Finalmente, o coral começou a cantar. Senti meu coração acelerar rapidamente, do mesmo jeito de um garotinho bobo que estava falando com seu primeiro amor. Virei-me para trás, e então a vi. Lá estava ela, perfeita naquele vestido branco, um sorriso enorme no rosto. Cyrus e Harold levavam ela em direção ao altar. Parecia tudo tão perfeito. Exatamente do jeito que Blair sempre havia desejado pra ela. E, pela primeira vez em muito tempo, eu me senti vazio. Exatamente do jeito que eu havia me sentido quando soube que ela e Chuck haviam dormido juntos, ou que Serena meio que estava brincando comigo e com o Dan...

Me senti vazio, porque assim que olhei nos olhos dela, notei. Ela não estava feliz. Dei um sorriso forçado pra ela, e olhei ao redor. Por que ninguém ali, além de mim, notava que ela estava prestes a cair aos prantos?

Mas eu não podia fazer nada. Não podia porque eu sabia que se chegasse nela, dissesse que ela jamais seria feliz com Louis, e depois a levasse comigo com certeza a assustaria.

Por que dessa reação? Porque no fundo, ainda existia em mim a esperança de consertar tudo do passado, e tê-la pra mim novamente. Sentir os braços dela ao meu redor, e aqueles lábios tão dóceis nos meus novamente.

Não pûude evitar me lembrar de todos os momentos bons que passei com ela.

25/05/2002

 - Então - eu falei calmamente, me virando na direção de Blair. Nós dois já éramos amigos há tanto tempo, e eu nãoo entendia o que ela queria me falar.

Blair era muito diferente das outras meninas. Ela era decidida, e sabia o que queria. Muito diferente de Serena.

- Nate, preciso te falar algo - disse ela, entrelaçando os dedos. Ergui minhas sobrancelhas. Ela estava... Nervosa? O que ela poderia me dizer pra deixá-la tão nervosa e acuada assim? - Promete que vai continuar sendo meu amigo?

- Eu jamais poderia te deixar, Blair - falei, espantado. Blair era... Importante pra mim. Ficar perto dela era tão certo. Certo como todas as estações, na sua devida época. Ela me fazia feliz. Nunca entendi porque, mas ela me fazia rir, me deixava feliz. Incondicionalmente feliz. - O que quer me dizer?

- Eu... - ela se aproximou de mim, e segurou na minha mão. Franzi meu cenho, sentindo várias borboletas no meu estômago despertarem. A mão dela se encaixou perfeitamente na minha. Tudo certo. - Eu te amo, Nathaniel Archibald.

Meus olhos foram se arregalando, a medida que as palavras foram entrando no meu ouvido.

- Me ama? - perguntei, confuso. - Mas... Eu também te amo, Blair, qual o problema?

- Sei que você me ama - falou ela, acariciando minha mão, o olhar calmo e tranquilo. Ela não estava mais insegura. - Mas... Eu te amo de um jeito diferente, sabe? Do jeito que nossos pais se amam. Um amor real, não de amizade.

Eu nem tive tempo pra pensar direito. Quando me toquei, ela tinha me puxado, e colado os lábios nos meus. Eu nãoo soube o que fazer. Era meu primeiro beijo, por isso fiquei parado, sem reação, enquanto ela passava os braços ao redor do meu pescoço.

Por que ela tinha me beijado? Eu vivia assistindo filmes, via os casais se beijando, e graças ao Chuck, meu melhor amigo, também via casais fazendo outras coisas... Voltando, aos poucos comecei a gostar do beijo. Senti algo inexplicável nascendo dentro do meu estômago, e com certeza não era náusea. Não sei se  foi instinto, mas levei uma das minhas mãos pra cintura dela, e a puxei pra mais perto. Senti ela colocando a língua na minha boca, e acabei sorrindo, mas correspondi da mesma forma que ela. De repente, não havia mais nervosismo. Eu finalmente havia acertado. Prensei-a contra a parede (estávamos no quarto dela) e continuei beijando-a de forma mais quente. A mão dela acariciava meu pescoço, e aquela com certeza era uma experiência nova que eu havia adorado.

Aos poucos, fomos nos separando, e eu a soltei, fazendo com que ela voltasse à sua altura normal, afinal, ela era muito menor que eu. Vi aquele sorrisinho malvado que havia se formado nos lábios dela, enquanto ela os umedecia. Corei, e encarei o chão, mas logo a mão dela ergueu meu queixo, e fitei os olhos castanhos dela.

- E então? - perguntou ela, erguendo as sobrancelhas.

Sorri de lado.

- Eu te amo também - falei simplesmente. Nunca soube se realmente eu havia sido sincero dizendo aquilo, mas eu era muito novo, um pré-adolescente, não sabia o que o amor real significava. Mas que eu a amava de alguma forma, eu sabia que amava. - Blair?

- Sim? - perguntou ela, segurando-me pela gravata, com um brilho malicioso naqueles belos olhos.

- Podemos... Fazer de novo...? - perguntei tímido.

Ela riu, e me puxou pra perto dela, sussurrando:

- Claro, meu Nate.

Beijei-a novamente, e tornamos a repetir aquela experiência várias e várias vezes, até que um dia, depois dela tanto pegar no meu pé, a pedi em namoro.

Na noite do baile dos debutantes, em 2007...

Eu estava nervoso.

Quer dizer, não que eu nunca houvesse passado a noite com nenhuma garota, mas a minha primeira e única havia sido Serena van der Woodsen. Sim, ela mesma.

Bem, eu nunca entendi a razão de meio ter me apaixonado por ela. Eu queria uma garota madura, que fosse perfeita pra mim. Serena nem sequer sabia o que queria. Mas o que mais me chocou foi quando eu mesmo percebi que havia trocado Blair por ela.

Naquele momento, estávamos eu e Blair novamente, trocando beijos ardentes, enquanto ela abria minha camisa, eu descia o vestido longo e colado ao corpo perfeito dela. Fomos nos ajeitando na cama, e eu comecei a beijar-lhe no pescoço, dando leves chupões, pois era a primeira vez dela (ou, pelo menos, eu achava que era) e eu estava tentando ser gentil. Escutei ela gemer meu nome baixinho, e aquilo atiçou aquele velho amor que eu sentia por ela. Cresceu, e cresceu cada vez mais, até que ficou tão grande, a ponto de me lembrar o porquê de eu ter me apaixonado por ela.

Fui deitando-a e presando-a levemente contra a cama, e olhei-a de cima pra baixo. Ela era linda.

- Nate... - murmurou ela, mordendo minha orelha. - Vem, por favor...

Tirei minha calça e a joguei longe, e ela caiu bem no chão perto do vestido de Blair. Voltei-me pra morena à minha frente, e toquei meus lábios nos dela novamente. As pernas dela se prenderam ao meu redor, e eu me encaixei entre elas, tocando o corpo dela, desta vez sem medo nenhum. Levei uma das minhas mãos pro fecho do sutiã dela, e o abri, com ainda um pouco de dificuldade. Logo, ela estava apenas de calcinha na minha frente. Capturei um dos seios dela com a boca, e escutei novamente ela gemendo alto. Sorri contra o seio dela, e continuei beijando-a e atiçando-a daquela forma, enquanto ela agarrava meus cabelos, me forçando a continuar o que eu estava fazendo. Com a mão livre, coloquei em cima da calcinha dela, e a senti molhada, e pronta para mim. Livrei-me dela imediatamente, e agora estávamos os dois ali, em cima um do outros, prontos para terminar.

Fiz a pergunta com os olhos, e ela assentiu. Então, a penetrei pela primeira vez, e ela gritou. Quer dizer, não pareceu doer tanto assim, percebi isso, mas deixei pra lá. Continuei, e continuei, ela segurou a minha nádega pressionando meu corpo contra o dela. Finalmente nos pertencíamos. Desta vez para sempre.

Quando acabamos, eu a abraçei de lado, e ela se escorou no meu peito. Nossos corpos estavam quentes, entorpecidos, e suados.

- Te amo, Blair - falei, dando um beijo na bochecha dela.

Ela sorriu, e ficou por cima de mim, num movimento, e roçou os lábios nos meus rapidamente, e sussurrou:

- Também te amo, Nate.

O resto da noite foi longa.

Me perdi em tanto tempo pensando naquelas memórias. Tudo era tão perfeito no passado. Agora eu vejo como tudo mudou completamente. Blair não era mais aquela garota, e eu não era mais aquele garoto, mas meu coração ainda pertencia à ela. Eu ainda tinha aquele broche em formato de coração que ela havia me dado, embora ela tenha dado ele por uns tempos para o tal Marcus, um dia ela me devolveu. A cena foi um tanto estranha, e constrangedora, porque lembrou á nós dois o momento em que ela havia me dado aquele coração pela primeira vez.

Observei novamente enquanto ela era entregada por Cyrus e Harold à Louis. Eu notei a cara dela. Não estava nada boa. Respirei fundo, e fechei meus olhos. Lembrei da sensação dos lábios dela nos meus, e assim que abri meus olhos, vi que ela olhava pra trás. Ela olhava pra Chuck, que estava na porta da igreja. Meu coração se apertou ao perceber que antes, ela me olhava daquele jeito. Naquele momento, eu soube que pra ela, havia acabado. Que não havia mais nenhuma chance dela e eu acontecermos novamente, aquilo partiu meu coração. Mas quem disse que isso mudava alguma coisa que eu ainda sentia?

Eu a amava. Eu sabia que a amava, e que eu sempre amaria. Eu poderia ter ficado com ela para sempre, mas acabei estragando tudo.

 De repente, senti meu celular vibrando no bolso, e o abri. Um vídeo da Gossip Girl. Eu o assisti, sentindo meu coração se quebrar em mil pedaços ao ver como a Blair amava o Chuck. Meus braços tremeram, e tive uma vontade enorme de bater no Chuck, mas isso jamais mudaria o fato de que agora ela amava ele. Não eu.

Observei que antes de sair correndo pra fora da igreja, os olhos dela foram na direção dos meus. E percebi que eu estava errado. Vi nos olhos dela, que durante todo o casamento, ela estava pensando no mesmo que eu. Por que havia acabado? Simplesmente porque não era mais pra ser, porque ambos tivemos a chance de consertar tudo, e a desperdiçamos. Eu sabia que o destino dela era com o Chuck, ou Louis, um dos dois. Ou talvez até com o Dan, depois que eu descobri os sentimentos dele por ela. Eu também sabia que Blair gostava de Dan, talvez eles acabassem juntos no final das contas. Mas eu sabia que eu não tinha mais chances.

Blair saiu correndo, e todos fizeram exclamações de choque. Logo, meu celular vibrou, e assim que vi a mensagem, um sorriso bobo nasceu nos meus lábios.

Sempre te amarei, Nate Archibald - B.

Umedeci meus lábios, e meu coração acelerou. Todos aqueles sentimentos voltaram pra mim, foi como se tudo na vida fizesse sentido de novo. Meu destino era com outro alguém, e o de Blair também. Seríamos apenas amigos, mas aquilo não mudava o que sentíamos. O namoro acabou, mas quem disse que o amor foi junto?

Eu também sempre te amarei - N.

FIM!