I Will Possess Your Heart escrita por Bennet


Capítulo 3
Capítulo II: It's what?


Notas iniciais do capítulo

Agora a história começa a fazer um pouquinho de sentido, aos pouquinhos ela vai se revelando, mas prestem atenção nos detalhes. :3



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Gerard nunca pensou em ir ao médico por um motivo desse. Ele sabia que não estava doente. Alguma coisa dizia para ele conversar com Robert.

“Na próxima semana, quero os trabalhos sobre a II Guerra Mundial. Sem atrasos... Certo. Podem ir.” A turma se dispersou rapidamente, mas Gerard olhou gravemente para Robert, que entendeu que deveria ficar.

“Já está indo embora? Eu combinei de ficar num grupo de estudo na biblioteca, mas se você quiser, eu vou com você.” Gerard negou com a cabeça. Estava sério. Recolheu seus pertences e saiu pelo corredor com Robert.

“Não... Eu só queria conversar com você sobre uma coisa. Sabe... Sobre essas coisas que você diz que vê, que acontecem com você.” Os olhos do aluno tomaram um brilho diferente, Gerard estranhou. “Erm... Você pode me ajudar?”

“Olha só, o temido professor Gerard me pedindo ajuda com seus demônios!” Gerard bufou. “Okay, pode falar.”

“Ultimamente eu tenho sonhado com uma pessoa, noite após noite. E eu meio que... sonho com essa pessoa quando estou acordado. Digo, eu entro em transe, desmaio, não sei bem o que acontece, só sei que eu volto a ver essa pessoa. Quer dizer... Só os olhos dela.” Robert mordia o lábio inferior, tentando pensar em algo. Eles viraram o corredor, que dava para o mural de notícias e Gerard parou.

“Olha, Gerard... Acho melhor você conversar com um amigo meu, o...” Gerard olhava para o mural, petrificado. “O que foi?” Robert seguiu seu olhar e viu um papel escrito ALUNO DESAPARECIDO. “Ah... Acho que ele era da turma de letras. Ele matava aula pra ficar na sua turma, sabia? Mmm... Frank Iero. Acho que foi seqüestrado, algo assim. Nessa cidade, já deve estar morto. Coitado. Aliás, você o conhece?”

“Não, eu só...”

“Enfim, como eu dizia...” Começaram a andar novamente, Gerard se sentia estranho. “É melhor você conversar com meu amigo, Ray. Ele sabe dessas coisas. A família dele mexe com isso, mais do que eu, sabe?” Gerard não conseguiu raciocinar. Apenas concordou. “Eu vou ligar pra ele. Quando você pode? Hoje? Amanhã?”

x-x-x

Gerard mal teve tempo para pensar, quando se viu batendo numa porta de metal, com Robert ao seu lado. “Relaxa, ele não vai te devorar.” Gerard invejava a calma de Bert. Finalmente, a porta se abriu. Um cara forte, com uma enorme cabeleira apareceu. Coçava os olhos e bocejava. Gerard só pensava em ir embora.

“Hey, Bert! Você me ligou, mas eu acabei dormindo depois, foi mal... Entra aí.” Gerard sentia seu rosto ferver, numa mistura de apreensão e vergonha. Entrou depois de Bert. “Então, você é o cara que tá possuído?” Os olhos de Gerard arregalaram. Bert segurou o riso. “Modo de dizer. Você sabe, com esses sonhos e coisas estranhas acontecendo com você?” Gerard confirmou. Ray apontou o sofá e os dois sentaram – Gerard ficou apenas na ponta, desconfortável.

“Calma, cara. Relaxa. Ele ainda tá nervoso com isso tudo. Tem cerveja?” Bert saiu correndo até a cozinha, deixando Ray e Gerard sozinhos.

Ray encarava o moreno com seus enormes olhos castanhos. Gerard sentiu que deveria falar de uma vez por todas tudo o que estava acontecendo, para acabar logo com aquela tortura. Então o fez.

“Mmm. Sei. É só isso? Bom... Temos algo sério aqui.” Gerard olhou para Robert, que brincava com algumas cartas que achou na estante da sala. Olhou ao redor, a sala aconchegante, com objetos místicos por toda parte. Não sabia o que dizer, não conseguia olhar para Ray. “Espíritos, talvez. Algum parente seu, algum conhecido que morreu. Pode ser isso. Mas, acredite em mim, você não está louco.” Gerard tentou dizer algo, mas sua voz não passou de um sussurro. Achou melhor ficar calado. “Já tentou fazer contato? Pode ser que ele esteja querendo sua ajuda... Sabe, o espírito.”

“Eu só quero parar de ter esses desmaios. O que eu tenho que fazer?” Gerard se sentia ridículo por estar no meio daquela conversa, mas seguiu adiante para ver no que dava. “Me diz. Que animal eu tenho que matar? Quantas velas tenho que acender? Que palavras mágicas que devo usar?” Bert engasgou do outro lado da sala e olhou descrente para Gerard.

Ray se limitou a balançar a cabeça, como se já estivesse acostumado com aquele tipo de reação. Bert estava pronto para dar um sermão no amigo, mas Ray agilmente se levantou e falou baixinho "Tudo bem. Volte quando estiver preparado."

Gerard riu estranhamente. Estava nervoso, não conseguia controlar suas mãos, que suavam e mexiam freneticamente. Alguma coisa dizia a ele que Ray estava certo, mas ele não conseguia acreditar. Não queria. Espíritos querendo a ajuda de Gerard? Bobagem. Essas coisas não existem. Gerard se levantou e caminhou até a porta. Lançou um olhar para Bert, que fervia em raiva. "Você não vem?" Não. "Certo." Gerard olhou para Ray. "Me... desculpe. Eu só estou... você sabe." Ray fez que sim. "Isso tudo é muito estranho pra mim." Suspirou fundo e saiu da casa.


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