In The Arms Of Imagination escrita por Scorpion


Capítulo 1
Parte um


Notas iniciais do capítulo

Não me aguentei x_x
Tava vendo o que eu tinha aqui traduzido e vi essa fic e fiquei com uma vontade TÃO grande de postar. x_x q
Ela é pequena, umas 9 paginas do word. E três partes, e. q
AIUSGHSDGAUYSDGDSYUGADSY
Será que alguem pode aparecer? ): q



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Sobre ele o céu pregado de estrelas e a noite tranqüila, ofuscada por gritos ensurdecedores. Milhares de pessoas coreavam seu nome, e podia ver as luzes fluorescentes que carregavam em suas mãos, e podia sentir o piso tremer em baixo de seus pés pelos estrondosos saltos. Detrás dele a banda se dava sorte, alguns oravam, e outros, como ele, permaneciam em silencio.

Era mais outro show. Outra cidade na turnê mundial. Outro estádio mais, cheio, mas sem telhado. Era um cenário mais, com pirotécnica e luzes coloridas. Talvez para todos do Staff fosse assim, mas não para ele. Estava de pé, parado atrás de um amplificador, repetindo a data. Hoje não era um dia normal.

Era seu segundo aniversario de vida. Uma vida extra que lhe foi entregada ha dois anos na cama de um hospital, e ainda se lembrava, porque, sim Gerard Way, o grande cantor Gerard Way, devia ter morrido anos atrás por causa de um câncer pulmonar e com metástases a distancia, incluindo o fígado. O diagnóstico não era favorável, e ele iria morrer, em menos de um mês, em mesmo de dois. Só podia esperar...

Ainda se lembrava de cada palavra que havia dito a sua mãe, e havia contado cada lagrima que havia emanado de seus olhos. Gerard recordava integras 23 lágrimas, as mais se misturavam sem poder decifrá-las. Recordava quando o haviam internado, a incomoda cama e as ásperas cobertas cobrindo seu corpo. Estava ali ha uma semana, com dezenas de aparelhos ao seu redor e tubos por todas as partes. Sem visitas e simplesmente esperando a morte, que não chegou.

Junho, 2008.

Califórnia Hospital Medical Center.


Cochilava. Era meu terceiro dia, e a debilidade era o pior. Doía-me respirar e as lagrimas saiam pela impotência do meu estado. Agora só queria morrer, fechar os olhos e descansar, mas a maldita maquina que registrava as batidas do meu estúpido coração funcionava atenta, repetindo o mesmo apito uma e outra vez. Uma e outra vez...

Abri os olhos e o vi. Sua figura ao lado de minha cama, em frente dos aparelhos e com o doce sorriso que eu sempre lembrava.

-Frank... -Pensei seu nome. O tubo em minha garganta me impedia de dizer uma palavra.

-Oi, Gee... -Respondeu com essa voz varonil e cheia de ternura. Respondeu, apesar de que minha boca não fazia mais sons do que minha dificultosa respiração.

Então entendi que ele sempre estava em minha mente. Sempre ali, sempre comigo. Escondido em minha imaginação, oculto quando deixei de ser garotinho, mas nunca havia ido...

Tratei de sorrir com meus pensamentos e ele se sentou em minha cama, justamente ao meu lado.

-Teve que interromper a turnê Latino-americana, Gee... Muitos fãs se sentiram tristes e ainda sim não quiseram o dinheiro por seus ingressos. -Sorrio. -Sei pensa que merece isso, Gerard. Sei que as duas carteiras diárias, e três nas festas, fazem sua aparência, mas estou certo de que tem muito mais razoes para viver que para morrer.

-Não quero continuar, Frank. Estou cansado, me dói respirar...

-É porque seus pulmões estão escuros, amor. Precisa limpa-los.

-Não se pode Frank, eu vi médicos de todas as partes, eles tentaram... Já não se pode. Só quero descansar.

-E eu, Gee? Quer que eu também morra? -Não respondi, somente mirei esses olhos redondos e grandes, cor de avelã, que com a iluminação e as paredes brancas brilhavam como cristais verdes. -Eu sou teu. Sem você não existo...

E Frank soluçou, mas não soltou nenhuma lagrima. Eu o olhei triste, senti em meu abdômen um forte golpe e quis chorar, mas tampouco pude fazê-lo. Talvez por isso, Frank não pode. Porque somos um.

Quando o conhecia tinha apenas quatro anos. Muito grande para ter um amigo imaginário, segundo minha mãe, mas eu nesse tempo não entendia a que se referia, eu o via tão inteiro e real como eram meus brinquedos, minha abajur e meus pijamas. Desfrutei com ele até os sete anos. Logo me senti muito velho e muito louco quando os outros meninos me encontravam falando sozinho. Foi ali quando entendi o que era um amigo imaginário. E o superei, ou isso criei. Às vezes o via em sonhos, e o encontrava mudado com o tempo. Era muito fácil começar uma conversa com ele, pois o sentia como minha consciência. Minha imaginação se perdia e sempre o encontrava.

-Sabe o que é irônico, Frank? -Me imaginei lançando um sorriso. -Eu escrevi uma musica que diz algo similar a isso, "enterre-me em todas as minhas cores favoritas"... -Suspirei. -"Isto não é vida" e "A parte mais difícil disso é deixar-te".

-Seu nome é Cancer. -Disse Frank, como o melhor dos fãs. -Você escreveu essa canção com uma sensibilidade impressionante, Gerard, com uma empatia total, com se vivesse a doença.

-Talvez fosse uma predição.

-Gerard, não pode deixar de escrever, não pode abandonar essa sensibilidade que invade sentimentos alheios e salva vidas. Se você pudesse saber o que suas letras provocam... Se pudesse ver, caso a caso.

-Nem eu vejo, nem você faz. -Disse com raiva. -Não existe Frank, vá e me deixe morrer em paz, sou velho demais para um amigo imaginário.

-Faltam muitas músicas, Gerard. Te falta muito para viver. Muitas garotas para conquistar e críticos que calar com seu excelente trabalho. E sua família? Também abandonará?

-Não entende!? Não tem uma maldita idéia, verdade? Eu vou morrer. E o vou fazer, porque fumei a maior parte de minha vida, porque o cigarro se converteu a minha droga favorita. Eu vou morrer porque sou estúpido e agora meus pulmões são uma merda! E não importam suas palavras, suas reclamações ou seus soluços, eu vou morrer. Não há nada que se possa fazer.

-Quem disse?

-Os malditos médicos, Frank! Os malditos médicos com seus aparelhos, com suas drogas e com suas malditas injeções. Não importam! Não servem!

E fechei os olhos com força. Desesperado. Triste. Derrotado.

-Te amo Gee. -Me disse o homem imaginário. Sentia sua respiração perto de meu nariz, mas fui incapaz de abrir as pálpebras para olhá-lo. -Só diga-me que você me ama e quer viver comigo.

Não podia pensar que isso era real, não importava se essa mão em minha frente era tão fresca e existente. Não podia crer que uma imagem mental me amaria e me acariciaria. Não importava todas as ocasiões que me colocou de pé quando estava quebrado. Não podia ser certo, Gerard Way, estava apaixonado por isso.

Solucei e dessa vez as lagrimas fluíram. Abri meus olhos e o encontrei chorando também.

-Quero viver.  -Confessei olhando-o nos olhos. -Quero viver contigo.

E então sorriu. Com esses lábios rosado e delgados que agora se estiravam no mais incrível dos sorrisos. Devo dar graças a meu gênio que me permitiu criar um homem tão lindo.

-Então me deixe curar-te. -Sussurrou.

Eu fiquei quieto esperando uma pastilha, um remédio e inclusive uma horrível injeção, mas só aproximava seu rosto do meu ao mesmo tempo em que fechava os olhos. Meu corpo estremeceu e a horrível maquina começou a apitar com maior continuidade e força, quando seus lábios tocaram os meus não pensei que a maquina pudesse suportar.

Seus lábios me faziam bem, quentes e úmidos, mas sua língua me fazia mais. A minha apenas podia responder, me sentia débil e só pude deixar-me por conta de sua boca esperta.

Separou-se de mim sorrindo.

E com essa grossa e excitante voz começou a cantar.

—Of science and the human heart there is no limit, there is no failure here, sweetheart. Just when you quit...(*)

Fui me perdendo em suas palavras, em sua doce entonação e em sua encantadora voz.

E voltei a crer nele. Crer que seus lábios seriam a melhor droga de todas e me curariam milagrosamente. Crer que despertaria para vê-lo ao meu lado, e crer que de todas as musicas que faltavam ele era a máxima expiração para uma em especial, e quando tivesse caneta e papel o deixaria sair.

*****

Logo, segundo palavras de sua mãe, e de um surpreendido Doutor Reynolds, Gerard acordou os aparelhos soaram como se estivessem enlouquecidos, o tubo em sua garganta começou a impedir quando começou a respirar por si mesmo e todos os demais também foram removidos quando, com infinita surpresa, foram testemunhas da recuperação mais milagrosa que ambos tiveram a oportunidade de presenciar.

Os exames deram positivos a tudo, e ainda sem poder crer, dois dias depois estava de alta.

-Seus pulmões, -disse o medico -Estão limpos, senhor Way.

*****

E agora, há dois anos estava aqui. A minutos de outro show, que será especial. A musica que escreveu no hospital, inspirado por sua imaginação vertiginosa estava desde muito tempo, mas por fim sairia para a luz. Não entendia o repentino impulso que o havia obrigado a entregar as partituras a Ray, mas o fez e agora estava disposto a cantá-la, por ele. Por quem o havia ensinado que ainda faltavam muitas canções para viver, e quem havia lhe curado.

Sem duvida, o melhor doutor imaginário.

-Pronto Gerard. -disse o organizador. O cantor sorriu e subiu ao palco.


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Notas finais do capítulo

(*)Para a ciência e o coração humano não há limites,não há fracasso aqui, meu bem. Só quando você desiste.
Miracle Drug - U2
Well, essa musica é tiops, a base da fic... Eu acho, ao menos. qq UAGSUYGUYDSGADSUY
Então... Espero que apareçam ;-;