Eu estava ficando maluca... Caminhando lado a lado com um assassino. Ele me levou até uma rua... Era deserta e logo avistei sua casa. Era de um andar, simples, com tons amadeirados. Uma moto estava parada em frente

– Vamos entrar? – perguntou empurrando meu corpo na direção da casa

Ao entrar vi que era mais simples do que parecia. Havia um sofá cama de frente a uma televisão, tinha uma cozinha improvisada, alguns armários, uma porta e nada mais

– Vou pegar algo para limpar esse machucado, quer uma blusa minha para colocar? – eu assentiei e ele foi em direção a um dos armários.

Sentei-me no sofá e olhei para janela. Uma chuva cai, fraca e junto com ela algumas lagrimas. Eu queria ter meus pais ali agora. Para dizer que tudo estava bem, que ninguém poderia me machucar...

– Aqui esta... – me assustei com sua voz e limpei rapidamente as lagrimas – Ali é o banheiro... Molhe o rosto para eu fazer um curativo

Fui me trocar e quando entrei avistei minha imagem no espelho. Eu não sabia que estava tão feio. Havia uma macha roxa e um machucado, que sangrava. Troquei de blusa e lavei meu rosto. Sai e o encontrei sentado no sofá, com uma maleta branca nas mãos

– Obrigada, pela blusa... – minha voz estava baixa, inauditível até para mim mesma

– Qualquer um faria isso – me chamou para sentar ao seu lado

Algo estranho aconteceu comigo quando ele pegou meu rosto nas mãos. Meu coração acelerou e senti como se estivesse segura de novo. Seus olhos – verdes como esmeraldas – me analisavam. Tentei não olhar muito para eles, porque naquele momento eram meus inimigos

– Nem nós apresentamos – falou abaixando a cabeça para pegar uma gaze na maleta e passar no meu rosto – Sou Edward

– Bella – falei o encarando

– Você devia denunciar ele - eu não queria denunciar... Provavelmente era algum bêbado e depois da surra que levou provavelmente esqueceria-se de mim. Tirando o fato que iam falar de mim, não que eu ligasse, mas nunca é bom isso – Olha o que ele fez com seu rosto

– Não foi ele... – soltei sem pensar

– Quem foi? – perguntou passando um liquido no machucado e depois colocando um algo para tampar – Pronto, não vai me contar?

– Preciso ir embora – falei me levantando

– Espera – pegou minha mão e isso me fez estremecer – Você não pode andar por ai sozinha... Eu te levo

Encarei seu rosto. Ele parecia preocupado...

– Quantos anos têm?

– Porque quer saber? – perguntou mudando o peso de uma perna para outra

– Você parece meio “velho” para esta no colegial

Ele riu

– Tem 20 anos... não conseguir terminar o colegial quando era mais novo, então agora é minha chance

Parei para pensar... Se ele foi preso como todos dizem, não conseguiu terminar o colegial. Será que havia um fundo de verdade nessa historia?

– Por que não terminou mais cedo?

– Não quero falar sobre isso...

Sua expressão se tornou seria e eu achei melhor não falar mais nada. Ele me guiou até a porta e saímos.

– Para que direção é a sua casa?

Apontei e começamos a caminhar. O silêncio era absurdo, até para ele, que bufou.

– Desculpa ta? – pediu parando na minha frente e me encarando – Eu fui grosso com você

– Tudo bem – tentei sorrir, mas duvido que tenha conseguido – Eu não devia ter me intrometido na sua vida...

– Você fez uma pergunta e eu devia ter respondido direito, me desculpe?

– Se isso é tão importante pra você, te desculpo

Ele sorriu

– Assim esta melhor

A caminhada durou pouco logo avistei minha casa. Suspirei, teria que agüentar Jacob

– O que foi?

Virei-me para Edward

– Nada, por quê?

– Você suspirou, como se não quisesse entrar lá – apontou para casa

– É por esse caminho – sussurrei

– Como?

– Nada, tenho que ir

– Espera, qual quer coisa, saber onde me procurar – seus olhos eram hipnotizadores – Pegue meu numero e me ligue...

– Ta

Trocamos os números e eu me dirigir a casa. Minha chegada assustou Carlisle que estava sentando-se à mesa lendo um jornal.

– O que faz aqui?

– Eu moro aqui, infelizmente, esqueceu?

Seus olhos me analisaram dos pés a cabeça, parando no rosto

– O que aconteceu com seu rosto?

– Nada que você vai se importar... – fui em direção a escada

– Espera ai mocinha – me virei e o encarei – Essa blusa é masculina, por que esta a usando?

– Por que tantas perguntas? Não cometi um crime...

– Duvido – riu debochadamente – Com essa blusa, acho que deu uma de vadiazinha, igual a sua mãe

Não me contive e lhe dei um tapa na cara... Carlisle me olhou por um tempo, depois me pegou pelo cabelo e jogou no chão.

– AGORA VOCÊ VAI APRENDER A ME RESPEITAR

Começou a bater em meu rosto. Eu chora e gritava... Um estrondo na porta fez Carlisle para de me bater

– Quem é você? – perguntou

– Seu pior inferno...

O corpo de Carlisle caiu ao meu lado, após se golpeado por um chute. Levantei-me e devagar olhei para porta

– Edward? – suspirei deixando algumas lagrimas caírem

– Calma – ele me abraçou – Tudo bem?

– Sim – olhei o corpo de Carlisle – O que vai acontecer com ele?

– Bom, deve acordar daqui a algumas horas – me encarou – Vai querer estar aqui quando isso acontecer?

Balancei minha cabeça negativamente

– Pra onde vou?

– Não tem nenhum parente?

– Não...

– Venha para minha casa, fique lá o tempo que quiser

Era isso ou ficar na rua.

– Vou arrumar minhas coisas

– Vai, rápido

Subi as escadas em uma velocidade que nunca pensei que usaria. Cheguei ao me quarto e peguei minhas – poucas – roupas e joguei tudo em minha mochila. Estava saindo quando vejo a porta do escritório de Carlisle aberta. Ele nunca a deixava assim.

Entrei e olhei para mesa. Aproximei-me e fiquei surpresa ao ver que avia uma fixa com os nomes de meu pai e minha mãe. Era como se fosse uma rotina, ali tinha tudo o que eles faziam, as horas que saiam e ate a hora em que dormiam. Abaixo da fixa avia escrito de vermelho Missão cumprida.

Peguei a fixa e joguei dentro da mochila. Desci correndo e encontrei Edward parado na porta.

– Vamos? – perguntou e eu assentiei

Eu sabia que tudo era maluquice, mas meu coração dizia que Edward seria a pessoa que me ajudaria a desvendar esse mistério.