Elemento7 escrita por arthur_ryu7


Capítulo 4
Capítulo 4 - Karen Mattos


Notas iniciais do capítulo

Um capítulo de apresentação de mais um dos protagonistas da história. Boa leitura!



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No dia seguinte, Luke havia ido à escola normalmente. Ele estava perfeitamente bem, melhor até que Fernando e Diego que estavam um pouco machucados Os três se encontram no corredor e conversam.

                — O que você disse à sua mãe? — perguntou Fernando a Luke.

                — Eu apenas disse que vi um incêndio em um armazém na cidade. Como entrei rápido em casa e fui direto pro banheiro, acho que ela nem notou — responde Luke.

                — Ainda estou surpreso como você conseguiu sair daquele armazém. Como você fez isso, cara? E ainda parece muito melhor que nós dois — perguntou Diego.

                — Bem, acho que aquela não era a minha hora de partir. Eu me esforcei pra sair de lá e consegui. Quem sabe forças divinas me ajudaram — responde Luke.

                Nesse momento Fred aparece e passa por eles. Eles apenas se encaram e milagrosamente não “trocam farpas” como de costume. Luke se aproxima de Fred, o segura pela camiseta e o joga contra a parede.

                — Escute aqui. Nós não iremos contar nada a ninguém então é melhor você parar com essas suas gracinhas. De agora em diante não quero te ver mais no meu caminho ou irá se ver comigo!.

                — Você só pode ser um ser anormal! Não quero mais me meter com vocês! Agora me solte seu idiota! — resmunga Fred.

                Fred é solto e então segue o caminho para sua sala. Luke fica meio pensativo por ser chamado de “ser anormal”. Seria ele mesmo isso?

                Fernando e Diego conversam um pouco mais com Luke e depois se despedem dele. Logo após, Karen aparece. Ela estava envergonhada pelo dia anterior e os acontecimentos na livraria. Os dois acabam parando um na frente do outro e permanecem em silêncio. Eles tentam começar a dizer algo ao mesmo tempo, porém ele deixa que ela fale:

                — Me desculpe por ser tão desastrada depois ter saído correndo ontem, mas eu estava muito envergonhada

                — Sem problemas. Aliás, eu queria até ter te perguntado. Qual o seu nome?

                — Karen, Karen Matos. E o seu?

                — Luke! Prazer em conhecê-la!

                Fernando e Diego voltam novamente e então Karen diz:

                — Bem, eu vou para a sala. Se me derem licença.

                Karen entra e Luke a observa. Fernando dá um cutucão em Diego e os dois começam a rir. Luke olha para eles sem entender.

                — Você está caidinho pela novata, então? — pergunta Diego.

                — Claro que não. Ela nem faz o meu tipo e, aliás, não sou de ficar preso a uma mulher só, vocês já me conhecem — responde Luke.

                — Já te conhecemos há muito tempo. Aquela garota me parece muito tímida e séria. Você gosta de mulheres mais soltas não é? — pergunta Fernando.

                — Acho que sim. E ela me pareceu bem simpática e frágil... Seria sacana da minha parte apenas usá-la — responde Luke sorrindo, mas no fundo ele ainda estava meio pensativo.

                Depois do almoço, Karen estava sozinha e decide passear pela escola. Ela ainda não tinha conversado com muitas pessoas, pois era muito tímida e dificilmente tomava iniciativa pra alguma coisa.  Karen morava com os pais e era uma boa filha. Seus pais eram donos de uma cafeteria em que ela os ajudava nas férias e quando podia. Ela sempre foi muito dedicada aos estudos e uma das melhores alunas da sala e havia sofrido na sua escola anterior por causa disso. As pessoas se aproveitavam para copiar suas tarefas, e empurravam todo trabalho para ela em atividades de grupo. No fundo ela nunca teve amizades verdadeiras e era um pouco solitária. Ela não costumava se arrumar demasiadamente e usava óculos. Observando melhor, ela parecia ter um rosto e corpo muito bonito, mas não costumava usar roupas que chamassem atenção e nem dava muita importância pra isso. Ela estava acostumada com a solidão e sabia o quão triste ela era.

                Karen andava pelos jardins da escola e observava as plantas e flores. Ela adorava a natureza e desde pequena sentia uma forte ligação. Em suas memórias, ela lembra que conseguia fazer uma planta brotar rapidamente. Sua mãe ficava impressionada com o dom que a filha tinha. Já seu pai, nem tanto, mas dizia pra ela não contar a ninguém que podia fazer aquilo e que era melhor ser um segredo entre eles.

                Em uma parte do jardim ela vê uma planta seca. Karen decide pegar um pouco de água e regá-la. Ela então olha para os lados para ver se havia alguém por perto e então coloca as suas mãos sobre a planta. De forma incrível e em poucos segundos a planta volta a ficar verde e estava mais viva do que nunca. Esse era um dom especial que ela tinha e tinha orgulho disso. Enquanto isso, Stephanie passava ali com seu grupo. Karen sai distraída e acaba indo na direção de Stephanie e consequentemente, topa nela.

                — O que está fazendo aqui? – pergunta Stephanie.

                — Desculpe por esbarrar em você. Estava apenas observando o lindo jardim da escola.

                — Querida, não vejo nada de errado ficar observando o lindo jardim da escola, mas você deveria prestar mais atenção pra não ficar esbarrando nos outros.

                — Desculpe-me e com licença.

                As outras garotas começam a rir de Karen e comentam a respeito do comportamento dela. Stephanie diz a elas para deixarem a ‘estranha novata’ de lado que era melhor. Logo após o fim da aula, Karen andava com tristeza estampada em seu rosto. Ela continuava sozinha e se perguntava se não seria melhor se conformar com sua situação. Uma garota escuta a voz dela e a observa. Como estava muito distraída, Karen nem nota a presença de outra pessoa.

Luke estava conversando com alguns garotos em frente ao portão. Karen fica meio receosa ao passar. Ele para de conversar e a observa. Os dois se olham fixamente e Karen fica muito envergonhada, logo desviando o olhar e indo embora. Os outros garotos começam a comentar sobre ela.

– Essa novata nem é tão atraente. Vejam só a forma como ela anda. Uma mulher precisa parecer um pouco mais ousada.

– Ela é muito sem graça. Sem dúvida, a garota mais bonita da nossa classe é a Stephanie.

Luke não estava achando aquele tipo de comentário algo muito agradável pela primeira vez, porém não diz nada. Karen havia escutado o que os garotos haviam dito. Ela não se contém e lágrimas escorrem pelo seu rosto. A garota começa a andar mais depressa e corre para dentro de um bosque. Ali dentro ninguém poderia vê-la chorando. Ela corre desesperadamente enquanto questionava o motivo de não conseguir fazer sequer uma amizade e ser taxada de ‘sem graça’ pelos outros. Ela não conseguia mudar, pois sentia que estava indo contra si mesmo.  Ela se senta encostada em uma árvore e chora ao se sentir sozinha. De repente, ela escuta um barulho. Tinha alguém ali! Ela então se esconde atrás de um arbusto. Ela vê um homem se aproximar. Ele começa a cavar um buraco no chão e dentro dele retirava algumas coisas. Ela percebe que aquilo poderia ser perigoso e tenta sair dali sem ser percebida, mas acaba tropeçando em uma pedra sem querer. O homem escuta e descobre que Karen estava ali. Ela olha assustada para o homem e fica sem reação. Ele então pergunta com um ar nada agradável:

— O que pensa que está fazendo aqui?


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Notas finais do capítulo

Próximo: Capítulo 5 O chamado da natureza



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