Jake não queria que eu fosse ao colégio, mas não dava pra ficar perdendo aula. Sem contar que todos os garotos da matilha estariam lá cuidando e protegendo seus respectivos imprintings, não tinha como estar mais protegida.

Na hora do almoço passei na secretaria para pegar um novo horário, porque eu tinha feito o favor de perder o meu, Jake estava no refeitório esperando por mim. Quando sai da secretaria me deparo com a última pessoa com quem eu queria encontrar.

- Sofia... Eu preciso falar com você.

- Desculpa Giorgio, mas não quero ouvir nada que venha de você. – Disse brava.

- Por favor, só me escute. Sobre os meus irmãos...

- Ah, então você já sabe que além de um deles tentar me matar, ainda juraram meu namorado de morte? Que bom que você já está informado.

- Eu não queria que nada disso acontecesse.

- Muito menos eu. E olha, o melhor pra você e pra mim é você simplesmente esquecer que eu existo.

- Eu não posso fazer isso. Sofia eu... E-eu te amo.

- Como é? – Falei incrédula. – Como você pode amar alguém com quem conversou uma vez na vida? Isso não faz o menor sentido. – Dei as costas e comecei a andar.

- Aquela vez em que nos encontramos não foi a primeira vez em que eu te vi. – Ele ficou na minha frente. – Eu te vi pela primeira vez quando você estava terminando de se mudar, e fiquei fascinado por você. Desde então eu sempre te observo pra saber mais sobre você.

- Se você está querendo fazer disso uma coisa romântica, sinto muito, mas só está me assustando cada vez mais. E que parte de “Eu tenho namorado” você não entendeu?

- Sofia... – Ele me puxou pelo braço.

- Larga ela agora, ou a coisa vai ficar feia. – Jake surgiu ao meu lado com as mãos tremendo. Giorgio me soltou sem tirar os olhos de Jake.

- Tá tudo bem amor, só estava pedindo pro Giorgio se afastar, não quero mais problemas do que já temos. – Peguei na mão de Jake torcendo pra que ele se acalmasse, mas a pele dele parecia estar pegando fogo de tão quente. – Ei, Jake, olha pra mim. – Coloquei minhas mãos em seu rosto. – Já está tudo bem. – Ele começou a se acalmar.

- Vocês estão se revoltando contra o vampiro errado. Não quero problemas tanto quanto vocês. Não sei se perceberam, mas gosto de manter a descrição quanto a minha origem, com a presença dos meus irmãos aqui, minha descrição só se torna mais difícil.

- E porque você não dá um jeito deles irem embora de uma vez? – Jake disse entre os dentes.

- Se você não percebeu, eles são quatro, e eu sou apenas um. – Giorgio disse irônico. – E porque vocês não os expulsaram daqui?

 - Eu teria feito isso pessoalmente, mas os outros da matilha não querem grandes alardes por aqui. Faz muito tempo que não temos esse tipo de intrusos em nossas terras, não queríamos confusão, mas aparentemente isso não vai ser possível.

- Tá, espera, vocês dois. Giorgio, você quer seus irmãos fora da cidade. – Falei.

- Muito. – Giorgio assentiu com a cabeça.

- Jake, não só você como o resto da matilha também querem eles fora daqui, certo?!

- É óbvio. – Ele revirou os olhos.

- Acho que o Giorgio pode nos ajudar. – Disse receosa.

- Como é que é? – Jake praticamente gritou. – Você só pode estar de brincadeira comigo.

- Não Jake, é muito sério. Não tem porque estarmos brigando, nós e Giorgio estamos do mesmo lado.

- E você vai confiar nesse sanguessuga?

- Ela convive com você que parece que vai explodir a qualquer momento, porque não confiaria em mim? – Giorgio disse sorrindo.

- Olha aqui...

- Já chega! Vocês dois. – Interrompi Jake. – Vamos levar o Giorgio para os Cullen conhecer, lá eles tem formas de saber se ele está sendo sincero ou não. Tudo bem por você Giorgio?

- Por mim, tanto faz, eu estou falando a verdade, mas se vai te deixar mais tranquila ter essa confirmação...

- Ótimo. No final da aula vamos à casa dos Cullen. – Disse puxando Jake pelo braço em direção à sala de aula.

- Eu não acredito no que você acabou de fazer, pediu ajuda pra aquele idiota!

- Nenhum de nós quer que algo pior aconteça aqui em Forks, ele pode sim ajudar a gente se isso for evitar te colocar em perigo.

- Então essa é a razão de você querer a ajuda dele? Não que me colocar em perigo? Sofia me poupe. – Jake sorriu cínico. – Já esqueceu que eu sou um lobo...

- É Jake, eu sei que você é um lobo gigante. – O interrompi. – Mas não me importa se você tem 15m de altura, isso não é garantia pra mim que você vai ficar bem, a salvo e vivo de preferência, então me desculpe se eu quero te proteger.

- Isso já é desespero.

- Situações desesperadoras, exigem medidas desesperadas. A gente vai com o Giorgio à casa dos Cullen, se ele realmente estiver sendo sincero, nós vamos aceitar a ajuda dele.

- Não precisamos dele. Eu te prometo que tudo vai terminar bem, sem confusão alguma, e eu ainda vou estar inteiro.

- Você não pode me prometer isso. Não me importa o que eu tiver que fazer pra você ficar bem Jake, eu vou fazer.

- Porque você tem que ser tão teimosa assim?

- Só estou tentando proteger o que eu tenho de mais valioso nessa vida.  – Jake me puxou e me abraçou.

- Eu já disse que prometo que nada de ruim vai me acontecer.

- E eu já disse que você não pode me prometer isso Jake, vai além de você. Eu só preciso que você me prometa que não importa o que acontecer, nós vamos passar por isso juntos.

- É claro que eu prometo amor. Nada vai separar a gente, sabe disso. – Ele me deu um breve beijo. – Vamos, nossa aula já vai começar. – Fomos de mãos dadas para a sala.

Eu não conseguia entender o que estava acontecendo comigo, eu me sentia insegura em relação ao Jake, como na vez em que ia conhecer a Bella. Parecia que a qualquer momento ele ia ser tirado de mim sem aviso prévio. Mas tentei não dar importância pra isso, porque sem dúvidas, era só mais um dos meus dramas.