se quiserem dar algumas dicas para elas, sintam-se livres pra mandar pra mim. E que tal alguns reviews pra essa autora desnaturada, hein?
Btw, pretendo postar esse final de semana, então fiquem ligadinhos. Aceito cobranças nas mensagens privadas se eu não postar! Hahaha beijões!



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